O que é endocardite infecciosa?
Endocardite Infecciosa (EI) é uma infecção grave que atinge o endocárdio, a camada interna do coração, afetando principalmente as válvulas cardíacas. Ela é causada, na maioria das vezes, por bactérias (como Staphylococcus aureus e Streptococcus) que entram na corrente sanguínea e se instalam no coração. Sem tratamento adequado, pode levar a complicações graves como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e até morte.
Qual a prevalência da endocardite infecciosa?
A endocardite infecciosa é considerada rara, mas grave. A incidência anual varia entre 3 a 10 casos por 100 mil habitantes. É mais comum em homens, em pessoas com doenças cardíacas prévias como pacientes com próteses valvares, dispositivos intracardíacos ou que usam drogas intravenosas.
Quais são os tipos de endocardite infecciosa?
A Endocardite Infecciosa pode ser classificada por sua origem, evolução e condições associadas:
- Aguda: evolução rápida e agressiva, geralmente por S. aureus.
- Subaguda: progressão mais lenta, comum com Streptococcus viridans.
- Em valva nativa: afeta as válvulas naturais do paciente.
- Em prótese valvar: infecção sobre prótese cardíaca artificial.
- Relacionada a dispositivos: marca-passos, CDI ou cateteres.
- Associada ao uso de drogas injetáveis: frequentemente atinge a válvula tricúspide.
Quais são os principais fatores de risco da endocardite infecciosa?
Algumas condições aumentam o risco de desenvolver endocardite:
- Doenças cardíacas estruturais valvopatias e cardiopatias congênitas)
- Próteses valvares
- Dispositivos cardíacos implantáveis
- Histórico de endocardite anterior
- Uso de drogas injetáveis
- Procedimentos invasivos (odontológicos, endoscópicos, cirúrgicos)
- Presença de cateter venoso central
- Higiene bucal precária
- Imunossupressão
A combinação de fatores, como doenças cardíacas valvares e infecções, eleva consideravelmente o risco.
Quais são os sintomas da endocardite infecciosa?
Os sintomas da endocardite infecciosa podem variar conforme a gravidade e o agente infeccioso, mas os mais frequentes são:
- Febre persistente
- Calafrios e suor noturno
- Fadiga intensa
- Perda de peso não intencional
- Sopro cardíaco novo ou alterado
- Dor muscular e articular
- Manchas de Roth (na retina)
- Nódulos de Osler (dolorosos nas pontas dos dedos)
- Lesões de Janeway (manchas nas palmas das mãos e solas dos pés)
- Sinais de insuficiência cardíaca
- Complicações neurológicas (como AVC ou meningite infecciosa)
Diagnóstico
O diagnóstico da EI envolve uma combinação de exames clínicos e laboratoriais:
- Hemoculturas: colheita de sangue para identificar o agente infeccioso.
- Ecocardiograma: transtorácico (ETT) ou transesofágico (ETE), essencial para detectar vegetações ou abscessos.
- Critérios de Duke Modificados: principais parâmetros utilizados para confirmar o diagnóstico.
- Critérios de Duke Modificados: principais parâmetros utilizados para confirmar o diagnóstico.
Como é feito o tratamento da endocardite infecciosa?
O tratamento da endocardite infecciosa é prolongado e exige hospitalização na maioria dos casos:
- Antibióticos intravenosos: administrados por 4 a 6 semanas (em algumas situações por mais tempo), conforme o agente causador.
- Cirurgia cardíaca, indicada quando há:
- Vegetações grandes (> 15-20 mm)
- Embolização da vegetação para outros sítios vasculares como sistema nervoso central
- Destruição valvar
- Formação de abscessos
- Insuficiência cardíaca grave
- Falha no tratamento com antibióticos
A escolha do tratamento depende da gravidade da infecção e do estado geral do paciente.
Prevenção
A prevenção é essencial, especialmente em pessoas com alto risco de desenvolver EI:
- Higiene bucal rigorosa
- Profilaxia antibiótica antes de procedimentos específicos em pacientes com fatores de risco cardíaco predisponentes (exemplo extrações dentárias, em pacientes com prótese valvar)
- Evitar o uso de drogas intravenosas
- Cuidado com cateteres e dispositivos implantáveis
- Tratamento precoce de infecções bacterianas
A manutenção da saúde bucal é uma das estratégias mais eficazes para prevenir endocardite em pessoas suscetíveis.

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FAQ – Perguntas frequentes
São massas formadas por plaquetas, microrganismos e fibrina que se instalam nas válvulas cardíacas.
Febre, sopro cardíaco novo, fadiga intensa, suor noturno e perda de peso.
A partir de hemoculturas, ecocardiograma e critérios clínicos (Critérios de Duke Modificados).
Antibióticos por via intravenosa por 4 a 6 semanas. Em alguns casos, cirurgia cardíaca é necessária.
Pessoas com válvulas cardíacas artificiais, histórico de endocardite ou cardiopatias congênitas complexas.
Revisão Técnica: Rafael Amorim Belo Nunes, CRM:97464 Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz