MUITO ALÉM DA SUPERFÍCIE

DESVENDE OS MITOS E VERDADES DA TATUAGEM.

Há pelo menos 5 mil anos o homem tatua a pele. No Ocidente, essa prática foi identificada em meados do século 18, quando marinheiros exibiam desenhos inspirados na arte corporal de povos aborígenes. No século 19 e no início do 20, a prática passou a ser vista com preconceito, já que presidiários, prostitutas e soldados viraram adeptos.

Com o tempo, as tattoos (ou tatau, “marca” no idioma polinésio) acabaram influenciando roqueiros, motoqueiros, hippies, punks, entre outras tribos urbanas, e se transformaram em sinônimo de atitude. Hoje, como forma de expressão corporal, é bastante comum ver diferentes versões de desenhos, inclusive em 3D e estilos pigmentados com tinta preta, colorida ou branca.

Mas, afinal, como a tatuagem funciona na pele? Faz mal? Vicia? O Dr. Eduardo Bertolli, cirurgião oncológico especializado em pele do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, nos ajudou a entender um pouco melhor sobre a prática que ganha cada vez mais adepto.

Cada picada da agulha representa um trauma superficial, que se regenera rápido. A própria reação imunológica do corpo – ao enviar células para eliminar a tinta, considerada um corpo estranho – retém micropartículas dos pigmentos e mantém a tatuagem visível, geralmente para sempre.

Porque elas são feitas nas camadas mais profundas da pele. Das três camadas – a epiderme (mais externa), a derme (intermediária) e a hipoderme (mais profunda) –, a única que está em constante renovação é a epiderme.

As tatuagens definitivas são feitas geralmente com pigmentos à base de derivados de metais. A tinta preta, por exemplo, é feita de carvão; a azul, de sais de cobalto; o verde, de sais de cromo; o branco, de óxido de titânio; e por aí vai.

Sim. Principalmente as com tinta vermelha, cuja fórmula inclui sais de cádmio, metal que pode causar câncer, e, muitas vezes, mercúrio, considerado tóxico. Uma alternativa é usar o vermelho carmim, feito de um pequeno inseto. Pesquise sempre as marcas aprovadas pela Anvisa.

Essa é uma regra muito importante para evitar riscos de infecções pelo contato com o sangue. Se a agulha for reutilizada, pode haver risco de contaminação, inclusive por HIV.

Não há uma regra específica para isso. Apesar de não proibirem, os bancos de sangue costumam considerar a tatuagem uma contraindicação pela falta de conhecimento das condições em que ela foi feita. Alguns sugerem aguardar um ano após a realização da tatuagem, tempo que pode revelar algum tipo de contaminação.

Tudo depende do laboratório. De modo geral, antes de fazer o exame, é aplicado um questionário para investigar as condições da tatuagem. As máquinas utilizam ímãs para localizar algo atípico no corpo e os metais das tintas podem ser sensíveis aos campos magnéticos criados.

Por si só, a tatuagem não é considerada um fator de risco. A questão é que ela dificulta a visualização durante a avaliação da pele, principalmente as com cores muito escuras. Desenhos feitos para esconder a cicatriz resultante da retirada de um câncer, por exemplo, podem atrapalhar a detecção de uma possível evolução da doença.

Apesar de muitas pessoas jurarem que sim, não existe nada comprovado sobre o assunto. O que provavelmente acontece é que, depois de fazer a primeira, se a pessoa gostou do resultado, ela quer repetir a experiência. Mas isso tem a ver com estética, não com vício.

Mito! A recomendação é bem comum, mas não chega a ser uma proibição. Nos primeiros dias, é bom evitar a exposição exagerada para não estimular um processo inflamatório, que pode desbotar o desenho. A dica é sempre se expor ao sol usando filtro solar.

Se a glicemia estiver totalmente controlada, não há riscos, mas é sempre bom evitar tatuar a pele em locais onde são aplicadas as injeções de insulina. Vale lembrar a importância de contar com orientações médicas, já que os diabéticos correm mais risco de ter infecções.

Isso vale não só para as tatuagens, mas para a cicatrização em geral. O ideal é comer alimentos ricos em vitamina C (frutas ácidas como laranja tangerina e limão) e zinco (carnes, peixes e vegetais verde escuros), que ajudam no processo.

Depende da extensão, da cor, do tempo de existência dela e das tecnologias utilizadas na remoção. Se o pigmento estiver muito profundo ou a cor for muito escura, é mais difícil. Seja como for, nenhum método oferecido hoje é totalmente eficaz na primeira vez.

Oncologia Câncer de pele Texto Matéria

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