Quando a obesidade e o diabetes interferem na fertilidade

A infertilidade é um problema que assombra as mulheres em idade fértil e podem estar relacionadas a doenças como obesidade e diabetes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que 12% da população mundial é considerada obesa e estima que mais de 347 milhões de pessoas tenham diabetes em todo o mundo. Esse cenário alarmante pode impactar as futuras gerações.

Segundo Dr. Ricardo Cohen, Coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as pacientes obesas possuem normalmente mais distúrbios no eixo hopitálamo-hipófise-ovário, no ciclo menstrual e têm até três vezes mais chances de sofrer anovulação, causados principalmente por um quadro de resistência periférica à ação da insulina e também à síndrome de ovário policístico. “A mulher acima do peso ideal produz maior quantidade de estrógeno, que causa um efeito contraceptivo, limitando as chances de gravidez”, explica Dr. Cohen.

A obesidade é ainda mais preocupante quando associada ao diabetes tipo 2. A relação entre as duas doenças deve-se ao fato de que, para que ocorra a transformação de glicose em energia, a insulina deve se ligar a receptores presentes nas membranas das células, permitindo a entrada de glicose nas mesmas. O acúmulo de gordura diminui o número de receptores, resultando em uma condição conhecida como resistência à insulina, que implica no aumento da glicose no organismo e, consequente, no desenvolvimento de diabetes tipo 2. Essas condições podem potencializar a deficiência hormonal na mulher, assim como ciclo menstrual irregular e infertilidade.

Ainda assim, após a fecundação, a mulher deve redobrar os cuidados com o Diabetes. “Gestantes que não mantêm o diabetes bem controlado, nas primeiras semanas de gravidez, têm entre duas e quatro vezes mais chances de gerar uma criança com deformidades genéticas, além de estarem mais sujeitas a hemorragias, abortos e partos prematuros”, afirma Dr. Cohen.

A obesidade e o diabetes são considerados doenças crônicas e precisam ser tratados. Mulheres que tratam essas enfermidades adequadamente aumentam suas chances de engravidar, uma vez que a perda de peso pode contribuir muito para restaurar o ciclo menstrual e a ovulação. Além do tratamento clínico convencional, em alguns casos, existe a indicação de cirurgias para o controle do diabetes tipo 2, chamadas de metabólicas.

Esse procedimento envolve principalmente a modificação do caminho dos alimentos pelo tubo digestivo. Evitando-se a passagem da comida pela porção inicial do intestino, existe imediata diminuição da resistência dos tecidos à ação da insulina, independente da perda de peso, configurando o que chamamos ação antidiabética direta dos procedimentos. Além disso, existe aumento de secreção de hormônios intestinais que regulam a fome e a saciedade e também melhorando a secreção de insulina pelo pâncreas. “Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade leva ao emagrecimento, que é importante a longo prazo também para o controle do diabetes e de eventuais outras doenças associadas como a hipertensão, apneia do sono, entre outras”, explica Dr. Cohen.

No Brasil, a eficácia das cirurgias metabólica em pacientes não obesos mórbidos, com IMC menor que 35 kg/m², como opção terapêutica para controlar o Diabetes tipo 2 foi comprovada em uma pesquisa realizada em 2012 pelo Instituto de Educação e Ciências em Saúde (IECS) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Liderado por Dr. Ricardo Cohen, Coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes, o estudo demonstrou o controle da doença em 88% dos pacientes e com expressiva melhora em 11% com seguimento a longo prazo, com mais de 6 anos, sendo o maior tempo de segmento publicado nessa população.

Uma pesquisa inédita está sendo conduzida pelo Dr. Ricardo Cohen e também realizada pelo IECS, com o objetivo de comprovar os benefícios do tratamento cirúrgico em comparação ao melhor tratamento clínico para doenças microvasculares decorrentes do Diabetes tipo 2, como as retinianas, renais e neuropatias. Com previsão de conclusão para 2015, a investigação inclui pacientes com história de Diabetes de até 15 anos e com IMC entre 30 e 35 kg/m². A pesquisa está em fase de recrutamento. Os pacientes que atenderem aos critérios e tiverem interesse em participar devem entrar em contato pelo e-mail: obesidade@haoc.com.br.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos melhores centros hospitalares da América Latina, é referência em serviços de alta complexidade, com foco em Oncologia, Doenças Circulatórias, Doenças Digestivas, Ortopedia e Traumatologia. Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital possui uma das maiores casuísticas do país e concentra seus esforços na busca permanente da excelência do atendimento integral, individualizado e qualificado ao paciente, além de investir fortemente no desenvolvimento científico, por meio do ensino e da pesquisa. Com mais de 96 mil m² de área construída, o Hospital dispõe de 327 leitos de internação, sendo 22 salas de cirurgia, 44 leitos na Unidade de Terapia Intensiva e Pronto Atendimento 24 horas. Além disso, oferece uma das mais qualificadas assistências do país e Corpo Clínico renomado, para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde.

Você tem várias formas de agendar consultas e exames:

Envie uma mensagem para:

WhatsApp

Agende sua consulta ou exame:

Agende online
QR Code Agende sua consulta ou exame

Agende pelo app meu oswaldo cruz

App Meu Oswaldo Cruz disponível no Google Play App Meu Oswaldo Cruz disponível na App Store