Hospital Alemão Oswaldo Cruz apresenta estudo inédito sobre medicamentos oncológicos em Congresso Europeu de Câncer de Pulmão

Pesquisa com dados de mais de mil pacientes revela quais medicamentos oferecem maior sobrevida para casos avançados de câncer de pulmão com alteração no gene ALK

São Paulo, 26 de março de 2025 – O Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz apresentará, no European Lung Cancer Congress (ELCC) 2025, estudo inédito sobre o tratamento do câncer de pulmão avançado. A pesquisa compara três medicamentos de última geração utilizados em pacientes com tumores pulmonares de não pequenas células (NSCLC) com uma alteração genética conhecida como fusão do gene ALK, oferecendo novas evidências para apoiar decisões clínicas mais eficazes.

A pesquisa foi liderada por um residente em oncologia da Instituição, sob a supervisão do Dr. Carlos Henrique Andrade Teixeira, oncologista clínico e coordenador do Núcleo de Tumores Torácicos do Centro. Utilizando dados do mundo real (RWD), o estudo analisou a eficácia de três medicamentos amplamente utilizados: Alectinibe, Brigatinibe e Lorlatinibe, comparando suas performances em relação à sobrevida global dos pacientes.

“O estudo se destaca por fornecer comparação direta entre essas três medicações, algo que ainda não havia sido realizado em ensaios clínicos tradicionais. Isso oferece informações valiosas para médicos na escolha do tratamento mais adequado e individualizado para cada paciente, especialmente considerando as nuances da prática clínica diária”, afirma Dr. Carlos Teixeira.

Para realizar a pesquisa, os dados foram extraídos da TriNetX, plataforma global parceira do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que conecta instituições de saúde, indústrias farmacêuticas e organizações de pesquisa (CROs). A TriNetX permite utilizar dados do mundo real (RWD) para otimizar protocolos de pesquisa, identificar locais de estudos, recrutar pacientes e potencializar descobertas de novos tratamentos por meio de evidências do mundo real (RWE).

Segundo Dr. Carlos Teixeira, o uso de dados do mundo real amplia a compreensão sobre o impacto dos tratamentos fora do ambiente controlado dos estudos clínicos. “Esses dados refletem a realidade da prática clínica, incluindo pacientes que não costumam ser contemplados em ensaios, como os mais idosos ou com comorbidades. Isso é essencial para que possamos oferecer um cuidado cada vez mais personalizado e efetivo”, explica.

O estudo analisou dados de mais de 1.100 pacientes coletados globalmente e dividiu os grupos de forma equilibrada, garantindo que tivessem perfis semelhantes para uma comparação justa entre os medicamentos. Foram avaliados três tratamentos diferentes e os resultados mostraram que o Alectinibe e o Lorlatinibe proporcionaram melhores taxas de sobrevida em comparação ao Brigatinibe. Já entre Alectinibe e Lorlatinibe, os dados indicaram desempenhos bastante próximos, permitindo que médicos tenham mais flexibilidade na escolha do tratamento inicial, de acordo com as necessidades de cada paciente.

Dr. Carlos Teixeira também destaca o papel institucional do estudo: “essa pesquisa reforça o compromisso do Hospital, não só na formação de novos especialistas, mas também no incentivo à produção científica de qualidade, que gera impacto direto na vida dos pacientes. Projetos como este mostram como unimos ensino, assistência e pesquisa para trazer avanços concretos na área da oncologia.”

A apresentação do pôster será realizada no dia 28 de março durante o ELCC 2025, em Paris, na França. 

CAMINHANDO JUNTOS: UMA JORNADA DE APOIO NA LUTA CONTRA O CÂRCER | LEVE TALKS

Dê as boas-vindas ao nosso primeiro Leve Talks presencial! Nesta edição, mergulhamos no universo da oncologia para explorar os avanços revolucionários no tratamento do câncer. Acompanhe o Dr. Pedro Exman e seus colegas especialistas, Dr. Philip Bachour e Dr. Ricardo Caponero, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em uma conversa enriquecedora sobre os últimos desenvolvimentos e desafios enfrentados no campo da medicina oncológica.

Descubra as respostas para perguntas como:

  • O que são testes genéticos germinativos? Qualquer pessoa deve realizar?
  • Quais as novas opções de tratamento? E qual é indicada para cada paciente?
  • O que são CAR-T cells? Quando elas estão indicadas? Por que é tão revolucionário?
  • Quais são as perspectivas para a prevenção do câncer no futuro?

Além disso, abrimos espaço para perguntas da plateia, onde os pacientes e familiares puderam compartilhar sua experiência e tirar dúvidas!

Compartilhe este importante bate-papo com seus familiares, colegas e pacientes. Juntos, vamos ampliar o conhecimento e promover uma vida mais saudável para todos!

Resp. Técnico: Haggeas da Silveira Fernandes
CRM: 71855

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Pitaya não tem sabor? A espécie mais doce é do Brasil, conheça

Conheça espécie de pitaya que oferece o sabor mais doce.

A pitaya, também conhecida como fruta do dragão, é uma fruta exótica conhecida por sua aparência vibrante e benefícios para a saúde. Porém, muitas pessoas consideram essa fruta insossa ou sem graça. Mas a de pitaya conhecida por seu sabor doce e delicioso é daqui do Brasil!

Para garantir uma boa produção de frutas, muitos agricultores optam pela polinização manual das flores da pitaya, já que seus polinizadores naturais podem ser escassos em determinadas regiões.

Uma das características mais marcantes da pitaya é sua diversidade de cores e sabores, que vão desde o doce suculento até o leve e refrescante. Como aparece no episódio do podcast “De onde vem o que eu como”, a pitaya baby do Cerrado, que é uma variedade brasileira e mais doce.

Para um crescimento saudável, ela precisa de um apoio para conseguir sustentar seus frutos. Essa estrutura é chamada de palanque, que normalmente é feito com uma estaca de madeira fincada no chão, tronco de árvore ou uma estrutura feita de concreto. No topo dessas estruturas é preciso de um suporte para sustentar seus ramos e frutos.

“[A pitaya] pode colaborar com a prevenção de algumas doenças como câncer ou diabetes. Por que? Porque tem bastante princípios bioativos e antioxidantes. Mas o que de fato vai determinar o estilo de vida saudável são os hábitos alimentares e uma alimentação equilibrada, balanceada.” , destaca Andrea Bottoni nutrólogo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A pitaya, além de ser uma fruta saborosa, é rica em nutrientes, como vitaminas B, C, E, fósforo, minerais e ferro. Ela também é conhecida por sua concentração de fibras, que auxiliam na digestão e na saúde intestinal.

Peixe em vez de carne pode evitar morte precoce

Trocar a carne vermelha por peixes forrageiros marinhos — espécies pequenas que servem de alimento para aquelas de criadouro — pode evitar 750 mil mortes prematuras por ano até 2050, diz um estudo publicado na revista British Medical Journal Global Health. Segundo os autores, adotar uma dieta em que a principal fonte proteica são a sardinha, o arenque e a anchova, por exemplo, pode “reduzir significativamente a prevalência de incapacidades resultantes de doenças relacionadas com a alimentação”.

A pesquisa, do Instituto Nacional de Estudos Ambientais, no Japão, ressalta que, especialmente nos países de baixa renda e em desenvolvimento, esses peixes são baratos e abundantes. Além disso, devido ao aumento de consumo de alimentos ultraprocessados, a população dessas regiões têm sofrido um forte impacto das doenças cardiovasculares.

Consumo de carne bovina: alimentação sem carne vermelha merece atenção

“Cada vez mais evidências associam o consumo de carne vermelha e processada a riscos aumentados de doenças não transmissíveis, que foram responsáveis por cerca de 70% de todas as mortes mundiais em 2019”, disse, em nota, o epidemiologista Shujuan Xia, principal autor do artigo. “Desses óbitos, as doenças coronárias, os acidentes vasculares cerebrais, a diabetes e o câncer do intestino representaram quase metade (44%).”

Na terceira idade, carne vermelha é perigo para o coração

Ácidos graxos

“Peixes como sardinha contêm gorduras insaturadas, consideradas boas por proteger a saúde cardiovascular e reduzir o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer”, explica a nutricionista clínica Juliana Vieira, de São Paulo, acrescentando salmão e atum à lista. “Essa propriedade se deve à presença dos ácidos graxos ômega-3, que combatem e previnem a atividade inflamatória, um forte fator de risco para tumores malignos. A carne vermelha é rica em gorduras saturadas e favorece a inflamação, por isso, o excesso deve ser evitado”, ensina.

Além das propriedades de proteção cardiovascular, peixes forrageiros marinhos são abundantes em cálcio e vitamina B12, destaca o estudo publicado ontem. Além disso, têm a pegada de carbono mais baixa do que qualquer outra fonte animal, com menos emissão de gases de efeito estufa.

Para entender o impacto da substituição de proteína na dieta, os pesquisadores criaram quatro cenários, baseados em dados sobre a projeção do consumo de carne vermelha em 2050, incluindo o Brasil, e de captura de peixes forrageiros marinhos. Os modelos variaram progressivamente quanto à quantidade de calorias provenientes da pesca, em substituição a outras fontes animais, sendo que o primeiro prevê prioridade aos pescados e o último um consumo equilibrado.

Renda

A análise mostrou que, no primeiro cenário, a adoção de uma dieta prioritariamente composta por peixes forrageiros poderia “proporcionar benefícios substanciais à saúde pública, particularmente em termos de redução da ocorrência de doenças coronarianas”. Nos países com menor consumo de pescado, especialmente nos de renda baixa e média, o fardo dessas enfermidades seria reduzido substancialmente, mostra a pesquisa.

Globalmente, caso os países priorizassem o abastecimento interno com peixes forrageiros e estimulassem essa fonte de proteína em substituição ao gado, aos ovinos e aos caprinos, entre 500 mil e 700 mil mortes por doenças relacionadas à alimentação seriam evitadas por ano, até 2050. Além disso, a mudança no cardápio poderia evitar 15 milhões de anos vividos com deficiências associadas à dieta.

No Brasil, país onde o consumo de carne vermelha é considerado alto, 34% de óbitos prematuros relacionados à alimentação, especialmente por doenças cardiovasculares, diabetes e câncer colorretal, poderiam ser evitados, diz o estudo. Os autores recomendam uma agenda nutricional no Hemisfério Sul que priorize a alimentação à base de peixes forrageiros, especialmente aqueles mais abundantes local e nacionalmente.

Dieta mediterrânea

Para os países sem litoral e sem acesso direto aos produtos marinhos, como algumas nações africanas, a Mongólia e o Turquemenistão, o comércio global de peixe forrageiro precisaria de ser expandidos, diz a pesquisa. Os autores também defendem estratégias como informação sobre o impacto da carne vermelha nas mudanças climáticas nas embalagens desses produtos, assim como a educação dos consumidores sobre o elevado valor nutricional — e o baixo nível de químicos — desse tipo de pescada.

“A oferta limitada de peixe forrageiro não é suficiente para substituir toda a carne vermelha”, reconhecem os autores. “Mas aumentar o consumo diário per capita de peixe para perto do nível recomendado de 40 kcal, na maioria dos países, poderia reduzir mortes por doenças coronarianas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e câncer do intestino em 2% em 2050”, defendem.

Os autores também destacam que, nos países com baixo consumo de peixe, o estímulo à adoção de uma dieta no estilo mediterrâneo pode apresentar bons resultados no combate às doenças relacionadas à alimentação.

“É possível que populações não mediterrâneas adotem esse estilo de vida e conquistem seus benefícios com produtos disponíveis localmente e em seus próprios contextos culturais e sociais”, destaca a pesquisadora Caroline Reigada, especialista em medicina interna e nefrologia no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Além de evitar a carne vermelha e priorizar o peixe como fonte de proteína animal, a alimentação mediterrânea caracteriza-se pelo alto consumo de frutas, verduras, legumes, cereais e leguminosas.

COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS E INFORMAÇÕES SOBRE O CÂNCER | AUMENTE O SOM DA SUA SAÚDE – PODCAST

Bem-vindos ao podcast “Aumente o Som da sua Saúde”! No nosso primeiro episódio, reunimos quatro especialistas em oncologia para compartilhar experiências e informações sobre o câncer. Neste bate-papo descontraído e informativo, você vai aprender desde a prevenção até o tratamento e as inovações na oncologia, com insights valiosos diretos da prática clínica e hospitalar diária dos profissionais.

Intrabeam reduz tempo de tratamento de radioterapia para diversos tipos de câncer

A tecnologia, que foi criada para o tratamento de tumores cerebrais, é utilizada com segurança e eficácia para combater outros tumores, como o de mama e de coluna

São Paulo, 1 de fevereiro de 2023 – Há quase uma década o Hospital Alemão Oswaldo Cruz foi pioneiro no Brasil ao oferecer aos seus pacientes a tecnologia do Intrabeam, equipamento responsável por uma única sessão de radioterapia intraoperatória para o tratamento de câncer de mama em estágio inicial e em mulheres acima de 50 anos. Essa abordagem desbravadora rendeu ao Hospital o Certificado de Centro de Referência na América Latina expedido pela empresa que projetou e comercializa o equipamento.

Atualmente o leque de utilização dessa tecnologia se expandiu bastante, sendo usada também para outros tipos de cânceres, especialmente quando se desenvolvem no abdômen, na coluna (lombar e torácica), para os chamados sarcomas (tumores de partes moles – aqueles que se desenvolvem em músculos, gordura, tendões, ligamentos, vasos sanguíneos e nervos periféricos), lesões ósseas primárias ou secundárias e lesões de pele em regiões críticas (ao redor dos olhos, boca, nariz e orelha).

De acordo com o Dr. Rodrigo Hanriot, coordenador da Radioterapia do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o maior benefício trazido pelo Intrabeam, além da segurança e da eficiência (porque atinge somente o tumor e não os órgãos vizinhos, como pode acontecer com a radioterapia convencional), é a redução do tempo de tratamento e, consequentemente, do custo total do processo.

“O tratamento convencional é composto de 20 a 30 aplicações diárias, e obriga o paciente a ir ao hospital uma vez ao dia até finalizar o tratamento. Com esse equipamento o processo todo se reduz a uma única aplicação, durante a cirurgia, ou seja, o paciente não precisa retornar diariamente ao hospital porque já está tratado. Além disso, pode reduzir o custo do tratamento de 20 a 50% quando comparado com a radioterapia externa ”, esclarece.

O especialista destaca que essa tecnologia ainda não é usada para todos os tipos de lesões e que há ainda protocolos detalhados que devem ser respeitados. “No caso dos cânceres de mama, por exemplo, o Intrabeam é indicado para mulheres acima de 50 anos ou já na menopausa, com lesões até 2,5 cm e que estejam localizadas somente nas mamas, ou seja, que não tenham atingido os linfáticos da axila”, ressalta.

O médico diz ainda que entre 20 e 25% de todas as pacientes com câncer de mama, poderiam se beneficiar da utilização do Intrabeam.

Intrabeam é indicado para lesões no corpo vertebral (coluna)

Segundo o Dr. Marcelo Risso, ortopedista e especialista em tratamento de cânceres na coluna, com o passar dos anos, estudos comprovam a eficácia do Intrabeam para o tratamento de tumores na coluna. E o Hospital Alemão Oswaldo Cruz foi uma das instituições pioneiras no mundo a realizar esse tipo de procedimento, em 2018. “Mas a utilização da tecnologia depende do cumprimento de alguns critérios, entre eles, o paciente deve ter até três lesões metastáticas, elas devem ser oligo progressivas (que crescem muito lentamente) e estarem localizadas no corpo vertebral, que é a região anterior da vértebra e onde se concentram cerca de 90% dos tumores”, esclarece.

Para o especialista, assim como no tratamento de câncer de mama, a aplicação da radioterapia por meio do Intrabeam nos tumores na coluna tem três grandes vantagens. “A primeira delas é a dose-efetividade, que é excelente, que também é feita durante a cirurgia, em dose única e sem afetar órgãos e tecidos vizinhos, como medula, intestino, músculos e pele”, garante.

“O segundo benefício é que, em geral, tumores de coluna têm uma fratura da vértebra associada e durante a mesma cirurgia é possível tratar a fratura por meio da injeção de cimento ósseo dentro da vértebra”, elenca.

“A terceira vantagem é que uma sessão de radioterapia única com o Intrabeam, permite ao paciente retornar rapidamente ao oncologista e dar continuidade ao tratamento sistêmico, como a quimioterapia e a imunoterapia, por exemplo”, relata.

Presença do médico patologista durante a biópsia permite mais precisão e rapidez no diagnóstico de câncer

Equipe multidisciplinar reduz custos e possibilita tratamentos personalizados

São Paulo, 25 de outubro de 2022 – As biópsias são fundamentais para o diagnóstico das doenças, em especial, das oncológicas. A presença do médico patologista durante esse procedimento permite que a coleta do material seja feita com exatidão e que uma primeira análise identifique com rapidez se a amostra testa positivo para o câncer e já neste primeiro momento seja preparada para estudos posteriores e mais específicos sobre o tipo de neoplasia.

Para o Dr. Ariel Kann, Head de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o trabalho de uma equipe multidisciplinar é um diferencial dentro do Centro Especializado em Oncologia da Instituição. “A presença de diversos especialistas de excelência, composta por médicos oncologista, cirurgião, radiologista intervencionista e patologista, planejando e executando, desde o início, a coleta do material traz desfechos melhores, mais resolutivo para o paciente, garantindo qualidade, segurança e confiabilidade aos resultados. A adoção do atendimento multidisciplinar é fundamental para determinar o tipo específico de câncer, permitir a definição cada vez mais assertiva do esquema terapêutico e, portanto, a individualização do tratamento”, afirma o especialista.

Biópsia: o que é e como funciona

O Prof. Dr. Venâncio Alves, patologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que as biópsias são o ato cirúrgico pelo qual é feita a coleta de um fragmento do tecido (conjunto de células) que será analisado naquele exato momento para confirmar se a suspeita de neoplasia procede. “A partir da coleta, o material que é encaminhado ao laboratório passa por exames mais complexos, como os anatomopatológicos, os citopatológicos e os imunohistoquímicos, que vão estabelecer o tipo de doença. A partir desses resultados os oncologistas poderão definir a melhor abordagem para cada paciente,”, esclarece.

O patologista explica ainda que as biópsias podem ser feitas basicamente de três maneiras. Por um médico clínico em consultório, quando as lesões são de fácil acesso, como acontece em lesões de pele, de linfonodos superficiais (gânglios) ou outros nódulos palpáveis. Por um cirurgião, em uma sala cirúrgica, em situações em que a área suspeita de câncer se encontra em um local de difícil acesso. E ainda por um médico radiologista intervencionista, que além de analisar as imagens por meio de ultrassom, tomografias, ressonâncias magnéticas e exames de PET scan, identifica os nódulos e coleta amostras para que sejam analisadas pelo patologista.

Trabalho em equipe traz resultados mais precisos

O Dr. Flávio Pimentel, radiologista intervencionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, reitera a importância da biópsia realizada com a presença do patologista. “Cada tumor pode se apresentar de uma maneira diferente e não ser uniforme. O tecido retirado pode ser composto predominantemente por fibrose (cicatriz) ou necrose (com muitas células mortas) e isso pode impedir um diagnóstico preciso. Por isso é importante que o patologista cheque a qualidade e a quantidade do material coletado, para ter certeza de que os fragmentos coletados são suficientes para o diagnóstico. Se aquela amostra coletada inicialmente não for satisfatória, uma outra é coletada já neste mesmo ato e o paciente não precisa voltar ao hospital para fazer uma nova biópsia”.

O especialista conta que os patologistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz utilizam uma técnica chamada de congelação. “Essa técnica congela a amostra de tecido retirada, o que permite que o material seja imediatamente submetido a cortes finos e análise microscópica, capaz de avaliar se é câncer ou não, e se a amostra é suficiente”, explica Pimentel.

“Essa segurança na adequação da amostra é importante, não só para o paciente, que já sai com o diagnóstico, mas também para o sistema de saúde, no sentido de prevenir repetição de procedimentos (com aumento do custo e perda de tempo valioso), e para a equipe médica, que consegue identificar a doença e pode começar a planejar o tratamento com maior rapidez”, assegura.

Dor de cabeça, náuseas e visão turva são alerta para câncer cerebral

Neurocirurgião do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, dr. Eduardo Vellutini explica quais são as terapias disponíveis para tumores do sistema nervoso central.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), devem ser diagnosticados mais de 11 000 novos casos de câncer cerebral no Brasil em 2022. Quanto mais precocemente o diagnóstico for realizado, melhor será o resultado do tratamento, afirma o neurocirurgião e coordenador de neurocirurgia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, dr. Eduardo Vellutini.

Embora não seja possível prevenir a doença, o médico explica que é importante ficar atento a alguns sinais, como dor de cabeça, predominantemente noturna, náuseas, vômitos, visão turva e crises convulsivas. “Um tumor próximo às áreas responsáveis pela linguagem pode dificultar a fala ou compreensão; já se o tumor estiver nas regiões que controlam os movimentos ou sensações, podem surgir fraqueza ou dormência de parte do corpo. Essas disfunções devem ser investigadas por um especialista para descartar a doença ou iniciar rapidamente o tratamento”, complementa.

Tipos de tumores e tratamentos

Os tumores podem se desenvolver no cérebro ou também surgir a partir de metástases geradas por outros órgãos, principalmente pulmão e mama. Vellutini conta que, no caso dos tumores benignos de crescimento lento, a conduta para pacientes em idade avançada geralmente é observar e tratar apenas se houver aumento de volume. “Nos casos mais agressivos, o tratamento pode consistir em cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou a associação desses três, além da terapia alvo, que ataca somente as células cancerígenas”, explica.

Segundo o médico, a escolha do local para realização do tratamento deve levar em consideração alguns fatores, como se a instituição possui projetos de pesquisa e conta com tecnologia de ponta e um corpo clínico-assistencial de excelência.

“Em setembro, o Oswaldo Cruz completa 125 anos como uma das melhores instituições de saúde na América Latina. Esse reconhecimento existe por estarmos cada vez mais preparados para os atendimentos de alta complexidade de forma coordenada. Nossos clínicos, cirurgiões, radioterapeutas, radiologistas e os times da patologia e da medicina diagnóstica, por exemplo, discutem conjuntamente os casos, o que nos permite chegar com rapidez e precisão ao melhor diagnóstico e tratamento para cada paciente”, conclui Vellutini.

Câncer na panturrilha? Conheça os sarcomas de partes moles

Existe câncer na panturrilha? Os sarcomas podem ocorrer em qualquer parte do organismo, mas é comum que eles atinjam os membros inferiores, como a panturrilha e os pés.

A grande maioria das pessoas costuma associar a ocorrência de tumores em órgãos como pâncreas, mamas e fígado, que realmente são mais incidentes na população brasileira. Entretanto, entre 1% e 2% dos tumores também podem acometer tendões, músculos e cartilagem, e são denominados sarcomas de partes moles.

Os sarcomas podem ocorrer em qualquer parte do organismo, como braços, costas, coxas e abdômen, mas é comum que eles acometam os membros inferiores, como a panturrilha e os pés. Quando atingem os ossos são denominados osteossarcomas (mais comuns em crianças e adolescentes).

O diagnóstico precoce é essencial, pois, dependendo do grau de malignidade do tumor, ele pode se espalhar mais facilmente pelo organismo. Os graus são divididos em baixo, intermediário e alto.

“Nos membros inferiores, por exemplo, um dos órgãos frequentemente atingidos por metástase é o pulmão”, explica o dr. Waldec Jorge, oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Como identificar? Normalmente os sarcomas não manifestam sintomas nos estágios iniciais, o que torna a sua identificação desafiadora. Entretanto, o dr. Waldeck explica que na região dos braços e pernas, onde há menos gordura, é possível notar nódulos que vão aumentando de tamanho e que podem provocar dor com o passar do tempo. Sintomas como febre, perda de peso ou falta de apetite são raros.

“Um exame físico já aumenta a suspeita do diagnóstico. Muitas vezes, o único sintoma é um incômodo local com um caroço em crescimento”, complementa Waldec.

Já nos sarcomas que atingem os ossos, a dor é o principal sintoma. É possível descrever como uma dor que vai e volta e fica sempre pior no período noturno. A localização dessa dor costuma ser no osso da coxa (fêmur), um dos ossos mais longos do corpo humano.

Como tratar sarcomas? Para os sarcomas de baixo grau e que se desenvolvem mais lentamente, a base do tratamento é cirúrgica, além da radioterapia para minimizar a recorrência do tumor.

“Tumores de alto grau e de crescimento e que se espalham rápido são mais sensíveis à quimioterapia. É por isso que a escolha do tratamento em si vai depender do sarcoma que estamos tratando e do seu grau de estadiamento”, diz o oncologista.

Diagnóstico precoce Diferentemente dos tumores de próstata e mama, em que é possível a partir de certa idade fazer exames específicos a fim de identificar a doença mais precocemente, no caso dos sarcomas não há exames do gênero. Entretanto, é importante ficar atento a questões de hereditariedade.

“Para os sarcomas não há nenhum padrão de rastreamento, exceto nas situações em que há uma predisposição estabelecida. Pelo histórico familiar é possível notar quando há alguma alteração genética. Existem famílias com três, quatro casos, por isso é importante investigar, pois alterações genéticas herdadas, como a síndrome de Li-Fraumeni, podem ser responsáveis por elevar o risco de desenvolvimento desse tipo de câncer”, elucida Waldec.

CÂNCER E SEXUALIDADE

Preocupações com a doença e reações ao tratamento podem abalar a vida sexual, mas conversa franca e apoio profissional ajudam a superar os desafios

O diagnóstico de câncer vai muito além de um retrato médico. Pode causar feridas emocionais e, muitas vezes, abre um abismo também na vida conjugal do paciente. Porém, o câncer não é o fim de tudo. Pode ser derrotado com o tratamento correto. E o casal também tem tudo para se fortalecer nesse período.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz vai além da saúde física do paciente e olha para ele como um todo. “Quem enfrenta um câncer encontra obstáculos psicológicos e físicos. Muitas vezes, o diagnóstico promove uma situação de angústia e depressão, o que reduz a libido”, diz o Dr. Ricardo Caponero, do Centro Especializado em Oncologia da instituição.

De acordo com o médico, profissional com mestrado em oncologia molecular, existem situações em que a vida está ameaçada e o prazer da recompensa pela atividade sexual fica reduzido. “A fragilidade física pode ser imaginária ou real. Durante o tratamento pode ocorrer diminuição da capacidade imunológica ou alterações nas mucosas, causando uma fragilidade real”, analisa.

O diálogo é a palavra-chave na retomada da vida conjugal. O especialista pontua que é importante perceber que esses estados podem ser transitórios. “Alguém que está com muitas náuseas após uma quimioterapia pode não ter disposição para uma relação sexual naquele dia, mas a náusea vai ser passageira.”

É preciso, segundo o especialista, que os parceiros passem a prestar mais atenção ao outro e valorizem mais o carinho, a cumplicidade e a intimidade.

Falar sobre sexo ainda é uma situação incomum em uma consulta médica. “Durante um atendimento oncológico, mais do que inibição, o que ocorre é a mudança do foco para temas que parecem ter mais relevância, como o curso da doença, o prognóstico, os efeitos do tratamento”, conta o Dr. Ricardo. “O tratamento oncológico é sempre multiprofissional.” Com ou sem questões sexuais envolvidas, é sempre indicado ter acompanhamento psicológico, além de orientações de enfermagem e nutrição.

“Alguém que está com muitas náuseas após uma quimioterapia pode não ter disposição para uma relação sexual naquele dia, mas a náusea vai ser passageira”

Dr. Ricardo Caponero, médico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

SABER OUVIR

O primeiro passo é saber escutar e fazer a pergunta certa. O profissional da oncologia precisa estar disposto a ouvir, sem preconceitos. “Quanto mais o médico se dispõe a escutar, maior a riqueza de detalhes da história e mais produtiva a interação com o paciente”, diz. “Mesmo os que não têm um relacionamento nesta fase estão preocupados em como poderão ter parceiros sexuais durante ou após a doença.”

O especialista lembra o caso de um jovem casal, juntos havia três anos, quando a mulher teve câncer de mama. Depois de discutidos todos os aspectos mais importantes em relação à doença e ao tratamento, o médico perguntou como estava a vida conjugal. A paciente disse que caminhava para a separação e que, depois da cirurgia, o marido não a procurava mais. Com o consentimento da paciente, o oncologista conversou com o marido. Ele havia dito sentir desejo, sim, mas que estava se contendo na fase difícil em que sua esposa estava recém-operada – e ainda fazendo quimioterapia. Por isso, estava dando a ela o tempo para se recuperar. “Só estava faltando o diálogo.”

Os especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz consideram necessário descobrir um “novo normal” em mudanças funcionais e na imagem corporal. Isso ocorre nas mulheres que têm a menopausa induzida pelo tratamento e é notado nos homens que trataram câncer de próstata e tiveram seus níveis de testosterona reduzidos. Sem se esquecer das intervenções cirúrgicas em órgãos sexuais.

Para oferecer um tratamento integrado, os profissionais do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz contam com suporte de psicologia, nutrição, farmácia clínica e toda uma equipe que faz reuniões clínicas diárias (“tumor board”) para trocar experiências e discutir dúvidas.

Com todo o apoio necessário do Hospital, a retomada da vida sexual pode envolver a descoberta de uma nova sexualidade pelo casal. E uma vida renovada durante e após o tratamento.

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