O diabetes é uma das maiores crises de saúde pública do século XXI e a América Latina, especialmente o Brasil, está no centro dessa epidemia. De acordo com os dados mais recentes do Atlas de Diabetes 2025, o número de adultos vivendo com a condição deve crescer de forma acelerada nas próximas décadas. Em toda a América Central e do Sul, a projeção é de um aumento de 45% nos casos até 2050, saltando de 35,4 milhões de pessoas em 2024 para mais de 51,5 milhões. O Brasil é, de longe, o país mais afetado da região, com números que seguem uma trajetória preocupante, impulsionados pelo envelhecimento populacional, aumento do sedentarismo, crescimento da obesidade e desigualdade no acesso à saúde.
Hoje, estima-se que mais de 16 milhões de brasileiros convivam com o diabetes, em sua maioria do tipo 2, forma da doença associada a fatores genéticos principalmente, combinados com aumento de peso, má alimentação e inatividade física. O mais alarmante, no entanto, é que uma grande parte dessas pessoas desconhece o diagnóstico. O Atlas estima que 43% dos casos da enfermidade no mundo não tenham sido diagnosticados, a imensa maioria deles do tipo 2. Isso significa que milhões de pessoas seguem suas rotinas normalmente, sem saber que estão sob risco elevado de desenvolver complicações graves e até fatais.
Para a endocrinologista Tarissa Petry, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o atraso no diagnóstico segue sendo um dos maiores desafios no combate a diabetes. “O diagnóstico precoce é fundamental. Quanto mais cedo identificamos o diabetes, maiores são as chances de controlar a doença e evitar complicações como infarto, AVC, perda da visão e amputações”, explica a especialista. Segundo ela, a ampliação do acesso a exames simples e de baixo custo, como a dosagem de glicemia e a hemoglobina glicada ou o teste oral de tolerância à glicose, poderia ter um impacto significativo, sobretudo nas populações mais vulneráveis.
O impacto econômico também já é sentido. No Brasil, os gastos diretos com o tratamento superam os R$ 42 bilhões por ano, número que tende a aumentar com o crescimento da população com diabetes. Além do custo com medicamentos, insulina e insumos para monitoramento, o sistema de saúde arca com os efeitos de complicações evitáveis, como doenças cardiovasculares, insuficiência renal e amputações. A mortalidade associada ao diabetes também é elevada: mais de 3,4 milhões de pessoas morreram por causas ligadas à doença no mundo apenas em 2024.
Diabetes gestacional
Outro ponto crítico revelado pelos dados mais recentes é a hiperglicemia na gestação, que já afeta cerca de uma em cada cinco gestações. “A condição, que inclui tanto o diabetes pré-clinica quanto o gestacional, traz riscos sérios para mãe e bebê”. Segundo a endocrinologista, a gravidez é uma oportunidade essencial para identificar alterações metabólicas que muitas vezes estavam presentes antes mesmo da gestação. “O rastreio correto e o acompanhamento adequado podem mudar o rumo da vida dessas mulheres. Com o diagnóstico certo e o cuidado multidisciplinar, é possível evitar complicações e reduzir os riscos para a mãe e o bebê”, afirma a endocrinologista.
Como fica o futuro?
As projeções para o futuro reforçam a urgência de medidas mais eficazes. O mundo deve ultrapassar 850 milhões de pessoas com diabetes até 2050, e o Brasil continuará entre os dez países com maior número de casos. O crescimento acelerado de casos diagnosticados está diretamente ligado ao estilo de vida urbano, caracterizado por dietas ricas em alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas e baixos níveis de atividade física, além de fatores como poluição e estresse crônico. A obesidade infantil também preocupa, já que o diabetes tipo 2 passou a surgir cada vez mais cedo, inclusive entre adolescentes e jovens adultos.
Diante desse cenário, especialistas reforçam que combater a doença exige políticas públicas de prevenção, rastreamento sistemático, programas de educação em saúde e garantia de acesso ao tratamento. O Brasil tem alguns avanços importantes, como a oferta gratuita de insulinas e medicamentos via SUS, mas ainda carece de programas nacionais mais robustos de triagem e acompanhamento. “Não podemos mais tratar o diabetes como uma condição individual. É um problema de saúde pública que exige investimento em prevenção, acesso a medicamentos, equipes multidisciplinares e programas de educação em saúde”, conclui Tarissa Petry.
Reduzir seu impacto nas próximas décadas depende de ação imediata e coordenada entre governos, profissionais de saúde, sociedade civil e a população em geral. A urgência é ainda maior na América Latina, onde o crescimento da doença avança em ritmo acelerado, colocando em risco não apenas vidas, mas também a sustentabilidade dos sistemas de saúde.
O diabetes, que mata 1,5 milhão de pessoas por ano no planeta, já é uma das dez principais causas de mortes por doenças no mundo
São Paulo, 13 de novembro de 2023 – O diabetes é uma doença crônica, silenciosa e progressiva que acomete mais de 16 milhões de brasileiros. Somos o quinto país com mais incidência de diabetes no mundo (atrás dos Estados Unidos, China, Paquistão e Índia), segundo dados do Atlas do Diabetes da Federação Internacional, que revela que este número pode chegar a 21,5 milhões de pessoas em 2030. Já quando se trata da população mundial, estima-se 537 milhões (1 em 10), sendo que muitas pessoas podem ter a doença sem saber. Esse total pode chegar a 643 milhões em 2030 e 783 milhões em 2045.
O número de casos de diabetes praticamente dobrará em pouco menos de três décadas. É o que revelam novas estimativas publicadas na revista científica The Lancet, no fim de junho deste ano. Segundo a publicação, o mundo deverá ter 1,3 bilhão de pessoas com a doença em 2050. O diabetes, que mata 1,5 milhão de pessoas por ano no planeta, já é uma das dez principais causas de mortes por doenças no mundo. De acordo com a estimativa, em 2045 três em cada quatro casos de diabetes ocorrerão em países de baixa e média renda, o que representa um desafio para os sistemas de saúde.
Segundo o Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e presidente eleito da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO), a obesidade é um dos principais fatores de risco para se desenvolver o diabetes tipo 2.
“Além da obesidade, o fator genético é importante. Essas situações, associadas a estilo de vida inadequado contribuem para o aparecimento e progressão da doença. Ao ser diagnosticado com diabetes, junto com o tratamento, o indivíduo precisa fazer algumas adaptações na rotina, especialmente no que diz respeito à alimentação e à prática de exercícios físicos”, esclarece Dr. Cohen.
Diabetes tipo 2 e obesidade em jovens
Em relação à obesidade, um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2, dados do Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), realizado pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) mostram que houve um aumento da obesidade em jovens de 18 a 24 anos. Em 2022, 9% dos jovens dessa faixa etária tinham IMC – Índice de Massa Corporal, superior a 30, o que configura obesidade. Em 2023, essa taxa subiu para 17,1%, um aumento de 90% em um ano. Se acrescentarmos a esses dados o percentual de jovens com sobrepeso, ou seja, com IMC entre 25 e 30, teremos 40,3% dos jovens dessa faixa etária com excesso de peso.
Cirurgias são indicadas quando o melhor tratamento clínico não tem a resposta ideal
De acordo com Dr. Cohen, a cirurgia metabólica tem mostrado benefícios imediatos e sustentados para pessoas com diabetes tipo 2 e obesidade, o que diminui a necessidade de redução de glicose, após poucos dias do procedimento, bem como a melhora de múltiplos indicadores de saúde a longo prazo.
“A cirurgia metabólica é uma alternativa eficaz quando a farmacoterapia moderna não atinge os melhores resultados para os portadores de obesidade e diabetes tipo 2, explica. Atualmente, sabe-se que a perda de peso acima de 10% tem efeito positivo sobre diversas complicações da obesidade e diabetes”, pontua.
Tratamento medicamentoso
A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o FDA (agência americana reguladora de medicamentos e drogas) aprovaram neste ano o medicamento Tirzepatida, para tratar o diabetes tipo 2. O FDA também aprovou no início de novembro esta medicação para o tratamento da obesidade. O remédio é uma injeção semanal que melhora o controle da taxa de açúcar no sangue de pacientes adultos junto a dieta e exercícios. “A tirzepatida age nos receptores de dois hormônios: o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon). GIP e GLP-1 são hormônios responsáveis pelo efeito de aumentar a secreção de insulina pelo pâncreas após uma refeição”, esclarece Dr. Cohen.
“Pé diabético” e Ambulatório de Curativos
É importante a atenção à saúde dos pés, que deve ser iniciada pelas equipes médicas e pelos pacientes a partir do diagnóstico do diabetes e precisa ser mantida regularmente, seja nas consultas, como na rotina diária dos pacientes. “Os cuidados devem ser adotados desde o diagnóstico da doença e, também, pelos indivíduos com pré-diabetes, já que também apresentam risco de desenvolver complicações do diabetes. Isso também se aplica para as pessoas portadoras de diabetes tipo 2”, explica Dr. Ricardo Cohen.
O ambulatório de curativos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferece um protocolo de atendimento para casos complexos, tem disponibilidade de tecnologias como laser de baixa intensidade e curativos com pressão negativa. Os atendimentos são realizados com agendamento prévio para portadores de pé diabético dentre outras condições. Em lesões de maior gravidade, os pacientes serão encaminhados para uma equipe multidisciplinar do Hospital para continuidade do tratamento.
O diabetes caracteriza-se pelo aumento da glicemia (açúcar no sangue). Surge quando o pâncreas apresenta uma deficiência na produção do hormônio insulina ou um defeito na sua ação.
Para discutir mais sobre esse tema, convidamos o Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro de Obesidade e Diabetes do nosso hospital, em um novo episódio da série “Especial Saúde”.
Essa ligação foi encontrada em estudo com milhares de homens
Com base em um banco de dados de mais de 15 mil homens de 40 a 74 anos, cientistas japoneses categorizaram esses indivíduos de acordo com a velocidade com que se alimentavam. Em cinco anos, 620 desenvolveram diabetes.
Cruzando as informações, os estudiosos repararam que os comedores mais acelerados corriam um risco 35% maior de encarar a doença.
Para a endocrinologista Tarissa Petry, do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), trata-se de um achado que dá o que pensar, mas ainda não conclusivo.
“É que os próprios voluntários relatavam se comiam rápido ou não”, nota, frisando que nem sempre essa percepção é fidedigna. “O ideal, agora, é realizar uma pesquisa mais controlada, em que o tempo da alimentação seja de fato cronometrado”, argumenta.
Segundo pesquisa, comer depressa pode contribuir para o surgimento do diabetes Foto: Reprodução/Internet
A teoria faz sentido
Embora a pesquisa não permita cravar que comer rápido provoca diabetes, Tarissa reconhece que há hipóteses plausíveis para associar a pressa à mesa à maior propensão à doença.
“Acredita-se que quem come rápido demora mais para sentir saciedade. Aí, acaba ingerindo um volume maior do que precisa”, raciocina a endocrinologista.
Esse é um processo que facilita o ganho de peso e, se houver predisposição, sobe o risco de o diabetes tipo 2 aparecer.
Treino para desacelerar
Atitudes que ajudam a ter mais calma diante dos alimentos:
– Apoie os talheres à mesa a cada garfada;
– Do aroma à textura, saboreie o prato;
– Nada de celular ou TV enquanto está comendo;
– Reserve uns 30 minutos para ficar à mesa;
– Comece a refeição pela salada.
Por: Thaís Manarini Fonte: Tarissa Petry, endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP)
Pesquisa do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz comparou os efeitos do tratamento cirúrgico e melhor tratamento clínico em pacientes com diabetes tipo 2, associada à doença renal crônica em fase inicial e IMC entre 30 e 35.
São Paulo, 22 de junho de 2020– A cirurgia metabólica é o tratamento mais eficaz para pausar a progressão da doença renal crônica precoce em pacientes com diabetes tipo 2, é o que aponta pesquisa inédita do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, publicado na Jama Surgery, uma das principais revistas científicas do mundo. O estudo randomizado é o primeiro que tem como objetivo comparar a cirurgia metabólica e o melhor tratamento clínico para pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 que tenham IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 e 35 (obesidade grau 1), com alterações microvasculares, como as doenças renais.
As doenças microvasculares são aquelas que danificam os pequenos vasos dos olhos (retinopatia), rins e nervos (neuropatia). Já os danos renais causados pelo diabetes demoram mais tempo a serem percebidas pelos pacientes. O monitoramento regular dos níveis de proteína presentes na urina é fundamental para evitar a evolução destas complicações que podem levar ao comprometimento total dos rins. A primeira avaliação feita em dois anos, de um estudo com cinco anos de acompanhamento, detectou a remissão da albuminúria (perda da proteína albumina na urina e importante indicador de insuficiência renal), em 54,6% dos pacientes após tratamento médico e 82% após a cirurgia metabólica por bypass gástrico em Y de Roux.
Segundo o Dr. Ricardo Cohen, autor principal do estudo e coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o diabetes é uma doença crônica e progressiva, e o paciente com lesão renal inicial geralmente evolui para diálise, transplante renal e tem risco de complicações cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). “A remissão de mais de 80% da albuminúria e das lesões renais, com o tratamento cirúrgico significa evitar a progressão da doença e consequentemente diálise e transplante de rins. O estudo comprova que em dois anos, os pacientes operados têm muito menos chance de apresentarem essas complicações, enquanto os pacientes com os melhores medicamentos apresentam uma melhora, mas não estancam o avanço de possíveis danos renais irreversíveis e seus riscos associados”, avalia o cirurgião.
A pesquisa contou com a participação de 100 pacientes, acompanhados por cinco anos, sendo que 50% foi submetido à cirurgia metabólica e a outra metade teve acesso aos medicamentos mais modernos e eficazes disponíveis para o tratamento clínico do diabetes.
“Este é o primeiro estudo que utiliza a melhor medicação disponível e tem como foco analisar os desfechos renais. Atualmente há 12 estudos mundiais que comparam tratamento cirúrgico e clínico, mas o foco deles é o controle glicêmico, em pacientes com IMC superior à 35”, explica Dr. Ricardo Cohen. A triagem para o estudo de pessoas com IMC entre 30 e 35, foi um fator fundamental, já que a maioria da população com diabetes no mundo sofre de obesidade grau I ou sobrepeso.
A análise feita pelo Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz ainda mostra que em ambos grupos o índice glicêmico foi controlado, mas isso não interfere no dano renal, o mais grave das comorbidades provocadas pelo diabetes. Outros resultados do estudo também apontaram que a cirurgia metabólica ainda traz mais benefícios em relação ao controle e normalização da hemoglobina glicada, colesterol, triglicérides, pressão arterial e alteração de qualidade de vida. A cirurgia também teve o desfecho mais indicado em relação a descontinuação de medicamentos para pacientes com diabetes tipo 2, já que os doentes operados diminuíram em cinco vezes suas medicações. O número médio de agentes farmacológicos para controle metabólico foram seis no melhor tratamento médico e um após a cirurgia metabólica.
“Em dois anos, a hemoglobina glicada foi reduzida em 2,2% em pacientes com tratamento clínico e 2.6% nos cirúrgicos. O resultado é surpreendentemente bom e mostra a importância dessas novas medicações. Porém, o diabetes é uma doença progressiva e também de difícil adesão ao tratamento, por isso, nota-se uma piora depois de um tempo de acompanhamento nos índices metabólicos, enquanto a cirurgia amputa a evolução das complicações, alcançando 44,5% de pacientes com remissão da doença”, analisa o coordenador do estudo.
Os pacientes cirúrgicos alcançaram as metas da American Diabetes Association de colesterol LDL em comparação com o melhor grupo de tratamento médico, 72% vs 52%. A meta de triglicerídeos de 150 mg/dL foi alcançada por 41% dos pacientes do grupo clínico e por 81% dos pacientes operados. A variação do peso também foi outro achado importante, menos de 5% dos pacientes que usou os medicamentos alcançaram 15% de perda de peso corporal, enquanto no grupo de pacientes operados o percentual foi de 95%.
Impactos econômicos
Atualmente, no Brasil, mais de 80.000 pacientes precisam de diálise decorrente do diabetes, custando US$ 350 milhões por ano. Para que os brasileiros com diabetes e doença renal crônica precoce se beneficiassem do tratamento, seria preciso oferecer apenas 100 cirurgias metabólicas extras por ano, com custo de U$3.000,00 por paciente, gerando uma economia de US$ 150.000,00 para o sistema de saúde, para cada pessoa que possivelmente poderia desenvolver complicações renais e precisar de diálise. Enquanto, a cirurgia seria paga em menos de 2 anos.
“Espera-se que, à medida que saímos da epidemia do COVID-19, o sistema de saúde seja reorganizado para trazer o máximo de benefício aos pacientes, usando estratégias clinicamente comprovadas e econômicas, e que futuramente, em outras pandemias, desafoguem UTIs e leitos de internação, já que trata-se de um grupo de risco”, esclarece Dr. Ricardo Cohen.
O que é cirurgia metabólica
Cirurgia metabólica é definida como qualquer intervenção do tubo digestivo, que tem como finalidade o controle do diabetes do tipo 2, com ou sem medicação por meio de mecanismos independentes da perda de peso, e também secundariamente por perda de peso. No caso do estudo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a técnica utilizada é a do o bypass gástrico (ou Y de Roux), que consiste em fazer o grampeamento do estômago e o desvio do intestino inicial para alterar o trânsito de alimentos. Com o procedimento, a perspectiva é que os sintomas nos pacientes regridam parcialmente ou totalmente.
Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas, em 2020 a Instituição irá completar 123 anos. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.
Estima-se que 46% das pessoas com diabetes nem sequer imaginam que convivem com a doença, que só cresce em todo o mundo. Sem tratamento, pode causar danos irreversíveis. Descoberta no início e com acompanhamento adequado, pode ser controlada. Entenda como está o cenário do diabetes hoje no brasil e lá fora e as novas perspectivas da medicina em tratamento e prevenção
É comum, em encontros de família, ouvir comentários sobre a saúde dos mais próximos. É o primo diagnosticado recentemente com diabetes ou a cunhada que acordou com “a vista embaçada”, foi ao médico e descobriu que a glicemia estava alta. Situações que, cada vez mais recorrentes, preocupam os profissionais da saúde. “O crescimento da incidência do diabetes e da obesidade configura uma epidemia de grandes proporções”, alerta o Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, em 2030, 438,7 milhões de pessoas terão a doença. Nos dias atuais, 422 milhões convivem com o diabetes – destes, 14 milhões são brasileiros.
É o equivalente a 6,9% da população brasileira, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. O dado é do Censo de 2013, o que significa que esse número hoje é ainda maior. “Tais informações ganham dimensão ainda mais alarmante se considerarmos que quase 50% desses indivíduos não sabem que têm a doença”, diz a Dra. Tarissa Petry, endocrinologista do Hospital. “Significa que apenas metade dos pacientes foi diagnosticada e pode ser tratada. Nos outros, o problema avança silencioso.” Fora de controle, a doença é a principal causa de cegueira, derrame cerebral, infarto do miocárdio, amputações de membros, insuficiência renal e transplante renal no mundo. No Brasil, o número de mortes associado às suas complicações cresceu 12% entre 2010 e 2016. No período, foram 406 mil mortes relacionadas à doença, segundo o Ministério da Saúde.
ENTENDENDO O DIABETES
Na prática, falta informação. Pouca gente sabe que o diabetes evolui lentamente até instaurar um caos metabólico no corpo. Aliás, a questão é anterior – pouca gente sabe com precisão o que é a doença. “O diabetes mellitus é uma doença crônica e progressiva caracterizada pelo excesso de glicose no sangue”, explica o Dr. Cohen, responsável por vários estudos científicos que modificaram o manejo de pacientes com obesidade e diabetes no Brasil.
Basicamente, existem dois tipos de diabetes. O tipo 1, de origem autoimune, em que o corpo é incapaz de fabricar insulina. Isso obriga à reposição do hormônio. Cerca de 10% dos diabéticos estão nesse grupo.
Já o diabetes tipo 2 está, em geral, associado ao estilo de vida, principalmente à obesidade, e é o mais comum, acometendo cerca de 90% dos pacientes com a doença. “O diabetes tipo 2 está associado ao aumento da gordura visceral ou abdominal. Essa gordura produz substâncias inflamatórias que levam a um aumento da resistência à ação da insulina nas células”, pontua o Dr. Cohen. A insulina é fundamental para a glicose circulante no sangue entrar nas células, onde será transformada em energia. “Por causa da resistência à insulina, o organismo precisa fabricar uma quantidade cada vez maior desse hormônio, gerando um processo lento de morte das células que o produzem no pâncreas”, explica o médico.
Expansão rápida
Em 1980, 108 MILHÕES de pessoas no mundo tinham diabetes
Em 2014, estimavam-se 422 MILHÕES de pessoas com a doença
Em 2030, a estimativa é de que o número de diabéticos tenha aumentado em mais de 50%
Fonte: OMS
A epidemia no Brasil
Em 2006, a doença acometia 5,5% da população total. Em 2016, segundo estimativas, passou a fazer parte da vida de 8,9% dos brasileiros.
Entre 2006 e 2017, o número de homens diagnosticados com a doença cresceu 54%. No mesmo período, o diabetes cresceu 28,5% entre as mulheres. No entanto, há mais mulheres com a doença do que homens.
Fonte: Vigitel/MS
NOVAS DESCOBERTAS
Nos últimos anos, a revolução digital que está transformando o mundo contribuiu também para melhorar o acompanhamento do diabetes. Um dos avanços mais interessantes para facilitar a vida do paciente é o sensor subcutâneo para monitoramento da glicemia, lançado há cerca de dois anos. ”É um sensor que fica colado no braço por cerca de 15 dias seguidos, diminuindo a necessidade de picar as pontas dos dedos”, descreve a Dra. Tarissa. Pesquisas recentes mostram que o dispositivo colabora para a estabilização da glicemia em níveis adequados e ajuda a prevenir as oscilações de glicemia (como a hipo e a hiperglicemia), diminuindo o risco de complicações. Estão em desenvolvimento, ainda, lentes de contato para medir a glicemia continuamente e sensores subcutâneos com duração prevista de 12 meses.
Mais uma novidade foi o lançamento de uma bomba de infusão de insulina para pessoas com diabetes tipo 1, conectada a um sensor que mede a glicose no subcutâneo e envia o resultado diretamente para o dispositivo. A bomba monitora a evolução da glicose para calcular a infusão de insulina no intervalo entre as refeições e suspende a infusão de insulina ao detectar risco de hipoglicemia.
Os aplicativos para smartphones também têm sido um grande aliado na luta contra a doença: passa de mil o número de apps disponíveis para diabéticos. Boa parte se destina ao gerenciamento do diabetes e à adesão dos pacientes às intervenções propostas pelo médico. Muitos outros trazem dietas, receitas, programas de exercícios e educação sobre a doença. “A tecnologia digital pode colaborar muito para o controle do diabetes se o paciente fizer o acompanhamento com um especialista”, esclarece a endocrinologista.
A última década tem sido rica em avanços também no setor farmacológico. Foram desenvolvidas novas drogas, como um grupo de substâncias que imitam o hormônio GLP-1, produzido naturalmente pelo intestino delgado quando a comida passa por ele. Ministrados por meio de injeções subcutâneas, os remédios dessa categoria, como a liraglutida e a dulaglutida, desencadeiam uma série de efeitos no organismo que ajudam a controlar o diabetes e a enfrentar a obesidade – estimulam o pâncreas a produzir mais insulina, tornam mais lento o esvaziamento do estômago e aumentam a sensação de saciedade. Uma nova versão desses medicamentos, com duração semanal (a semaglutida), deve ser lançada no Brasil em breve. E aguarda-se, para um futuro próximo, a liberação do primeiro medicamento desse grupo por via oral.
Outra classe de remédios que tem colaborado com o controle glicêmico, segundo os médicos, é a dos inibidores da enzima SGLT2. As substâncias desse grupo, na forma de comprimidos, têm nomes como empagliflozina e canagliflozina. Seu principal efeito é aumentar a excreção da glicose na urina, o que melhora o controle do diabetes e favorece a perda de peso, mesmo que modesta. “Ambas as classes de drogas demonstraram diminuição da mortalidade secundária a eventos cardiovasculares”, atesta o Dr. Cohen.
“O trabalho conjunto de especialistas de diferentes áreas eleva muito as chances de sucesso do paciente no manejo da doença”
Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
A VÁRIAS MÃOS
Estratégias de controle que combinam medicamentos orais e injetáveis, mudanças no estilo de vida e a importância do cuidado multidisciplinar foram os temas mais frequentes durante o 78º Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), o maior encontro mundial sobre o tema, realizado no final de junho em Orlando, nos Estados Unidos. Na prática, a abordagem multidisciplinar é uma aliada fundamental na batalha contra o diabetes e também contra a obesidade. “O trabalho conjunto de endocrinologistas, cardiologistas, nefrologistas, nutricionistas, enfermeiras, psicólogos, psiquiatras e cirurgiões eleva muito as chances de sucesso do paciente no manejo da doença”, enfatiza o Dr. Cohen. Também se fala em ampliar as categorias do diabetes para aprimorar o diagnóstico e em personalizar a prescrição. “Hoje, sabemos que a doença se apresenta de modo particular em cada um e a resposta aos medicamentos varia bastante entre pacientes com o mesmo tipo de diabetes”, observa a nutricionista Thaís Sarian, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Tão importante quanto a atenção multidisciplinar é a adesão do paciente ao tratamento. “Não existe milagre. As pessoas têm que mudar os hábitos. Cada um deve buscar entender por que sabota a dieta, quais são seus erros, o impacto que isso tem no controle glicêmico”, orienta a nutricionista Tarcila Ferraz de Campos, também do Hospital, alertando sobre a importância de manter o autocuidado. Afinal, não adianta se medicar corretamente, se exercitar e sair da dieta. O mesmo vale para quem pratica atividades físicas e cuida da alimentação, mas esquece de tomar os remédios. O esforço se perde.
O empresário Rogério Raso, 65 anos, de São Paulo, está entre os pacientes que conseguiram ajustar a rotina para enfrentar a doença, revelada há 15 anos durante um check-up anual. Ele modificou a alimentação, aderiu a um plano semanal de atividade física e ao uso correto de medicamentos. “Hoje, minha saúde é muito melhor. Baixei a glicemia e voltei às corridas de rua incentivado pelos especialistas”, relata o empresário, que sabe que não pode relaxar a vigilância. “A cada seis meses, vou à endocrinologista e à cardiologista, faço exames, tomo todos os remédios. Também sigo um rígido controle alimentar, com o apoio da família.”
Coma certo
A nutricionista Thaís Sarian, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, listou dicas importantes para controlar a dieta e prevenir o diabetes. Anote:
Dieta com muita restrição de carboidrato não funciona a longo prazo. É mais adequado aprender quais são os melhores alimentos para manter a glicemia nos eixos. Para orientações individualizadas, procure sempre um nutricionista.
Atenção na hora de comprar alimentos diet ou light. O iogurte light, por exemplo, tem menos gordura, porém algumas marcas podem conter bastante açúcar. Isso confunde o consumidor que precisa controlar a ingestão de calorias e carboidratos. Na dúvida, sempre confira o rótulo.
Embutidos como o peito de peru têm muitos aditivos químicos e sal. Isso faz diferença no equilíbrio alimentar a longo prazo. Troque por frango desfiado ou atum em lata.
Alimentos processados com alta durabilidade fora da geladeira têm muitos conservantes e podem conter bastante açúcar. Evite bolos prontos, sucos de caixinha e biscoitos.
Pães integrais ou tapiocas recheadas com uma proteína, por exemplo, tornam mais lenta a elevação da glicemia. Equilibre o consumo de carboidrato com o de proteína.
OUTROS CAMINHOS CONTRA O DIABETES
Quando as medidas clínicas não produzem o efeito necessário, entram em cena as soluções cirúrgicas. Foi o que aconteceu com o analista de sistemas Antônio Carlos de Oliveira Silva, 52 anos, de São Paulo. “Minha batalha começou dois anos antes de ser operado, em 2013, quando tive uma paralisia facial e os médicos disseram que havia 90% de chance de o problema estar associado ao diabetes”, conta ele, que, já tomando insulina e outros remédios, não conseguia fazer os ponteiros da balança saírem dos 118 quilos. Um dia, ouviu no rádio sobre a cirurgia do diabetes e resolveu marcar consulta com um especialista.
Em 2015, por indicação médica, Antônio Carlos foi submetido a uma cirurgia metabólica, realizada pelo método conhecido por bypass gástrico ou gastroplastia em Y de Roux. Como o objetivo central dessa intervenção é controlar o diabetes, pode ser feita em pessoas com índice de massa corpórea (IMC)* a partir de 30, desde que o paciente não responda ao tratamento clínico e tenha diabetes tipo 2 não controlado. A operação consiste em desviar a primeira porção do intestino delgado e diminuir parcialmente o estômago. Esse procedimento não tem objetivos de restrição mecânica para a ingestão de alimentos, sua intenção é desencadear mudanças metabólicas, como a liberação de hormônios que, por sua vez, aumentam a liberação de insulina, aumentar a saciedade e ativar mecanismos que “avisam” o fígado para produzir menos glicose. Outros efeitos benéficos são a melhora da composição da flora intestinal e da circulação da bile (fluido fabricado no fígado que atua na emulsificação das gorduras). Tudo isso promove um cenário metabólico favorável ao manejo do diabetes. A perda de peso é também importante, mas considerada um efeito secundário da cirurgia metabólica. “Minha vida mudou completamente. Eliminei 35 quilos, tenho energia, não tomo mais remédios e já corri três meias maratonas”, conta Antônio Carlos, que hoje dá atenção redobrada à alimentação e aos exercícios. “Para manter os resultados e não recuperar o peso, não se pode baixar a guarda”, ensina.
Com técnicas operatórias semelhantes à da cirurgia metabólica, a bariátrica é direcionada à perda de peso e controle das doenças associadas, como hérnia de disco, refluxo gastroesofágico, apneia do sono, entre mais de 20 patologias. Podem fazer a bariátrica pessoas com IMC acima de 35 e que já tenham uma dessas doenças ou com IMC acima de 40, ambos os casos com falha de tratamento clínico. Os principais ganhos são a perda de peso, a melhora da qualidade e da expectativa de vida. Foi o caso de Nilzete Francisca Barreto Santana, 45 anos. Com 1,54 cm de altura, ela pesava 93 quilos e, apesar de tentativas anteriores, não conseguia diminuir o peso e já apresentava doenças como pré-diabetes, esteatose hepática e refluxo gastroesofágico. A ajuda veio pelas mãos do marido, o analista de telefonia Reginaldo, que marcou consulta com a nutricionista do time que o atendia para controlar o colesterol, que estava acima de 230 mg/dl. “Após recomendação médica, optei pela cirurgia e não me arrependo”, conta, um ano mais tarde. “Me sinto menos ansiosa no dia a dia e não tenho mais a fome de antes. A autoestima melhorou e pude realizar um sonho antigo, que era treinar corrida ao lado do meu marido e participar de uma maratona.”
“Para manter os resultados e não recuperar o peso, não se pode baixar a guarda”
ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA SILVA
O analista de sistemas foi submetido à cirurgia metabólica; perdeu 35 quilos, adotou um estilo de vida mais saudável e ativo e parou de tomar medicamentos
Diagnóstico correto
Detectar a doença e seu estágio é simples – e fundamental para chegar ao tratamento adequado O diabetes pode ser diagnosticado por meio de exames de sangue que avaliam a concentração de glicose no sangue. Um deles é a glicemia de jejum.
O outro é a hemoglobina glicada. Conheça os valores de referência:
LIVRE DE DIABETES
Quando a glicemia de jejum estiver abaixo de 100 mg/dL ou a hemoglobina glicada for menor do que 5,7%, os resultados são considerados normais. A avaliação pode ser repetida a cada um ou dois anos. PRÉ-DIABETES Quando a glicemia de jejum estiver entre 100 e 125 mg/dL, o paciente já é considerado prédiabético. Os valores da hemoglobina glicada ficam entre 5,7% e 6,4%. É uma fase assintomática em que os valores estão acima do normal e abaixo do corte de diagnóstico do diabetes propriamente dito. Hoje, o pré-diabetes já é considerado uma doença, com prescrição de dieta, exercícios físicos e medicamentos. Estudos populacionais mostram que 5% a 10% dos indivíduos pré-diabéticos se convertem em diabéticos a cada ano. O risco de diabetes para quem tem pré-diabetes é cinco vezes maior do que para as pessoas que possuem glicemia de jejum normal.
DIABETES
O indivíduo pode ser considerado diabético quando o resultado do exame de sangue colhido pela manhã, em jejum, apontar níveis de glicemia iguais ou maiores do que 126 mg/dL. Nesse caso, o diagnóstico precisa ser confirmado pela repetição do teste em outro dia.
Também são consideradas diabéticas as pessoas com glicemia igual ou superior a 200 mg/dL em qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições.
O teste de hemoglobina glicada revela os níveis médios de glicose no sangue durante os dois ou três meses anteriores, que é o tempo de vida dos glóbulos vermelhos (a hemoglobina). O diabetes é diagnosticado quando a hemoglobina glicada atinge a porcentagem de 6,5%.
ANTES QUE TUDO ACONTEÇA
Além do foco no diagnóstico precoce e, consequentemente, no controle da doença, outra preocupação dos especialistas no caso de diabetes tipo 2 é a prevenção. “O ideal é impedir que a doença se instale”, diz a nutricionista Thaís. Nesse sentido, além de tentar estabelecer um estilo de vida saudável, a recomendação é que todas as pessoas com mais de 40 anos e aquelas que estão acima do peso, têm hipertensão ou histórico familiar de diabetes façam exames de sangue para medir a glicemia regularmente. Graças ao aumento do número de pessoas que têm feito exames para avaliar a glicemia, os pesquisadores notaram um contingente muito grande de pessoas em situação de pré-diabetes, fase já caracterizada como uma doença, mas ainda reversível (saiba mais no quadro ao lado).
Logo no início, quando o organismo começa a desenhar as variações que resultarão no diabetes, ainda dá para superar a ameaça. “Nessa fase, é possível controlar adequadamente o quadro com dieta, medicamentos e pelo menos 150 minutos de exercícios semanais. Reduzir 5% a 10% do peso já tem efetividade na prevenção do diabetes”, ensina a nutricionista Tarcila. Depois que se manifesta, o diabetes tem apenas controle e pode haver remissão completa, mas ainda não há cura. “Quando a gente é mais jovem, não leva o risco muito a sério. Precisamos repensar o modo como cuidamos da saúde e investir conscientemente na prevenção”, diz o analista de sistemas Antônio Carlos de Oliveira Silva. Fica a dica!
“Optei pela cirurgia e não me arrependo. Meus filhos acham que estou menos ansiosa e minha autoestima aumentou”
NILZETE FRANCISCA BARRETO SANTANA Incentivada pelo marido, Reginaldo (ao lado dela na foto), realizou a cirurgia bariátrica
Previna-se
Quem apresenta taxas de hemoglobina glicada compatíveis com pré-diabetes ou diabetes deve investir em uma dieta balanceada, com poucos carboidratos, exercícios três vezes por semana e medicação, caso orientado pelo especialista
A redução entre 5% e 10% do peso total pode ter grande impacto nas taxas de glicemia
Fazer 150 minutos de exercícios por semana é eficiente na prevenção do diabetes
O primeiro grupo de pacientes do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz apresentou resultados que comprovam a eficácia da nova abordagem para o controle do diabetes implementada nos moldes da metodologia desenvolvida na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em apenas três semanas, os pacientes obtiveram redução de até 35% nos valores da glicemia média semanal e 42% nos valores de variabilidade glicêmica. “Todos esses pacientes se enquadraram na categoria de sucesso terapêutico”, comemora Dr. Augusto Pimazoni Netto, médico educador do Centro de Diabetes.
Com os resultados apresentados, inicia-se uma nova fase nas estratégias de educação e controle do diabetes para os pacientes que aderirem ao programa do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
“Os excelentes resultados de nosso Programa de Educação e Controle do Diabetes são reflexo de uma ação integrada de profissionais de saúde de diferentes áreas, que atuam por meio de intervenções diagnósticas, terapêuticas e educacionais que produzem resultados clínicos significativos, aumentando a auto-estima e a adesão do paciente às recomendações recebidas”, diz Dr. Pimazoni.
Por oferecer ao paciente um acompanhamento regular interdisciplinar, o método permite o alcance do controle glicêmico em uma média de 3 a 4 semanas. “Esse resultado, usualmente, demora meses ou anos para ser atingido, pois os retornos médicos habituais oscilam entre 3 e 6 meses e, com este programa que prevê uma consulta semanal durante 4 semanas, o paciente recebe um acompanhamento mais abrangente de toda equipe interdisciplinar”, acrescenta o médico.
O relatório de desempenho clínico dos pacientes atendidos nos meses de março e abril de 2009 reflete o grande potencial de promoção da saúde do programa, contribuindo para a mudança dos hábitos de vida, compreensão da doença e manutenção do controle.
O Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz realizará, no dia 21 de outubro, uma palestra sobre a alimentação saudável em diabetes. O tema parte do Programa de Educação Continuada “Convivendo com o Diabetes”, será tratado por especialistas a fim de esclarecer as principais dúvidas sobre restrições, mitos e realidades em relação à alimentação de pessoas com diabetes.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a última estimativa é de 10 milhões de pessoas com diabetes no Brasil. Mais preocupante ainda é o fato de que apenas 10% dos portadores de diabetes do tipo 1 (que acomete crianças, adolescentes e adultos jovens) e 26% dos portadores de diabetes do tipo 2 (que se manifesta, geralmente, após os 40 anos) apresentam um controle adequado da doença, capaz de prevenir ou retardar as complicações crônicas. Em vista desses percentuais, o Grupo de Educação e Controle de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em colaboração com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), desenvolveu um método inovador, capaz de promover o controle glicêmico num prazo médio de três a quatro semanas, por meio de uma intervenção intensiva que inclui ações diagnósticas, terapêuticas e educacionais.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz e sua equipe interdisciplinar do Centro de Diabetes – composta por endocrinologistas, médicos educadores, nutricionistas, psicólogas, enfermeiras, entre outros – visa auxiliar portadores do diabetes e familiares com orientações que permitam que o paciente conviva perfeitamente com a doença. Por isso, o Centro de Diabetes do Hospital realiza o atendimento integrado de toda cadeia da saúde, desde a educação e prevenção até o diagnóstico e tratamento.
Serviço “Convivendo com o Diabetes” Data: 21 de outubro de 2009. Horário: 19h. Local: Anfiteatro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, 14º andar – Bloco B. Endereço: Rua João Julião, 331 – Paraíso. Inscrições:(11) 3549-1000. Valor do Investimento: Gratuito. Vagas limitadas!
Nos próximos dias 10 e 11 de novembro, a equipe assistencial do Hospital Alemão Oswaldo Cruz realizará ações voltadas para à comunidade para conscientização, prevenções e controle de doenças. As atividades estão ligadas a missão da Instituição de cuidar das pessoas em toda a cadeia de saúde, que engloba educação, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, com foco em Doenças Circulatórias, Digestivas, Osteomusculares, Oncológicas e Atenção ao Idoso.
Tenda Diabetes
Na quarta-feira (10/11), profissionais do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz estarão instalados em uma tenda no estacionamento da Instituição para oferecer orientações gratuitas com foco em prevenção e controle do Diabetes. Lá estarão disponíveis testes de glicemia, réplicas de pés diabéticos e informações sobre as complicações da doença. Marcando a comemoração do Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro. Além disso, o Hospital mantém, desde março de 2009, um Centro de Diabetes, sob a coordenação do reconhecido endocrinologista Roberto Betti. O serviço conta com suporte de especialistas da área e de uma equipe interdisciplinar, formada por educadores, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos. E reúnem, em um único espaço, atenção clínica, manutenção e controle da doença, participação em atividades educacionais e verificação da necessidade de alterações na conduta terapêutica.
Serviço Espaço Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Data:10 de novembro de 2010, quarta-feira. Horário: 08h às 17h. Local: Hospital Alemão Oswaldo Cruz – Em frente ao bloco B – Rua 13 de maio, 1815 – Paraíso.
RH na Praça
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz participa da quarta edição do evento “RH na Praça” na quinta-feira (11/11). Promovida pela ABRH-SP, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, essa é uma das ações mais abrangentes de responsabilidade social e cidadania da área de recursos humanos. Por meio da Tenda de Saúde, uma equipe de nutricionistas, enfermeiros e fisioterapeutas do Hospital dará dicas para a população sobre como cuidar melhor da saúde. Também serão realizados atendimentos gratuitos ligados à prevenção e ao controle de algumas enfermidades, como testes de glicemia, de pressão arterial e medição do índice de gordura corpórea. O evento tem como objetivo proporcionar à comunidade conhecimento sobre o mercado de trabalho e serviços gratuitos de saúde, com foco em medicina preventiva. A ação espera atender aproximadamente 2000 pessoas.
Serviço RH na Praça Data:11 de novembro de 2009. Horário: das 8h às 18h. Local: Parque do Trianon. Endereço:Av. Paulista, s/n – Cerqueira César (em frente ao Masp).
Evento Gratuito. Informações:(11) 5505-0545 – www.abrh.org.br.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz vai oferecer atendimento e orientação das 10h às 16h.
Na próxima quarta-feira, 14 de novembro, em comemoração ao Dia Mundial do Diabetes, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferece teste gratuito de glicemia e orientações sobre a doença. O Hospital estará aberto ao público das 10h às 16h. Os interessados podem se dirigir à Rua Treze de Maio, nº 1815, em frente ao Bloco B.
Você tem várias formas de agendar consultas e exames: