Comer rápido pode elevar o risco de diabetes

Essa ligação foi encontrada em estudo com milhares de homens

Com base em um banco de dados de mais de 15 mil homens de 40 a 74 anos, cientistas japoneses categorizaram esses indivíduos de acordo com a velocidade com que se alimentavam. Em cinco anos, 620 desenvolveram diabetes.

Cruzando as informações, os estudiosos repararam que os comedores mais acelerados corriam um risco 35% maior de encarar a doença.

Para a endocrinologista Tarissa Petry, do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), trata-se de um achado que dá o que pensar, mas ainda não conclusivo.

“É que os próprios voluntários relatavam se comiam rápido ou não”, nota, frisando que nem sempre essa percepção é fidedigna. “O ideal, agora, é realizar uma pesquisa mais controlada, em que o tempo da alimentação seja de fato cronometrado”, argumenta.

Segundo pesquisa, comer depressa pode contribuir para o surgimento do diabetes Foto: Reprodução/Internet

A teoria faz sentido

Embora a pesquisa não permita cravar que comer rápido provoca diabetes, Tarissa reconhece que há hipóteses plausíveis para associar a pressa à mesa à maior propensão à doença.

“Acredita-se que quem come rápido demora mais para sentir saciedade. Aí, acaba ingerindo um volume maior do que precisa”, raciocina a endocrinologista.

Esse é um processo que facilita o ganho de peso e, se houver predisposição, sobe o risco de o diabetes tipo 2 aparecer.

Treino para desacelerar
Atitudes que ajudam a ter mais calma diante dos alimentos:

– Apoie os talheres à mesa a cada garfada;
– Do aroma à textura, saboreie o prato;
– Nada de celular ou TV enquanto está comendo;
– Reserve uns 30 minutos para ficar à mesa;
– Comece a refeição pela salada.

Por: Thaís Manarini
Fonte: Tarissa Petry, endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP)

Reconhecimento Mundial





O Expertscape, por meio de pesquisa do PubMed, do NIH (National Library of Medicine), dos Estados Unidos, acaba de atribuir ao Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o selo de Especialista Mundial quando o assunto é obesidade.

De acordo com os algoritmos baseados no Pubmed, o cirurgião passa a integrar o grupo de 0,1% dos acadêmicos mundiais que mais publicam artigos científicos sobre obesidade nos últimos 10 anos, dando a ele o título de Especialista Mundial no tema.

O reconhecimento à relevância das pesquisas científicas conduzidas pelo médico brasileiro foi tema de publicação no Twitter da Expertscape, site que classifica especialistas de todo o mundo em cerca de 30 mil tópicos relacionados à biomedicina. O PubMed é uma das ferramentas de pesquisa mais acessadas mundialmente por profissionais e estudantes de diversas áreas da saúde.

QUAL É O SEU FILTRO

No começo era tudo muito divertido: focinho de cachorro, orelhas de elfo, tiaras de flores, máscaras de personagens famosos. Aos poucos, os filtros das redes sociais, em especial do Instagram, foram ficando cada vez mais refinados e sofisticados. Passar maquiagem? Que nada! O próprio aplicativo passou a fazer isso pelo usuário. Hoje, os filtros praticamente fazem uma plástica na face das pessoas. Narizes são afinados, bochechas ficam diminutas, ressaltando as maçãs do rosto, e os lábios tornam-se carnudos à la Angelina Jolie. O recurso é tão fácil de usar que é como se todo mundo tivesse um Photoshop para chamar de seu. Se as redes sociais já eram o depositário do ego de cada um, com selfies e fotos tiradas sempre dos melhores ângulos, com os filtros elas se tornaram um grande catálogo virtual de beleza.

“De tanto usar filtro, uma hora a pessoa já nem se reconhece mais como realmente é”.

Graça Camara,
psicóloga do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Os problemas decorrentes desse fenômeno não demoraram a chegar. Postar selfie, por si só, já mexeu com a autoimagem das pessoas. De acordo com um estudo da Academia Americana de Cirurgia Facial, Plástica e Reconstrutiva, 55% dos cirurgiões plásticos faciais atenderam, em 2017, pacientes que queriam passar por cirurgias para aparecer melhor em selfies. Em 2013, eram apenas 13%. Os entrevistados notaram ainda um aumento significativo entre pacientes com menos de 30 anos. Mais recentemente, os cirurgiões americanos notaram um movimento ainda mais curioso: adolescentes começaram a levar suas próprias fotos com os filtros como referência para as cirurgias estéticas.

“De tanto usar filtro, uma hora a pessoa já nem se reconhece mais como realmente é”, alerta Graça Camara, psicóloga do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Em casos extremos, essa pessoa pode se esconder atrás da imagem virtual, sua versão filtrada, e ter até dificuldade em estabelecer relacionamentos na vida real – o que pode se agravar em um cenário como o atual, de pandemia, quando todos estão trancados em casa e vivendo mais on-line do que nunca.

Camila Rocha, 34 anos, fotógrafa de São Paulo, não era uma entusiasta dos filtros em um primeiro momento, nem mesmo dos engraçadinhos. “Todos eles, até os de cachorrinho, afinavam meu nariz e clareavam meu tom de pele”, conta. “Eu parecia uma pessoa que não era. Não era uma brincadeira”. Isso até o dia em que começaram a aparecer filtros específicos para mulheres negras. “A Rita Carreira, empresária e influenciadora, criou um filtro que era a minha cara, não me deixava branca. Comecei a usar e pensei: uau, agora eu entendo porque todas as blogueiras só aparecem de filtro. Você fica viciado naquela imagem”.

O máximo que Camila usava de filtro, até então, eram os que alteravam a granulação da fotografia ou cores da paisagem. Quando se viu viciada no que alterava a imagem do rosto, teve um momento de autorreflexão e percebeu o perigo. “Cheguei a levantar essa questão nas minhas redes: gente, é preciso tomar muito cuidado com esses filtros! Principalmente na quarentena, quando a gente só vê as pessoas pelas câmeras do celular”.

Graça lembra que grande parte dos usuários das redes sociais é adolescente, são nativos digitais que já nasceram se vendo em telas. E adolescente é muito mais suscetível à pressão social. “Eles não têm ainda uma compreensão da vida nem uma aceitação do próprio corpo. Querem fazer par – te, ser igual aos que são considerados bonitos e bem-sucedidos”, diz a psicóloga. Isso tudo pode gerar uma insatisfação que leva a distúrbios de imagem (a pessoa não se vê como realmente é), alimentares (como bulimia e anorexia) e até a distúrbios psiquiátricos, como depressão e transtorno de ansiedade. Um único comentário negativo sobre alguma parte do corpo – situação retratada no documentário O Dilema das Redes, da Netflix pode minar a já baixa autoconfiança. “No fim das contas, tudo é uma questão de autoestima, as redes sociais só amplificam o problema. Quando a pessoa não está bem consigo mesma, começa a ter problemas com a autoimagem, o que pode levar a situações extremas, como não sair de casa ou até a fazer consecutivas plásticas a ponto de ficarem deformadas”, afirma Graça.

DIGA-ME QUEM SEGUES…

Uma dica dos especialistas para quem se sente oprimido por beldades e barrigas tanquinho é avaliar quem você segue nas redes sociais. Se no seu feed só aparecem musas fitness e celebridades cheias de filtro, está na hora de tornar a lista mais diversa. Inclua ícones do body positive ou, ainda melhor, influenciadores que tratem de outros temas que não só a beleza. No caso dos adolescentes, é preciso uma atenção especial dos pais sobre o comportamento deles em relação à autoimagem e às redes sociais. “Ele ou ela anda muito preocupado com isso? Espera demais a reação das pessoas aos posts? Tem reações exageradas aos comentários?”, questiona a psicóloga. “O amparo social é fundamental para os adolescentes, mas de uma forma que não se desvalorize nem invalide a insegurança deles.”

“É preciso tomar cuidado com esses filtros, principalmente na quarentena, quando a gente só vê as pessoas pelas câmeras”

Camila Rocha, Fotógrafa

IMPERFEIÇÕES EM EVIDÊNCIA

Otávio Machado de Almeida, cirurgião plástico que atende no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, tem notado um aumento considerável na procura por procedimentos estéticos ligados aos novos padrões estabelecidos pelas redes sociais, em especial por causa de perfis de artistas e influenciadoras – grandes adeptas dos filtros. Cirurgias de nariz, mama, lipoaspiração e redução de abdômen continuam sendo os procedimentos mais buscados por seu público, 90% feminino e cada vez mais jovem.

O médico destaca ainda que a cirurgia nas pálpebras é uma que vem crescendo, em especial ao longo do último ano, por causa do uso de máscara na pandemia. O rosto, aliás, nunca esteve tanto em destaque: é ele que aparece mais nas selfies, nos vídeos das redes sociais e agora nas inúmeras reuniões virtuais nesse mais de um ano de reclusão. As imperfeições nunca estiveram tão em evidência – e daí a ajudinha dos filtros nessas horas.

Cirurgião desde os anos 1990, ele faz um paralelo entre as adolescentes que buscavam cirurgias estéticas naquele tempo pré internet e as de hoje. “As meninas de 16 anos de hoje são muito mais ansiosas e resolutas por uma cirurgia do que as dos anos 1990. Primeiro porque elas não saem do celular, e ficam mostrando as fotos delas, das amigas e das influenciadoras no consultório. A exposição a outros corpos e rostos é muito maior”, explica. “E elas já chegam cheias de argumentos e conhecimento sobre a cirurgia, já pesquisaram tudo.”

O médico destaca ainda outro fenômeno que as redes sociais trouxeram: a busca por profissionais dentro do próprio Instagram. “As pessoas querem ver imagens e saber quem eles operaram. Os profissionais, por sua vez, exibem seus trabalhos de forma milagrosa, com ‘antes e depois’ que seduzem as candidatas à cirurgia”.

NARRATIVAS DE FELICIDADE

Seguir influenciadoras que vendem um corpo incrível e uma vida perfeita pode ser tão nocivo quanto o uso de filtros. Além de levar garotas cada vez mais novas aos consultórios médicos, como aponta o cirurgião, faz com que os seguidores muitas vezes se sintam infelizes em relação às suas próprias vidas. Foi o que percebeu a pesquisadora Cinthia Guedes em seu mestrado “Imagens da sociedade do desempenho: um estudo sobre as narrativas de felicidade no Instagram de influenciadoras digitais brasileiras”, defendido na área de Comunicação e Semiótica da PUC-SP.

Em 2018 e 2019, Cinthia passou duas semanas analisando os comentários dos seguidores de duas grandes influenciadoras brasileiras, ambas com mais de 8 milhões de seguidores, no período entre o Natal e janeiro, quando, segundo ela, os posts que mostram uma “vida feliz” aumentam substancialmente. “Elas querem mostrar os looks do dia, as viagens para praias lindas como Fernando de Noronha, e seus corpos esculturais em biquínis.” A ideia era mostrar como o ato trivial de acompanhar as narrativas de felicidade dos outros está inserido no cotidiano de milhares de pessoas, e quais são as consequências disso.

A cirurgia nas pálpebras é uma que vem crescendo, em especial ao longo do último ano, por causa do uso de máscara na pandemia”

Dr. Otávio Machado de Almeida, cirurgião plástico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Os comentários, em geral, variavam entre os de enaltecimento – “Que corpo maravilhoso!” e “Minha musa!” – e os que Cinthia classificou como de “não felicidade”: “Cuspi meu panetone agora mesmo” ou “Correndo para a academia agora”. Esta segunda categoria mostra um nível de infelicidade do usuário consigo mesmo e uma autocobrança enorme, sempre se baseando em uma referência que, como classifica a pesquisadora, é irreal e efêmera.

“A felicidade do Instagram está muito ligada à juventude, magreza e poder aquisitivo”, destaca Cinthia. “Mas é uma imagem estereotipada da perfeição, construída com equipes imensas e fotos super trabalhadas. Seguir esses padrões é insano, impossível. Até porque ninguém está imune à gordura e à velhice, coisas que, no Instagram, devem ser evitadas ao máximo, ou pelo menos adiadas.” Cinthia, que é designer, se sentiu motivada a fazer a pesquisa após assistir ao episódio “Nosedive”, da série britânica Black Mirror, no qual a personagem fica viciada nas notas que ganha nas redes. Mas também teve uma motivação pessoal: ela mesma, como usuária de Instagram, começou a se sentir oprimida e infeliz com o bombardeamento de imagens perfeitas. Estar atento a quem se segue, aliás, é uma dica importante para quem quer se desintoxicar das narrativas irreais de felicidade .

“Meu objetivo não era definir o que é a felicidade ideal, mas mostrar que cada indivíduo deve encontrar o seu caminho e criar um senso crítico em relação aos discursos de Instagram, que são, no mínimo, ilusórios”, finaliza.

REFLEXÕES ANTES DE FAZER CIRURGIA

O Brasil é o segundo país com o maior número de cirurgia plástica no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. E a procura por procedimentos estéticos tem se dado entre mulheres (principal público) cada vez mais novas. “O ideal é que, via de regra, a jovem espere mais um pouco antes de uma decisão importante como essa”, diz o cirurgião plástico Otávio Machado de Almeida. “É preciso maturidade inclusive para enfrentar a cirurgia por si só”. Se ainda assim a decisão for pelo procedimento, além da busca por um bom hospital com uma equipe de retaguarda, o médico destaca alguns cuidados importantes: “Pesquise o nome do profissional, veja se não há um exagero sobre os feitos dele nas redes sociais, se é credenciado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e se não há processos contra ele no Conselho Regional de Medicina”. Lembrando que as consequências de uma cirurgia malfeita vão de deformações a cicatrizes mutiladoras, podendo chegar até a óbito.

ME DEIXA MAIS MAGRA?

Antes mesmo das redes sociais e dos filtros, a fotógrafa Camila já era uma apaixonada por fotos. Quando os celulares ainda não tinham câmera, ela não largava sua Cybershot e fazia, inclusive, selfies com a máquina digital. Como mulher negra e acima do peso, nunca se sentiu representada e, por isso, não se sentia muito confortável nas imagens. “As pessoas falavam que eu era gorda e aquilo mexia comigo, sofri bullying”, recorda. Ela tinha uma neura em especial com os braços; passou muito tempo usando camisa longa e escondendo o corpo como um todo. “O que é triste, né? Ignorar o formato do meu corpo e ignorar o espelho me fez muito mal, me anulei muito. Só fui me entender como mulher depois dos 25 anos.”

A história do braço voltou à tona muitos anos depois quando, já fotógrafa, passou a viver uma situação que se repetia a cada festa de criança que ela era chamada para registrar. “Toda vez que eu falo: vamos juntar aqui e fazer uma foto? Sempre vem alguma convidada e pede: me deixa mais magra? Dá para cortar meu braço da foto? Tudo naquele tom de brincadeira, mas que você sabe que é verdade, que ali tem trauma.”

Para ela, já nem era mais uma questão. “Eu tinha libertado meu braço, em especial depois que comecei a ver mulheres com corpos parecidos com o meu postando fotos lindas nas redes sociais”, conta, destacando que o mesmo espaço que oprime com suas beldades e filtros é também o palco de um movimento contrário, o body positive, um olhar mais positivo e abrangente sobre todos os tipos de corpo.

“Seguir os padrões do Instagram é impossível. Até porque ninguém está imune à gordura e à velhice”

Cinthia Guedes, pesquisadora na área
de Comunicação e Semiótica da PUC-SP

BELEZA É DIVERSIDADE

O movimento body positive é anterior à internet, nasce na cena da contracultura e do feminismo dos anos 1960 e 1970, embalado pelo desejo de um corpo livre de regras. Mas foi graças às redes sociais que ele cresceu e se espalhou pelo mundo, em especial por meio de perfis de mulheres que postam seus corpos tais como são, e #SemFiltro. Não deixa de ser um antídoto ao excesso de beleza roboticamente construída no Instagram e similares.

A psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz destaca a importância do movimento em um país diverso como o Brasil. Em sua experiência clínica, ela vive uma constante: a insatisfação com a autoimagem por causa de um padrão único de beleza – caucasiano, ocidental e europeu. “A gente vive em uma sociedade que supervaloriza a aparência física e não leva em conta que a beleza é cultural. Isso num país miscigenado é ainda mais perverso”, pontua.

Inspirada pelas musas brasileiras do body positive, Camila estava liberta das neuras do braço gordo. Faltava libertar outras mulheres. Foi aí que surgiu um projeto pessoal da fotógrafa, o “Braço gordo, Braço forte”. A partir de autorretratos em preto e branco, ela bordou as fotos com linhas vermelha e amarela, representando respectivamente as amarras que ela vivia antes e as cicatrizes que ficaram desse período. O trabalho pode ser visto no site do projeto (bracogordo.46graus.com), por meio do qual ela recebe mensagens de mulheres com relatos semelhantes. “Teve gente que contou que passava fita adesiva no braço para ele ficar menor e que desenvolveu alergia por isso”, conta.

Camila se preparava para fazer a parte dois do projeto, fotografar outras mulheres e seus braços gordos e fortes, quando a pandemia começou. “Assim que der, vou retomar, porque ainda tem muita mulher presa nessa questão. E é só braço! Braço que levanta, que faz, que move tanta coisa”, finaliza, com a certeza de que o melhor filtro que existe, afinal, é o do amor próprio e de um olhar mais generoso sobre si mesmo.

ESPELHO, ESPELHO MEU

Um estudo feito pela Universidade York, no Canadá, publicado em 2018, fez o seguinte experimento: pediu a universitárias que fizessem uma selfie e a publicassem no Facebook ou no Instagram. Uma parte do grupo só podia fazer uma foto e publicá-la sem edição, e a outra metade podia fazer quantas fotos quisesse e retocálas usando filtros. Todas as participantes, mesmo as do segundo grupo, se sentiram menos atraentes e menos confiantes depois de postarem as selfies do que quando entraram no experimento. Uma vez publicadas as fotos, elas só focavam nos aspectos que julgavam negativos de sua aparência. Algumas, inclusive, quiseram saber se alguém tinha curtido a foto antes de relatarem como se sentiam sobre a postagem.

Verão: dicas para uma boa alimentação na época mais quente do ano

São Paulo, 04 de janeiro de 2021 – Com a chegada da época mais quente do ano, que começa no final deste mês e vai até março de 2021, são necessários alguns cuidados extras com a alimentação e a hidratação, para enfrentar o calor de maneira segura e saudável.

Para isso, prestar atenção no que se ingere é fundamental. Segundo a nutricionista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Luisa Vargas, no calor, o organismo precisa de alimentos que hidratem e auxiliem a proteção das células contra os danos causados pelo sol, ricos em vitamina A, complexo B, C, licopeno e luteína. São eles: cenoura, abóbora, manga, mamão, pêssego, chá verde, pimentão vermelho, tomate, couve, brócolis, espinafre, ovos, oleaginosas, laranja, limão, abacaxi, morango, goiaba e uva.

Hidratação

É importante lembrar que além de investir em frutas da estação e alimentos com pouca gordura, o organismo precisa consumir mais líquidos e alimentos ricos em nutrientes que compensam as perdas de água e sais minerais decorrentes da transpiração.

Em relação aos riscos da falta de hidratação, Luisa explica: “Nos casos leves e moderados, os sintomas são sede, pressão baixa, fraqueza, cansaço e sonolência. À medida que a desidratação se agrava, os sintomas são câimbras, insuficiência renal e convulsões. Casos de desidratação extrema levam o indivíduo ao estado de coma e até à morte.

O problema se torna grave principalmente quando afeta crianças e idosos, que não conseguem identificar essa sensação de maneira correta, não tomam água ou não solicitam na medida que o corpo necessita. “É comum que crianças e idosos esqueçam de beber água. Por isso, quem convive com esses dois públicos deve fazer a oferta de água regularmente”, afirma a nutricionista.

A média padrão de consumo de água é de dois a três litros por dia para um indivíduo adulto. Entretanto, essa quantidade pode variar de acordo com a elevação da temperatura, o quanto a pessoa transpira e o que ela consome, como por exemplo as bebidas alcoólicas, que prejudicam a boa hidratação quando ingeridas em excesso. Para saber a quantidade ideal de água que cada um deve ingerir, a especialista diz: “podemos fazer o cálculo de 35ml de líquidos dividido pelo peso. Ou seja, uma pessoa que pesa 70kg deve ingerir 2,45L. Para que não reste dúvidas, vale também ficar atento à cor da urina, que deve ser de coloração amarelo claro”.

Não exagere no sal

A nutricionista alerta que o consumo excessivo de cloreto de sódio, presente no sal de cozinha, é um grande vilão para a saúde. Isso porque, se consumido de forma exagerada, ele pode provocar a retenção de líquidos e o entupimento dos vasos, levando à hipertensão arterial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo diário não ultrapasse 5 gramas, ou uma colher rasa de chá.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com 123 anos de atuação, é referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz – https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/


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Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz amplia capacidade de atendimento e passa a funcionar em novo endereço

São Paulo, 16 de dezembro de 2020 – O Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz está de casa nova. Desde o dia 15/12, o atendimento está sendo realizado na Unidade Paulista da Instituição, localizada na rua 13 de maio, 1815, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. A mudança de endereço amplia a oferta de atendimento aos pacientes, já que o Centro passa a contar com 11 consultórios, sete para consultas com os médicos especialistas em obesidade e diabetes e outros quatro para atendimento das equipes multidisciplinares.

Inaugurado em 2014, o Centro Especializado em Obesidade e Diabetes é coordenado pelo Dr. Ricardo Cohen, cirurgião com mais de 30 anos de atuação, nomeado pela Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (ASMBS) como um dos 30 médicos de maior destaque na área.

O médico é líder em pesquisas pioneiras e com resultados efetivos na área de obesidade e diabetes. O serviço é o único na América Latina dedicado a oferta de atendimento integral e multidisciplinar para essas especialidades. São médicos endocrinologistas, cirurgiões bariátricos e metabólicos, cardiologistas, nefrologistas, psiquiatras, nutricionistas e psicólogos focados no atendimento integral dos pacientes com diabetes e outros distúrbios metabólicos.

O novo endereço do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz é: Rua 13 de Maio, 1815 – 1º Andar – Torre D – Bairro Bela Vista/SP. Telefone: (11) 3549-1000.

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Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com 123 anos de atuação, é referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

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BEM – ESTAR SEM TAMANHO

A obesidade é uma doença e deve ser levada a sério. Discutimos as melhores formas de tratamento para viver sem complicações.

Dra. Camila Rodrigues Souza

A obesidade é uma doença e deve ser levada a sério. A vantagem dos tratamentos farmacológicos e da cirurgia é que eles atuam nos centros da fome e saciedade, além de promover outras alterações fisiológicas positivas para o emagrecimento. Desde 1998, as cirurgias bariátricas são feitas por videolaparoscopia no Brasil. As taxas de complicações e mortalidade são muito pequenas, de 2% e 0,1%, respectivamente, segundo a literatura médica nacional e internacional. Com isso, as resistências também vêm caindo. “Ao contrário de crenças infundadas, quando bem indicada a cirurgia é o melhor tratamento para a obesidade e suas doenças associadas”, pontua Camila Rodrigues de Souza Carvalho, nutricionista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Camila destaca que a cirurgia é só a porta de entrada. O sucesso do procedimento vem depois. “Não adianta um paciente estar abaixo do IMC 25 [índice de massa corpórea limite para o sobrepeso] se estiver desnutrido, sem músculos no corpo. O que interessa é a saúde e não a estética”. Seja por meio de cirurgia ou tratamento clínico, o papel da(o) nutricionista, não é criar restrições, mas ocupar-se do comportamento da pessoa e ensiná-la a comer para o resto da vida.

DESDE CRIANCINHA

O bullying é um forte motivo para a obesidade ser tratada desde cedo. De 2008 a 2019, a procura por cirurgia bariátrica entre menores de 18 anos aumentou 218%, na rede privada – segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), 2100 adolescentes passaram pelo procedimento apenas no último ano. No SUS, foram 502 pacientes de 16 a 18 anos, nesse mesmo período.

Animação: Mulher pulando corda

DESCOBERTAS

Dra. Livia Porto

“Nenhuma mãe chega indignada porque o filho descobriu que é portador de diabetes, mas sim por não conseguir emagrecer. Por – que a obesidade, muitas vezes, não é encarada como uma doença”, aponta a Dra. Lívia Porto, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Para ela, a pandemia foi positiva para essa questão. “O fato de o coronavírus ter na obesidade um fator de risco para a sua forma grave vem mudando o olhar das pessoas, facilitando que a reconheçam como doença.” A obesidade traz consequências proporcionais ao tempo de exposição. A cada ano aumentam as chances de doenças metabólicas mais difíceis de lidar e mais graves. “Na população com IMC acima de 40, a prevalência de alguns transtornos psiquiátricos pode ser duas a três vezes maior que na população geral”, afirma a Dra. Débora K. Kussunoki, psiquiatra do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes. A forma simplista como o emagrecimento costuma ser tratado também não ajuda, porque no caso da obesidade, a matemática não se resume a comer menos e se exercitar mais. “É uma doença crônica, multifatorial e que se retroalimenta. Tem alterações inflamatórias e de hormônios intestinais que fazem com que ela persista, trabalhando para sua continuidade”, destaca a Dra. Lívia.

#CORPOLIVRE

Ter medidas maiores do que as tabeladas na faixa da normalidade costuma significar certa exclusão social e estrutural – já que cadeiras, catracas, atrações turísticas e até postos de trabalho não comportam pessoas portadoras de obesidade. Só pelo peso, muitas pessoas são julgadas e rotuladas como preguiçosas e descuidadas e ainda recebem tratamento desrespeitoso e humilhante. Para combater esses estigmas, o movi – mento corpo livre (versão nacional do body positive) defende a aceitação de cada corpo como ele é. Para a psiquiatra Débora K. Kussunoki, só é preciso ter cuidado para não abraçar a causa contra a gordofobia e enquadrar quem quer emagrecer ou quem oferece tratamento como gordofóbico. “As pessoas têm de saber que existe uma consequência – o peso e os tipos de acúmulo de gordura acarretam diferentes doenças. Ninguém precisa ficar com o corpo perfeito, nem ser privado de tratamento”, argumenta

Dra. Debora Kussunoki

PANDEMIA E ISOLAMENTO SOCIAL: FALTA DE HÁBITOS SAÚDAVEIS E DE ADESÃO AO TRATAMENTO DO DIABETES TIPO 2 PODEM AGRAVAR A DOENÇA

São Paulo, 10 de novembro de 2020 – Já se sabe que pessoas com diabetes estão no grupo de risco para desenvolverem o quadro grave da Covid-19. Porém, não é só esse risco que preocupa especialistas. Médicos, instituições e a Organização Mundial da Saúde, apontam a preocupação com o controle de doenças crônicas e progressivas, enquanto o mundo ainda enfrenta a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

O receio é que, após a pandemia, seja detectado um aumento de casos graves do diabetes tipo 2 e outras complicações associadas à doença, provocados pelo estresse, dieta pobre em nutrientes e a falta de atividade física. Com a aproximação do Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro, é importante reforçar sobre o cuidado e conscientização sobre a doença.

Segundo o Atlas de 2019 da International Diabetes Federation, o Brasil tem 16.8 milhões de pessoas com diabetes, ocupando 5º lugar no ranking mundial. A estimativa para 2045 é de 20 milhões. O Brasil ainda é o 6º país com maior número de pessoas não diagnosticadas, com 7.7 milhões, além dos possíveis 40 milhões de brasileiros com pré-diabetes.

Nessa condição, a pessoa já apresenta alterações no nível de glicose e cerca de 30% de chance de apresentar complicações características do diabetes. Esse cenário aumentou a preocupação de endocrinologistas neste momento de pandemia, como destaca a especialista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Beatriz Petry.

“Muitos casos podem ter se agravado durante o isolamento social. É importante salientar que estamos falando de uma doença silenciosa, podendo levar anos para manifestar sintomas, e as pessoas não devem negligenciar sua saúde.

Além do uso correto das medicações já prescritas, o retorno ao médico é fundamental para ajustes necessários, a fim de manter a doença sob controle”. A endocrinologista ainda aponta que é importante lembrar que os hormônios do estresse são contrarreguladores no equilíbrio da glicemia, ou seja, tem ação contraria à insulina, favorecendo o aumento da glicose no sangue.

Nos últimos anos, novos medicamentos surgiram e ampliaram as opções para o tratamento desta enfermidade. Entre os fármacos que podem ajudar no tratamento estão os análogos do hormônio GLP-1 e os inibidores da SGLT-2. Uma nova geração de insulinas também tem melhorado a posologia para os pacientes. Porém, mesmo com essas novas associações de medicações a adesão não é fácil. A maioria tem dificuldades em tomar medicações corretamente e manter o estilo de vida saudável.

Em 2019, a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), feita pelo Ministério da Saúde, já mostrava que 44,8% da população geral relatou um nível insuficiente de atividade física, menos de 75 a 150 minutos por semana, e apenas 34,3% descreveu consumo regular de frutas e verduras, “podemos ter esse ano uma piora ainda maior desses hábitos, por conta do período de isolamento e todo estresse causado pelo atual momento. As pessoas devem manter ou retomar urgentemente a atividade física, ter uma alimentação saudável e ficar de olho nas taxas de glicemia. Qualquer alteração, deve-se procurar atendimento médico”, explica Dra. Tarissa.

O controle da doença sempre foi um problema enfrentado pelas pessoas com diabetes, que pode ter sido agravado com a chegada da pandemia. O Coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o cirurgião Dr. Ricardo Cohen, aponta um estudo brasileiro que mostrou que cerca de 70% dos pacientes com o tipo 2 da doença, não apresentam controle glicêmico adequado. “Vivemos há anos uma epidemia global do diabetes, uma doença crônica e progressiva. Os pacientes que não têm controle com medicamentos, a melhor opção é a cirurgia metabólica. Com a pandemia, podemos ter um aumento de pessoas que necessitem do tratamento cirúrgico”, diz.

Benefícios da cirurgia metabólica

A cirurgia metabólica é definida como qualquer intervenção sobre o tubo digestivo, que tem como finalidade o controle do diabetes tipo 2. Os resultados podem ser detectados já a curto prazo. Estudos indicam que 90% dos pacientes que são submetidos ao procedimento cirúrgico não precisam mais utilizar a insulina para manter o tratamento da doença, e muitos não necessitam mais de medicamentos via oral, além de obterem redução do peso, controle do colesterol, pressão arterial e redução de complicações renais.

Uma pesquisa inédita do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, publicado na Jama Surgery em junho deste ano, apontou que a cirurgia metabólica é o tratamento mais eficaz para impedir a progressão da doença renal crônica precoce em pacientes com diabetes tipo 2. O estudo detectou a remissão da albuminúria (perda da proteína albumina na urina e importante indicador de insuficiência renal), em 54,6% dos pacientes após tratamento clínico e 82% após a cirurgia metabólica por bypass gástrico em Y de Roux.

“A remissão de mais de 80% da albuminúria e das lesões renais, com o tratamento cirúrgico significa evitar a progressão da doença e, consequentemente, reduz a necessidade de fazer diálise e transplante de rins. Além de diminuir fatores de risco que podem levar a infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, avalia o cirurgião.

Em outubro, um estudo sueco publicado no New England Journal of Medicine, que comparou pacientes submetidos a cirurgias bariátricas e metabólicas versus os tratados clinicamente, após 24 anos de acompanhamento, comprovou que os submetidos à cirurgia têm 30% menor risco de morte cardiovascular, quando comparados aos que receberam apenas medicamentos. Os tratados cirurgicamente ainda tiveram 13% menos risco de morte por câncer, e ainda ganharam mais de três anos de sobrevida.

“O levantamento ainda apontou que quanto mais cedo o paciente é submetido a cirurgia, maiores são os benefícios em relação as possíveis complicações do diabetes tipo 2 e sobrevida. O procedimento cirúrgico deve ser considerado cada vez mais cedo como tratamento, assim como o medicamentoso. Isso pode salvar vidas”, esclarece Dr. Ricardo Cohen, que também fez parte do artigo. “Retardar as cirurgias metabólicas coloca pacientes em risco de complicações graves e mortalidade”, complementa.

Por conta disso, a necessidade de ampliar o acesso à cirurgia metabólica, é ainda maior, principalmente em casos mais graves, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto com as operadoras de saúde. O procedimento já é regulamento pelo Conselho Federal de Medicina desde 2017, e está em aberto uma consulta pública da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para integrar o rol de procedimentos pagos pelos operadores de planos de saúde, que pode ser acessada pelo site https://www.vidanovametabolica.org.br/. Após entrar na página, basta clicar em “Quero Participar” e depois em “Participar da Consulta Pública”.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com 123 anos de atuação, é referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz – https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/

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Especialistas alertam para o perigo da obesidade e o estigma social da doença

São Paulo, 09 de outubro de 2020 – A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que um em cada oito adultos no mundo apresentam algum grau de obesidade. A entidade prevê ainda que, em 2025, esse número chegue a 700 milhões e 2,3 milhões de pessoas ao redor do globo apresentem sobrepeso.

Já no Brasil, segundo os dados divulgados pela Pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) do Ministério da Saúde, a taxa de obesidade dos brasileiros cresceu 10% entre 2006 e 2018, passando de 11,8% para 19,8%, de acordo com levantamento do ano passado.

Segundo a Dra. Tarissa Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os maus hábitos alimentares dos brasileiros contribuem muito para o crescimento da obesidade, interferindo também na prevalência de outras comorbidades como o diabetes e a hipertensão.

“O consumo de bebidas adoçadas e refrigerantes, assim como outras guloseimas ricas em açúcares e gorduras, aumentou muito no país nos últimos anos. Isso pode ter contribuído para o crescimento da população com obesidade”, explica.

Apontada pela OMS como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, a obesidade é diagnosticada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para o diagnóstico da obesidade em adultos, o parâmetro mais utilizado é o do IMC (Índice de Massa Corporal).

Consideram-se portadoras de obesidade as pessoas com IMC superior a 30. Já as que têm IMC entre 25 e 29,9 são portadoras de sobrepeso. O IMC é calculado a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado (IMC = Peso ÷ Altura × Altura).

”O aumento de peso em si pode causar sobrecarga das articulações com degeneração precoce das cartilagens (artrose), limitações de movimento e dores crônicas”, explica a endocrinologista. “Além disso, quando o depósito de gordura acontece principalmente na região abdominal (gordura visceral), o que é mais comum em homens, mulheres após a menopausa, e principalmente em quem tem predisposição genética, esta gordura é extremamente inflamatória e pode levar a doenças graves como diabetes, hipertensão arterial, esteatose hepática (gordura no fígado) e infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame), responsáveis pela mortalidade precoce desta população”.

Estigma da obesidade

Além das complicações e doenças associadas a obesidade, os pacientes que enfrentam a doença também sofrem com um estigma social ainda enraizado na sociedade. Um estudo publicado no início deste ano no periódico científico de alto impacto Nature Medicine e assinado por mais de 100 instituições no mundo, incluindo o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, mostrou que o preconceito contra a obesidade pode comprometer a saúde, dificultando o acesso aos tratamentos adequados, afetando o convívio social e prejudicando a saúde mental.

O coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Ricardo Cohen, explica que uma das grandes barreiras para o acesso ao tratamento adequado dessas enfermidades é a estigmatização e preconceito contra os portadores da doença. “Parte do público e mesmo alguns profissionais da saúde ainda enxergam a obesidade como um estilo de vida inadequado ou até mesmo más escolhas, os quais geram incontáveis problemas para o indivíduo”, explica o cirurgião bariátrico.

Evidências científicas comprovam ainda que esse estigma pode causar prejuízos físicos e psicológicos, e indicam que a probabilidade de procurar e receber cuidados adequados é menor nas pessoas afetadas pelo preconceito. O indivíduo com obesidade costuma ser visto como preguiçoso, guloso, sem força de vontade ou autodisciplina, e está mais vulnerável ao estigma do peso em ambientes como o trabalho, instituições de ensino e até durante os atendimentos médicos.

Obesidade e a Covid-19

Já se sabe, desde o começo da pandemia, que a obesidade é um fator de risco importante para complicações da Covid-19. Como aponta o estudo publicado em agosto deste ano, no periódico científico Obesity Reviews, ondeos quase 400 mil pacientes estudados, sendo eles pacientes com obesidade e infectados com o novo coronavírus, apresentaram o dobro de chance de precisarem de intervenções médicas, e 74% dessa fatia tiveram risco aumentado de serem admitidos em UTIs.

Tratamentos para a obesidade

Existem quatro medicamentos aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tratamento de obesidade. “É importante que todos saibam que obesidade é doença e, portanto, exige tratamento. A mudança do estilo de vida é fundamental no processo de perda e manutenção do peso, mas as medicações se fazem necessárias na maioria dos casos.

Quando o tratamento clínico da obesidade não traz os resultados esperados, a melhor opção é a cirurgia bariátrica. Estudos recentes comprovaram que o procedimento muda o paladar, controla a saciedade e transforma a relação de recompensa com a comida, motivando ainda mais a mudança de estilo de vida.

No Brasil, a cirurgia é liberada para pacientes com IMC igual ou superior a 40kg/m² ou IMC entre 35kg/m² e 40kg/m², desde que o paciente tenha comorbidades relacionadas à obesidade.Além disso, em pessoas com o IMC acima de 30 kg/m² e que apresentem diabetes descompensado apesar do tratamento clínico, a cirurgia metabólica também é permitida.

“Quanto mais a pessoa com obesidade espera para procurar tratamento, maior a chance de complicações associadas à doença, como quadros de hipertensão, diabetes, infarto e derrame. Além de um tratamento adequado, o ideal é unir esforços para investir na prevenção”, reforça a médica.

Confira abaixo dez dicas para prevenção da obesidade:

  1. Faça de cinco a seis refeições por dia, com intervalo de três horas entre elas, se você sente muita fome antes das grandes refeições;
  2. Adote uma dieta saudável, rica em frutas, legumes, verduras e cereais integrais;
  3. Evite comer frituras, massas, pães e doces em excesso;
  4. Evite alimentos industrializados e fast food;
  5. Troque o refrigerante por água;
  6. Pratique 30 minutos de exercício físico quatro a cinco vezes por semana. Lembre-se: antes de iniciar qualquer atividade é importante passar por avaliação médica;
  7. Evite comer sentado em frente à TV, mexendo no celular ou no computador. A pessoa pode acabar perdendo o controle do que está comendo e ingerindo o alimento muito rápido, demorando mais para saciar a fome;
  8. Utilize mais vezes a escada, ao invés de elevador. Isso aumenta a queima de calorias;
  9. Não faça compras de alimentos nos supermercados antes das refeições e com fome. Isso evita a compra de alimentos mais calóricos;
  10. Durma pelo menos oito horas por dia. A privação de sono provoca impacto no apetite, na fome e no gasto energético.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com 123 anos de atuação, é referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

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Diabetes tipo 2 cresce a cada ano no Brasil

São Paulo, 26 de junho de 2020 – De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), no período entre 2006 e 2019, a prevalência de diabetes tipo 2 passou de 5,5% para 7,4%. O Brasil tem cerca de 16,8 milhões de pessoas com a doença, mais de 14 milhões com tipo 2, ocupando o 6º lugar no ranking. A estimativa para 2045 é de que 20 milhões de pessoas terão diabetes no Brasil, segundo o último Atlas do Diabetes da International Diabetes Federation (2019).

A endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Tarissa Petry, aponta que o aumento de casos e de diagnósticos são consequência do crescimento do sedentarismo, maus hábitos alimentares e da obesidade, doença relacionada ao diabetes. De acordo com a Vigitel, dois em cada 10 brasileiros tem obesidade e mais da metade dos brasileiros está com sobrepeso (55,4%). “Vivemos uma pandemia do diabetes e da obesidade. A maioria das pessoas com diabetes não têm o controle da doença, que além de gerar problemas cardiovasculares e insuficiência renal, pode ser fatal. O que pode levar o paciente à morte não é a só a descompensação da glicose no sangue, mas principalmente suas complicações”, explica.
O Diabetes Mellitus tipo 2 tem origem na resistência insulínica, que acontece quando o organismo não consegue mais usar adequadamente a insulina, hormônio que controla a entrada de glicose nas células, sobrecarregando o pâncreas. Ao longo do tempo, esse quadro causa a falência do órgão, que vai deixando de produzir o hormônio, levando ao diagnóstico deste tipo da doença, que é a principal causa de novos casos de cegueira, derrames cerebrais, infarto do miocárdio, amputações de membros, insuficiência renal e transplante renal no mundo.

DIABETES EM TEMPOS DE COVID-19

As pessoas que vivem com a enfermidade também estão dentro do grupo de risco de alguns vírus respiratórios, como o da pandemia atual, o SARS-CoV-2 causador do Covid-19, já que a hiperglicemia compromete a resposta imune do organismo, dificultando o combate às infecções. “Pessoas que já têm a doença há algum tempo e complicações associadas, assim como o descontrole glicêmico, estão mais suscetíveis a evoluir para a forma grave do Covid-19. Por isso é primordial fazer o tratamento do diabetes corretamente”, comenta Dra. Tarissa.

Essa suscetibilidade acontece, pois, as infecções virais podem aumentar a inflamação do organismo da pessoa com a doença, principalmente quando o diabetes está associado à obesidade, que é uma doença inflamatória de tecidos. Outra maneira do vírus infectar e proliferar no organismo é por meio da ligação à enzima conversora de angiotensina 2, do qual pacientes com diabetes têm maior expressão em células alveolares, miocárdio, rim e pâncreas, o que pode favorecer o aumento da letalidade do Covid-19. Especialistas publicaram na New England Journal of Medicine a hipótese de que a Covid-19 também pode desencadear o diabetes em pessoas saudáveis e agravá-lo em quem já é portador da doença.

Dados internacionais, publicados em revistas médicas, mostram que mais de 60% das internações em Nova Iorque, nos EUA, eram de pessoas com obesidade e próximo a 50%, de pessoas com diabetes. Na Itália, dois terços dos pacientes com Covid-19 internados em UTIs tinham diabetes. Especialistas apontam a importância de se investir em estratégias de controle da disseminação do diabetes, assim como da obesidade, para que em futuras pandemias, evite-se a alta ocupação de leitos em hospitais.

TRATAMENTO

Nos últimos anos, novos medicamentos surgiram e ampliaram as opções para o tratamento desta enfermidade. Entre os fármacos que podem ajudar no tratamento estão os análogos do hormônio GLP-1 e os inibidores da SGLT-2. Uma nova geração de insulinas também tem melhorado a posologia para os pacientes.
Mesmo com essas novas associações de medicações e insulinas é fundamental que o paciente siga o tratamento. “A adesão não é fácil, pois trata-se de uma doença crônica e progressiva, com muitas comorbidades. A maioria tem dificuldades em tomar medicações corretamente e manter o estilo de vida saudável”, aponta a endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“Quando já diagnosticado, dependendo da gravidade, o diabetes pode ser controlado com a realização de atividade física e adoção de estilo de vida e alimentação saudável, mesma fórmula que evita o desenvolvimento da doença. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose. Durante o tratamento é preciso acompanhar os índices de pressão arterial e glicemia e qualquer outra alteração que a doença possa causar”, diz a endocrinologista.

Quando o tratamento clínico não consegue controlar adequadamente o diabetes, uma opção é a cirurgia metabólica. Atualmente, no Brasil, o procedimento é autorizado em casos de IMC acima de 30 kg/m², desde que o diabetes não esteja controlado com o melhor tratamento clínico disponível. Após a cirurgia, o índice de remissão da doença chega de 70 a 80% dos casos, com suspensão ou diminuição da medicação.

Estudo publicado recentemente na Jama Surgery, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, aponta que a cirurgia metabólica é o tratamento mais eficaz na remissão de complicações renais em pessoas com diabetes tipo 2. A primeira avaliação feita em dois anos, de um estudo com cinco anos de acompanhamento, detectou a remissão da albuminúria (perda da proteína albumina na urina e importante indicador de insuficiência renal), em 54,6% dos pacientes após tratamento médico e 82% após a cirurgia metabólica por bypass gástrico em Y de Roux.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas, em 2020 a Instituição irá completar 123 anos. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

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Estudo publicado na Jama Surgery aponta que cirurgia metabólica é o tratamento mais eficaz na remissão de complicações renais em pessoas com diabetes tipo 2

Pesquisa do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz comparou os efeitos do tratamento cirúrgico e melhor tratamento clínico em pacientes com diabetes tipo 2, associada à doença renal crônica em fase inicial e IMC entre 30 e 35.

São Paulo, 22 de junho de 2020 – A cirurgia metabólica é o tratamento mais eficaz para pausar a progressão da doença renal crônica precoce em pacientes com diabetes tipo 2, é o que aponta pesquisa inédita do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, publicado na Jama Surgery, uma das principais revistas científicas do mundo. O estudo randomizado é o primeiro que tem como objetivo comparar a cirurgia metabólica e o melhor tratamento clínico para pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 que tenham IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 e 35 (obesidade grau 1), com alterações microvasculares, como as doenças renais.

As doenças microvasculares são aquelas que danificam os pequenos vasos dos olhos (retinopatia), rins e nervos (neuropatia). Já os danos renais causados pelo diabetes demoram mais tempo a serem percebidas pelos pacientes. O monitoramento regular dos níveis de proteína presentes na urina é fundamental para evitar a evolução destas complicações que podem levar ao comprometimento total dos rins. A primeira avaliação feita em dois anos, de um estudo com cinco anos de acompanhamento, detectou a remissão da albuminúria (perda da proteína albumina na urina e importante indicador de insuficiência renal), em 54,6% dos pacientes após tratamento médico e 82% após a cirurgia metabólica por bypass gástrico em Y de Roux.

Segundo o Dr. Ricardo Cohen, autor principal do estudo e coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o diabetes é uma doença crônica e progressiva, e o paciente com lesão renal inicial geralmente evolui para diálise, transplante renal e tem risco de complicações cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). “A remissão de mais de 80% da albuminúria e das lesões renais, com o tratamento cirúrgico significa evitar a progressão da doença e consequentemente diálise e transplante de rins. O estudo comprova que em dois anos, os pacientes operados têm muito menos chance de apresentarem essas complicações, enquanto os pacientes com os melhores medicamentos apresentam uma melhora, mas não estancam o avanço de possíveis danos renais irreversíveis e seus riscos associados”, avalia o cirurgião.

A pesquisa contou com a participação de 100 pacientes, acompanhados por cinco anos, sendo que 50% foi submetido à cirurgia metabólica e a outra metade teve acesso aos medicamentos mais modernos e eficazes disponíveis para o tratamento clínico do diabetes.

“Este é o primeiro estudo que utiliza a melhor medicação disponível e tem como foco analisar os desfechos renais. Atualmente há 12 estudos mundiais que comparam tratamento cirúrgico e clínico, mas o foco deles é o controle glicêmico, em pacientes com IMC superior à 35”, explica Dr. Ricardo Cohen. A triagem para o estudo de pessoas com IMC entre 30 e 35, foi um fator fundamental, já que a maioria da população com diabetes no mundo sofre de obesidade grau I ou sobrepeso.

A análise feita pelo Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz ainda mostra que em ambos grupos o índice glicêmico foi controlado, mas isso não interfere no dano renal, o mais grave das comorbidades provocadas pelo diabetes. Outros resultados do estudo também apontaram que a cirurgia metabólica ainda traz mais benefícios em relação ao controle e normalização da hemoglobina glicada, colesterol, triglicérides, pressão arterial e alteração de qualidade de vida. A cirurgia também teve o desfecho mais indicado em relação a descontinuação de medicamentos para pacientes com diabetes tipo 2, já que os doentes operados diminuíram em cinco vezes suas medicações. O número médio de agentes farmacológicos para controle metabólico foram seis no melhor tratamento médico e um após a cirurgia metabólica.

“Em dois anos, a hemoglobina glicada foi reduzida em 2,2% em pacientes com tratamento clínico e 2.6% nos cirúrgicos. O resultado é surpreendentemente bom e mostra a importância dessas novas medicações. Porém, o diabetes é uma doença progressiva e também de difícil adesão ao tratamento, por isso, nota-se uma piora depois de um tempo de acompanhamento nos índices metabólicos, enquanto a cirurgia amputa a evolução das complicações, alcançando 44,5% de pacientes com remissão da doença”, analisa o coordenador do estudo.

Os pacientes cirúrgicos alcançaram as metas da American Diabetes Association de colesterol LDL em comparação com o melhor grupo de tratamento médico, 72% vs 52%. A meta de triglicerídeos de 150 mg/dL foi alcançada por 41% dos pacientes do grupo clínico e por 81% dos pacientes operados. A variação do peso também foi outro achado importante, menos de 5% dos pacientes que usou os medicamentos alcançaram 15% de perda de peso corporal, enquanto no grupo de pacientes operados o percentual foi de 95%.

Impactos econômicos

Atualmente, no Brasil, mais de 80.000 pacientes precisam de diálise decorrente do diabetes, custando US$ 350 milhões por ano. Para que os brasileiros com diabetes e doença renal crônica precoce se beneficiassem do tratamento, seria preciso oferecer apenas 100 cirurgias metabólicas extras por ano, com custo de U$3.000,00 por paciente, gerando uma economia de US$ 150.000,00 para o sistema de saúde, para cada pessoa que possivelmente poderia desenvolver complicações renais e precisar de diálise. Enquanto, a cirurgia seria paga em menos de 2 anos.

“Espera-se que, à medida que saímos da epidemia do COVID-19, o sistema de saúde seja reorganizado para trazer o máximo de benefício aos pacientes, usando estratégias clinicamente comprovadas e econômicas, e que futuramente, em outras pandemias, desafoguem UTIs e leitos de internação, já que trata-se de um grupo de risco”, esclarece Dr. Ricardo Cohen.

O que é cirurgia metabólica

Cirurgia metabólica é definida como qualquer intervenção do tubo digestivo, que tem como finalidade o controle do diabetes do tipo 2, com ou sem medicação por meio de mecanismos independentes da perda de peso, e também secundariamente por perda de peso. No caso do estudo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a técnica utilizada é a do o bypass gástrico (ou Y de Roux), que consiste em fazer o grampeamento do estômago e o desvio do intestino inicial para alterar o trânsito de alimentos. Com o procedimento, a perspectiva é que os sintomas nos pacientes regridam parcialmente ou totalmente.

Link estudo: https://jamanetwork.com/journals/jamasurgery/article-abstract/2766660

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