Novos testes sanguíneos diminuem excesso de biópsias para câncer de próstata

Data: 06/06/2024 Publicado em: LABNETWORK/SÃO PAULO

Nos últimos anos, muitas estratégias têm sido elaboradas para tentar diminuir o excesso de biópsias desnecessárias. O surgimento de novos marcadores sanguíneos e urinários promete melhorar essa questão

O câncer de próstata é responsável por aproximadamente 80 mil novos diagnósticos todos os anos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma).

Dr. Bruno Benigno, Urologista e Oncologista do Hospital Oswaldo Cruz e diretor da Clínica Uro Onco, afirma que 70% dos homens com câncer de próstata não têm sintomas. E boa parte desses homens são diagnosticados através do rastreamento anual, que é feito através da dosagem do exame de sangue, o PSA, e o exame de toque retal.

Ele explica que o PSA é muito sensível, mas pouco específico, levando a um índice elevado de indicação de biópsias desnecessárias. “Nos últimos anos, muitas estratégias têm sido elaboradas para tentar diminuir o excesso de biópsias desnecessárias. O surgimento de novos marcadores sanguíneos e urinários promete melhorar essa questão”. Ele lembra que no Brasil, já temos disponíveis dois testes sanguíneos que melhoram a acurácia oferecida pelo PSA.

O primeiro deles é um exame de sangue chamado PHI-Score, que utiliza a dosagem de três isoformas do PSA e cria um score numérico que varia de 0 a 100. Toda vez que o PHI-Score está acima de 40, indica um risco aumentado da existência de câncer de próstata, podendo auxiliar o médico na tomada de decisão por fazer ou não uma biópsia de próstata. Um outro teste sanguíneo é o 4K-Score, que utiliza o mesmo princípio do teste anterior, mas um cálculo matemático diverso, expressando o seu resultado em porcentagem de risco, sendo que acima de 7,5% de risco de câncer de próstata, os urologistas tendem a indicar o procedimento invasivo.

Estes testes são feitos no sangue e avaliam proteínas semelhantes ao PSA e que têm alta correlação com a existência do câncer de próstata. Esta inovação representa um avanço significativo na precisão diagnóstica”, explica.

Além disso, vem ganhando espaço nesse cenário a utilização da ressonância magnética do tipo multiparamétrica. Quando essas estratégias são utilizadas em associação, podemos evitar até 40% de biópsias de próstatas sem necessidade.

Benigno lembra que outra evolução notável é a integração da ressonância magnética antes da biópsia de próstata, que permite identificar com mais precisão os focos de doença dentro da próstata que poderiam não ser identificados no momento de uma biópsia. Esta técnica melhora a eficácia do diagnóstico e reduz os riscos de falsos-negativos.

A inteligência artificial é uma novidade que passa a ser integrada na fase de diagnóstico, permitindo que algoritmos analisem uma enorme quantidade de fotos do tecido da biópsia de próstata, indicando para o médico as principais áreas de agressividade da doença; assim como possibilitando avaliar melhor o prognóstico e resposta dos pacientes a determinados tipos de tratamento, como a radioterapia e hormonioterapia”, diz. Para ele, este avanço representa um marco na personalização do tratamento do câncer de próstata.

O diagnóstico precoce continua sendo essencial para combater a doença, que muitas vezes é “silenciosa”. Por isso, é recomendável que homens a partir dos 45 anos procurem um urologista e realizem exames preventivos regularmente, um passo vital para aumentar as chances de sucesso no tratamento.


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