Conheça os mitos e verdades sobre câncer de próstata

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. Segundo levantamento publicado pela revista The Lancet, novos casos da doença no mundo devem dobrar nas próximas décadas, indo de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões em 2040. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que surgirão 71.730 novos casos por ano no Brasil entre 2024 e 2025.

A detecção precoce é essencial para aumentar as chances de cura, que podem chegar a 90%, segundo dados do Inca. Com essa finalidade, surgiu o Novembro Azul, uma campanha dedicada a incentivar os homens a fazerem exames regulares e cuidarem integralmente da saúde.

O Novembro Azul é uma campanha dedicada a incentivar os homens a fazerem exames regulares e cuidarem integralmente da saúde.

Apesar dos esforços, ainda há muitos receios, dúvidas e preconceitos em torno do câncer de próstata e dos métodos de diagnóstico. Uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) neste ano, revela que apenas 34% dos homens buscam um urologista ao perceberem algum sintoma ou desconforto.

Para ajudar a esclarecer, o Dr. Carlo Passerotti, urologista e cirurgião do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, desmistifica algumas crenças populares e esclarece fatos sobre a doença:

Ausência de sintomas significa ausência de câncer de próstata.

Mito

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata é geralmente assintomático. Quando surgem, os sintomas podem ser confundidos com outras condições, como infecções urinárias ou hiperplasia benigna da próstata.

Os sinais incluem: dificuldade ao urinar, fluxo fraco, necessidade de urinar com frequência, dor ao urinar, presença de sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica ou lombar e disfunção erétil. Portanto, é essencial realizar exames regulares, mesmo sem sintomas.

Os sinais incluem: dificuldade ao urinar, fluxo fraco, necessidade de urinar com frequência, dor ao urinar, presença de sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica ou lombar e disfunção erétil.

O câncer de próstata afeta apenas homens idosos.

Mito

Embora a incidência seja maior após os 50 anos, o câncer de próstata pode ocorrer em qualquer idade, até mesmo antes dos 40. Cerca de 62% dos diagnósticos acontecem em homens com mais de 65 anos, mas fatores como histórico familiar e obesidade aumentam o risco em qualquer fase da vida.

O exame de PSA, somente, é capaz de identificar a presença de câncer de próstata.

Mito

O exame de PSA mede os níveis do Antígeno Prostático Específico no sangue, o qual é produzido naturalmente pelo tecido prostático e está presente tanto na corrente sanguínea quanto no sêmen. É importante destacar que o PSA pode estar elevado em diversas situações, como infecções, inflamações ou crescimento benigno da próstata.

Portanto, um nível elevado de PSA por si só não é suficiente para diagnosticar o câncer de próstata, mas serve como um forte indicativo para a realização de outros exames. Por outro lado, um PSA baixo não descarta completamente a possibilidade de câncer de próstata, sendo necessário considerar outros fatores e realizar uma avaliação médica completa para obter um diagnóstico preciso.

Um nível elevado de PSA por si só não é suficiente para diagnosticar o câncer de próstata, mas serve como um forte indicativo para a realização de outros exames.

O exame de toque retal é indispensável, mesmo com PSA normal.

Verdade

O exame de toque retal é um procedimento simples, rápido e indolor, para palpar a próstata e verificar se há alterações em seu tamanho, forma ou consistência. Ele é essencial para complementar o exame PSA, pois permite identificar lesões que podem não ser detectadas pelo teste de sangue.

Além disso, ele pode ajudar a definir a necessidade e a localização da biópsia da próstata, que é o único exame capaz de confirmar o diagnóstico de câncer. Portanto, ambos os exames devem ser realizados juntos para uma detecção eficaz, uma vez que são complementares.

Se não tenho casos na família, o risco de ter câncer de próstata é baixo.

Mito

Embora o histórico familiar aumente o risco, aproximadamente 85% dos casos ocorrem em homens sem parentes diagnosticados. Além disso, fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade têm um papel importante no desenvolvimento da doença. Portanto, todos devem realizar exames regularmente.

O exame de toque retal é um procedimento simples, rápido e indolor, para palpar a próstata e verificar se há alterações em seu tamanho, forma ou consistência.

Não há sintomas de câncer de próstata em estágio inicial.

Depende

Normalmente, isso é verdade. No entanto, alguns homens podem apresentar sintomas urinários devido ao envelhecimento e ao aumento da próstata, que ocorre com o passar dos anos. Sintomas como dificuldade miccional, aumento da frequência urinária, esvaziamento incompleto e acordar durante a noite para urinar podem ocorrer simultaneamente e causar confusão, podendo ser decorrentes da hiperplasia benigna da próstata. Portanto, é importante consultar um médico urologista para esclarecer a causa dos sintomas e realizar os exames adequados.

Vida sexual ativa, uso de cuecas apertadas ou ficar muito tempo sentado causa câncer de próstata.

Mito

Não há evidências que relacionem esses fatores ao câncer de próstata. Os fatores de risco comprovados incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta inadequada e falta de atividade física. Estudos sugerem que uma vida sexual regular pode até ter efeito protetor.

O câncer de próstata não tem cura e é mortal.

Mito

O câncer de próstata tem cura sim, desde que seja diagnosticado precocemente e tratado adequadamente, as chances chegam a 90% de cura. Os tratamentos incluem cirurgia, radioterapia, braquiterapia, hormonioterapia e quimioterapia, e a escolha do tratamento considera o estágio da doença, o tipo de tumor, a idade e a saúde geral do paciente. O objetivo do tratamento é eliminar o tumor, preservar a função sexual e urinária e evitar as complicações da doença.

Não existe prevenção para o câncer de próstata.

Verdade, porém

Embora não haja uma forma de prevenir o câncer de próstata, algumas medidas podem reduzir o risco ou facilitar o diagnóstico precoce: manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e grãos integrais; evitar gorduras em excesso; consumir alimentos ricos em licopeno (como tomate); praticar atividades físicas; moderar o consumo de álcool; não fumar; e realizar check-ups regulares.

Transexuais femininas precisam fazer exame de próstata.

Verdade

Sim. Mulheres transgênero, travestis e pessoas não binárias também devem fazer os exames de próstata conforme a recomendação médica. Isso porque elas ainda têm a glândula prostática e podem desenvolver câncer nela. O uso de hormônios femininos pode reduzir o tamanho da próstata e os níveis de PSA, mas não elimina totalmente o risco da doença.

Congresso mundial de Câncer de próstata reúne na França especialistas para mostrar avanços da área para 2024

Dr. Bruno Benigno, coordenador de uma das equipes de Urologia do Hospital Oswaldo Cruz, foi um dos especialistas presentes no evento que aconteceu nos dias 19 e 20 de janeiro em Antibes; novidades animam na parte de diagnóstico e tratamento menos invasivo

O Prostate Cancer Masterclass 2024, que aconteceu na semana passada na França, trouxe muitos avanços e novidades sobre câncer de próstata. No evento, foram feitas várias análises do que foi conseguido em 2023 e projeções para 2024, para o Brasil e diversos países do mundo.

Uma delas é o avanço da biópsia líquida, que não precisará mais de tecido, apenas sangue. Algo como um DNA do tumor. Dr. Bruno Benigno destaca essa novidade, que tem gerado crescente interesse e resultados interessantes. “Uma das maiores dificuldades que médicos e pacientes passam é a avaliação das características genéticas do tumor, que muda no decorrer do tratamento. O câncer de próstata pode adquirir mutações genéticas que vão acumulando no decorrer das múltiplas linhas de tratamento e a escolha do melhor tratamento em cada caso, muitas das vezes, requer a realização de uma biópsia, que é um procedimento invasivo”, explica.

Estudos recentes investigam a capacidade da biópsia líquida, que nada mais é do que amostra de sangue retirada do paciente, método pouco invasivo, com capacidade de identificar alterações genéticas nos tumores do câncer de próstata, trazendo informações relevantes a respeito de prognóstico e sobre a escolha de opções terapêuticas para cada caso.
Os testes genéticos têm se tornado cada vez mais relevantes, não apenas em cenários avançados, mas também em estágios iniciais da doença. Cerca de 10 a 20% dos pacientes com câncer de próstata apresentam alterações genéticas em genes de reparo de DNA, abrindo portas para tratamentos mais personalizados e eficazes.

“A possibilidade da biópsia líquida diminui o desconforto do paciente cada vez que faz uma biópsia de um foco do tecido tumoral ou mesmo dos focos de metástases”. Benigno destaca que outro ponto importante é a redução de custos que esse método pode trazer quando utilizado em larga escala e a possibilidade dos médicos avaliarem mudanças nas características genéticas do tumor no decorrer da evolução da doença. Assim, segundo ele, há possibilidade de acompanhamento em quase tempo real sobre o comportamento biológico do tumor.

Segundo Benigno, as limitações ainda esbarram nas questões de custos e mais estudos científicos que validem a confiabilidade dos achados da biópsia líquida em pacientes portadores de câncer de próstata, mas o futuro é promissor. “No Brasil, a biópsia líquida ainda não está disponível de forma comercial, mas já vem sendo empregada em protocolos de estudos científicos. Se comprovada sua validade e praticidade, pode se tornar um grande avanço no acompanhamento, personalização e direcionamento do tratamento do câncer de próstata”, completa.

“Para homens enfrentando o câncer de próstata, os avanços nos tratamentos, tanto para doenças localizadas quanto avançadas, são notáveis. Hoje, pacientes têm acesso a cirurgias mais eficientes, radioterapias aprimoradas e possibilidade de tratamentos com menos efeitos colaterais. Com avanços em tratamentos, diagnósticos e terapias personalizadas, estamos entrando em uma era onde pacientes vivem mais e melhor”, conclui.

Um dos chefes de Urologia do Centro de Oncologia e do Centro de Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), fundador da Clínica Uro Onco em São Paulo, especialista no tratamento do câncer do sistema urinário (masculino e feminino) e sistema reprodutor masculino, do câncer de próstata, rim, bexiga, testículos e cálculos do sistema urinário. Tem subespecialização em Cirurgia Robótica, Laparoscopia e Terapia Focal (HIFU).

Novembro Azul – Câncer de próstata: mitos e verdades que você precisa saber

Câncer de próstata: mitos e verdades que você precisa saber

No mês de conscientização sobre a doença, urologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz esclarece as principais dúvidas e orienta sobre a importância do diagnóstico precoce

São Paulo, 07 de novembro de 2023 – O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum no país, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Em 2020, quase 16 mil brasileiros morreram com a doença e, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), são estimados 71.730 novos casos da doença no país para o triênio de 2023 a 2025.

O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura, que podem chegar a 90%, segundo o Inca. Por isso, criou-se o Novembro Azul, uma campanha que visa alertar a população sobre a necessidade de realizar exames periódicos e cuidar da saúde de forma integral.

No entanto, há muitas dúvidas, medos e preconceitos em relação ao câncer de próstata e aos seus métodos de detecção. Pensando nisso, o Dr. Carlo Passerotti, coordenador do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esclarece quais são os mitos e verdades sobre o assunto:

1. O câncer de próstata é uma doença exclusiva entre homens idosos.
Mito

O câncer de próstata pode ocorrer em homens de qualquer idade, mas é mais frequente a partir dos 50 anos, podendo ocorrer até mesmo antes dos 40 anos. Aproximadamente 62% dos casos são diagnosticados em pacientes acima dos 65 anos, portanto a vigilância deve começar mais cedo. Além disso, fatores como familiares e obesidade podem aumentar o risco da doença.

2. Minha família não tem antecedentes de câncer de próstata, portanto minhas probabilidades de desenvolver essa doença são muito baixas.
Mito

Apesar de um histórico familiar positivo dobrar as chances de ter a doença, cerca de 85% dos casos ocorrem em homens sem parentes com câncer de próstata. Hábitos alimentares, obesidade e estilo de vida, além também de idade, pode determinar o aparecimento da neoplasia. Portanto, todo homem deve ficar atento aos sinais e fazer os exames recomendados pelo médico.

3. A ausência de qualquer sintoma indica a ausência de câncer de próstata.
Mito

O câncer de próstata é uma doença silenciosa, que geralmente não apresenta sintomas iniciais. Quando eles surgem, podem ser confundidos com outras condições, como infecção urinária ou hiperplasia benigna da próstata. Os sintomas mais comuns são: dificuldade para urinar, jato urinário fraco ou interrompido, urgência para urinar, dor ou ardor ao urinar, sangue na urina ou no sêmen, dor na região pélvica ou lombar e disfunção erétil. Portanto, é essencial realizar exames regulares.

4. O exame de PSA, somente, é capaz de identificar a presença de câncer de próstata.
Mito

O exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) é um teste sanguíneo que avalia os níveis desse antígeno no sangue, o qual é produzido naturalmente pelo tecido prostático e está presente tanto na corrente sanguínea quanto no sêmen. É importante destacar que o PSA pode estar elevado em diversas situações, como infecções, inflamações ou crescimento benigno da próstata.

Portanto, um nível elevado de PSA por si só não é suficiente para diagnosticar o câncer de próstata, mas serve como um forte indicativo para a realização de outros exames. Por outro lado, um PSA baixo não descarta completamente a possibilidade de câncer de próstata, sendo necessário considerar outros fatores e realizar uma avaliação médica completa para obter um diagnóstico preciso.

5. Um nível elevado de PSA pode garantir, a presença de câncer de próstata.
Nem sempre

Como já mencionado, o PSA pode estar alto por outros motivos que não o câncer. Além disso, existem casos em que o PSA está normal e o homem tem câncer de próstata. Por isso, é importante avaliar outros fatores, como idade, histórico familiar e resultados anteriores do PSA.

6. Ter um nível baixo de PSA não implica necessariamente a ausência de câncer de próstata.
Nem sempre

Cerca de 15% dos homens com níveis normais de PSA têm câncer de próstata. Além disso, alguns tumores de próstata podem não produzir PSA ou produzir em quantidades muito baixas, dificultando a sua detecção.

7. O exame de toque retal é necessário mesmo quando o PSA é realizado.
Verdade

O exame de toque retal é um procedimento simples, rápido e indolor, para palpar a próstata e verificar se há alterações em seu tamanho, forma ou consistência. Ele é essencial para complementar o exame PSA, pois permite identificar lesões que podem não ser detectadas pelo teste de sangue. Além disso, ele pode ajudar a definir a necessidade e a localização da biópsia da próstata, que é o único exame capaz de confirmar o diagnóstico de câncer. Portanto, ambos os exames devem ser realizados juntos para uma detecção eficaz, uma vez que são complementares.

8. Manter ou não uma vida sexual ativa, usar cueca apertada ou passar muito tempo sentado provoca câncer de próstata.
Mito

Esses fatores não têm nenhuma relação com o desenvolvimento de tumores de próstata. O que pode influenciar o risco da doença são hábitos como tabagismo, alcoolismo, alimentação inadequada e sedentarismo. Inclusive, alguns estudos indicam que uma vida sexualmente ativa pode até reduzir o risco de neoplasia de próstata.

9. Não há sintomas de câncer de próstata em estágio inicial.
Verdade

Normalmente, isso é verdade. No entanto, alguns homens podem apresentar sintomas urinários devido ao envelhecimento e ao aumento da próstata, que ocorre com o passar dos anos. Sintomas como dificuldade miccional, aumento da frequência urinária, esvaziamento incompleto e acordar durante a noite para urinar podem ocorrer simultaneamente e causar confusão, podendo ser decorrentes da hiperplasia benigna da próstata. Portanto, é importante consultar um médico urologista para esclarecer a causa dos sintomas e realizar os exames adequados.

10. O câncer de próstata não é curável.
Mito

O câncer de próstata tem cura sim, desde que seja diagnosticado precocemente e tratado adequadamente, as chances chegam a 90% de cura. Existem diversas opções de tratamento para o câncer de próstata, como cirurgia, radioterapia, braquiterapia, hormonioterapia e quimioterapia. A escolha do tratamento depende do estágio da doença, das características do tumor, da idade e das condições clínicas do paciente. O objetivo do tratamento é eliminar o tumor, preservar a função sexual e urinária e evitar as complicações da doença.

11. Não existe prevenção para o câncer de próstata.
Verdade, porém

Não existe uma forma de prevenir o câncer de próstata, mas existem medidas que podem reduzir o risco ou facilitar a detecção precoce da doença. Entre elas estão: manter uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras e cereais integrais; diminuir a gordura da dieta e ingerir alimentos que contenham licopeno (tomate);praticar atividade física regularmente; evitar o consumo excessivo de álcool; não fumar;realizar consultas médicas periódicas e fazer os exames de rastreamento conforme a orientação do médico.

12. Traumas na região peniana aumentam os riscos de câncer de próstata.
Mito

Não há evidências científicas que comprovem essa relação. Os traumas na região peniana podem causar dor, sangramento, infecção ou deformidade do órgão, mas não aumentam o risco de câncer de próstata.

13. Transexuais femininas precisam fazer exame de próstata.
Verdade

Sim. Mulheres transgênero, travestis e pessoas não binárias também devem fazer os exames de próstata conforme a recomendação médica. Isso porque elas ainda têm a glândula prostática e podem desenvolver câncer nela. O uso de hormônios femininos pode reduzir o tamanho da próstata e os níveis de PSA, mas não elimina totalmente o risco da doença.

SAÚDE SEM TABU

Saúde sem tabu

Vencer o preconceito que envolve o diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata é fundamental para aumentar as chances de cura e reduzir a possibilidade de ter sequelas.

Segundo câncer mais comum entre homens no Brasil, o câncer de próstata, se diagnosticado no início, pode ter 90% de chance de cura. No entanto, a doença ainda enfrenta muitos preconceitos que atrapalham a detecção precoce. Antes de entrarmos nos tabus que circundam o tema, vale entender melhor o que é este pequeno órgão e qual é sua função no organismo: do tamanho aproximado de uma noz em homens jovens, a próstata é uma glândula localizada na frente do reto e embaixo da bexiga. Apesar de não ser essencial – no sentido de que é possível viver sem ela –, tem um papel muito importante na saúde reprodutiva do homem: além de produzir o fluido prostático, que protege e nutre os espermatozoides do sêmen, é também responsável pelo processo de ejaculação. E aí é que mora uma parte dos medos masculinos. O primeiro deles está no próprio exame físico, quando o urologista palpa a próstata em busca de um tumor. Simples, rápido, indolor e fundamental para a detecção precoce, o exame de toque ainda carrega diversos tabus, já que, para muitos homens, a ideia do contato íntimo assusta. Outro medo está associado ao tratamento da doença, que consiste na remoção da glândula e pode ter como sequela a impotência sexual. “A próstata representa a ideia de virilidade. E a virilidade é um campo identitário masculino. Então, são comportamentos que permeiam a forma do homem ser no mundo. Como ele se entende, se define”, explica o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “O diagnóstico do câncer afeta essa ideia da virilidade, é um tabu para a masculinidade.”

Novembro Azul

Segundo o psiquiatra, esse temor de ter o ideal de masculinidade confrontado acaba gerando o comportamento evitativo – por isso tantos homens fogem do exame de toque. E não só: outros métodos diagnósticos, como o PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico), um exame de sangue simples, também são negligenciados muitas vezes. “Existem casos em que o homem não quer nem enfrentar a possibilidade da doença, prefere não saber”, diz o Dr. Alaor. “Acho que já houve um avanço importante na sociedade, as campanhas de conscientização ajudaram bastante, mas ainda existe uma parte muito significativa da população masculina, sobretudo os idosos, justamente o público mais suscetível à doença, que vivencia isso como um enfrentamento muito desafiador.”

Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto

“As angústias que o medo da doença ou o diagnóstico trazem são muito profundas e complexas, e ainda estão relacionadas ao momento de vida do homem. O primeiro impacto que o diagnóstico de câncer gera é a ideia da finitude, depois vêm outras preocupações que não devem ser negligenciadas, como a possibilidade da interferência na vida sexual. Então esse paciente também precisa ser acolhido em sua demanda psíquica”

Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Quanto antes, melhor

O problema de ignorar o rastreamento que deve ser anual para homens a partir de 50 anos ou a partir dos 40 anos para homens negros e/ou com histórico familiar é que, além de inacessível ao autoexame, o tumor na próstata é silencioso, só produz sintomas quando a doença já está em um estágio avançado, tornando-a muito mais difícil de tratar. Então, não é novidade que a detecção precoce do câncer de próstata é fundamental para aumentar as chances de cura. Mas, quando falamos também da dimensão emocional da doença, vai além disso: segundo o Dr. Ariel Kann, Head de Oncologia Clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, se feita no início, a cirurgia reduz ainda mais o risco de sequelas como a incontinência urinária e a impotência sexual. Já o câncer avançado pode gerar consequências incômodas. “O tumor avançado vai crescer dentro da próstata, podendo invadir a área do nervo, e aí esse paciente corre o risco de ter problemas de ereção”, diz o oncologista. “Além disso, um dos tratamentos para o câncer de próstata avançado é reduzir ao máximo a testosterona para que o tumor possa regredir. Aí entram o tabu e seu paradoxo: alguns homens não diagnosticam ou não tratam a doença porque têm medo que isso afete sua sexualidade, mas, quando o câncer chega nesse estágio avançado e passa a produzir sintomas, o hormônio masculino do paciente é suprimido, e aí, sim, sua sexualidade é profundamente impactada.”

“As campanhas de conscientização ajudam muito, mas existe um componente cultural muito forte ainda nesse tabu. Esse conceito de masculinidade precisa ser revisto, principalmente entre os homens idosos. Felizmente, as novas gerações têm uma mentalidade já diferente, mais acesso à informação e um olhar mais cuidadoso para a própria saúde. Imagino que os jovens de hoje terão menos preconceito com o exame de toque e com o tratamento lá na frente.”

Dr. Ariel Kann, Head de Oncologia Clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Dr. Ariel Kann

Acolher corpo e mente

E como lidar com tantas questões que envolvem o câncer de próstata? A resposta é complexa, mas, segundo
o Dr. Alaor, existe um ponto de partida fundamental. “Por meio do tripé: informação, acolhimento e tratamento. Pacientes oncológicos deprimidos que são amparados emocionalmente tendem a ter menos sintomas ao longo
do tratamento do que aqueles que não receberam orientações, por exemplo”
, diz. “O acolhimento das demandas psíquicas para compreensão de um tratamento que engloba o indivíduo, e não apenas o diagnóstico que ele carrega, também auxilia no controle das queixas ansiosas e depressivas.”

SABER PARA SE CUIDAR

  • O câncer de próstata atinge 1 em cada 7 homens
  • No Brasil, são cerca de 60 mil novos casos de câncer de próstata todos os anos, de acordo com estimativa do INCA (Instituto Nacional do Câncer)
  • Quando detectado precocemente, o câncer de próstata tem até 90% de chance de cura
  • O exame de toque é indolor
  • O rastreamento deve ser feito anualmente ou de acordo com recomendação médica a partir dos 50 anos
  • Homens negros e/ou com histórico familiar devem fazer os exames a partir dos 40 anos
  • A capacidade de ereção é preservada em cerca de 80% das cirurgias e o risco de incontinência urinária permanente é menor do que 5%

CÂNCER DE PRÓSTATA: INFORMAÇÃO SALVA VIDAS

Câncer de próstata: informação salva vidas

Apesar de muito comum, o câncer de próstata ainda enfrenta diversos preconceitos e tabus que dificultam sua detecção precoce, fundamental para aumentar as chances de cura. Conversamos com o Dr. Ariel Kann, Head do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para entender as características da doença e os melhores caminhos para tratá-la.

LEVE COM VOCÊ. Por que o câncer de próstata é tão prevalente?

Dr. Ariel Kann: Um dos motivos é o envelhecimento da população. Antigamente, a expectativa de vida do brasileiro era por volta de 50, 60 anos. Hoje, chegamos na faixa de quase 80 anos. Em algumas regiões, como o Sudeste e o Sul, a expectativa de vida é bem alta. E, não apenas para câncer de próstata, mas cânceres em geral, a idade é um fator de risco. Se o homem envelhecer o suficiente, ele provavelmente terá câncer de próstata ao longo da vida. Outra razão importante é que, hoje, temos mais diagnósticos. Até a década de 80, não tínhamos o exame do PSA, que é um exame importante para a detecção precoce. A partir da década de 90, houve um grande aumento no número de casos diagnosticados. Posteriormente, outros métodos como ressonância magnética, tomografia, PET/PSMA e biópsia vieram e facilitaram muito o diagnóstico. Então raramente se diagnosticava a doença precoce no passado, só em casos já muito avançados. A partir do momento em que começamos a ter esses métodos e eles se tornaram acessíveis, passamos a diagnosticar muito mais casos.

Além do envelhecimento, quais são os outros fatores de risco?

A maioria deles ainda é desconhecida, na verdade. Sabemos que pacientes da raça negra têm uma chance aumentada de ter câncer de próstata e também de desenvolver tumores mais agressivos. Então homens negros precisam ser acompanhados ainda mais de perto. A hereditariedade também é um fator importante: para quem tem um parente de primeiro grau – um pai ou irmão, por exemplo – que já teve o câncer de próstata, a chance de desenvolver a doença aumenta até três vezes. Hoje sabemos que um gene chamado BRCA2 está bastante relacionado à hereditariedade em câncer de próstata. Portadores deste gene costumam ter a doença em idade mais jovem e casos mais agressivos. Este é o mesmo gene que, em mulheres, aumenta o risco de câncer de mama e ovário. Outros fatores que podem estar relacionados com a doença são a obesidade e o sedentarismo.

E, tendo esse histórico familiar, o que o paciente deve fazer?

Como já evoluímos bastante para saber quais são os genes que aumentam o risco do câncer de próstata, com o histórico familiar, o paciente pode fazer um teste genético, que é um exame de sangue simples, entender se ele pode passar esses genes adiante e fazer um acompanhamento mais precoce, a partir dos 35, 40 anos, dependendo do caso, e um check-up mais aprofundado – além do exame de toque e do PSA, um exame de ressonância, por exemplo.

No caso do exame de toque, o tumor precisa ter um determinado tamanho para ser detectado?

Sim, e também tem que estar em uma posição específica para que o urologista consiga palpá-lo. Quando o médico faz o toque retal, consegue identificar a parede posterior e lateral da próstata. Se o tumor estiver localizado longe dessa área, o urologista não vai conseguir sentir nenhuma alteração. Por isso é importante associar os métodos diagnósticos, principalmente quando o paciente apresenta um fator de risco.

E qual é a idade ideal para começar o rastreamento?

Depende. O câncer de próstata surge, no geral, entre os 65 e 80 anos. Não é impossível, mas é muito raro vermos a doença em homens com menos de 40 anos. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Urologia definiu o rastreamento a partir de 50 anos. Homens negros e/ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar o rastreamento aos 40 anos.

Novembro azul

O câncer de próstata é conhecido por ser uma doença silenciosa inicialmente. Quando começa a produzir sintomas?

Sim, é silencioso. Por isso o rastreamento é tão importante. A detecção precoce, assim como no câncer de mama, faz uma diferença absurda. A chance de cura, com a cirurgia, chega a 90%. Fazendo novamente a analogia com o câncer de mama, por meio do autoexame, a mulher consegue apalpar o nódulo em determinados casos. No caso do câncer de próstata não existe a palpação. O homem só vai ter sintoma e diagnosticar o câncer de próstata se ele estiver bastante avançado. Entre os sintomas, destaco a retenção urinária, por causa do fechamento do canal da uretra, ou, se o tumor invadir a bexiga, ele pode ter um sangramento quando urinar. Caso o câncer se espalhe para os ossos, que é uma ocorrência comum em doenças da próstata, pode causar muitas dores. Então os sintomas também dependem da progressão desse tumor. Uma questão interessante é que os homens, muitas vezes, evitam os exames e têm medo da cirurgia porque ficam preocupados com a potência sexual, sendo que o tumor em um estágio avançado cresce, pode invadir o nervo e gerar problemas de ereção – ou seja, o homem pode sofrer com a disfunção erétil justamente pelo câncer, e não pelo tratamento.

Quais são os tratamentos em casos iniciais?

No caso de um tumor precoce, o paciente vai ser operado ou vai fazer uma radioterapia, ou, ainda, associar as duas técnicas, dependendo do caso, e vai ser curado sem nunca ter sentido absolutamente nada.

E as terapias mais indicadas para o câncer em estágio avançado?

Antes de tudo, é importante dizer que, quando diagnosticamos um câncer de próstata avançado, a primeira coisa que temos que fazer é tirar a culpa desse paciente. Nem todo caso acontece porque o homem foi negligente com a própria saúde. Existem cânceres de próstata avançados em que o sujeito é cuidadoso, mas tem um tumor agressivo, que cresceu e deu metástase, mesmo ele tendo feito tudo certo. Também é muito importante destacar que o câncer de próstata metastático não é uma sentença de morte; é tratável e o paciente pode viver muitos anos com uma ótima qualidade de vida. Entre os avanços mais recentes, temos excelentes tratamentos e remédios para casos metastáticos, que vão muito além da quimioterapia, como a terapia hormonal, a radioterapia e a medicina nuclear, com o Lutécio-PSMA, além das medicações orais, que evoluíram bastante. Aqui no hospital, temos muitos estudos clínicos de câncer de próstata, investimos muito em pesquisa, em equipamentos para a doença de próstata avançada. Então os recursos para tratar esses casos nós temos, aí entra um pouco o meu papel como oncologista de manejar adequadamente o câncer e guiar o paciente para uma sobrevida longa e com qualidade.

Dr. Ariel Kann

“A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de uma cura rápida e tranquila, mas é importante ressaltar que temos, hoje em dia, excelentes tratamentos para casos mais avançados. O câncer de próstata, mesmo quando diagnosticado tardiamente, não é uma sentença de morte”

Dr. Ariel Kann, Head do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Campanhas de conscientização, como o Novembro Azul, ajudam a derrubar o preconceito sobre o exame de toque e o tratamento?

 Acho que as campanhas ajudam, sim, divulgam, conscientizam etc. Mas existem outras questões importantes, como a educação e as diferenças geracionais. Acredito que as próximas gerações vão ter uma cabeça um pouco mais aberta. Esse componente cultural relacionado à masculinidade ainda é muito comum. Um dado curioso é que vemos as campanhas funcionando principalmente com mulheres – mães, filhas, irmãs que insistem para os homens marcarem a consulta. Muitas vezes, elas próprias marcam e os levam ao urologista, mas está na hora do homem começar a cuidar da sua saúde.

CÂNCER E SEXUALIDADE

Preocupações com a doença e reações ao tratamento podem abalar a vida sexual, mas conversa franca e apoio profissional ajudam a superar os desafios

O diagnóstico de câncer vai muito além de um retrato médico. Pode causar feridas emocionais e, muitas vezes, abre um abismo também na vida conjugal do paciente. Porém, o câncer não é o fim de tudo. Pode ser derrotado com o tratamento correto. E o casal também tem tudo para se fortalecer nesse período.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz vai além da saúde física do paciente e olha para ele como um todo. “Quem enfrenta um câncer encontra obstáculos psicológicos e físicos. Muitas vezes, o diagnóstico promove uma situação de angústia e depressão, o que reduz a libido”, diz o Dr. Ricardo Caponero, do Centro Especializado em Oncologia da instituição.

De acordo com o médico, profissional com mestrado em oncologia molecular, existem situações em que a vida está ameaçada e o prazer da recompensa pela atividade sexual fica reduzido. “A fragilidade física pode ser imaginária ou real. Durante o tratamento pode ocorrer diminuição da capacidade imunológica ou alterações nas mucosas, causando uma fragilidade real”, analisa.

O diálogo é a palavra-chave na retomada da vida conjugal. O especialista pontua que é importante perceber que esses estados podem ser transitórios. “Alguém que está com muitas náuseas após uma quimioterapia pode não ter disposição para uma relação sexual naquele dia, mas a náusea vai ser passageira.”

É preciso, segundo o especialista, que os parceiros passem a prestar mais atenção ao outro e valorizem mais o carinho, a cumplicidade e a intimidade.

Falar sobre sexo ainda é uma situação incomum em uma consulta médica. “Durante um atendimento oncológico, mais do que inibição, o que ocorre é a mudança do foco para temas que parecem ter mais relevância, como o curso da doença, o prognóstico, os efeitos do tratamento”, conta o Dr. Ricardo. “O tratamento oncológico é sempre multiprofissional.” Com ou sem questões sexuais envolvidas, é sempre indicado ter acompanhamento psicológico, além de orientações de enfermagem e nutrição.

“Alguém que está com muitas náuseas após uma quimioterapia pode não ter disposição para uma relação sexual naquele dia, mas a náusea vai ser passageira”

Dr. Ricardo Caponero, médico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

SABER OUVIR

O primeiro passo é saber escutar e fazer a pergunta certa. O profissional da oncologia precisa estar disposto a ouvir, sem preconceitos. “Quanto mais o médico se dispõe a escutar, maior a riqueza de detalhes da história e mais produtiva a interação com o paciente”, diz. “Mesmo os que não têm um relacionamento nesta fase estão preocupados em como poderão ter parceiros sexuais durante ou após a doença.”

O especialista lembra o caso de um jovem casal, juntos havia três anos, quando a mulher teve câncer de mama. Depois de discutidos todos os aspectos mais importantes em relação à doença e ao tratamento, o médico perguntou como estava a vida conjugal. A paciente disse que caminhava para a separação e que, depois da cirurgia, o marido não a procurava mais. Com o consentimento da paciente, o oncologista conversou com o marido. Ele havia dito sentir desejo, sim, mas que estava se contendo na fase difícil em que sua esposa estava recém-operada – e ainda fazendo quimioterapia. Por isso, estava dando a ela o tempo para se recuperar. “Só estava faltando o diálogo.”

Os especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz consideram necessário descobrir um “novo normal” em mudanças funcionais e na imagem corporal. Isso ocorre nas mulheres que têm a menopausa induzida pelo tratamento e é notado nos homens que trataram câncer de próstata e tiveram seus níveis de testosterona reduzidos. Sem se esquecer das intervenções cirúrgicas em órgãos sexuais.

Para oferecer um tratamento integrado, os profissionais do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz contam com suporte de psicologia, nutrição, farmácia clínica e toda uma equipe que faz reuniões clínicas diárias (“tumor board”) para trocar experiências e discutir dúvidas.

Com todo o apoio necessário do Hospital, a retomada da vida sexual pode envolver a descoberta de uma nova sexualidade pelo casal. E uma vida renovada durante e após o tratamento.

Fique atento aos cuidados com a próstata

No Brasil, um elevado número de homens apresentam alterações na próstata. Porém, nem todas elas são malignas. O Instituto da Próstata e Doenças Urinárias do Hospital Alemão Oswaldo Cruz esclarece quais são as patologias mais comuns e seus tratamentos.

Hiperplasia Prostática

Aos 40 anos de idade, aproximadamente 20% dos homens apresentam hiperplasia prostática benigna (HPB). Esse número aumenta progressivamente com a idade, sendo que aos 80 anos, 90% da população masculina terá HPB. Como a próstata envolve a uretra, quando ocorre um aumento dessa glândula, pode acarretar uma obstrução da uretra. Nem todo aumento da próstata leva à obstrução uretral, mas quando isso ocorre, deve ser tratado, pois pode evoluir com comprometimento da bexiga e dos rins. No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os procedimentos cirúrgicos que permitem a redução da próstata são realizados com o moderno equipamento GreenLight. O aparelho permite uma terapia a laser menos agressiva, pois utiliza um procedimento mais rápido e seguro, praticamente sem sangramento, garantindo que possa retornar em poucos dias a suas atividades normais. O laser verde é aplicado na região da próstata através da via transuretal, dissolvendo o tecido que cresceu em excesso na glândula, promovendo a desobstrução da uretra.

Câncer de Próstata

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. A discussão sobre o câncer de próstata merece atenção especial: em contraste com a elevada incidência, percebe-se, por outro lado, altas taxas de cura dos pacientes quando a doença é detectada em fases iniciais.

As ocorrências do câncer de próstata aumentam com a idade, sendo que um em cada seis homens com mais de 50 anos e até metade dos que têm mais de 80 anos apresentam câncer de próstata.

Um fato curioso é que os índices da doença são 11 vezes mais comuns em norte-americanos do que em japoneses que residem no Japão. Essa frequência, contudo, iguala-se quando os japoneses passam a residir nos Estados Unidos, indicando que são fatores ambientais ou dietéticos, e não só a hereditariedade, os responsáveis pelo fenômeno.

Diferenças no consumo de gordura animal talvez expliquem essas variações geográficas, já que a ingestão de alimentos com alto teor de gordura é elevada nos países ocidentais e baixa nos orientais.

Além da dieta, quem possui antecedentes familiares de Câncer de Próstata tem maior chance de desenvolver a doença. Os riscos aumentam gradativamente quando um parente de 1º grau (pai ou irmão) é acometido pelo problema, aumentando a probabilidade, frequentemente, antes dos 50 anos.

O diagnóstico dos tumores é feito pelo toque da glândula assim como através da medida do PSA no sangue. Os exames são de extrema importância e precisam ser desmistificados para que os índices de diagnóstico precoce aumentem, chegando até 85-90% de cura.

Durante o exame, quando o médico detecta áreas de maior consistência na glândula e/ou elevação dos níveis séricos de PSA, os pacientes devem ser submetidos à biópsia da próstata. Na biópsia é retirada uma pequena quantidade do tecido prostático para ser analisado por um médico patologista, o que permite diagnosticar e orientar o paciente com relação ao tipo de tumor.

O tratamento dos casos de Câncer de Próstata leva em consideração o tamanho do tumor, grau histológico e condições gerais de saúde do paciente. Os tumores localizados inteiramente dentro da glândula nem sempre precisam ser tratados, mas se for necessário, pode-se recorrer à cirurgia ou à radioterapia.

Quando o câncer atinge os locais em volta da próstata costuma-se indicar tratamento radioterápico associado à terapêutica hormonal. Já quando o tumor se estende para outros órgãos, a doença é tratada com hormônios.

Como os fatores que modificam as células e seu funcionamento, tornando o tumor maligno, ainda não são conhecidos, recomenda-se alimentação com baixo teor de gordura animal, além da realização dos exames periódicos anuais.

Fonte: Dr. Luciano Nesrallah, urologista do Instituto da Próstata e Doenças Urinárias do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Instituto da Próstata do Hospital Alemão Oswaldo Cruz conta com nova tecnologia de biópsia

Procedimento é realizado por fusão de imagens de ressonância magnética e ultrassom, e aumenta a precisão do diagnóstico de câncer de próstata.

O Instituto da Próstata do Hospital Alemão Oswaldo Cruz passa a contar com uma nova tecnologia de biópsia de próstata por fusão, que combina imagens de ressonância magnética com ultrassom, tornando a detecção do câncer nesta região mais eficaz, quando comparado com a biópsia guiada apenas por ultrassonografia.

Neste novo procedimento, as imagens de ressonância magnética são fundidas com as imagens de ultrassom em tempo real, criando um mapa da próstata que proporciona aos médicos identificar melhor as áreas suspeitas, aumentando a acurácia da biópsia, sem a necessidade de retirada de diversos fragmentos, obtendo assim um diagnóstico mais preciso. O teste é indicado para pacientes que tiveram o exame de sangue de PSA (Antígeno Prostático Específico) alterado, ou toque retal com suspeita, e que também tiveram alguma alteração na ressonância.

“A biópsia convencional tem de 20 a 30% de chances de ter um falso negativo. Este novo procedimento tem como potencial reduzir essa porcentagem”, comenta o Dr. José Pontes, urologista do Instituto da Próstata do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A ultrassonografia tem certa limitação para a detecção do tumor. Mas o advento da ressonância multiparamédica permitiu procurar áreas suspeitas e classificar o risco de câncer de próstata. “Outra vantagem da biópsia guiada por ressonância magnética é a detecção preferencial dos tumores que são mais agressivos”, complementa a especialista em radiologia e diagnóstico por imagem do Hospital, Dra. Cristiane Takata.

O procedimento de biópsia por fusão de imagens de ressonância magnética e ultrassom é mais uma tecnologia de ponta disponível no Instituto da Próstata, que para proporcionar as melhores condições possíveis a médicos e pacientes, conta com inovações de última geração, como o Green Laser, equipamento indicado para tratar casos de crescimento benigno da próstata, e o robô Da Vinci SI, utilizado em cirurgias robóticas, um procedimento menos invasivo, que proporciona uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos melhores centros hospitalares da América Latina, é referência em serviços de alta complexidade. Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital possui uma das maiores casuísticas do país e concentra seus esforços na busca permanente da excelência do atendimento integral, individualizado e qualificado ao paciente, além de investir fortemente no desenvolvimento científico, por meio da educação e da pesquisa. Com mais de 96 mil m² de área construída, o Hospital dispõe de 321 leitos de internação, 44 leitos instalados na Unidade de Terapia Intensiva, 22 salas de cirurgia e Pronto Atendimento 24 horas. Além disso, oferece uma das mais qualificadas assistências do país e Corpo Clínico renomado, para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde.

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