BLOCO DA VIDA: DICAS PARA PULAR O CARNAVAL SEM ESQUECER DA SAÚDE

Glitter, água e protetor solar

Dá, sim, para aproveitar o Carnaval sem se descuidar da sua saúde. Veja as dicas dos especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz para curtir a folia com segurança

O Carnaval – a mais brasileira das festas – é conhecido, entre outras coisas, pelos excessos. Bailes, desfiles, bloquinhos e outras celebrações são regados a muita música, dança, fantasias, glitter, alegria e outros temperos mais. Mas, mesmo no clima de festa, não dá para esquecer da saúde, afinal, alguns descuidos podem trazer consequências a longo prazo. Para você cair na folia sem correr riscos, nossos especialistas trouxeram dicas simples, mas muito importantes, para os dias de festa. Assim, você garante saúde e bem-estar para curtir este e muitos outros Carnavais.

Infecção, não!

O período mais crítico da pandemia parece ter ficado para trás, mas, para muito além da Covid-19, há diversas outras doenças infecciosas que adoram uma aglomeração. Por isso, vale ficar de olho em medidas simples, como evitar compartilhar copos, latas e garrafas e se prevenir contra doenças como a própria Covid-19, gripes e a mononucleose, a famosa Doença do Beijo, que é causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida por meio da troca entre salivas, que afeta os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do corpo. “O ideal é que cada um tenha o seu próprio copo, para evitar a transmissão da doença”, diz o Dr. Filipe Piastrelli, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

E quando falamos em contato, também é bom reforçar os cuidados com o uso de vasos sanitários e pias de banheiros públicos e químicos. “Evite o contato com as superfícies para utilizar o banheiro, pois o espaço apresenta bactérias e vírus eliminados pela via intestinal e podem ser transmitidos causando problemas para a saúde”, ensina o Dr. Piastrelli.

Outra dica importante do especialista é checar a carteirinha de vacinação antes de cair na festa. “É fundamental estar com a vacinação em dia, inclusive com as doses de reforço dos imunizantes contra a Covid-19 e gripe”, afirma. E nunca é demais lembrar: camisinha sempre! As doenças sexualmente transmissíveis, como HIV e sífilis, vêm aumentando em todo o mundo. E, no Carnaval, este alerta é ainda mais importante. Proteja-se!

De olho no coração

A folia do Carnaval exige bastante do nosso condicionamento físico, o que é excelente, afinal, a gente se diverte exercitando o corpo. No entanto, para quem está sedentário e/ou tem hábitos nocivos, vale olhar com cuidado para a saúde cardiovascular. O ideal, claro, é estar com o check-up em dia e tomar cuidado com excessos e negligências. O abuso de bebidas alcoólicas e energéticas combinado à baixa ingestão de água e alimentos nutritivos e ao desgaste físico é uma combinação que pode sobrecarregar o nosso organismo, alterar a pressão arterial, além de contribuir para quadros de desidratação e até mesmo para a ocorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). “O ideal é intercalar bebida alcoólica com água, principalmente porque o Carnaval brasileiro acontece no período mais quente do ano, favorecendo quadros de insolação e desidratação”, ensina o Dr. Hélio Castello, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Por isso, não se esqueça de incluir no cardápio frutas, verduras, legumes, gorduras boas e proteínas, se hidrate bem (e lembre-se: água é água!), não exagere no álcool, descanse e durma com qualidade – assim, você vai ter ainda mais saúde e disposição para encarar a folia.

O sol está sempre lá

Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, muita gente mal se dá conta da exposição solar durante o Carnaval. Mas, com festa ou não, o sol continua lá, mesmo nos dias nublados. Por isso, não descuidar da saúde da pele é fundamental nesta época, evitando queimaduras solares e se prevenindo contra o câncer de pele. E isso não significa passar o filtro solar apenas antes de sair de casa e não pensar mais no assunto, principalmente porque, com as temperaturas altas e as aglomerações, a transpiração ajuda a eliminar o protetor ainda mais rápido. Por isso, leve seu frasquinho com você. “A maioria dos bloquinhos e lugares para pular Carnaval ocorrem em áreas descobertas. Com isso, é essencial que as pessoas apliquem protetor solar a cada três horas, inclusive em dias nublados”, explica a Dra. Jade Cury, dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Além do protetor, procure usar barreiras físicas, como óculos escuros, bonés e chapéus. E se o sol estiver forte demais, procure uma sombra. Sua pele agradece!

Quer mais dicas de como aproveitar o Carnaval (e o resto do ano!) com muita saúde? Vem conferir o Especial Bloco da Vida nas redes sociais do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Médicos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz dão dicas para aproveitar o Carnaval com segurança

São Paulo, 06 de fevereiro de 2024 – Neste mês de fevereiro é comemorado uma das maiores festas do país, o Carnaval. Para se manter saudável e afastar o risco de doenças que podem comprometer a saúde, o folião precisa lembrar de cuidados básicos.Com o objetivo de ajudar a aproveitar os bailes, desfiles e bloquinhos, especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz dão dicas para curtir a festa sem descuidar da saúde. 

Previna-se de doenças infecciosas 

O infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Filipe Piastrelli, lembra que durante o Carnaval há grande aglomeração de pessoas e pode haver o compartilhamento de copos, latas e garrafas de bebidas, aumentando as chances do desenvolvimento de doenças infecciosas como a mononucleose, popularmente conhecida como Doença do Beijo, que é causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida por meio da troca entre salivas, que afeta os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do corpo. “O ideal é que cada um tenha o seu próprio copo, para evitar a transmissão da mononucleose”, afirma. 

O médico lembra que antes de cair na folia é importante estar com a vacinação em dia, inclusive com as doses de reforço dos imunizantes contra a Covid-19 e gripe. Outro importante alerta feita pelo Dr. Piastrelli é sobre a prática sexual protegida. “O uso de preservativos não deve ser deixado de lado durante o Carnaval, eles protegem contra a transmissão de doenças como HIV e Sífilis”, lembra o infectologista. 

O infectologista também reforça os cuidados com o uso dos vasos sanitário dos banheiros públicos e químicos, pois favorecem a ocorrência de diarreias. “Evite o contato com as superfícies para utilizar o banheiro, pois o espaço apresenta bactérias e vírus eliminados pela via intestinal e podem ser transmitidos causando problemas para a saúde.”

Atenção com o uso de bebidas alcoólicas e energéticos

O cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Hélio Castello alerta para os cuidados com a saúde cardiovascular na hora de curtir o carnaval. Bebidas alcoólicas e energéticos em excesso podem alterar a pressão arterial, além de contribuir para quadros de desidratação e até mesmo a ocorrência de AVC (Acidente Vascular Cerebral). O médico recomenda o consumo moderado de bebida alcoólica e quem faz uso de medicação contínua deve mantê-la mesmo nos dias de festa.

“O ideal é intercalar bebida alcoólica com a água, principalmente porque o Carnaval brasileiro acontece no período mais quente do ano, favorecendo quadros de insolação e desidratação”, afirma. 

O médico diz ainda que o Carnaval pode fazer bem para a saúde do coração “dançar e pular são ações que diminuem o estresse, são atividades físicas que trazem melhorias para o corpo, principalmente para a saúde cardiovascular e as pessoas ainda se divertem”, disse. 

A saúde da pele é essencial 

Por ocorrer no verão, o Carnaval requer atenção especial com a saúde da pele. Para aproveitar a festa sem se preocupar com sequelas no corpo devido a exposição solar excessiva, a dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Jade Cury, esclarece que as pessoas precisam usar filtro solar. “A maioria dos bloquinhos e lugares para pular Carnaval ocorrem em áreas descobertas. Com isso, é essencial que as pessoas apliquem protetor solar a cada três horas, inclusive em dias nublados”, esclarece. 

O uso de adereços e maquiagens para o rosto e o corpo também merecem atenção especial, para não danificar a pele. “Cada tipo de pele tem características individuais, então precisamos ter um cuidado reforçado. Muitas vezes, as pessoas não sabem a procedência dos produtos usados para colorir e enfeitar o corpo e o rosto. O ideal é procurar materiais específicos para pele, sejam tintas ou glitter, por exemplo. Além disso, ao chegar em casa é obrigatório a remoção da maquiagem com água e sabonete com PH neutro”, afirma a dermatologista.

LIBREXIA ACS

Estudo de fase 3, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo e orientado por eventos para demonstrar a eficácia e a segurança do Milvexiana, um inibidor oral do fator XIa, após uma síndrome coronariana aguda recente. Objetivo principal é demonstrar que o Milvexiana é superior ao placebo, além do padrão de tratamento, na redução do risco de evento adverso cardiovascular importante ( morte cardiovascular, infarto do miocárdio e AVC isquêmico).

POPULAÇÃO:

  • ≥18 anos de idade;
  • Ter um evento inicial que atenda a todos os 3 critérios a seguir dentro de 7 dias antes da randomização:
    • Síndrome clínica consistente com isquemia cardíaca espontânea;
    • Diagnóstico de ACS (ou seja, STEMI, não STEMI ou UA) e elevação do biomarcador cardíaco;
  • Ter pelo menos 2 dos seguintes fatores de risco:
    • Idade 65 anos ou mais;
    • DM;
    • Histórico de IM anterior (exceto o evento de ACS inicial);
    • DAC de múltiplos vasos;
    • Histórico de cirurgia de CABG antes do evento de ACS inicial;
    • Histórico de PAD ou doença vascular cerebral, entre outros.

Médicos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz dão dicas para quem vai correr a São Silvestre

Cardiologista e ortopedista do esporte orientam sobre os cuidados com o coração e a como prevenir lesões na tradicional prova de rua de São Paulo

São Paulo, 26 de dezembro de 2023 – A Corrida Internacional de São Silvestre é a mais tradicional e famosa prova de rua do Brasil, que acontece todos os anos no dia 31 de dezembro, em São Paulo. A competição reúne cerca de 20 mil corredores, de diferentes níveis de condicionamento físico e experiência, que enfrentam um percurso de 15 km pelas ruas da capital paulista. Para participar da corrida, é preciso estar preparado física e mentalmente, seguindo algumas dicas de saúde que podem fazer a diferença no desempenho e na segurança dos atletas profissionais e amadores. 

Cuidados com o coração

Dr. Hélio Castello, cardiologista e coordenador de hemodinâmica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, alerta para a importância de cuidar da saúde cardiovascular, que afeta diretamente o rendimento do corredor. Ele recomenda que, antes de se inscrever na prova, o corredor faça um check-up médico para avaliar sua saúde geral e cardiovascular, realizando exames como ecocardiograma, exames de sangue e teste ergométrico.

“Esses exames permitem verificar o funcionamento do coração durante o exercício físico, identificando possíveis alterações, como arritmias, isquemias ou hipertensão arterial. Atletas de alto desempenho podem precisar de exames adicionais, como o ergoespirométrico, que avalia a capacidade cardiorrespiratória e determina a zona alvo de treinamento”, explica o médico.

Além disso, o cardiologista ressalta a importância de verificar a saúde pulmonar e as condições das articulações, como joelhos, pés e plantas dos pés, que podem sofrer com o impacto da corrida. Ele também orienta sobre os cuidados na preparação para a prova, como usar roupas adequadas, hidratar-se bem e consumir alimentos ricos em carboidratos de fácil digestão antes da corrida, como frutas, batata doce e mel.

“É importante lembrar que o check-up médico e a avaliação da saúde são essenciais para evitar complicações e garantir um desempenho seguro e eficiente durante a corrida de longa distância. Além disso, é necessário estar atento a sintomas como cansaço excessivo, dor no peito, falta de ar e dor de cabeça após a atividade física, que podem indicar problemas cardíacos. A hidratação adequada também é fundamental durante a corrida, pois evita a desidratação, a perda de sais minerais e evita câimbras”, afirma o Dr. Hélio Castello.

Prevenção de lesões

O ortopedista e especialista em joelho e trauma do esporte do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Gabriel Pecchia, destaca a importância do treinamento de intensidade gradual para os corredores que desejam participar da São Silvestre. “Aumentar a intensidade do treino gradualmente permite que o corpo se adapte ao esforço e evita lesões por excesso de carga. O fortalecimento muscular, principalmente dos membros inferiores, ajuda a proteger as articulações e a melhorar a postura e a biomecânica da corrida. Para os iniciantes, é recomendado intercalar caminhada e corrida, respeitando o ritmo e o tempo de cada um. Também é importante usar um calçado adequado, que é aquele que se adapta ao tipo de pisada e ao formato dos pés, proporcionando conforto, estabilidade e amortecimento”, explica.

Sobre a prevenção de lesões, o ortopedista menciona a dor muscular tardia, as contraturas musculares e as tendinites como as mais comuns entre os corredores, além de alertar para a periostite, popularmente conhecida como canelite, uma inflamação na estrutura do osso chamado periósteo, que pode ocorrer por atividades de impacto repetitivas, afetando principalmente aqueles que intensificam os treinamentos além de seu limite, sejam atletas profissionais ou iniciantes. Além destas, há as fraturas por estresse pelo movimento repetitivo que podem acometer até pessoas sedentárias que iniciam a corrida sem orientação profissional adequada.

“Para prevenir as lesões, é importante fazer um aquecimento antes da corrida e um alongamento depois, respeitando os limites do corpo e evitando o excesso de treinamento. Também é recomendado fazer uma avaliação ortopédica, antes de participar da prova, para verificar se há alguma contraindicação ou risco para a saúde. As lesões ocorrem quando os limites individuais são ultrapassados e, por isso, a consciência dos próprios limites é essencial para reduzir o risco de se lesionar”, conclui o Dr. Gabriel Pecchia.

Calor é ”menos mortal” para os brasileiros, mas pode causar sérios problemas de saúde; entenda

Europeus sofrem mais com as altas temperaturas por questões ambientais e estruturais, mas o Brasil não está isento.

Segundo um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da OMM (Organização Mundial de Meteorologia), o calor é um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo e mata cerca de 15 milhões de pessoas por ano.

Apenas na Europa, durante o verão do ano passado foram mais de 61 mil mortes, de acordo com um estudo feito por cientistas de um instituto de saúde francês e do ISGlobal (Instituto de Saúde Global de Barcelona), publicado na Nature Medicine.

Agora, no Brasil, 15 estados e o Distrito Federal estão sob alerta vermelho (grande perigo) do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), devido à onda de calor.

Cidades como São Romão e Coronel Pacheco, em Minas Gerais, já atingiram a marca de mais de 40ºC. O Rio de Janeiro chegou aos 36,8ºC, mas teve sensação térmica de 58,5ºC em Guaratiba, na zona oeste da cidade.

Mesmo com esse número, não é comum ver um alto número de mortes, como ocorre na Europa. Portanto, é correto afirmar que os brasileiros são mais resistentes ao calor?

Yuri Silva, biólogo e diretor técnico do Instituto Mapinguari, explica que, primeiro, é preciso entender que os dois tipos de calor são diferentes.

“No Brasil, o calor é mais úmido, porque temos, apesar de reduzidas e ameaçadas, as florestas tropicais: a mata atlântica, a Amazônia, o cerrado — como berço das águas —, o Pantanal. Todos esses ecossistemas mantêm a umidade do ar elevada, e ela favorece a transpiração, o suor, que é um mecanismo de controle de temperatura. Isso não acontece na Europa, o calor lá é mais seco”, explica.

Há também a diferença do solstício de verão, época do ano em que os dias ficam mais longos. No Hemisfério Norte, ele acontece em junho, e a média de exposição solar é de 16 horas por dia. Para fins comparativos, em dezembro, quando ele chega ao Hemisfério Sul, a exposição é de cerca de 12 horas.

“O dia é mais longo e a noite é mais curta, então tem menos tempo para a temperatura das casas, da cidade de modo geral, diminuir. Quando começa a diminuir, já é dia de novo e já chega uma nova exposição”, diz Silva.

As casas também são um problema, já que, na Europa, são construídas para reter calor. No Reino Unido, por exemplo, segundo dados do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial, apenas 5% das casas têm ar-condicionado, e a maioria é portátil.

A população europeia também é mais velha, o que dificulta ainda mais a adaptação. Segundo a OMS, já no ano que vem o número de pessoas com 65 anos no continente superará o de jovens com menos de 15 anos.

Mas o que mais impactou os países foi a alteração brusca nas condições climáticas — o corpo não consegue responder e se reequilibrar. No ano passado, na França e na Itália, por exemplo, a média da temperatura subiu 2,43°C e 2,28°C, respectivamente.

Por todos esses pontos, o correto é dizer que os brasileiros estão adaptados às próprias condições climáticas e tem certas “vantagens” se comparados aos europeus.

Porém, apesar de não chegarem a óbito, as populações mais vulneráveis do país já sofrem com as altas temperaturas, com queimadas e chuvas fortes, por exemplo.

Mas, afinal, qual o limite?

Em questão de calor, é importante ressaltar que toda a espécie tem um limite estabelecido. O ser humano é homeotérmico, ou seja, independentemente da temperatura externa, a interna se mantém relativamente constante: entre 35,5°C e 36,5ºC.

O controle é feito por meio dos sistemas nervoso central e circulatório. Os sensores de calor do corpo enviam sinais para o hipotálamo, região do cérebro que aciona respostas fisiológicas de controle, como aumento da transpiração e respiração acelerada (expiração do ar quente).

Quando considerada a temperatura externa, o limite para o corpo, segundo o Índice de Bulbo Úmido — Termômetro de Globo, fica entre 35ºC e 37ºC. A partir dela há um desconforto considerável, e o mecanismo termorregulador do corpo pode ficar sobrecarregado — é importante frisar que a tolerância varia de pessoa para pessoa.

“A exposição prolongada a temperaturas acima de 40ºC pode levar a problemas sérios de saúde”, alerta Roberto Yano, cardiologista e especialista em estimulação cardíaca artificial pela SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) e AMB (Associação Médica Brasileira).

É por esse motivo que o calor extremo é um alerta. Ele faz mal ao corpo humano, principalmente ao sistema circulatório, por uma série de motivos.

“O coração bate mais rápido quando está muito quente, para tentar controlar a temperatura e também pela desidratação. Por ele bater mais rápido, gasta mais energia e mais oxigênio do que precisaria”, explica Hélio Castello, cardiologista e coordenador da hemodinâmica do Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

As artérias também se dilatam, para equilibrar a temperatura corporal. Essa dilatação causa uma queda da pressão arterial.

“O terceiro fator, que também atinge toda a parte circulatória, é que, quando está muito quente, nos desidratamos. Quem transporta mais água no nosso corpo é o sangue, então, uma vez que você perde água, teoricamente, tornaria o sangue um pouco mais concentrado, mais viscoso. Isso aumenta o risco de formar coágulos, que podem entupir algum vaso”, afirma Castello.

E acrescenta: “Por fim, em temperaturas muito extremas mesmo, muitas vezes, ocorre uma inflamação de toda a parte circulatória e respiratória”.

Isso significa que qualquer pessoa, exceto crianças, sob condição de calor extremo tem maior risco de sofrer um infarto (quando um coágulo bloqueia o fluxo sanguíneo para o coração) ou AVC (quando vasos que levam sangue para o cérebro entopem ou se rompem).

“A desidratação e a dilatação dos vasos sanguíneos periféricos podem contribuir para a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, elevando a probabilidade de eventos cerebrovasculares”, explica Yano.

A sobrecarga do coração também aumenta o risco de arritmia cardíaca (batimentos irregulares) e insuficiência cardíaca. Isso porque, além do “trabalho dobrado” do órgão, o corpo perde eletrólitos pelo suor, como sódio e potássio, fundamentais para manter a função cardíaca normal.

Por isso, Castello recomenda às pessoas que bebam muita água e fiquem atentas a batimentos mais acelerados que o normal neste calor, que podem ser um alerta para desidratação. Idosos e crianças, especialmente, se desidratam com mais facilidade.

Yano complementa que as pessoas devem evitar bebidas alcoólicas, que acentuam a desidratação, e ficar atentas aos sinais da falta de água: tontura, fraqueza, náusea e confusão mental.

* Sob a supervisão de Giovanna Borielo

Brasileiros estão mais adaptados a temperaturas altas, mas podem ter problemas de saúde

Segundo um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da OMM (Organização Mundial de Meteorologia), publicado pelo Portal R7, o calor é um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo e mata cerca de 15 milhões de pessoas por ano.

Apenas na Europa, durante o verão do ano passado foram mais de 61 mil mortes, de acordo com um estudo feito por cientistas de um instituto de saúde francês e do ISGlobal (Instituto de Saúde Global de Barcelona), publicado na Nature Medicine.

Mesmo com temperaturas tão altas nos últimos dias, não há tantos registros de mortes por calor no Brasil. Yuri Silva, biólogo e diretor técnico do Instituto Mapinguari, explica que há diferença do solstício de verão, época do ano em que os dias ficam mais longos, e como isso pode influênciar.

No Hemisfério Norte, o solstíco de verão acontece em junho, e a média de exposição solar é de 16 horas por dia. Para fins comparativos, em dezembro, quando ele chega ao Hemisfério Sul, a exposição é de cerca de 12 horas.

“O dia é mais longo e a noite é mais curta, então tem menos tempo para a temperatura das casas, da cidade de modo geral, diminuir. Quando começa a diminuir, já é dia de novo e já chega uma nova exposição”, diz Silva.

As casas também são um problema, já que, na Europa, são construídas para reter calor. Além disso, a população europeia também é mais velha, o que dificulta ainda mais a adaptação.

Mas o que mais impactou os países foi a alteração brusca nas condições climáticas — o corpo não consegue responder e se reequilibrar.

Além disso, no Brasil, o calor é mais úmido, porque apesar de reduzidas e ameaçadas, temos as florestas tropicais: a mata atlântica, a Amazônia, o cerrado — como berço das águas —, o Pantanal. “Todos esses ecossistemas mantêm a umidade do ar elevada, e ela favorece a transpiração, o suor, que é um mecanismo de controle de temperatura. Isso não acontece na Europa, o calor lá é mais seco”, explica Yuri.

Por todos esses pontos, o correto é dizer que os brasileiros estão adaptados às próprias condições climáticas e tem certas “vantagens” se comparados aos europeus.

Porém, apesar de não chegarem a óbito, as populações mais vulneráveis do país já sofrem com as altas temperaturas, com queimadas e chuvas fortes, por exemplo.

Mas, afinal, qual o limite? “A exposição prolongada a temperaturas acima de 40ºC pode levar a problemas sérios de saúde”, alerta Roberto Yano, cardiologista e especialista em estimulação cardíaca artificial pela SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) e AMB (Associação Médica Brasileira).

O ser humano é homeotérmico, ou seja, independentemente da temperatura externa, a interna se mantém relativamente constante: entre 35,5°C e 36,5ºC. O controle é feito por meio dos sistemas nervoso central e circulatório. Os sensores de calor do corpo enviam sinais para o hipotálamo, região do cérebro que aciona respostas fisiológicas de controle, como aumento da transpiração e respiração acelerada (expiração do ar quente).

Quando considerada a temperatura externa, o limite para o corpo, segundo o Índice de Bulbo Úmido — Termômetro de Globo, fica entre 35ºC e 37ºC. A partir dela há um desconforto considerável, e o mecanismo termorregulador do corpo pode ficar sobrecarregado — é importante frisar que a tolerância varia de pessoa para pessoa.

O calor extremo faz mal ao corpo humano, principalmente ao sistema circulatório, por uma série de motivos. “O coração bate mais rápido quando está muito quente, para tentar controlar a temperatura e também pela desidratação. Por ele bater mais rápido, gasta mais energia e mais oxigênio do que precisaria”, explica Hélio Castello, cardiologista e coordenador da hemodinâmica do Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

As artérias também se dilatam, para equilibrar a temperatura corporal. Essa dilatação causa uma queda da pressão arterial. “O terceiro fator, que também atinge toda a parte circulatória, é que, quando está muito quente, nos desidratamos. Quem transporta mais água no nosso corpo é o sangue, então, uma vez que você perde água, teoricamente, tornaria o sangue um pouco mais concentrado, mais viscoso. Isso aumenta o risco de formar coágulos, que podem entupir algum vaso”, afirma Castello.

E acrescenta: “Por fim, em temperaturas muito extremas mesmo, muitas vezes, ocorre uma inflamação de toda a parte circulatória e respiratória”.

Isso significa que qualquer pessoa, exceto crianças, sob condição de calor extremo tem maior risco de sofrer um infarto (quando um coágulo bloqueia o fluxo sanguíneo para o coração) ou AVC (quando vasos que levam sangue para o cérebro entopem ou se rompem).

“A desidratação e a dilatação dos vasos sanguíneos periféricos podem contribuir para a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, elevando a probabilidade de eventos cerebrovasculares”, explica Yano.

A sobrecarga do coração também aumenta o risco de arritmia cardíaca (batimentos irregulares) e insuficiência cardíaca. Isso porque, além do “trabalho dobrado” do órgão, o corpo perde eletrólitos pelo suor, como sódio e potássio, fundamentais para manter a função cardíaca normal.

Yano complementa que as pessoas devem evitar bebidas alcoólicas, que acentuam a desidratação, e ficar atentas aos sinais da falta de água: tontura, fraqueza, náusea e confusão mental.

Mais de 100 pacientes participam de estudo de genética cardiovascular no HGP

A pesquisa tem um papel essencial, pois ajuda os cientistas a desenvolverem estratégias, novos tratamentos ou práticas de cuidados com a saúde. Nesse sentido, o Hospital Geral de Palmas (HGP) faz parte de um projeto multicêntrico em andamento (são 50 centros no País), que visa avaliar, de forma pioneira, o impacto dos fatores de riscos genéticos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares na população brasileira. Em cincos meses de estudo, com o suporte do Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (LACEN-TO), foram incluídos mais de 100 casos de pacientes com infarto de miocárdio, AVC e oclusão arterial de membros.

A iniciativa é desenvolvida pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde (MS), o Hospital Alemão Oswaldo Cruz de São Paulo e o Grupo Fleury, ambos reconhecidos pela excelência em assistência médica e pesquisa, firmaram parceria para a realização de estudo de casos-controle sobre doenças cardiovasculares ateroscleróticas. “é gratificante e motivador ver um centro como o do Tocantins se destacar. Eu tinha convicção do potencial do centro do Tocantins, e agora vemos a comprovação e o comprometimento com o estudo! Vamos todos juntos alcançar os 3.800. Um estudo que agregará para entendermos o processo de adoecimento por Doenças Cardiovasculares Ateroscleróticas no país”, disse o coordenador do estudo, Gustavo Bernardes Oliveira.

O médico cardiologista intervencionista do HGP, Andrés Sánchez, investigador principal do estudo, ressaltou que “conseguimos atingir nosso primeiro objetivo de ultrapassar os 100 casos em cinco meses de estudo (101 casos incluídos desde maio de 2023). Dentre esses 101 pacientes, foram 90% dos casos Infarto agudo do miocárdio (IAM) AVC- oclusão arterial aguda e 10% de casos controle. A maioria foram casos de IAM, porém tivemos muitos casos de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) e Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH) – oclusão arterial aguda (OAA sendo dois de membros inferiores (MMII) e 1 de membro superiores (MMSS) em paciente jovem). Nosso próximo objetivo será ultrapassar 140 inclusões até o final do ano. O HGP fez o paciente número 3 mil do quantitativo nacional. Nosso próximo objetivo será ultrapassar 140 inclusões até o final do ano”.

A enfermeira e pesquisadora, Maristela Bezerra faz a coleta dos dados. “Os participantes passam por avaliação clínica, entrevista por meio de questionário estruturado, bem como coletas de sangue e urina, que serão utilizadas para análise bioquímica e genética. O sequenciamento genético e a análise de variantes serão realizados pelo Grupo Fleury”, pontuou, acrescentando que “os dados de sequenciamento do genoma e os resultados da pesquisa serão integrados à base de dados genômicos do Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão – Genomas Brasil, contribuindo para o desenvolvimento de um perfil genético da população brasileira”.

Encontro

Nos dias 8 e 9 deste mês, o projeto Estudo CV Genes promoveu o I Encontro de Pesquisadores do Estudo CV Brasília, uma iniciativa realizada pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em parceria com o Grupo Fleury e o Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS). O evento reuniu 60 participantes, incluindo pesquisadores do HGP e de todas as regiões do Brasil, gestores de estudos em genética, palestrantes internacionais e autoridades da área da saúde.

Durante o evento, foram discutidos os resultados preliminares do Estudo CV-GENES, o desenho detalhado do estudo e a possibilidade de criar um repositório de dados em genética para facilitar o compartilhamento de informações e promover colaborações no campo da genética no Brasil.

PHYSIO SYNC-HF

Trata-se de um estudo que objetiva avaliar se a estimulação do sistema de condução His-Purkinje é clinicamente não-inferior e economicamente superior à estimulação biventricular na ressincronização cardíaca de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva e bloqueio completo do ramo esquerdo (BRE). Para tal, será realizado um ensaio clínico randomizado, prospectivo, com controle ativo, com alocação 1:1, cegado para o participante e para a avaliação e validação dos diagnósticos e desfechos.

POPULAÇÃO:

  • Pacientes com idade ≥ 18 anos com diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva sintomática  [NYHA] II-III, de etiologia isquêmica ou não-isquêmica.com indicação de terapia de ressincronização cardíaca.

OCEANIC-AF

Estudo multicêntrico, internacional, randomizado, controlado por comparador ativo, duplo-cego, duplo-placebo, de grupos paralelos, 2 braços, de Fase 3 para comparar a eficácia e segurança do Asundexian, inibidor oral de FXIa (BAY 2433334) com Apixabana para a prevenção de acidente vascular cerebral ou embolia sistêmica em participantes com idade igual ou superior a 18 anos com fibrilação atrial.

POPULAÇÃO:

  • Indivíduos adultos, com 18 anos ou mais com Fibrilação Atrial em risco de acidente vascular cerebral.

VICTORION-2

Estudo clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, multicêntrico avaliando o impacto de inclisiran em eventos cardiovasculares adversos importantes em participantes com doença cardiovascular estabelecida (VICTORION-2 PREVENT).

  • Randomização 1:1 para tratamento com inclisiran sódico 300mg SC em adição à estatina de alta intensidade ou placebo em adição à estatina de alta intensidade.

POPULAÇÃO:

  • Participantes do sexo feminino e masculino com 40 anos de idade ou mais que (a) apresentam ASCVD estabelecida e (b) LDL-C ≥ 1,8 mmol/L (70mg/dL), apesar da administração de terapia de estatina de alta intensidade.

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