
O que é obesidade?
A obesidade é uma pandemia, devido ao aumento importante de sua prevalência ao longo dos últimos anos. Deve atingir quase 30% dos adultos no Brasil em 2030, segundo estimativa da Federação Mundial de Obesidade.
Em 2010, estima-se que o sobrepeso e a obesidade foram causa de 3,4 milhões de mortes, 3,9% de anos de vida perdidos e 3,9% de incapacidade ajustada pelos anos de vida (QALYs, sigla em inglês) globalmente.
Por isso, quanto antes começar o tratamento, menor o impacto na saúde e qualidade de vida.
Cuide de toda família: Afinal não é questão de peso, é sobre sua saúde!
A definição da obesidade é realizada de acordo com o índice de massa corpórea (IMC ), calculado através do peso dividido pela altura ao quadrado e classificada da seguinte maneira:
- IMC entre 25,0 e 29,9 Kg/m2: sobrepeso;
- IMC entre 30,0 e 34,9 Kg/m2: obesidade grau I;
- IMC entre 35,0 e 39,9 Kg/m2: obesidade grau II;
- IMC maior do que 40,0 Kg/m2: obesidade grau III.
Prevenção da Obesidade
No Centro Especializado de Obesidade e Diabetes oferecemos o cuidado e acompanhamento médico necessário para você e sua família.
A prevenção da obesidade deve ser incentivada desde a infância, fase em que se constrói hábitos para a vida toda. Mas nem sempre é fácil, porque a obesidade é uma doença multifatorial, mas de base fundamentalmente genética. Outras condições, como fatores emocionais e outros gatilhos podem estar também envolvidos secundariamente.
A obesidade é uma doença crônica de causa multifatorial, porém com base genética. E precisa de tratamento!

Por isso, cuidamos de pacientes a partir de 14 anos para que possam realizar o tratamento junto com seus familiares e em conjunto promover uma mudança de hábitos e rotinas para todos, contribuindo para seu desenvolvimento e chegada à fase adulta com saúde e qualidade de vida.
Quais são os sintomas?
Pessoas que convivem com obesidade podem apresentar limitações de movimento, aumento de sudorese, cansaço e falta de disposição também podem acontecer. Além disso, sobrecarregam a coluna e membros inferiores, apresentando, em longo prazo, degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos, além de doença varicosa superficial e profunda (varizes) com úlceras de repetição e erisipela.
A obesidade também é fator de risco para uma série de doenças ou distúrbios listados abaixo:
CONDIÇÕES ASSOCIADAS
Hipertensão arterial | Aumento dos triglicérides |
Doenças cardiovasculares | Aumento do colesterol |
Doenças cérebro – vasculares | Diminuição de HDL (“colesterol bom”) |
Diabetes Mellitus tipo 2 | Aumento da insulina |
Câncer | Intolerância à glicose |
Osteoartrite | Distúrbios menstruais / infertilidade |
Pedras na vesícula | Apneia do sono |
Assim, pacientes com obesidade apresentam severo risco para uma série de doenças e distúrbios, o que faz com que possam ter diminuição da sua expectativa de vida, principalmente quando são portadores de obesidade mais grave, de graus mais avançados.
A obesidade é uma doença que traz consigo uma série de outras enfermidades como hipertensão arterial, aumento dos triglicérides e colesterol, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, osteoartrite, apneia do sono, infertilidade, doenças cerebrovasculares, entre outas. E isso acontece em qualquer idade.
Tratamento da Obesidade
A mudança do estilo de vida, que compreende reeducação alimentar e atividade física, é a base do tratamento clínico da obesidade. Sem ela, dificilmente se atingirá uma perda de peso necessária para melhorar a saúde e, muito menos, essa perda será duradoura.

Reeducação Alimentar
Independente do tratamento proposto, a reeducação alimentar é fundamental, uma vez que, através dela, reduziremos a ingestão calórica total e o ganho calórico decorrente. Esse procedimento pode necessitar de suporte emocional ou social, através de tratamentos específicos (psicoterapia individual, em grupo ou familiar). Nessa situação, são amplamente conhecidos grupos de reforço emocional que auxiliam as pessoas na perda de peso.
Independente desse suporte, porém, a orientação dietética é fundamental.
Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica balanceada, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades calóricas dependentes de sua atividade física.
Não são recomendadas dietas muito restritas (com menos de 800 calorias, por exemplo), já que são restrições drásticas que tem pequena aderência do paciente e de difícil manutenção em longo prazo.
Dietas somente com alguns alimentos (dieta do abacaxi, por exemplo) ou somente com líquidos (dieta da água) também não são recomendadas, por apresentarem vários problemas. Dietas com excesso de gordura e proteína também são bastante discutíveis, uma vez que pioram as alterações de gordura do paciente além de aumentarem a deposição de gordura no fígado e outros órgãos.

Exercício
É importante considerar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gasto energético e que exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico.
O exercício apresenta uma série de benefícios para portador de obesidade, melhorando o rendimento do tratamento com dieta. Entre os diversos efeitos estão:
- a diminuição do apetite;
- o aumento da ação da insulina;
- a melhora do perfil de gorduras;
- a melhora da sensação de bem-estar e autoestima.
O paciente deve ser orientado a realizar exercícios regulares, pelo menos de 30 a 40 minutos, ao menos 4 vezes por semana, inicialmente leves e a seguir moderados. Estas atividades, em algumas situações, podem requerer auxílio de um profissional e ambiente especializado, sendo que, na maioria das vezes, a simples recomendação de caminhadas rotineiras já provoca grandes benefícios, estando incluída no que se denomina “mudança do estilo de vida” do paciente.

Tratamento Medicamentoso
Existem hoje 5 medicações liberadas pela Anvisa para tratamento farmacológico da obesidade no Brasil. A indicação de se associar medicamentos ocorre quando há dificuldade de perda de peso somente com a mudança do estilo de vida ou quando existe necessidade de ajudar a tratar certos comportamentos alimentares.
Dispomos de medicações liberadas para tratamento de obesidade como a sibutramina (aumenta a saciedade e efeitos colaterais como taquicardia, dor de cabeça, insônia, boca seca) que não deve ser usada para pessoas com risco cardiovascular, o orlistate (diminui a absorção de gordura pelo intestino e efeitos colaterais como diarreia e dor abdominal quando se ingere alimentos gordurosos), Liraglutida e Semaglutida (análogos do hormônio GLP-1 também usado para tratamento de diabetes, diminui o esvaziamento gástrico e aumenta a saciedade. Seus efeitos colaterais mais comuns são náuseas, diarreia e dor de cabeça geralmente transitórias e que, na maioria dos casos, cessam com o decorrer do tempo) e O Contrave (Bupropiona associada a Naltrexone) indicado na obesidade quando se identifica um padrão alimentar mais hedônico e com fissuras por comidas específicas.
Outras possibilidades terapêuticas são off label e devem ser indicadas quando o médico evidência potencial benefício com alguma delas: são os casos do topiramato e alguns antidepressivos.
A indicação da melhor medicação para ser utilizada no tratamento da obesidade quando necessária vai depender do perfil e da dificuldade de aderir à dieta adequada de cada paciente.

Tratamento Cirúrgico
As operações bariátricas e metabólicas têm sido cada vez mais indicadas para o tratamento da obesidade e de suas doenças associadas.
As indicações atuais são: pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40 kg/m2 e pacientes com IMC maior que 35 kg/m2, que apresentem comorbidades (doenças agravadas pela obesidade e que melhoram com o tratamento eficaz) que ameacem a vida, tais como diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, doenças do colesterol, doença coronariana, osteoartrites e outras.
Os pacientes com IMC acima de 35 kg/m2 são considerados de pacientes com obesidade grau 2 (acima de 40, obesidade grau 3) e o tratamento clínico, com mudanças de hábitos alimentares e prática de atividades físicas, associado a medicações tem chances de perda de peso e principalmente da manutenção do peso perdido a longo prazo, enquanto os submetidos à cirurgia bariátrica têm ótima eficácia em termos de perda ponderal e controle das doenças associadas.
Aqueles pacientes portadores de obesidade grau 3 têm indicação cirúrgica após tentativas de tratamento clínico e comportamental sem a necessidade da presença de doenças associadas.
Já aqueles pacientes que têm IMC abaixo de 35, porém não tem doenças associadas, devem sem dúvidas, tentar o tratamento clínico antes, com chances de conseguir resultados razoáveis.

Faça seu cálculo de IMC
O IMC é reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de sobrepeso e obesidade. É calculado dividindo o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em metros).
IMC = Peso ÷ (Altura × Altura)
Exemplo de como calcular o IMC:
IMC = 80 kg ÷ (1,80 m × 1,80 m) = 24,69 kg/m2 (Peso ideal)
Utilize a calculadora abaixo para fazer o seu cálculo:
Calculadora
FAQ – Perguntas frequentes
Obesidade não é um fator de risco. É uma doença. Pode vir acompanhada de diabetes mellitus, hipertensão arterial, excesso de colesterol e triglicerídeos, gota, artrose, apneia do sono, esteatose hepática etc. A obesidade não controlada leva a infartos, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência renal. Tratar obesidade e as doenças associadas é prevenir a mortalidade.
Sim. Porém a reposição de vitaminas é feita porque o paciente acaba tendo menor ingesta alimentar e necessita de suplementação.
O objetivo primário das operações bariátricas é a perda ponderal e o controle ou até mesmo a remissão de doenças associadas.
Esperamos entre 18 a 24 meses após as derivações gástricas em Y de Roux uma perda 30 a 35% do peso pré-operatório e a melhora de doenças associadas como cerca de 90 a 95% da apneia do sono, 60 a 70% de controle do diabetes do tipo 2, melhora do refluxo gastroesofágico em 95% das vezes e melhora das doenças das articulações em 90% das eventualidades. Melhora ou remissão da hipertensão entre 55% e 75% dos pacientes.
Já para a gastrectomia vertical, esperamos perda de peso um pouco menor que à derivação gastrojejunal em Y de Roux. Entretanto, ela pode não proporcionar o mesmo sucesso em algumas doenças associadas, principalmente o diabetes tipo 2.
O risco de mortalidade é de 0,09% (banco de dados norte americano-MBSAQUIP, 2021) e está geralmente relacionado com a gravidade das doenças associadas. O índice de complicações maiores é de aproximadamente 3%, menor do que muitas operações de grande porte, especialmente quando realizadas em Centros de excelência, como o Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Sem dúvidas, as vantagens relativas ao controle das doenças associadas, melhor qualidade de vida e longevidade são extremamente compensadoras.
A obesidade é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, resultando em um peso corporal acima dos níveis considerados saudáveis.
A obesidade é causada pela combinação de fatores genéticos, ambientais, comportamentais e hormonais, incluindo hábitos alimentares inadequados e sedentarismo.
A obesidade aumenta o risco de diversas doenças, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, problemas articulares e alguns tipos de câncer.
O IMC é calculado dividindo o peso em quilogramas pela altura em metros elevada ao quadrado. O resultado indica a faixa de peso: abaixo do peso, peso normal, sobrepeso ou obesidade. Clique Aqui e cálcule o seu IMC!
Sim, o tratamento da obesidade geralmente envolve mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada, exercícios físicos e, em alguns casos, o uso de medicamentos ou cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica é um procedimento para redução de peso, indicado para pessoas com obesidade mórbida ou com obesidade associada a problemas de saúde graves.
Sim, a obesidade pode ter um impacto negativo na saúde mental, levando a problemas como baixa autoestima, depressão e ansiedade devido a questões de imagem corporal e estigma social.