Dia Mundial da Hipertensão (17/05)

Controle da doença, que impacta 45% da população brasileira, pode reduzir de hospitalizações provocadas por AVCs, revela estudo CARDIO4Cities, realizado por coalizão público-privada no Brasil, Senegal e Mongólia

São Paulo, 16 maio de 202317 de maio é o Dia Mundial da Hipertensão. A data foi instituída a fim de trazer às pessoas conhecimento sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento efetivo para controle dos níveis pressóricos.

Popularmente conhecida como “pressão alta”, a hipertensão arterial é um fator de risco cardiovascular silencioso, que afeta aproximadamente 45% da população brasileira, segundo o estudo Population Urban and Rural Epidemiology (PURE). A hipertensão é considerada o principal fator de risco para doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hospitalização por insuficiência cardíaca) e o segundo fator mais relevante associado à mortalidade na América Latina, incluindo o Brasil.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as mortes decorrentes de problemas cardiovasculares superam os óbitos oncológicos e ocupam o primeiro lugar. Ainda segundo a entidade, cerca de 400 mil infartos e 500 mil AVCs são registrados por ano no país. Vale lembrar que as doenças cardiovasculares não apenas encurtam a sobrevida do paciente, mas também resultam em qualidade de vida prejudicada e óbitos precoces. Além disso, causam um grande impacto econômico dentro do Sistema de Saúde.

O setor no combate à hipertensão arterial

Projeto publicado em dezembro de 2022, o CARDIO4Cities – parceria entre Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, Fundação Novartis, Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, American Heart Association e Instituto Tellus – mostra que a implementação de uma coalizão público-privada multissetorial de saúde e em parceria com a comunidade local, apoiada por dados e tecnologias digitais no controle efetivo da hipertensão arterial, traz resultados importantes no que diz respeito as taxas de controle da pressão arterial e melhora nas taxas de hospitalização de AVC.

Realizado no Brasil (São Paulo), no Senegal (Dakar) e na Mongólia (Ulaanbaatar), entre o último trimestre de 2018 e o final de 2019, o CARDIO4Cities analisou dados de 18.997 pacientes com hipertensão, em unidades básicas de saúde dos três municípios participantes. Em cada um deles, foram implementadas práticas de medicina baseadas em evidências e adaptações às prioridades locais, cocriação de soluções junto com a comunidade, coalizão estratégica entre parceiros envolvidos e tecnologia digital eficiente. A cidade de São Paulo foi escolhida para o estudo, justamente, por suas características e complexidades – por ter população estimada em 12 milhões de habitantes; prevalência de hipertensão arterial em 45% das pessoas (um em cada dois indivíduos); e mortalidade por doença cardiovascular de 30 a 40%.

Um dos autores do CARDIO4Cities, o Prof. Dr. Álvaro Avezum, cardiologista e diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que, ao longo de 15 meses de implementação do projeto, a taxa de controle da pressão arterial entre os participantes que receberam medicação triplicou em São Paulo (passando de 12,3% para 31,2%) e em Dakar (passando de 6,7% para 19,4%) e aumentou, seis vezes, em Ulaanbaatar (passando de 3,1% para 19,7%).

“Isso não estava previsto. Triplicar o controle da pressão arterial é inovador, pois inovação sempre envolve benefício populacional tangível. Em São Paulo, partimos de 12% de hipertensos que estavam medicados e controlados (níveis de pressão arterial dentro do recomendado) e, em 15 meses, chegamos a 31%. Com isso, por meio de modelagem, houve redução de hospitalizações devidas a AVCs. Vale ressaltar que o resultado positivo foi constatado também nas outras duas cidades”, explica o especialista. “Falando em impacto econômico para o sistema público de saúde, o custo de vida ajustado por qualidade foi de apenas US$784 por ano; portanto, a intervenção pode ser considerada custo-efetiva e encontra-se pronta para ser aplicada em outras regiões do país”, afirma o médico.

O PURE no auxílio da implementação de políticas públicas

Uma outra pesquisa também realizada ano passado, no âmbito do maior estudo observacional mundial, o Population Urban and Rural Epidemiology (PURE), coordenado internacionalmente pelo Population Health Research Institute (PHRI) da Universidade McMaster, em colaboração com 30 países, incluindo o Brasil, concluiu que as principais causas de morte em países de desenvolvimento econômico intermediário (Brasil, Chile, Argentina e Polônia) foram cardiovasculares (42%), câncer (30%) e respiratórias (8%), totalizando 80% das mortes.

Quando a avaliação incluiu apenas América Latina, as causas foram doenças cardiovasculares (DVC) (31,1%), câncer (30,6%) e doenças respiratórias (8,6%), totalizando 70% das causas. A incidência de DCV (por 1.000 pessoas-ano) variou modestamente entre países, sendo a maior incidência no Brasil (3,86) e a menor na Argentina (3,07). Os fatores de risco, associados com mortalidade, foram considerados evitáveis, fáceis de identificação e passíveis de prevenção.

Liderado no Brasil pelo Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o estudo PURE acompanhou uma população de 24.718 pessoas adultas, entre 35 e 70 anos, de 51 comunidades urbanas e 49 rurais, no Brasil, na Argentina, no Chile e na Colômbia, durante o tempo médio de 10 anos.

“Identificamos que grande parcela das mortes prematuras na América do Sul poderia ser evitada com a adesão de políticas destinadas a controlar os fatores de risco metabólicos e comportamentais. 90% dos eventos cardiovasculares (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hospitalização por insuficiência cardíaca) e 90% das mortes prematuras poderiam ser evitadas”, comenta o Prof. Dr. Álvaro Avezum, também coordenador desta pesquisa.

O médico explica que esse tipo de análise é importante para auxiliar as equipes médicas e assistenciais na adoção de melhores cuidados e tratamentos para o paciente. “Os dados do PURE trazem conhecimento relevante e válido que pode auxiliar eficazmente na implementação de políticas públicas que contribuam no controle dos fatores de risco e na redução de mortes eventos cardiovasculares evitáveis”, conclui o médico.

“O controle da pressão arterial é importantíssimo. Primeiro, porque a sua prevalência é mais alta do que se fala; depois, porque a proporção de tratamento e controle é mais baixa do que se pensa. E o impacto da doença é o principal fator para eventos e o segundo para mortes”, conclui o Dr. Álvaro.

O que é e o que pode significar um mal súbito e como agir?

“Na verdade, o mal súbito não é uma doença, e sim um sintoma de diversos problemas”, ensina o cardiologista Helio Castello, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. “Em resumo, trata-se de uma trata-se de uma perda repentina de consciência”, completa. (Revista veja)

Uma pessoa pode desmaiar em um mal súbito por diferentes razões, dependendo da causa. Em muitos casos, o desmaio ocorre porque há uma queda repentina na pressão arterial, o que pode resultar em uma diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro. Isso pode acontecer, por exemplo, em casos de arritmias cardíacas ou em situações de estresse intenso.

Outra razão comum para o desmaio em um mal súbito é a falta de oxigênio no cérebro, que pode ocorrer, por exemplo, em casos de parada cardíaca ou de problemas respiratórios. A falta de oxigênio no cérebro pode causar uma perda temporária de consciência.

Também é possível que o desmaio seja causado por outras condições, como convulsões, traumas cranianos ou alterações metabólicas graves.

Em todos os casos, o desmaio é um sinal de que o cérebro não está recebendo a quantidade adequada de oxigênio e nutrientes, o que pode levar a danos cerebrais permanentes ou mesmo à morte se não for tratado rapidamente.

Como socorrer alguém que perde a consciência

O atendimento precisa ser rápido. Se a pessoa não recobra a consciência em poucos segundos, contate os serviços de emergência e reportar os os diferentes sinais para que o atendente ofereça um melhor suporte. O indivíduo parou de respirar? Seu coração está batendo? Veja tudo isso e ligue imediatamente para o Samu.

Projeto ajuda a controlar hipertensão em São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um projeto de saúde implementado em São Paulo por meio de uma parceria público-privada resultou no aumento do controle da pressão arterial e em queda dos episódios de AVC (acidente vascular cerebral) e infartos na cidade.

Em números, a porcentagem de hipertensos com controle de sua pressão arterial saltou de 12% para 31%, enquanto os episódios de AVC caíram 12% e os de ataques cardíacos 13% em um período de 15 meses, entre 2018 e 2019.

Os resultados foram apresentados na terça-feira (18), no seminário Doenças Crônicas: Inovando com Simplicidade, promovido pela Folha de S.Paulo e patrocinado pela Fundação Novartis.

“Em doenças crônicas há a necessidade de intervirmos para reduzirmos o ônus. Nas cardiovasculares, a consequência disso é o aumento da longevidade e da qualidade de vida da população”, afirma Arthur Avezum, cardiologista e diretor do centro internacional de pesquisas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, responsável por apresentar os dados.

A experiência em São Paulo faz parte de uma iniciativa maior da Novartis, chamada Cardio4Cities, que busca trabalhar com governos locais e entidades da sociedade civil para aumentar a conscientização sobre pressão alta.

Entre outras ações, o projeto visa qualificar farmacêuticos para que seu contato com o paciente seja mais preciso e promover uma divisão de tarefas entre médicos, enfermeiros, auxiliares e agentes comunitários, além da conscientização do paciente para que ele entenda que o controle da pressão pode resultar em aumento de expectativa e qualidade de vida.

Dacar, no Senegal, e Ulan Bator, na Mongólia, foram outras cidades que passaram pelo processo. Na primeira, a porcentagem de hipertensos com controle de sua pressão saltou de 7% para 19%, em 19 meses; na segunda, de 3% para 19%, em 21 meses. As três cidades têm em comum urbanização rápida e desenfreada e altas taxas de pressão alta e doenças cardiovasculares.

A abordagem do projeto se baseia em seis pilares, que formam a sigla Cardio?

Cuidado, acesso, reforma, dados, intersetorial e organização.

“Buscamos melhorar o cuidado, promover o acesso precoce ao diagnóstico, reformar políticas com benefícios comprovados para saúde, aproveitar dados e tecnologia digital para criar métricas, fomentar a colaboração intersetorial e garantir orientação à autoridade local, no caso a Secretaria Municipal de Saúde”, diz Avezum.

Para ele, a colaboração é o mais importante. “É uma coalizão. Não é só a área médica. Tem educação, planejamento de cidades, esporte, alimentação. Todos são parceiros.”

O cardiologista exalta a importância dos agentes locais, especialmente os da saúde, e do processo de cocriação, no qual a população ajuda a preparar a intervenção.

Na capital paulista, a iniciativa começou em seis UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de Itaquera, na zona leste, em 2018. Atualmente, está em 236 equipamentos de saúde, sendo 162 UBSs, em todas as zonas. Nas unidades de saúde, o projeto capacita profissionais e trabalha para melhorar a coleta de dados

Para encontrar quem nem sequer sabia de sua condição, a iniciativa instalou pontos de medição de pressão em locais movimentados, como shoppings, estações de metrô, feiras, escolas de samba e no estádio do Corinthians. Uma vez identificados, hipertensos eram encaminhados para as unidades de saúde para começar o acompanhamento.

“O projeto foi testado com adversidades ?a pandemia? e agora está pronto para ser replicado e estendido para outras cidades”, afirma o médico.

Doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes no mundo. Em 2019, foram 17,9 milhões ou 32% do total. No Brasil, a porcentagem salta para 42%. Há cerca de 55 milhões de hipertensos no país.

“Se todo brasileiro tivesse a pressão normal, haveria cerca de 43% menos casos de infarto. Hoje há 400 mil por ano. No AVC, o impacto seria maior, com 48% a menos. Acontecem cerca de 500 mil todos os anos”, afirma Avezum.

Além disso, controle da condição também significaria economia. Atualmente, estima-se que a hipertensão arterial custe ao Brasil, somando-se tratamento e perda de produtividade dos acometidos pela condição, R$ 72 bilhões por ano.

Entenda os riscos da terapia hormonal para ganho de massa sem acompanhamento médico

Entre os efeitos adversos estão problemas cardiovasculares e renais, transtornos de comportamento, além de infertilidade e disfunção erétil.

Terapia hormonal com testosterona e anabolizantes são utilizados visando o ganho de massa muscular e a melhora do desempenho esportivo. No entanto, o uso dos produtos sem a prescrição e o acompanhamento médico pode ser perigoso para a saúde.

Uma resolução recente do Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição médica de terapia hormonal e anabolizantes com finalidade puramente estética. A medida mantém a permissão da indicação a pacientes com diagnóstico comprovado da falta do hormônio no organismo e o quadro clínico compatível com a utilização desse tipo de tratamento.

De acordo com o conselho, a norma destaca a inexistência de estudos clínicos de boa qualidade metodológica que demonstrem a magnitude dos riscos em homens e em mulheres, além da ausência de comprovação científica da necessidade da terapia hormonal com testosterona para a mulher.

Importância da testosterona

A testosterona é um hormônio produzido nos testículos e nas glândulas suprarrenais, com efeitos para o corpo inteiro do homem. Ela ajuda a produzir proteínas e é essencial para o comportamento sexual normal e para as ereções. Além disso, afeta diversas atividades metabólicas, como produção de células do sangue na medula óssea, formação do osso, metabolismo de lipídios e de carboidratos, função dos rins e crescimento da próstata.

Em mulheres, a testosterona está presente em baixas quantidades sendo associada à regulação biológica e ao processo de reprodução.

A terapia de reposição de testosterona a partir de compostos sintéticos é indicada para indivíduos com sinais de baixa do hormônio, o chamado hipogonadismo, com confirmação laboratorial.

O diagnóstico de hipogonadismo masculino requer a presença de sintomas clínicos como libido baixa, disfunção erétil e fadiga, além da dosagem de testosterona realizada no mínimo em duas ocasiões no período da manhã na ausência de doenças agudas ou graves.

“Os derivados de testosterona surgiram e devem ser utilizados para o tratamento de problemas de saúde devidamente diagnosticados, segundo parâmetros clínicos e métodos complementares. Quando o médico assistente pensa em prescrever terapia de testosterona, ele leva em consideração uma série de fatores – presença de contraindicações, dose, via de administração, intervalo das doses, etc., com o intuito de melhorar a qualidade de vida de seus pacientes ao mesmo tempo que minimiza a chance dos efeitos colaterais possíveis”, afirma o médico urologista Dimas Lemos Antunes, em comunicado.

Compostos sintéticos

Compostos sintéticos com base em testosterona ou que induzem aumento do hormônio, como os anabolizantes , são utilizados a partir de prescrição médica para o aumento de massa muscular em casos específicos, como explica o cardiologista Leandro Costa, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“A suplementação de hormônios como a testosterona se dá primordialmente naqueles indivíduos que têm falta desse hormônio por falta de produção endógena, do próprio organismo. Há falta e necessidade de complementação. Uma segunda indicação é para indivíduos que estão em caquexia, com muito baixo peso, o que acontece bastante em pacientes com câncer ou que estão com terapia intensiva. Nesses casos, os medicamentos são utilizados para o aumento de massa muscular”, diz Costa.

No entanto, os medicamentos também são utilizados erroneamente como um atalho para ganho de massa muscular a partir da administração de forma injetável intramuscular, via oral e através de gel transdérmico. A prática sem orientação médica tende a ser feita em doses exageradas ou intervalos curtos, chamados ciclos, o que pode levar a uma sobrecarga no organismo.

Entre os efeitos adversos estão problemas cardiovasculares, incluindo hipertrofia cardíaca, hipertensão arterial e infarto agudo do miocárdio. O uso incorreto também pode favorecer a formação de placas e obstrução das artérias, aumentar a coagulação do sangue e a formação de tromboses.

Para além dos impactos cardíacos, o uso de testosterona e anabolizantes pode provocar doenças nos rins, como hepatite medicamentosa, insuficiência hepática e câncer, aumento de acne, queda de cabelo, e retenção de líquido no organismo.

Os indivíduos podem apresentar ainda transtornos mentais e de comportamento, como depressão , dependência e alucinações, além de impactos endócrinos associados a quadros de infertilidade, disfunção erétil e diminuição de libido.

“Além dos efeitos colaterais relacionados ao sistema cardiovascular, como infarto cardíaco e acidente vascular cerebral , existem riscos urológicos associados ao uso inapropriado de anabolizantes, principalmente infertilidade, disfunção erétil, aumento das mamas e diminuição dos testículos. Esses efeitos geralmente são transitórios, geralmente 6 a 18 meses, mas podem demorar até anos e existem relatos de efeito permanente”, diz Antunes.

O especialista explica que o mecanismo que leva à disfunção erétil e infertilidade pelo uso de anabolizantes é basicamente o mesmo.

“Para produzir a testosterona e fabricar os espermatozoides, os testículos recebem uma ‘ordem” através dos hormônios produzidos pela glândula-mestra localizada no cérebro – a hipófise. Acontece que, ao receber a testosterona externa, a nossa hipófise passa a entender que não precisa mais mandar os sinais de ordem para os testículos produzirem testosterona e espermatozoides”, detalha.

Mesmo com a interrupção do uso dos anabolizantes, uma vez que não há mais ordem da hipófise, os testículos continuam sem trabalhar, levando o homem a disfunção erétil e infertilidade. Com o passar dos meses, esse processo pode ir se revertendo de forma espontânea ou com a ajuda de medicações prescritas pelo médico.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) alerta que no caso das mulheres, o uso de anabolizantes pode gerar características masculinas no corpo, como engrossamento da voz e surgimento de pelos além do normal. Além disso, aumento do tamanho do clitóris, irregularidade ou interrupção das menstruações, diminuição dos seios e aumento de apetite.

De acordo com a SBEM, para adolescentes, as consequências podem ser ainda mais graves. O uso pode comprometer o crescimento, levar à maturação óssea acelerada, aumento da frequência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce e aumento de pelos púbicos e do corpo.

Riscos de uso de produtos falsificados

Em março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a apreensão e a proibição da comercialização, distribuição e uso de unidades falsificadas dos medicamentos Deca-Durabolin e Durateston.

De acordo com a Anvisa, a medida foi tomada após a agência ser informada pela empresa Aspen Pharma sobre a circulação, no mercado brasileiro, de unidades falsificadas dos medicamentos. Atualmente, ambos os medicamentos estão devidamente registrados no país em nome da Aspen Pharma.

Durateston é indicado no tratamento de reposição de testosterona em homens portadores de condições associadas com hipogonadismo primário e secundário (tanto congênito quanto adquirido), quando houver confirmação de deficiência de testosterona por características clínicas e testes bioquímicos. Já Deca-Durabolin pertence ao grupo de medicamentos conhecidos como esteroides anabolizantes e ajuda a reconstruir os tecidos que se tornaram fracos por causa de uma doença crônica ou danos graves.

“Durateston é um medicamento injetável do grupo dos anabolizantes, usado para a reposição da testosterona, mas só é seguro o uso quando há devida indicação. É utilizado de forma indiscriminada por alguns atletas para melhora de performance, mesmo sendo rastreada em exames antidoping. O uso é aprovado para idosos com baixa massa muscular, em casos de perda óssea importante, no tratamento de anemia citotóxica, entre outras”, explica a médica nutróloga Ana Luisa Vilela.

A especialista explica que o medicamento Deca Durabolin, cujo princípio ativo é o decanoato de nandrolona, é indicado para pessoas que não produzem hormônio suficiente por motivos específicos.

“O uso exagerado pode acarretar em bloqueio dos eixos hormonais, sobrecarga de fígado e rins, aumento do risco de câncer, como o de próstata, queda de cabelo, aumento da oleosidade da pele, entre outros efeitos colaterais. É uma forma sintética que ao ser injetada é metabolizada pelo fígado, podendo levar o órgão a sobrecarga”, alerta.

Além disso, os especialistas apontam os riscos da utilização de produtos que podem ser falsificados. “Medicamentos de origem duvidosa principalmente esteroides e anabolizantes podem ser altamente tóxicos, podendo causar infinitos problemas a saúde, pois não sabemos exatamente a formulação desses compostos nem mesmo se a nandrolona estará presente”, diz Ana.

“Só pela falsificação já é algo que não se sabe a procedência e qual vai ser a reação dessa substância no organismo das pessoas. Se já é complexo o uso com produtos de fato originais, isso aumenta a chance de problemas quando vem de origem falsificada”, complementa Costa.

Cardiologia

O Centro Especializado em Cardiologia oferece todo o atendimento que os pacientes necessitam num só local, com uma infraestrutura completa para prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares.

A base da pirâmide do Centro Especializado em Cardiologia é a cardiologia geral, mais generalista, cujo objetivo é detectar, precocemente, pacientes com fatores de risco, orientando-os acerca das medidas preventivas e indicando o tratamento, quando necessário. O modelo Institucional do Centro está totalmente focado no cuidado integrado, desde a emergência até a alta hospitalar, com seguimento ambulatorial.

Centro Especializado em Cardiologia.

Núcleos especializados

O núcleo se dedica ao diagnóstico e tratamento das arritmias cardíacas, distúrbios dos batimentos do coração que podem ocorrer na forma de sensação de palpitações, “disparos” ou “socos” no peito, acompanhados ou não de mal-estar, sensação de desmaio ou desmaios. O cuidado a esses pacientes envolve o diagnóstico da arritmia cardíaca e pode ocorrer tanto de forma invasiva como não invasiva, recorrendo-se, inclusive, a ablação por cateter e aos dispositivos eletrônicos implantáveis tais como os marcapassos e os cardiodesfibriladores.

A maior parte dos exames cardiológicos não invasivos visa o diagnóstico e estratificação de risco dos pacientes. O núcleo de cardiologia diagnóstica não invasiva oferece um amplo conjunto de exames e testes cardiológicos para diagnóstico, estratificação e seguimento dos pacientes internados ou externos. Destacam-se a ergometria, eletrocardiografia, cardiologia nuclear, ecocardiograma, Holter, monitor de eventos (looper), Teste de inclinação (Tilt table test), MAPA, entre outros.

A função desse núcleo que oferece tratamentos minimamente invasivos das cardiopatias e de patologias extracardíacas, e conta com estrutura moderna, é possibilitar a realização do estudo invasivo das artérias coronárias (cinecoronariografia), avaliação fisiológica por guia de pressão (FFR), imagem intravascular, angiografia cerebral -, e também intervenções cardiovasculares tais como angioplastia, implante de stents, implante percutâneo de endopróteses, embolização, além de intervenções cardíacas estruturais.

Pacientes portadores de insuficiências cardíacas avançadas são tratados e eventualmente encaminhados, por esse núcleo, para o transplante cardíaco, quando há necessidade.

Cirurgias de revascularização do miocárdio, trocas valvares, além de atenção cirúrgica às patologias da aorta, assistência circulatória, procedimentos híbridos e cirurgia cardíaca minimamente invasiva, constituem o atendimento desse núcleo.

Com o objetivo de promover a prevenção de problemas cardiovasculares e de obter um diagnóstico precoce, o núcleo oferece um acompanhamento cardiológico integrado, individualizado e contínuo do paciente durante todas as etapas clínicas: diagnóstico, tratamento e reabilitação.



Fique atento aos sinais e sintomas

Para te ajudar a identificar os sinais das principais doenças cardíacas e saber mais sobre os fatores de risco, formas de tratamento e prevenção, nós preparamos um material exclusivo para você.

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Estudo que compara dois anticoagulantes em doença valvar reumática apresenta resultados surpreendentes

A Doença Cardíaca Reumática, ou Cardiopatia Reumática Crônica (CRC), causada por lesões nas válvulas e músculos cardíacos, acomete mais de 40 milhões de pessoas no mundo e geralmente é decorrente de febre reumática, especialmente em países de baixa renda per capita. Para os pacientes diagnosticados com a condição e que apresentam fibrilação atrial (ritmo atrial irregular e rápido) um estudo inédito demonstrou que a varfarina (antagonista da vitamina K — AVK) reduziu os eventos cardiovasculares e a mortalidade, sem aumentar o sangramento, em comparação com a rivaroxabana, medicamento utilizado em pacientes com fibrilação atrial.

Os resultados foram publicados no periódico de maior impacto científico, o New England Journal of Medicine (NEJM), mostrando que o tratamento anticoagulante padrão deve continuar sendo a varfarina. Este foi o primeiro estudo que comparou um DOAC (anticoagulante oral de ação direta) com a varfarina na doença valvar reumática.

No Estudo INVICTUS foram randomizados 4565 pacientes de 138 centros de 24 países da África, Ásia, e América do Sul para receber rivaroxabana 20mg (ou 15mg se taxa de filtração glomerular [estimativa da função renal] entre 15 e 49 mL/min) ou varfarina em dose ajustada, de acordo com exames, para manter o nível de RNI (um dos exames que avaliam o nível de anticoagulação da varfarina) entre 2 e 3. Os grupos foram semelhantes entre si em termos de características no início do estudo.

Os pacientes que fizeram parte do estudo tinham idade média de 50 anos, com maior proporção de mulheres (72%). No Brasil, o INVICTUS envolveu 672 pacientes de 14 centros participantes públicos e privados, incluindo hospitais com a maior experiência em tratamento de pacientes com DRC, como InCor e Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, sob a coordenação do Prof. Dr. Álvaro Avezum, diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

No grupo que utilizou a rivaroxabana, 559 pacientes tiveram um evento (denominado de desfecho primário*) comparados a 442 do grupo que utilizou a varfarina. Já os intervalos de tempo para a ocorrência do desfecho primário foram 1576 dias com rivaroxabana e 1652 dias com varfarina. O estudo teve duração de 6 anos, e após três anos de seguimento foi possível detectar a diferença na mortalidade (por insuficiência cardíaca e morte súbita), a qual foi maior no grupo que utilizou a rivaroxabana (tempo de sobrevida médio 1652 dias no grupo varfarina vs. 1576 dias no grupo rivaroxabana).

O coordenador do estudo no Brasil, Dr. Alvaro Avezum, diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta que esse resultado é de extrema relevância para a comunidade médica e pode impactar positivamente a vida dos pacientes que sofrem com a condição. “Os especialistas esperavam resultado diferente sobre o uso da rivaroxabana comparada a varfarina, justamente pelos resultados que a rivaroxabana, bem mais recente, apresenta em outros cenários clínicos. No entanto, a surpresa foi que a varfarina, que é um anticoagulante usado há muito mais tempo pela comunidade médica, mostrou um ganho de sobrevida maior. É um avanço importante para a medicina, pois estudos clínicos devem ser sólidos e robustos para fornecer informações científicas claras e válidas para nortear seguramente nossa prática clínica em medicina cardiovascular”, pontua Avezum.

*Desfecho primário é aquela capaz de proporcionar a evidência clínica mais relevante e convincente em relação ao objetivo primário do estudo. É o principal resultado que é medido no final de um estudo para determinar se um tratamento específico funcionou.

TROMBOSE PÓS COVID-19 | O QUE É, FATORES DE RISCO, PREVENÇÃO

A trombose é um quadro em que há a formação de um coágulo sanguíneo dentro de uma artéria ou veia, em qualquer parte do corpo.

Pessoas que tiveram Covid-19 possuem mais chances de desenvolver trombose devido ao quadro de inflamação sistêmica que a condição gera no corpo, o que pode acontecer até 6 meses após a infecção inicial. Por isso, é preciso conhecer os sintomas, fatores de risco e formas de prevenção. Neste vídeo, nosso cardiologista, Dr. Hélio Castello explica tudo sobre trombose e a sua relação com a Covid-19.

A trombose é uma condição que pode ser fatal. É preciso manter exames que possam rastrear o quadro em dias, principalmente pessoas que apresentem fatores de risco. Contamos com um corpo clínico multidisciplinar especializado e experiente para avaliar cada paciente individualmente.


A informação presente neste vídeo é correta na data do upload: 13/01/2023. Conteúdo apenas para fins educativos. Consulte o seu médico para aconselhamento profissional

Inverno e poluição aumentam o risco de infarto e AVC em 15%

Outros fatores, como a falta de chuva, a baixa umidade no ar durante a estação favorecem o agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias

A poluição atmosférica é a quarta causa de mortes no mundo, concorrendo com tabagismo (a principal), a hipertensão e os fatores de risco dietético-nutricionais, sendo responsável por mais de 3,7 milhões de óbitos entre homens e 3 milhões entre as mulheres.

No inverno, a baixa precipitação das chuvas e o fenômeno da inversão térmica (retenção de uma camada de ar frio próxima à superfície, que dificulta a dispersão de poluentes) estão historicamente relacionados ao aumento da concentração de material particulado e gases tóxicos no ar e, consequentemente ao aumento das admissões hospitalares por doenças cardiovasculares (angina, infarto, arritmias e descompensação de insuficiência cardíaca), cerebrovasculares (acidentes vasculares cerebrais) e respiratórias (exacerbações de bronquite crônica, enfisema e asma).

Este aumento nas internações relacionado à poluição não é um evento exclusivo das grandes metrópoles; ele também já foi constatado em regiões rurais, onde incêndios florestais e queimadas aumentam substancialmente a concentração de poluentes no ar, superando a origem veicular, que predomina nos centros urbanos. Nas áreas onde a prática de queimadas ainda ocorre, muitas vezes desrespeitando leis federais, estaduais e protocolos ambientais, as internações hospitalares acompanham muito nitidamente a curva de elevação da poluição no ar.

“Os riscos de infarto são maiores no inverno porque chove menos e elevando os níveis de poluição. Isso significa que existem mais partículas em suspensão e mais monóxido de carbono circulante. Todo esse material é nocivo ao nosso organismo e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e pulmonares”, explica Dr. Hélio Castello, cardiologista e coordenador do serviço de hemodinâmica e cardiologia Intervencionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O especialista chama atenção também para o clima frio, que faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, diminuindo os calibres em todo o corpo. “Esse tipo de estreitamento é especialmente preocupante para pessoas que já têm algum grau de obstrução ou entupimento nas artérias do coração, porque acaba deixando os vasos ainda menores, o que aumenta a chance de um infarto”, ressalta.

A alimentação é outro fator que requer uma atenção especial nesta época do ano, porque tende a ser mais calórica. “No inverno, é comum abusarmos de comidas mais gordurosas e isso também afeta o coração, que precisa trabalhar mais para fazer a digestão. Além disso, esse tipo de dieta oferece mais colesterol, mais triglicérides e mais açúcar, substâncias que acabam afetando negativamente a pressão arterial e o coração”.

A manutenção do uso de máscara também é recomendada: “Usar máscara, uma prática que se tornou comum durante a pandemia, pode ajudar a filtrar o material particulado do ar que fazem mal tanto para o coração quanto para o pulmão, mas não impede a inalação de gás carbônico”, diz. O especialista recomenda também a ingestão de líquidos, especialmente água.

Para minimizar as consequências que o inverno e a poluição trazem para o nosso organismo, o especialista aconselha alguns cuidados que podem ser adotados por pessoas de todas as idades e, em especial, pelos idosos. “Devemos tomar todas as vacinas, não só as da Covid-19. A vacinação contra a gripe, que previne contra vários tipos de Influenza, como o H1N1, previne também contra a pneumonia. Essas doenças aumentam as chances de infarto ou AVC porque levam o corpo a um estado inflamatório, que aumenta a chance de coagular o sangue e de contrair os vasos que podem levar ao entupimento das artérias e ao infarto”, esclarece.

O cardiologista alerta, inclusive, para a manutenção do tratamento farmacêutico: “É importante não interromper a medicação recomendada pelo seu médico, fazer controle dos níveis de pressão e não descuidar da dieta. Temos que tomar cuidado para não comer alimentos gordurosos com frequência e ficarmos atentos aos sinais do corpo. Se notar alguma alteração importante, procure um médico”, aconselha.

Poluição e frio afetam também o sistema respiratório

Além do material particulado e de gases como os óxidos de enxofre emitidos pelos escapamentos dos carros, temos também o ozônio, um gás considerado poluente secundário, isto é, uma substância nociva que se forma a partir de reações químicas entre outros poluentes, como os óxidos do nitrogênio e os compostos orgânicos voláteis, com o oxigênio do ar. Essas reações, facilitadas pela radiação ultravioleta da luz solar, são particularmente mais intensas em locais de alta concentração de veículos automotores e em dias e horários mais ensolarados, como frequentemente presenciamos no inverno. O ozônio, tão importante em camadas mais altas (a partir de 20.000 metros) da atmosfera por bloquear radiação ultravioleta, aqui no nosso meio é considerado um poluente, causando inflamação nas vias aéreas e contribuindo para o adoecimento e mortalidade por doenças respiratórias.

As variações bruscas de temperatura podem trazer ainda mais preocupação por reduzir os mecanismos de defesa do sistema respiratório. Segundo o Dr. Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, essa amplitude térmica que temos enfrentado nos últimos dias prejudica o batimento dos “cílios” das células que revestem o aparelho respiratório. “Os cílios fazem um batimento, como se fossem remos de uma embarcação, empurrando qualquer impureza, como material particulado e secreção, em direção às vias de saída, que são boca e nariz. Quedas bruscas de temperatura paralisam temporariamente essa atividade ciliar e isso favorece acúmulo de material particulado, impurezas e secreção, podendo causar inflamações e infecções no trato respiratório”, esclarece.

Cuidados com o tempo seco

O especialista destaca ainda a importância de tomar algumas precauções em épocas de tempo seco. “Quando o tempo está seco e temos que lidar com uma maior concentração de poluentes no ar, como gases e material particulado, temos mais chance de favorecer uma desidratação das vias áreas levando a alterações nas características da secreção respiratória, que fica mais espessa e com maior tendência a acúmulo”, elucida e complementa: “Nesses casos é importante lavar as narinas com soro fisiológico, que além de limpar, hidrata a mucosa nasal, o que traz mais conforto”.

Outra dica do pneumologista é evitar ambientes fechados sem ventilação e com maior concentração de pessoas, que favorecem a transmissão de infecções respiratórias, como gripes e resfriados, além da própria Covid-19. “Para minimizar os efeitos da poluição nessa época do ano alguns cuidados podem ajudar, como maior ventilação dos ambientes, manutenção preventiva de aparelhos de ar-condicionado, manter-se bem hidratado, fazer uma alimentação saudável e praticar esportes regularmente. Para as pessoas com doenças respiratórias, aconselho manter um cuidado redobrado em relação à aderência do tratamento proposto pelo médico. Não relaxem no uso dos medicamentos, nem nos cuidados gerais”, orienta.

O pneumologista traz ainda dicas importantes para os praticantes de exercício à céu aberto. “Do mesmo jeito que o surfista olha a tábua de marés antes de ir à praia, quem faz exercícios na rua precisa também acompanhar a qualidade do ar e procurar fazer essa atividade, minimizando a inalação de poluentes de origem automotiva. Para quem pode escolher quando se exercitar, evite os horários do rush, entre 7h e 8h da manhã e entre 5h e 6h da tarde, além do horário do almoço, que, por causa da maior incidência de radiação solar, é o horário de maior concentração de Ozônio, um poluente que provoca inflamação nas vias aéreas e exacerbação de doenças respiratórias. Sempre também é importante dar preferência a ruas secundárias, evitando grandes vias de tráfego de veículos.”, recomenda.

Assistir aos jogos do Brasil na Copa do Mundo pode levar ao infarto

Segundo publicação do “New England Journal of Medicine”, o excesso de animação ao assistir aos jogos da Seleção durante o torneio pode triplicar chances de parada do coração, especialistas, entretanto, não ligam isso a chance maior de morte

São Paulo, 8 de novembro de 2022 – Em época de Copa do Mundo, muita gente interrompe o que está fazendo para poder assistir aos jogos da seleção brasileira. O fato é que, as partidas são cheias de emoções extremas, e sabendo que há três vezes mais chances de se ter um ataque cardíaco durante o evento, segundo pesquisa publicada em 2008 pelo periódico médico americano “New England Journal of Medicine”, é prudente dar atenção especial à saúde do coração em dias de jogos do mundial de futebol.

Em 2006, ano em que a Alemanha foi campeã em sua casa, um grupo de pesquisadores da revista americana, estabeleceu que iria comparar o número de emergências cardíacas em hospitais da cidade de Munique durante os jogos, com os dados que se tinha antes do torneio. O resultado obtido foi que, de fato, a incidência de casos de emergências cardíacas nos hospitais era quase três vezes maior, sendo os diagnósticos mais comuns o infarto do miocárdio, angina instável, hipertensão arterial e arritmias cardíacas.

Para o Dr. Helio Castello, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as pesquisas mostram que é preciso estar atento aos sinais. “Felizmente, nenhum dos estudos feitos aqui e fora do Brasil mostrou aumento de mortes causadas por problemas cardiovasculares durante os jogos, mas, a ansiedade, a adrenalina, e o nervosismo de alguns torcedores mais empolgados podem sim aumentar a chance de infarto, especialmente, naqueles que já tem algum histórico de doença cardíaca ou que se encaixam nos grupos de risco, como hipertensos, pessoas com diabetes, obesidade, idosos e torcedores sedentários”, afirma.

O médico afirma ser raro que alguém saudável e com os seus exames de rotina em dia possa morrer por conta disso, a não ser que tenha alguma pré-disposição ou histórico familiar, aí, sim, há a chance de infarto. “São pessoas que têm o problema, mas não tem sintoma, ou tem sintoma, mas não se dão conta dele, são hipertensos que não tomam os remédios prescritos corretamente, ou seja, pacientes com problemas preexistentes. Nesses casos, a adrenalina do jogo pode funcionar como um gatilho descompensando uma doença que já existia e que estava estável” esclarece o cardiologista.

O especialista explica ainda que o infarto se deve provavelmente pelo aumento súbito da carga de estresse, que causa maior liberação de substâncias que desencadeiam aumento nos níveis de pressão arterial, da frequência cardíaca, além de provocar maior esforço do coração e consumo de oxigeno. Desta maneira, pacientes que previamente apresentam obstruções coronárias, predisposição para arritmias ou hipertensão arterial, teriam disparado o gatilho que causa uma emergência cardiovascular.

Para aqueles com problemas cardiovasculares, o cardiologista adverte que um dia de jogo não é pretexto para deixar de ter hábitos saudáveis. “Claro que a torcida é grande para a seleção ganhar, mas o resultado, no final, não vai mudar a vida de ninguém. A Copa do Mundo é tempo de confraternizar, se divertir, mas é importante não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas, na ingestão de alimentos gordurosos e principalmente para aqueles com problemas de saúde que tomam medicação regular, que não abandonem o tratamento nos dias que Brasil entrar em campo”, conclui o médico.

Nível de colesterol tem origem genética em cerca de 70% dos casos

Todos os anos as doenças cardiovasculares são responsáveis pela morte de milhares de pessoas ao redor do mundo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), somente no Brasil, esse número chega a 300 mil pessoas.

O LDL elevado, popularmente conhecido como colesterol ruim, é um dos principais fatores de risco à saúde do coração, assim como hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade e sedentarismo. Cerca de 65% do nível de colesterol no sangue de uma pessoa tem origem genética e 35% está relacionado a fatores alimentares e comportamentais.

O que é colesterol?

O colesterol é um álcool dissolvido em gorduras e é fundamental para o funcionamento do organismo, pois ajuda na produção de vitamina D, de hormônios sexuais, do cortisol (hormônio do metabolismo de proteínas), sendo também importante no processo de regeneração celular. Além de ser produzido pelo organismo, ele pode ser encontrado em alimentos de origem animal como nas carnes vermelhas e em ovos.

Por ser um dos principais fatores de risco de doenças cardiovasculares, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta para a importância de manter os níveis de LDL controlados. De acordo com o Dr. Fábio Lario, cardiologista do Hospital, é fundamental que as pessoas conheçam quais são os seus índices de colesterol, sobretudo se possuírem parentes de primeiro grau com história de infarto ou de colesterol muito elevado.

“O ideal é que até os 20 anos de idade as pessoas já tenham dosado os níveis de colesterol. Assim, caso os índices estejam alterados, o paciente pode ser orientado e encaminhado para o tratamento mais adequado”, afirma Lario.

Dado o diagnóstico, apenas um especialista poderá indicar o tratamento mais adequado, que envolve a mudança de hábitos alimentares, prática regular de atividade física e, em casos determinados, o uso de medicamentos.

O profissional ainda alerta para a necessidade de construir uma relação de confiança com seu médico. “Existe muita informação disponível na internet hoje em dia. Boa parte sem base científica adequada, tanto para benefícios, quanto para malefícios dos tratamentos. Portanto o paciente deve conversar com seu médico e entender os fundamentos e objetivos do tratamento, e evitar suspendê-los sem antes consultar seu médico. Isso ainda é ainda mais importante para as pessoas que já tiveram problemas cardíacos”, diz o cardiologista.

Segundo o cardiologista, além do fator genético, a alimentação incorreta, rica no consumo de gorduras de origem animal e gordura saturada, também é considerada um fator importante para o aumento dos índices de LDL no sangue.

Dieta balanceada

A prevenção, alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos são as melhores formas de controlar os índices de colesterol no sangue. Frutas, verduras, legumes, ou seja, alimentos in natura, devem ser a base de uma alimentação saudável para manter os níveis de colesterol equilibrados. Segundo Fernanda Maluhy, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o ideal é fugir de produtos industrializados ricos em açúcares, farinhas refinadas e que contenham elevado teor de gorduras hidrogenadas e trans. No entanto, a especialista não recomenda a eliminação total das gorduras na dieta. “As pessoas ainda desconhecem o papel da gordura no organismo e muitas vezes, sem orientação médica e nutricional adequada, optam por excluir o seu consumo na dieta, ocasionando no consumo excessivo dos açúcares e carboidratos refinados que estão diretamente relacionados com o surgimento da dislipidemia, que é o aumento dos níveis de gordura no sangue”.

Uma dieta equilibrada deve conter quantidades adequadas de gorduras, porém naturais e não artificiais como as que estão presentes nos produtos industrializados. Assim como qualquer alimento, sua ingestão deve ser sempre dosada.

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