O que é cardiopatia congênita?
Cardiopatia congênita é o nome dado a alterações na estrutura do coração presentes desde o nascimento. Essas malformações podem ser leves, sem sintomas, ou graves, exigindo tratamento imediato. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de tratamento bem-sucedido e qualidade de vida.
Qual a prevalência da cardiomiopatia congênita no Brasil e no mundo?
- A cardiopatia congênita é a anomalia congênita mais comum no mundo.
- No Brasil, afeta cerca de 30 mil recém-nascidos por ano.
- É responsável por uma parte significativa dos casos de mortalidade infantil por causas cardiovasculares.
Quais são os tipos de cardiomiopatia congênita?
Cada tipo de malformação apresenta desafios específicos. Abaixo estão os mais comuns:
Defeitos septais
- Comunicação Interatrial (CIA): abertura entre os átrios.
- Comunicação Interventricular (CIV): abertura entre os ventrículos.
Obstruções
- Estenose Pulmonar: válvula estreita entre coração e pulmões.
- Estenose Aórtica: válvula estreita entre coração e corpo.
- Coarctação da Aorta: estreitamento da principal artéria do corpo.
Válvulas anômalas
- Atresia Tricúspide: ausência da válvula entre átrio e ventrículo direitos.
- Anomalia de Ebstein: válvula tricúspide deslocada.
Outras condições
- Transposição dos Grandes Vasos: posição invertida da aorta e artéria pulmonar.
- Tetralogia de Fallot: combinação de quatro defeitos estruturais.
- Coração Univentricular: presença de apenas um ventrículo funcional.
Quais os principais fatores de riscos?
Alguns fatores aumentam a chance de a criança nascer com cardiopatia:
- Histórico familiar de cardiopatia congênita
- Síndromes genéticas (ex: síndrome de Down)
- Infecções maternas (como rubéola) durante a gestação
- Consumo de álcool, tabaco ou medicamentos sem orientação médica
- Diabetes ou hipertensão não controlados na gestação
- Idade materna avançada
Quais são os sintomas de cardiomiopatia congênita?
Os sintomas podem surgir logo após o nascimento ou mais tardiamente. Os mais comuns são:
- Cianose: coloração azulada nos lábios e extremidades
- Sopros cardíacos: ruídos anormais detectados no exame físico
- Dificuldade respiratória: respiração rápida ou com esforço
- Cansaço ao mamar ou se alimentar
- Crescimento lento ou dificuldade para ganhar peso
- Inchaço nas pernas, abdômen ou tornozelos
Em muitos casos, o primeiro alerta pode ser o teste do coraçãozinho, feito ainda na maternidade.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito:
- Durante a gestação: com o ecocardiograma fetal
- Após o nascimento: por meio de:
- Exame físico e ausculta
- Oximetria de pulso (teste do coraçãozinho)
- Ecocardiograma
- Eletrocardiograma (ECG)
- Radiografia de tórax
- Ressonância cardíaca, em casos específicos
Prevenção
Nem todos os casos são evitáveis, mas algumas medidas ajudam a reduzir os riscos:
- Fazer pré-natal completo e de qualidade
- Evitar bebidas alcoólicas, cigarro e automedicação
- Controlar doenças como diabetes e hipertensão
- Vacinar-se contra rubéola antes da gravidez
- Buscar aconselhamento genético se houver histórico familiar
Como é feito o tratamento da cardiomiopatia congênita?
O tipo de cardiopatia e sua gravidade determinam o plano terapêutico. As opções incluem:
- Medicamentos: ajudam no controle dos sintomas e na melhora da função cardíaca.
- Cateterismo cardíaco: técnica minimamente invasiva usada para correções específicas.
- Cirurgia cardíaca: indicada para defeitos mais complexos.
- Transplante cardíaco: em situações extremas, quando os demais tratamentos não são eficazes.
O acompanhamento com um cardiologista pediátrico é essencial em todas as fases do tratamento.

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FAQ – Perguntas frequentes
Por exames como ecocardiograma fetal (durante a gestação) e teste do coraçãozinho após o nascimento.
É a oximetria de pulso, exame simples que detecta baixos níveis de oxigênio no sangue do recém-nascido.
Depende do tipo. Muitos casos têm tratamento com excelentes resultados. Alguns exigem acompanhamento por toda a vida.
Com o diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitas crianças vivem de forma ativa e saudável.
Sim. ONGs, grupos de apoio e instituições médicas oferecem suporte emocional, informativo e psicológico.
Fatores de risco incluem histórico familiar de cardiopatia congênita, exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez e certas condições médicas maternas.
Nem sempre é possível prevenir completamente a cardiopatia congênita, mas algumas medidas, como evitar o consumo de álcool e drogas durante a gravidez, podem reduzir o risco.
As complicações podem incluir insuficiência cardíaca, arritmias, atrasos no desenvolvimento e problemas de crescimento.
Com o tratamento adequado e acompanhamento médico regular, muitas pessoas com cardiopatia congênita podem levar uma vida ativa e relativamente normal.
Sim, existem organizações e grupos de apoio que oferecem informações, orientação e suporte emocional para pessoas e famílias afetadas pela cardiopatia congênita.
Revisão Técnica: Henrique Barbosa Ribeiro, CRM:115727 Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz