O que é cardiomiopatia hipertrófica?
A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma condição em que o músculo do coração se torna anormalmente espesso (hipertrofia), principalmente no ventrículo esquerdo. Esse espessamento dificulta o bombeamento adequado do sangue e, em alguns casos, pode causar obstrução da via de saída do ventrículo.
A doença tem origem principalmente genética e é uma das principais causas de morte súbita em jovens atletas. O diagnóstico precoce e o manejo clínico correto ajudam a prevenir complicações.
Qual a prevalência da cardiomiopatia hipertrófica no Brasil?
- Estima-se que a CMH afete 1 em cada 500 pessoas, sendo considerada a doença cardíaca genética mais comum.
- Muitos pacientes não apresentam sintomas, o que contribui para o subdiagnóstico da condição.
- O rastreamento familiar é essencial para identificar casos ocultos e prevenir eventos adversos.
Quais os tipos de cardiomiopatia hipertrófica?
A CMH pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da localização e da presença de obstrução:
- CMH Obstrutiva: há bloqueio parcial da via de saída do ventrículo esquerdo.
- CMH Não Obstrutiva: o espessamento não causa obstrução relevante ao fluxo sanguíneo.
- CMH Apical: a hipertrofia miocárdica ocorre principalmente no ápice do ventrículo esquerdo.
Essa diferenciação é importante para definir o plano de tratamento e avaliar o risco de complicações.
Quais os principais fatores de riscos de cardiomiopatia hipertrófica?
A hereditariedade é o principal fator de risco. A CMH está associada a mutações genéticas que afetam proteínas do sarcômero cardíaco.
Outros fatores incluem:
- Histórico familiar de CMH ou morte súbita inexplicada
- Síndrome de Noonan e outras síndromes genéticas
- Hipertensão arterial (pode exacerbar o quadro em alguns pacientes)
Quais os sintomas de cardiomiopatia hipertrófica?
Nem todos os pacientes apresentam sintomas. Em casos sintomáticos, os mais comuns são:

Tontura ou sensação de desmaio

Morte súbita (em casos raros e geralmente associados a alto risco genético)
Pacientes assintomáticos devem ser monitorados regularmente, especialmente se houver histórico familiar.
Diagnóstico
O diagnóstico da CMH exige a integração de exames clínicos e de imagem:
- Histórico clínico e exame físico
- Ecocardiograma: principal método para avaliar a espessura do músculo cardíaco e identificar obstruções
- ECG (Eletrocardiograma): pode detectar alterações como ondas Q profundas e hipertrofia ventricular
- Ressonância magnética cardíaca (RMC): usada para confirmar extensão da hipertrofia e presença de fibrose
- Teste genético: indicado em casos familiares, para detecção de mutações associadas
Prevenção e controle
A CMH não pode ser evitada, pois tem origem genética, mas é possível prevenir suas complicações:
- Realizar exames de rastreamento em familiares de primeiro grau
- Evitar esportes de alto impacto em pacientes de alto risco
- Controlar fatores como hipertensão e colesterol
- Aderir ao tratamento e às recomendações médicas
Pacientes com risco elevado de morte súbita devem seguir protocolos de acompanhamento rígido.
Como é feito o tratamento da cardiomiopatia hipertrófica?
O tratamento visa controlar os sintomas, reduzir a obstrução e prevenir eventos fatais.
Medicamentos
- Betabloqueadores: reduzem a frequência cardíaca e melhoram o fluxo sanguíneo.
- Bloqueadores dos canais de cálcio (ex: verapamil, diltiazem): ajudam no relaxamento do músculo cardíaco.
Procedimentos invasivos
- Miectomia cirúrgica: retirada de parte do músculo espessado para aliviar a obstrução.
- Oclusão septal com álcool ou particula: causa infarto controlado da região obstruída por meio de injeção de álcool em artéria septal.
- Ablação septal por radiofrequencia
Implante de CDI (cardiodesfibrilador implantável)
- Indicado para pacientes com risco elevado de morte súbita. O dispositivo detecta arritmias graves e envia choques para restaurar o ritmo cardíaco normal.

FIQUE ATENTO AOS SINAIS E SINTOMAS
Para te ajudar a identificar os sinais das principais doenças cardíacas e saber mais sobre os fatores de risco, formas de tratamento e prevenção, nós preparamos um material exclusivo para você.
Faça o download gratuitamente:
FAQ – Perguntas frequentes
Na maioria dos casos, sim. Está ligada a mutações genéticas específicas.
O ecocardiograma é o principal exame para identificar a hipertrofia.
Não. Mas os sintomas podem ser controlados e o risco de complicações reduzido com tratamento adequado.
Depende do tipo de CMH e do risco individual. Atividades competitivas são contraindicadas em muitos casos.
Dispositivo implantado no tórax que detecta e corrige arritmias que podem causar morte súbita.
Revisão Técnica: Helio Jose Castello Junior, CRM:55768 Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz