TONTURA/VERTIGEM | TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE…

A tontura é uma sensação desconfortável de desequilíbrio ou vertigem que pode ser causada por muitos fatores, desde problemas no ouvido até condições mais graves como distúrbios neurológicos. Muitas vezes, a tontura pode interferir nas atividades diárias e prejudicar a qualidade de vida.

Descubra mais sobre tontura neste vídeo da série “Tudo o que você precisa saber sobre” com o Dr. Márcio Salmito, otorrinolaringologista do nosso hospital. Caso precise de ajuda, agende uma consulta com nossos especialistas no link: http://bit.ly/418Rf9L

Resp. Técnico: Haggeas da Silveira Fernandes CRM: 71855

Incidência de esclerose múltipla é maior entre as mulheres

Estudos apontam que a proporção é de duas mulheres para cada homem diagnosticado com a doença. Ultimamente, houve avanços importantes no tratamento.

Longe de ser problema presente apenas na vida dos idosos, a esclerose múltipla ataca, principalmente, mulheres na faixa etária entre 20 e 40 anos, população mais suscetível ao desenvolvimento da doença.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência média da doença no Brasil é de 8,69 para cada 100 mil habitantes. No mundo, estima-se que entre 2 milhões e 2,5 milhões de pessoas convivam com ela. A proporção é de duas mulheres para cada homem diagnosticado.

Na esclerose múltipla, as células de defesa do corpo atacam o sistema nervoso central, cérebro e medula espinhal, destruindo o tecido protetor (mielina) que envolve as fibras nervosas, impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo.

Apesar de ainda não haver cura, a doença já não impacta necessariamente a expectativa de vida. Hábitos saudáveis somados aos avanços da medicina, com medicações que agem especificamente em cada perfil da doença, mudaram completamente o panorama.

Tudo isso ocorreu basicamente nos últimos 20 anos. Esse cenário ajuda o paciente a ter maior qualidade de vida. Estudar, trabalhar, praticar atividades físicas são não apenas possibilidades, mas orientações médicas.

Diogo Haddad, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo, afirma que o paciente pode ter qualidade de vida “quase normal”, graças ao reconhecimento e ao tratamento precoces.

“A evolução dos exames diagnósticos permite identificar o problema em estágios iniciais. O avanço das pesquisas de novas drogas oferece abordagens terapêuticas cada vez mais eficazes. Esse conjunto de fatores é essencial no controle da progressão da esclerose múltipla e para proporcionar qualidade de vida aos pacientes”, diz ele.

A suspeita em jovens surge com sintomas muito variados, como queixas visuais (visão dupla ou embaçamento visual), problemas de sensibilidade (formigamentos), perda de sensibilidade ou de força dos membros inferiores. Durante a investigação, avalia-se detalhadamente o sistema nervoso, por meio de exame neurológico completo.

Entre os exames complementares, o mais importante é a ressonância magnética, que pode definir as lesões com precisão e muitas vezes determinar os melhores tratamentos.

Quando a visão é afetada, pode haver embaçamento visual, lesão do brilho das cores e até perda visual, sintomas geralmente acompanhados de dor na movimentação ocular.

“Em alguns casos, alterações cognitivas e de memória podem ocorrer, mas, na maioria das vezes, tendem a se desenvolver tardiamente. Por isso, o reconhecimento profissional precoce dos sinais impede, por vezes, o avanço de sintomas atípicos da doença”, diz Haddad.

A esclerose múltipla é diagnosticada a partir de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos. A ressonância magnética é um dos exames de imagem mais importantes, tanto no momento do diagnóstico inicial quanto no acompanhamento da doença.

“O exame permite afastar outras possibilidades diagnósticas, identificar novas crises e avaliar as respostas ao tratamento”, explica o doutor Diogo Haddad.

Além da abordagem ampla – que envolve estilo de vida, atividade física, nutrição e aspectos emocionais –, para aqueles com as formas recorrentes da doença estão indicados medicamentos imunomoduladores. São drogas modificadoras da doença, assim chamadas por atuarem no desarranjo existente no sistema imune.

Para o tratamento dos surtos é usada a “pulsoterapia” (administração de altas doses de medicamentos por curtos períodos) com corticoides sintéticos. “Com o avanço das medicações apresentando eficácia cada vez mais alta, os surtos tendem a ser mais raros e, por vezes, inexistentes a partir do tratamento”, esclarece Haddad.

O tratamento, que é multidisciplinar, vai além do acompanhamento medicamentoso e dos exames periódicos. Inclui dieta rica em fibras e hidratação adequada com ingestão de água, que ajudam a regular o intestino e evitar a constipação, bastante comum entre os pacientes.

A prática de atividade física, principalmente exercícios que aumentam a força muscular e o equilíbrio para evitar o enrijecimento corporal, é essencial para promover o melhor controle do intestino e da bexiga, além de colaborar para o bem-estar, reduzindo o estresse e a ansiedade.

Entenda por que o Parkinson pode afetar os mais jovens

Conhecida por se manifestar na terceira idade, especialistas explicam que a doença também atinge mais de 10% da população com menos de 50 anos Recentemente, a jornalista e apresentadora Renata Capucci, anunciou que foi diagnosticada com a Doença de Parkinson. Atualmente com 49 anos, ela contou que recebeu o diagnóstico há quatro anos, quando tinha 45.

A doença, que na maioria dos casos surge após os 60 anos, surpreendeu os telespectadores e internautas. Mas você sabia que casos precoces da doença não são tão incomuns? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 10% a 15% dos pacientes com Parkinson têm menos de 50 anos.

Entre todos os pacientes, estima-se que 2% tenham menos de 40 anos de idade. O neurologista e coordenador do Núcleo da Memória no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Diogo Haddad, explica que, independentemente da idade do paciente quando é diagnosticado, os sintomas podem ser bem semelhantes.

“Diferente do que costumamos pensar, o tremor não é o principal sintoma de Parkinson de Início Precoce, por isso é preciso estar atento a outros sinais ainda mais importantes”, explica o especialista. Dentre os sintomas mais comuns estão movimentos involuntários de mãos, braços e pernas; contrações involuntárias de qualquer parte do corpo; lentidão para fazer movimentos simples e rotineiros como andar, pegar objetos, sentar ou se levantar; e alterações de humor, além de ansiedade e depressão. De causa neurológica, a Doença de Parkinson ocorre devido à degeneração das células que produzem a dopamina neurotransmissor cerebral, que conduz as correntes nervosas para todo o organismo.

A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos, provocando sintomas como rigidez muscular, desequilíbrio motores e tremores. A recomendação do neurologista é que independentemente da idade, deve-se procurar por uma avaliação médica o quanto antes, caso apresente algum desses sintomas. A forma precoce da Doença de Parkinson pode ter uma origem genética e isso também precisa ser investigado. “Sua progressão é mais lenta e é possível ter qualidade de vida com o tratamento individualizado e medicação adequada”, finaliza o médico. Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Demência senil não existe e é importante você nunca se esquecer disso

“Não existe demência senil, não existe demência senil, não existe…”— no desenho que o neurologista Diogo Haddad Santos projeta para seus alunos na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, o personagem Bart, filho mais velho da família Simpson no desenho criado pelo cartunista americano Matt Groening, copia a frase diversas vezes. E é preciso mesmo que ela entre na cabeça — e não só na dos futuros médicos na sala de aula.

“Envelhecer não é doença e o esperado é que o cérebro mantenha a sua funcionalidade, organizando as ideias e preservando a autonomia, mesmo que o indivíduo tenha 90, 95, 100 anos”, garante o professor. “Claro, dentro de parâmetros normais para aquela idade”, completa.

Ao ouvir isso, questiono: mas o que seria normal? “Depende um pouco do quanto a pessoa usou o seu cérebro ao longo da vida e há também um pouco de subjetividade, isto é, das expectativas de cada um”, responde o médico que, então, me conta uma história bastante emblemática. Aconteceu no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, onde ele é o coordenador do Núcleo de Memória.

O senhor, de mais de seus 90 anos, estava aflito. “Acho que estou com Alzheimer”, queixava-se com eloquência. Ele ainda estava na ativa profissionalmente e cuidando de uma firma com algumas dezenas de colaboradores. Aflito, já não se lembrava de tudo o que estava acontecendo no escritório.

Diogo Haddad então lhe disse que, claro, ele faria exames e que, sim, diante dos resultados seriam indicadas melhores estratégias de reabilitação para o seu caso. Mas disparou a seguinte pergunta: “O senhor pratica corrida?” Nesse instante, o sujeito à sua frente arregalou os olhos sem entender nada. “Como sabe, pessoas saudáveis na sua idade conseguem andar, mas já não têm força para uma corrida e certamente não cobram isso dos seus músculos. É a mesma coisa: por que está cobrando o equivalente a uma maratona do seu cérebro?”.

A comparação é excelente para a gente entender o envelhecimento cerebral normal, como o daquele paciente — que, aliás, continua com a cabeça tinindo, mas agora com o bom senso de não forçá-la a controlar as informações diárias do escritório, poupando-a para decisões mais estratégicas, onde a tal da experiência conta um bocado.

O fato é que existem extremos, que Diogo Haddad conhece bem, atendendo pacientes da rede pública na Santa Casa e particular, no Oswaldo Cruz. Na rede pública, em especial, muitos indivíduos chegam em estágios bastante avançados de demências, quando já há menos o que se fazer — o que é pena, porque hoje há algumas boas possibilidades terapêuticas para frear a velocidade com que avançam.

Já no consultório privado, é mais frequente encontrar gente que estranha os primeiros sinais de que a memória já não anda a mesma. Ainda assim, são menos casos do que Diogo Haddad e seus colegas gostariam de encontrar.

“Há dois principais motivos para isso”, nota o médico. “Um deles é que, em português, o termo demência assusta ainda mais do que lá fora, por ser carregado de preconceito.” Ele lembra que, por aqui, a palavra demente soa como o nome que se dá ao portador de uma doença neurogenerativa, mas é usado até como xingamento. Tanto que toma o cuidado de evitar pronunciar que males como Alzheimer é uma forma de demência — e é.

Assim como essa doença que provoca paulatinamente um apagão nas lembranças, existe a demência frontotemporal ou simplesmente DFT e a demência de corpos de Lewi, para citar os tipos mais comuns na nossa população. Sem contar as afasias progressivas primárias, que afetam a linguagem, mas que, adianto, no fundo são formas ou do Alzheimer ou do DFT.

“Nos últimos tempos, aprendemos que existem subtipos de cada uma das formas de demência e não duvido que, em dez anos, o que hoje chamamos só de Alzheimer, por exemplo, se desdobrará em vários nomes”, aposta o neurologista. Só um deles, nesta altura já sabe, deve ser apagado da nossa memória — demência senil. Porque não existe.

O que podemos fazer com as pistas que o Sars-CoV-2 deixa no cérebro?

Nos últimos dias saíram estudos mostrando o que pode acontecer com o cérebro após a passagem do Sars-CoV-2. Não é preciso muito raciocínio para apostar que ainda surgirão muitos outros trabalhos nessa linha.

Afinal, está todo mundo esperto. Só em janeiro deste ano, 89 milhões de pessoas ao redor do mundo testaram positivo para covid-19. E já é esperado que uma parte delas passe a reclamar de lapsos de memória, dificuldade para nomear as coisas, sensação de que os pensamentos surgem em câmera lenta e sem a mesma clareza de antes. Sim, esse coronavírus parece nos dar um nó na cabeça.

Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicaram esta semana na revista Nature um artigo no qual, tentando explicar esses quadros, comparam imagens de ressonância magnética do cérebro de 401 pessoas antes e depois que tiveram um quadro leve de covid-19. Em resumo, eles notaram que determinadas estruturas cerebrais simplesmente encolheram.

Em outro trabalho, este da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, que saiu na Alzheimer’s & Dementia, os pesquisadores fizeram a autópsia de dez pessoas que se queixavam de problemas de memória na covid longa e que, por azar, morreram de outra causa qualquer. No cérebro delas, encontraram lesões parecidas com aquelas que surgem nas fases iniciais do Alzheimer.

Tudo isso é assustador à primeira vista, mas não dá para a gente já sair esquentando a cabeça. Até porque não é assim que ela, a cabeça, funciona. Entendi isso ao ter uma ótima conversa com o neurologista e neuroimunologista Diogo Haddad Santos, coordenador do Núcleo de Memória do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

No final do primeiro ano da pandemia, em 2020, o médico participou de uma grande discussão no Oswaldo Cruz sobre o impacto da covid-19 na memória. Na época, sabia-se uma coisa ou outra e a conclusão otimista foi de que, dali a um ou dois anos —ou seja, agora—, a gente entenderia muito mais sobre a ação do Sars-CoV-2 no sistema nervoso central.

“Queríamos saber o quanto a cognição era afetada, se todas as pessoas infectadas corriam o mesmo risco de perdas cognitivas e, principalmente, se daria para evitá-lo”, diz o neurologista.“Mas, para ser honesto, nesse campo pouca coisa mudou de lá para cá.”

Quando, lá atrás, os cientistas flagraram o Sars-CoV-2 no sistema nervoso central, houve um estardalhaço. De boca aberta —uau!—, recebemos a notícia de que, de alguma maneira ele passava de boa pela barreira hemotoencefálica que cerca o cérebro.

Poderia descrevê-la como uma estrutura que, entre outras características capazes de oferecer proteção, é formada por vasos capilares cujo endotélio, seu revestimento interno, não deixa muita brecha entre uma célula e outra justamente para evitar a passagem de substâncias ou de agentes causadores de doença que, por acaso, circulem pelo sangue.

O fato é que, entre os que entendiam de infecções ou de cérebro, não houve uma grande surpresa. “Outros coronavírus, que vieram antes do da covid-19, atravessavam essa barreira. Não tinha por que o Sars-CoV-2 ser diferente”, informa Diogo Haddad.

Para ele, as pessoas prestaram mais atenção dessa vez por ser uma pandemia, com um enorme número de casos que, amanhã ou depois, podem apresentar problemas de cognição. “Mas essa possibilidade, em si, não é uma novidade”, reforça.

Aliás, a ameaça nem sequer é exclusividade dos coronavírus. Quem atua na área da neurologia cognitiva sabe bem que, por exemplo, depois de uma pneumonia qualquer a pessoa pode sentir um baque nas funções executivas. E a cabeça é até capaz de piorar se essa criatura decide voltar ao trabalho em seguida e a mil por hora.

Claro que há diferença se a atividade profissional do indivíduo inclui tarefas mais simples ou se exige um bocado de atenção, planejamento, criatividade, tomada de decisões, capacidade de cálculo, habilidade para fazer apresentações, gerenciar crises, negociar? —enfim, se emprega mais cognição. Não por nada: “Até porque a pessoa só sente que tem um problema cognitivo quando ele começa a afetar o dia a dia, atrapalhando o desempenho profissional ou seus relacionamentos”, nota o neurologista.

Assim, um professor de física pode ter o mesmíssimo comprometimento de um trabalhador braçal e acabar sentindo mais os lapsos de memória. Nem sempre, porém, é só questão de maior percepção. Pode ser também por forçar na fase de retomada da rotina.

Segundo Diogo Haddad, quando alguém tem uma infecção como a covid-19 e, passada a fase aguda, resolve retomar depressa a agenda agitada, a cabeça pode até piorar. “Ao contrário do que muitos pensam, o cérebro não é inatingível”, explica. “O Sars-CoV-2 tem claramente um neurotropismo, isto é, uma facilidade para se multiplicar nos neurônios. E, depois desse ataque, eles precisam de um tempo para se reorganizarem.”

Ele compara a situação com a de um corredor que, após a convalescência, decide retomar os treinos: “Ele não sai do leito para uma maratona. Primeiro, correrá 1 quilômetro, depois 2 quilômetros e assim por diante”. Nem conseguiria correr mais do que isso no começo. E, se insistisse, talvez passasse mal.

“No entanto, ninguém tem essa noção quando é o cérebro”, observa Haddad. “Como os músculos ou o sistema cardiovascular, ele também precisa se readaptar.” Portanto, desacelerar pode ser recomendável.

Quanto tempo isso leva? Adivinhe a resposta! “Depende”, diz o doutor. “É muito individual, conforme a idade, a reserva cognitiva, se é alguém que faz exercício físico, se dorme bem e como se alimenta”, conta. “E, claro, devemos considerar as atividades do dia a dia”. Reuniões difíceis ou aulas pesadas podem corresponder à maratona da comparação.

Ao contrário do que alguns recomendam —esperar alguns meses na covid longa antes de buscar ajuda— , Diogo Haddad acha que, se você a todo instante precisa reler uma página de livro ou se anda se esquecendo de detalhes do que acertou com colegas, por exemplo, essa percepção não deveria ser negligenciada. “Mas, infelizmente, a tendência de todos é minimizar é atribuir sinais assim à correria”, nota.

Para ele, isso deveria ser comentado com um profissional de saúde — “de preferência um neurologista, um psiquiatra, um geriatra ou um psicólogo, embora até mesmo um clínico geral possa avaliar se é caso de buscar uma ajuda especial”, referindo-se à reabilitação cognitiva. Já ouviu falar? Ela é algo muito mais complexo do que mandar o sujeito resolver uma charada. O que será prescrito vai depender de uma avaliação cuidadosa.

“Não há um exame de imagem ou de sangue capaz de diagnosticar problemas cognitivos”, explica o médico. “Mas, pela avaliação, posso intuir que a área afetada no cérebro está bem ao lado, vamos supor, de outra que tem a ver com habilidades motoras. Portanto, para a reabilitação cognitiva desse paciente, será muito mais efetivo eu indicar exercício físico do que palavras-cruzadas.”

Aqui está um grande valor de mapear os estragos feitos pelo Sars-CoV-2. Se o neurologista conhece as regiões afetadas, será mais fácil planejar o que precisa ser feito para a função cognitiva voltar ou até mesmo prevenir sua derrocada.

Mas sem pânico em relação aos resultados desses estudos até o momento: “O de Oxford checou se todas as pessoas com estruturas cerebrais encolhidas apresentavam problemas de memória na covid longa”, aponta o médico. Em matéria de cognição, várias alterações nas imagens nem sempre se traduzem em problemas.

“No cérebro, tudo funciona na base de redes neurais”, ensina Haddad. Ou seja, caminhos formados por neurônios que se comunicam entre si e que podem se desviar de inúmeras alterações.

A maioria das pessoas que relacionam dificuldades de memória à covid-19 relata que pena para encontrar as palavras corretas e, não raro, chega a trocá-las. Será que áreas cerebrais associadas à linguagem seriam as favoritas do coronavírus? Por que ele afetaria menos outras habilidades?

“Há apenas hipóteses”, conta o professor Diogo Haddad. “Uma delas é que o cérebro é inteligente. Ele sabe que usamos a linguagem o tempo inteiro. Então, é como se, ao ser invadido pelo vírus, ele de alguma maneira o encaminhasse para o lugar onde o prejuízo seria menor a longo prazo, porque há mais redes neurais e, portanto, maior a chance de criar caminhos alternativos depois.”

A única certeza é que o cérebro tem uma plasticidade incrível. Tanto que ninguém pode garantir se, passado um tempo, as áreas que apareceram encolhidas no estudo britânico já não teriam voltado ao que eram, especialmente nos pacientes jovens. É uma questão de a gente confiar mais da nossa cabeça e lembrar que ela também pode ser ajudada.

Termômetro infravermelho causa danos ao cérebro? Anvisa diz que não

Uma postagem que circula pelas redes sociais desde semana passada alega que termômetros infravermelhos fazem mal ao cérebro . A informação é falsa e a Anvisa garante que o uso do aparelho não é prejudicial a saúde , em especial à região da glândula pineal. A glândula tem função de produção e regulação de hormônios e fica localizada próximo ao tálamo e hipotálamo, na parte mais central do cérebro.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma, com base em referências bibliográficas e recomendações sobre esses produtos, que termômetros infravermelhos não emitem radiação , como afirma a publicação nas redes sociais. O aparelho somente capta o calor emitido pelo corpo humano na forma de radiação infravermelha.

Radiação infravermelha

Todo corpo quente, como o do ser humano, emite radiação infravermelha, um tipo de luz que não é visível aos olhos. Os termômetros infravermelhos detectam justamente esta radiação, de forma passiva, através de um sensor.

A luz emitida por alguns destes aparelhos funciona como laser-guia, somente indicando o local onde está sendo feita a medição. A luz utilizada se encontra no espectro visível e é de baixa intensidade, portanto, não possui poder de penetração na pele.

Pouca quantidade de calor é absorvida pela pele, sendo que este não é suficiente para causar sensação de aquecimento no local ou alterar a temperatura medida pelo termômetro.

Medição de temperatura no pulso?

Em um vídeo que circula pelo aplicativo Whatsapp com informação falsa, é indicado que as pessoas passem a medir a temperatura pelo pulso. Para Diogo Haddad, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, “isso é uma grande besteira”. À Folha de S.Paulo, ele afirma que “a funcionalidade do instrumento é associada à medição na testa” e que não há estudos sobre a utilização no punho.

A Anvisa esclarece que uma norma técnica, usada em território nacional, é que estabelece as condições de calibração e uso dos termômetros clínicos infravermelhos, sendo a região da testa o local indicado para garantir a precisão da medida. O uso do aparelho em outra parte do corpo pode levar a erro de leitura, a não ser que tal procedimento esteja explícito no manual do produto.

Isolamento social: saiba como ele pode afetar sua memória

São Paulo, 31 de julho de 2020 – Embora as falhas sejam mais frequentes a partir dos 60 anos, a queixa de falta de memória não é necessariamente sinônimo de uma doença neurológica mais grave e exclusiva aos idosos. O isolamento social imposto pela pandemia do Coronavírus tem aumentado relatos de sofrimento por depressão, ansiedade e estresse. Todos esses transtornos podem afetar ativamente a qualidade da memória da população, e mesmo com flexibilizações da quarentena, podem levar um tempo para se recuperar de tais impactos.

“Além do estresse causado pelo isolamento social, ainda persiste na população o medo de contaminação, a ansiedade em retomar as atividades, as frustrações do que ficou para trás e incertezas com relação ao futuro. São situações de nervosismo que acarretam os transtornos do humor, como ansiedade e depressão, que impactam no funcionamento da nossa memória”, explica o Dr. Diogo Haddad, neurologista e coordenador do Núcleo da Memória da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Como isso acontece?

Quando a pessoa passa por uma situação ou período constante de estresse, o sistema nervoso simpático, que prepara o organismo para reagir e suportar situações de medo, perigo, esforço psíquico e físico, libera adrenalina. Enquanto o eixo HPA (Hipotálamo-hipófise -Adrenal), um sistema neuroendócrino, libera o cortisol, conhecido como hormônio do estresse. Esses dois processos acabam influenciado no hipocampo, região responsável pela memória, que pode perder sua plasticidade, principalmente em casos de um isolamento muito severo, como em uma solitária.

“Todos esses desequilíbrios nessas regiões cerebrais acabam comprometendo o aprendizado, a retenção de novas informações e na realização das tarefas diárias. A pessoa fica mais desatenta, com sua capacidade de concentração comprometida”, comenta o neurologista.

Cuidados com a memória

Em pessoas mais velhas, e já com diagnóstico de demência, a atenção diante do isolamento devido à Covid-19 precisa ser redobrada. Além de poder ter dificuldades para lembrar dos procedimentos de segurança, como o uso de máscaras e higienização, e pouca habilidade para lidar com as ferramentas tecnológicas de comunicação, idosos com a doença podem sofrer ainda mais com o aumento dos níveis de estresse e ansiedade, piorando a doença que está em tratamento.

Para tentar amenizar os efeitos do isolamento e manter a memória firme e forte, uma alimentação saudável, boas noites de sono e práticia de atividade física são importantes para conter alterações cognitivas. Atividades simples, que ativam e estimulam o cérebro também ajudam, como leitura, jogos, escrita, começar novas atividades etc. Técnicas de redução de estresse, exercícios de relaxamento ou meditação e atendimento psicológico também são recomendados.

Mas, caso o problema persista e se torne progressivo e rotineiro, é importante procurar um especialista para um diagnóstico mais preciso. O Núcleo da Memória da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz conta com equipe multidisciplinar – neruologistas, geriatras, neuropiscólogos, terapeutas ocupacionas e fisioterapeutas, que atuam na prevenção a reabilitação cognitiva.

Exercício de respiração diafragmática que ajuda no relaxamento

  • Recomenda-se a realização duas vezes ao dia, ao acordar e antes de dormir,
  • Deite-se em una superfície reta e feche os olhos,
  • Imagine ter uma bexiga na boca do estômago,
  • Inspire contando mentalmente até três, tentando inflar a bexiga imaginária,
  • Solte o ar contando mentalmente até seis, imaginando um pequeno furo na bexiga,
  • Inicialmente repita esse exercício de respiração por dez minutos, quando já se sentir confortável, aumente a prática para 15 minutos,
  • Se for difícil soltar o ar contando mentalmente até seis, inicie contando até quatro, depois até cinco e finalmente até seis O importante é que a expiração seja mais prolongada que a inspiração.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas, em 2020 a Instituição irá completar 123 anos. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde -, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz – https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/.

Informações para a imprensa

Conteúdo Comunicação:

Gerência de Comunicação Corporativa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

A IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA A SAÚDE CEREBRAL

Você provavelmente já ouviu falar que a prática de atividade física promove diversos benefícios para o corpo e a mente. Mas seu papel vai muito além: exercícios físicos também são essenciais para a saúde do nosso cérebro. Eles podem prevenir o surgimento de doenças neurológicas, como a Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson e diversas outras demências, que envolvem perda da memória e das habilidades cognitivas. No episódio desta semana, a Dra. Cynthia Bedeschi, fisioterapeuta neurofuncional do Núcleo da Memória na nossa Unidade Campo Belo, fala sobre a importância dos exercícios físicos para a saúde cerebral e como eles podem ser a chave para envelhecermos bem. Dê o play e confira.

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