SAÚDE SEM TABU

Saúde sem tabu

Vencer o preconceito que envolve o diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata é fundamental para aumentar as chances de cura e reduzir a possibilidade de ter sequelas.

Segundo câncer mais comum entre homens no Brasil, o câncer de próstata, se diagnosticado no início, pode ter 90% de chance de cura. No entanto, a doença ainda enfrenta muitos preconceitos que atrapalham a detecção precoce. Antes de entrarmos nos tabus que circundam o tema, vale entender melhor o que é este pequeno órgão e qual é sua função no organismo: do tamanho aproximado de uma noz em homens jovens, a próstata é uma glândula localizada na frente do reto e embaixo da bexiga. Apesar de não ser essencial – no sentido de que é possível viver sem ela –, tem um papel muito importante na saúde reprodutiva do homem: além de produzir o fluido prostático, que protege e nutre os espermatozoides do sêmen, é também responsável pelo processo de ejaculação. E aí é que mora uma parte dos medos masculinos. O primeiro deles está no próprio exame físico, quando o urologista palpa a próstata em busca de um tumor. Simples, rápido, indolor e fundamental para a detecção precoce, o exame de toque ainda carrega diversos tabus, já que, para muitos homens, a ideia do contato íntimo assusta. Outro medo está associado ao tratamento da doença, que consiste na remoção da glândula e pode ter como sequela a impotência sexual. “A próstata representa a ideia de virilidade. E a virilidade é um campo identitário masculino. Então, são comportamentos que permeiam a forma do homem ser no mundo. Como ele se entende, se define”, explica o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “O diagnóstico do câncer afeta essa ideia da virilidade, é um tabu para a masculinidade.”

Novembro Azul

Segundo o psiquiatra, esse temor de ter o ideal de masculinidade confrontado acaba gerando o comportamento evitativo – por isso tantos homens fogem do exame de toque. E não só: outros métodos diagnósticos, como o PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico), um exame de sangue simples, também são negligenciados muitas vezes. “Existem casos em que o homem não quer nem enfrentar a possibilidade da doença, prefere não saber”, diz o Dr. Alaor. “Acho que já houve um avanço importante na sociedade, as campanhas de conscientização ajudaram bastante, mas ainda existe uma parte muito significativa da população masculina, sobretudo os idosos, justamente o público mais suscetível à doença, que vivencia isso como um enfrentamento muito desafiador.”

Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto

“As angústias que o medo da doença ou o diagnóstico trazem são muito profundas e complexas, e ainda estão relacionadas ao momento de vida do homem. O primeiro impacto que o diagnóstico de câncer gera é a ideia da finitude, depois vêm outras preocupações que não devem ser negligenciadas, como a possibilidade da interferência na vida sexual. Então esse paciente também precisa ser acolhido em sua demanda psíquica”

Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Quanto antes, melhor

O problema de ignorar o rastreamento que deve ser anual para homens a partir de 50 anos ou a partir dos 40 anos para homens negros e/ou com histórico familiar é que, além de inacessível ao autoexame, o tumor na próstata é silencioso, só produz sintomas quando a doença já está em um estágio avançado, tornando-a muito mais difícil de tratar. Então, não é novidade que a detecção precoce do câncer de próstata é fundamental para aumentar as chances de cura. Mas, quando falamos também da dimensão emocional da doença, vai além disso: segundo o Dr. Ariel Kann, Head de Oncologia Clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, se feita no início, a cirurgia reduz ainda mais o risco de sequelas como a incontinência urinária e a impotência sexual. Já o câncer avançado pode gerar consequências incômodas. “O tumor avançado vai crescer dentro da próstata, podendo invadir a área do nervo, e aí esse paciente corre o risco de ter problemas de ereção”, diz o oncologista. “Além disso, um dos tratamentos para o câncer de próstata avançado é reduzir ao máximo a testosterona para que o tumor possa regredir. Aí entram o tabu e seu paradoxo: alguns homens não diagnosticam ou não tratam a doença porque têm medo que isso afete sua sexualidade, mas, quando o câncer chega nesse estágio avançado e passa a produzir sintomas, o hormônio masculino do paciente é suprimido, e aí, sim, sua sexualidade é profundamente impactada.”

“As campanhas de conscientização ajudam muito, mas existe um componente cultural muito forte ainda nesse tabu. Esse conceito de masculinidade precisa ser revisto, principalmente entre os homens idosos. Felizmente, as novas gerações têm uma mentalidade já diferente, mais acesso à informação e um olhar mais cuidadoso para a própria saúde. Imagino que os jovens de hoje terão menos preconceito com o exame de toque e com o tratamento lá na frente.”

Dr. Ariel Kann, Head de Oncologia Clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Dr. Ariel Kann

Acolher corpo e mente

E como lidar com tantas questões que envolvem o câncer de próstata? A resposta é complexa, mas, segundo
o Dr. Alaor, existe um ponto de partida fundamental. “Por meio do tripé: informação, acolhimento e tratamento. Pacientes oncológicos deprimidos que são amparados emocionalmente tendem a ter menos sintomas ao longo
do tratamento do que aqueles que não receberam orientações, por exemplo”
, diz. “O acolhimento das demandas psíquicas para compreensão de um tratamento que engloba o indivíduo, e não apenas o diagnóstico que ele carrega, também auxilia no controle das queixas ansiosas e depressivas.”

SABER PARA SE CUIDAR

  • O câncer de próstata atinge 1 em cada 7 homens
  • No Brasil, são cerca de 60 mil novos casos de câncer de próstata todos os anos, de acordo com estimativa do INCA (Instituto Nacional do Câncer)
  • Quando detectado precocemente, o câncer de próstata tem até 90% de chance de cura
  • O exame de toque é indolor
  • O rastreamento deve ser feito anualmente ou de acordo com recomendação médica a partir dos 50 anos
  • Homens negros e/ou com histórico familiar devem fazer os exames a partir dos 40 anos
  • A capacidade de ereção é preservada em cerca de 80% das cirurgias e o risco de incontinência urinária permanente é menor do que 5%

CÂNCER DE PRÓSTATA: INFORMAÇÃO SALVA VIDAS

Câncer de próstata: informação salva vidas

Apesar de muito comum, o câncer de próstata ainda enfrenta diversos preconceitos e tabus que dificultam sua detecção precoce, fundamental para aumentar as chances de cura. Conversamos com o Dr. Ariel Kann, Head do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para entender as características da doença e os melhores caminhos para tratá-la.

LEVE COM VOCÊ. Por que o câncer de próstata é tão prevalente?

Dr. Ariel Kann: Um dos motivos é o envelhecimento da população. Antigamente, a expectativa de vida do brasileiro era por volta de 50, 60 anos. Hoje, chegamos na faixa de quase 80 anos. Em algumas regiões, como o Sudeste e o Sul, a expectativa de vida é bem alta. E, não apenas para câncer de próstata, mas cânceres em geral, a idade é um fator de risco. Se o homem envelhecer o suficiente, ele provavelmente terá câncer de próstata ao longo da vida. Outra razão importante é que, hoje, temos mais diagnósticos. Até a década de 80, não tínhamos o exame do PSA, que é um exame importante para a detecção precoce. A partir da década de 90, houve um grande aumento no número de casos diagnosticados. Posteriormente, outros métodos como ressonância magnética, tomografia, PET/PSMA e biópsia vieram e facilitaram muito o diagnóstico. Então raramente se diagnosticava a doença precoce no passado, só em casos já muito avançados. A partir do momento em que começamos a ter esses métodos e eles se tornaram acessíveis, passamos a diagnosticar muito mais casos.

Além do envelhecimento, quais são os outros fatores de risco?

A maioria deles ainda é desconhecida, na verdade. Sabemos que pacientes da raça negra têm uma chance aumentada de ter câncer de próstata e também de desenvolver tumores mais agressivos. Então homens negros precisam ser acompanhados ainda mais de perto. A hereditariedade também é um fator importante: para quem tem um parente de primeiro grau – um pai ou irmão, por exemplo – que já teve o câncer de próstata, a chance de desenvolver a doença aumenta até três vezes. Hoje sabemos que um gene chamado BRCA2 está bastante relacionado à hereditariedade em câncer de próstata. Portadores deste gene costumam ter a doença em idade mais jovem e casos mais agressivos. Este é o mesmo gene que, em mulheres, aumenta o risco de câncer de mama e ovário. Outros fatores que podem estar relacionados com a doença são a obesidade e o sedentarismo.

E, tendo esse histórico familiar, o que o paciente deve fazer?

Como já evoluímos bastante para saber quais são os genes que aumentam o risco do câncer de próstata, com o histórico familiar, o paciente pode fazer um teste genético, que é um exame de sangue simples, entender se ele pode passar esses genes adiante e fazer um acompanhamento mais precoce, a partir dos 35, 40 anos, dependendo do caso, e um check-up mais aprofundado – além do exame de toque e do PSA, um exame de ressonância, por exemplo.

No caso do exame de toque, o tumor precisa ter um determinado tamanho para ser detectado?

Sim, e também tem que estar em uma posição específica para que o urologista consiga palpá-lo. Quando o médico faz o toque retal, consegue identificar a parede posterior e lateral da próstata. Se o tumor estiver localizado longe dessa área, o urologista não vai conseguir sentir nenhuma alteração. Por isso é importante associar os métodos diagnósticos, principalmente quando o paciente apresenta um fator de risco.

E qual é a idade ideal para começar o rastreamento?

Depende. O câncer de próstata surge, no geral, entre os 65 e 80 anos. Não é impossível, mas é muito raro vermos a doença em homens com menos de 40 anos. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Urologia definiu o rastreamento a partir de 50 anos. Homens negros e/ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar o rastreamento aos 40 anos.

Novembro azul

O câncer de próstata é conhecido por ser uma doença silenciosa inicialmente. Quando começa a produzir sintomas?

Sim, é silencioso. Por isso o rastreamento é tão importante. A detecção precoce, assim como no câncer de mama, faz uma diferença absurda. A chance de cura, com a cirurgia, chega a 90%. Fazendo novamente a analogia com o câncer de mama, por meio do autoexame, a mulher consegue apalpar o nódulo em determinados casos. No caso do câncer de próstata não existe a palpação. O homem só vai ter sintoma e diagnosticar o câncer de próstata se ele estiver bastante avançado. Entre os sintomas, destaco a retenção urinária, por causa do fechamento do canal da uretra, ou, se o tumor invadir a bexiga, ele pode ter um sangramento quando urinar. Caso o câncer se espalhe para os ossos, que é uma ocorrência comum em doenças da próstata, pode causar muitas dores. Então os sintomas também dependem da progressão desse tumor. Uma questão interessante é que os homens, muitas vezes, evitam os exames e têm medo da cirurgia porque ficam preocupados com a potência sexual, sendo que o tumor em um estágio avançado cresce, pode invadir o nervo e gerar problemas de ereção – ou seja, o homem pode sofrer com a disfunção erétil justamente pelo câncer, e não pelo tratamento.

Quais são os tratamentos em casos iniciais?

No caso de um tumor precoce, o paciente vai ser operado ou vai fazer uma radioterapia, ou, ainda, associar as duas técnicas, dependendo do caso, e vai ser curado sem nunca ter sentido absolutamente nada.

E as terapias mais indicadas para o câncer em estágio avançado?

Antes de tudo, é importante dizer que, quando diagnosticamos um câncer de próstata avançado, a primeira coisa que temos que fazer é tirar a culpa desse paciente. Nem todo caso acontece porque o homem foi negligente com a própria saúde. Existem cânceres de próstata avançados em que o sujeito é cuidadoso, mas tem um tumor agressivo, que cresceu e deu metástase, mesmo ele tendo feito tudo certo. Também é muito importante destacar que o câncer de próstata metastático não é uma sentença de morte; é tratável e o paciente pode viver muitos anos com uma ótima qualidade de vida. Entre os avanços mais recentes, temos excelentes tratamentos e remédios para casos metastáticos, que vão muito além da quimioterapia, como a terapia hormonal, a radioterapia e a medicina nuclear, com o Lutécio-PSMA, além das medicações orais, que evoluíram bastante. Aqui no hospital, temos muitos estudos clínicos de câncer de próstata, investimos muito em pesquisa, em equipamentos para a doença de próstata avançada. Então os recursos para tratar esses casos nós temos, aí entra um pouco o meu papel como oncologista de manejar adequadamente o câncer e guiar o paciente para uma sobrevida longa e com qualidade.

Dr. Ariel Kann

“A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de uma cura rápida e tranquila, mas é importante ressaltar que temos, hoje em dia, excelentes tratamentos para casos mais avançados. O câncer de próstata, mesmo quando diagnosticado tardiamente, não é uma sentença de morte”

Dr. Ariel Kann, Head do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Campanhas de conscientização, como o Novembro Azul, ajudam a derrubar o preconceito sobre o exame de toque e o tratamento?

 Acho que as campanhas ajudam, sim, divulgam, conscientizam etc. Mas existem outras questões importantes, como a educação e as diferenças geracionais. Acredito que as próximas gerações vão ter uma cabeça um pouco mais aberta. Esse componente cultural relacionado à masculinidade ainda é muito comum. Um dado curioso é que vemos as campanhas funcionando principalmente com mulheres – mães, filhas, irmãs que insistem para os homens marcarem a consulta. Muitas vezes, elas próprias marcam e os levam ao urologista, mas está na hora do homem começar a cuidar da sua saúde.

SAÚDE DA MULHER

Um passo de cada vez

Diante de um câncer de mama, há inúmeras angústias e dúvidas a respeito da evolução da doença, tratamentos, efeitos colaterais e possíveis desfechos. Trazemos aqui um apanhado de dúvidas comuns com informações precisas dos especialistas da equipe multidisciplinar do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz  

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o ano de 2023 deve registrar cerca de 75 mil novos casos de câncer de mama em mulheres brasileiras. Graças aos avanços em tratamentos e medicações, grande parte das pacientes com diagnóstico precoce será curada. Mas é importante dizer: o tratamento do câncer de mama é multidisciplinar, afeta a mulher em diversas dimensões, pode ser relativamente longo e conter várias etapas. Por isso, a informação é um recurso importantíssimo para encarar essa jornada. A seguir, reunimos algumas das dúvidas mais comuns sobre a doença respondidas por especialistas do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

É POSSÍVEL PREVENIR O CÂNCER DE MAMA?

Aqui vale dizer antes: prevenção e detecção precoce são coisas diferentes. Enquanto a detecção precoce, por meio de exames de diagnóstico periódicos, é fundamental para o sucesso do tratamento, a prevenção é um conjunto de hábitos saudáveis que podem colaborar para evitar o aparecimento ou crescimento de um tumor, situação em que podemos intervir – no entanto, é importante ressaltar: não existe prevenção primária. Porém, como os fatores ambientais podem ter um impacto importante, as ações preventivas devem ser mantidas ao longo da vida. De acordo com Inara Santos Nascimento Souza coordenadora de nutrição clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, com atuação no Centro Especializado em Oncologia, a alimentação é um dos principais pontos de atenção quando falamos em prevenção. “Manter o peso adequado e a alimentação variada e saudável são ações chave na prevenção do câncer de mama. Principalmente em alguns subtipos hormonais, já que a alimentação tem impacto direto na secreção dos nossos hormônios”, diz Inara, que ressalta que a água também tem um papel indispensável nessa manutenção. “A ingestão hídrica é muito importante para todos nós. De forma geral, a recomendação diária para um adulto é de 35ml por quilo de peso. A água é fundamental para manter o metabolismo funcionando da maneira adequada, os órgãos, as glândulas etc.” E nada de dietas mirabolantes: alimentação saudável é comida de verdade. “Alimentos in natura, comida de feira, sabe? E, claro, evitar os industrializados”, ensina a nutricionista.

Entre as outras orientações estão praticar exercícios físicos regularmente – 150 a 300 minutos semanais de atividade moderada, de acordo com a Organização Mundial da Saúde –, ter sono de qualidade, evitar o fumo e o abuso de bebidas alcoólicas e manter o peso adequado. Especificamente nos casos de câncer de mama, um fator de risco associado é a terapia de reposição hormonal, por isso, recomenda-se evitar o uso prolongado de hormônios.

Inara dos Santos Nascimento

“Para a manutenção adequada da saúde, devemos seguir sempre o lema da boa alimentação: descascar mais e desembalar menos”


Inara Santos Nascimento Souza, coordenadora de nutrição clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, com atuação no Centro Especializado em Oncologia

A DETECÇÃO PRECOCE FAZ DIFERENÇA MESMO?

Esta é uma velha máxima fundamental: quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores as chances de cura. Nesse sentido, realizar os exames periódicos de acordo com a recomendação do seu médico para o seu perfil é extremamente importante, já que, em fase inicial, o câncer de mama costuma ser silencioso. “A doença no início não produz nenhum sintoma, é totalmente indolor. Algumas pacientes percebem porque o nódulo está mais próximo à pele, mas tumores mais profundos e menores de 2 centímetros só podem ser vistos na mamografia”, explica o Dr. Ricardo Caponero, oncologista clínico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “No geral, a mulher só vai passar a apresentar sintomas quando a doença estiver mais avançada, como alteração ou retração do mamilo com secreção purulenta, vermelhidão e inchaço na mama, presença de gânglios ou linfonodos, que indicam que o câncer está em fase de disseminação.”

Hoje, preconiza-se a mamografia anual para mulheres a partir dos 40 anos. No entanto, com a incidência cada vez maior de câncer de mama em mulheres mais jovens, é interessante fazer o acompanhamento com o médico ginecologista e, com base no histórico individual, definir o manejo mais adequado.

90% dos casos de câncer de mama diagnosticados na fase inicial têm cura

A CIRURGIA É PARA TODO MUNDO?

Nos casos de câncer de mama, sim, mas existem procedimentos diferentes para cada estágio ou fase da doença. Hoje, a mastectomia, que é a retirada completa da mama, não é a recomendação absoluta para todos os casos – dependendo do tipo e subtipo tumoral, do tamanho do tumor, e principalmente da relação tamanho de mama e tamanho de tumor, é possível a cirurgia mais conservadora, na qual se preserva a mama. “A cirurgia do câncer de mama tem evoluído muito. Quanto mais conhecemos a doença, melhores e mais personalizados ficam os tratamentos”, diz a Dra. Maria Socorro Maciel, mastologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Antigamente, acreditava-se que a doença se espalhava de forma ordenada da mama para a axila, então era uma cirurgia extremamente radical. Foi apenas depois da década de 80, com um conhecimento mais aprofundado sobre a biologia do tumor, que surgiu o tratamento conservador.” Em tumores em que a relação entre tamanho de tumor e tamanho de mama é adequada, e seguindo o subtipo tumoral, principalmente nas lesões detectadas no exame de imagem, é possível remover apenas o tumor com margem, avaliando a axila por meio da pesquisa do linfonodo sentinela, outro ganho em qualidade de vida e redução de efeitos colaterais do tratamento. “Esse procedimento, chamado inicialmente de quadrantectomia ou setorectomia ou lumpectomia, é equivalente à retirada total da mama em termos de sobrevida, associado à radioterapia”, diz a especialista.

Outra dúvida muito comum é sobre a cirurgia de reconstrução da mama, a cirurgia oncoplástica. Atualmente, além das técnicas para a paciente que foi submetida à lumpectomia, também é possível reconstruir a mama que passou pela mastectomia. “Temos técnicas tanto para o tratamento conservador bem como para a reconstrução da mama imediata, com implantes de silicone, expansores ou retalhos musculares e, dependendo da localização do tumor, a preservação do complexo aréolo-papilar (aréola e mamilo)”, diz a Dra. Maria do Socorro. A mastologista conta também que a oncoplastia, em alguns casos, traz mais segurança ao médico durante a cirurgia, sabendo que aquela mama poderá ter resultados cosméticos e oncológicos satisfatórios e seguros.

Maria Socorro

“Para a manutenção adequada da saúde, devemos seguir sempre o lema da boa alimentação: descascar mais e desembalar menos”


Dra. Maria Socorro Maciel, mastologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA?

Entre os muitos tratamentos para o câncer, a radioterapia e a quimioterapia são os mais conhecidos. Mas nem todo mundo sabe a diferença entre eles e a indicação de cada um.

De modo geral, a radioterapia tem aplicação localizada, na área do tumor, e consiste em radiações que eliminam as células doentes. É indicada para cânceres que não se disseminaram e como complemento ao procedimento cirúrgico.

“Historicamente, a radioterapia entrou para reduzir os casos de mastectomia, que é a retirada completa da mama. Antigamente, a cirurgia conservadora, em que você só tira a lesão com uma margem de segurança, dava um índice de recidiva mais alto do que de uma mastectomia. E a adição da radioterapia à cirurgia conservadora proporcionou à técnica a mesma segurança da radical”, explica o Dr. Rodrigo Hanriot, radioterapeuta do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Área que avançou bastante nos últimos anos, hoje, a radioterapia apresenta métodos muito eficientes e que reduzem consideravelmente a exposição da paciente à radiação e a necessidade de frequentar as sessões por semanas ou meses, interferindo menos na sua rotina. Um deles é o Halcyon™, acelerador linear de partículas que une a tecnologia mais moderna de irradiação com a técnica mais precisa de localização diária, o IGRT (radioterapia guiada por imagem, na sigla em inglês) – isso se converte em sessões mais rápidas e em menor número, danos mínimos aos tecidos saudáveis e máxima irradiação ao tumor. Outro equipamento que apresenta uma eficácia elevada é o Intrabeam®, indicado para cânceres de mama em estágio inicial. Trata-se de uma radioterapia intraoperatória em dose única – ou seja, logo após a cirurgia, o equipamento é aplicado no lugar onde estava o tumor e, entre 20 e 30 minutos, seu acelerador linear em miniatura irradia a área periférica do tumor. O procedimento diminui possíveis efeitos colaterais da radioterapia convencional, como fadiga, vermelhidão na região, sensibilidade ou alteração na cor da pele, e evita a irradiação de pulmão e coração. “Além de melhorarem a qualidade de vida da paciente, essas tecnologias também são pensadas para preservar a saúde a longo prazo. Hoje, as pessoas estão vivendo mais e com tendência a apresentar câncer mais cedo. Então, se antes o foco era imediatista, salvar a vida daquela paciente naquele momento, a tecnologia evoluiu a ponto de definirmos um tratamento que leva em conta o hoje, o futuro próximo e o futuro distante”, diz o médico.

Já a quimioterapia tem ação sistêmica, ou seja, age em todo o corpo. Por isso, é recomendada em tumores com potencial mais agressivo ou metástases, quando a doença já se disseminou. “No geral, a quimioterapia é indicada em dois cenários macros: quando se trata de uma lesão agressiva, que, mesmo em estágio inicial, apresenta crescimento acelerado; e quando a lesão é diagnosticada tardiamente e, mesmo não sendo agressiva, já se espalhou”, explica o Dr. Rodrigo. Outra diferença é que, enquanto a radioterapia ataca as células por meio da radiação, tendo aplicação local, a quimioterapia é medicamentosa e pode ser feita por meio de aplicação intravenosa, subcutânea ou por via oral, a depender do tipo de tumor, tratamento escolhido e fármaco.

Rodrigo Hanriot

“A radioterapia apresenta métodos muito eficientes e que reduzem consideravelmente a exposição da paciente à radiação e a necessidade de frequentar as sessões por semanas ou meses, interferindo menos na sua rotina”


Dr. Rodrigo Hanriot, radioterapeuta do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

O TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA PODE INTERFERIR NA FERTILIDADE DA MULHER?

Sim, mas existem alternativas que devem ser previamente discutidas com seu médico, como a possibilidade de preservar os óvulos. Antes, vamos a alguns dados relevantes sobre esse tema: o tratamento quimioterápico pode gerar infertilidade em quase 50% das pacientes que estão em idade reprodutiva. “A quimio afeta tanto as células cancerígenas quanto as saudáveis. A seleção é sobre células que estão se replicando, por isso a queda do cabelo é um efeito colateral comum, e o mesmo acontece com os óvulos. Então o tratamento quimioterápico pode induzir a menopausa quimicamente”, diz a Dra. Taciana Mutão, oncologista clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Em resposta a isso, as técnicas de preservação de óvulos e embriões também avançaram bastante, incluindo os protocolos para pacientes oncológicas, que podem induzir a ovulação em menos de 15 dias. “Além disso, existe um medicamento que inibe a função ovariana, protegendo-a durante o tratamento”, acrescenta a oncologista.

A terapia hormonal, tratamento normalmente recomendado para tumores de subtipo luminal – ou seja, que se caracterizam pela superexpressão de receptores hormonais (estrógeno e progesterona) –, também pode interferir na vida fértil da mulher, uma vez que, como a quimioterapia, tem ação sistêmica. Neste caso, é preciso ter um olhar cuidadoso e individualizado, já que a hormonioterapia, que consiste em suprimir o crescimento do tumor ao retirar o hormônio de circulação, tem duração de cinco anos. “No entanto, estudos atuais já mostram que, dependendo da evolução do tratamento, é possível pausá-lo para a mulher poder engravidar e, dois ou três anos depois, retomar a medicação”, explica a Dra. Taciana. Um dos estudos mais recentes, o Positive, demonstrou que a pausa hormonal durante três anos foi segura do ponto de vista oncológico, e que cerca de 75% das pacientes conseguiram engravidar durante o período de acompanhamento.

Além da evolução em tratamento e tecnologias para combater a doença, a medicina também avançou bastante no cuidado, trazendo um olhar mais humanizado para o impacto do câncer na vida da paciente para além da sua saúde física, proporcionando a possibilidade de fazer escolhas que preservam seus planejamentos de vida, como o desejo de ser mãe.

DÁ PARA LEVAR UMA VIDA NORMAL DURANTE O TRATAMENTO?

Sim, mas é fundamental respeitar seus limites. “A resposta ao tratamento varia de mulher para mulher, algumas sentem mais os efeitos adversos, outras, menos. Mas, no geral, dá para seguir sua rotina anterior com algumas restrições”, diz o Dr. Caponero. “Pacientes que já tinham hábitos mais saudáveis, mais jovens, podem se sentir melhor, e a tolerância aos medicamentos também vai aumentando ao longo do tempo.”

Além disso, o médico ressalta que os tratamentos avançaram muito, abrandando os efeitos colaterais – sejam eles transitórios ou permanentes. “Os efeitos adversos da quimioterapia, por exemplo, são menos intensos e menos frequentes do que antigamente, permitindo que a paciente consiga lidar melhor com a medicação. Além disso, existem fármacos e tratamentos que ajudam a amenizar os efeitos colaterais mais comuns, como náusea, fadiga e até queda de cabelo”, diz.

E, para a preservação da qualidade de vida, o Dr. Ricardo destaca que o olhar multidisciplinar e individualizado é essencial. “Nós temos diversos profissionais no Centro Especializado em Oncologia do Hospital – oncologistas, cirurgiões, enfermagem, nutricionista, psicóloga, farmacêutica, entre outros. Todos os profissionais são muito importantes não só para garantir o sucesso do tratamento, mas para tornar essa jornada mais confortável e segura para a paciente”, ele diz.

Ricardo Caponero

“Você não trata o câncer, trata a pessoa. E nós cuidamos das pessoas”


Dr. Ricardo Caponero, oncologista clínico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

CONVERSA – ESPECIAL OUTUBRO ROSA

Alimentar corpo, mente e alma

Batemos um papo com Inara dos Santos Nascimento, coordenadora de nutrição clínica da Unidade de Internação
do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, sobre o papel da alimentação durante
o tratamento do câncer de mama e não só para a saúde física, mas também mental e emocional

Leve com Você: Qual é a importância do acompanhamento nutricional durante o tratamento?

Inara dos Santos Nascimento: Primordial. É o que falo para todas as pacientes: boa parte do tratamento depende
da alimentação adequada. É fundamental incluir na dieta alimentos protetivos, de preferência orgânicos e in natura, que são muito benéficos nessa fase. Muitas pacientes já chegam utilizando complementos nutricionais, como antioxidantes, polivitamínicos proteicos, e a gente faz os ajustes necessários dependendo do tratamento.
Então vai além de ter uma alimentação saudável e balanceada, é preciso olhar com atenção para o quadro geral daquela paciente e levar em conta, além de suas necessidades nutricionais, questões fisiológicas e emocionais, gostos, vontades, intensidade dos efeitos colaterais, entre outros aspectos muito particulares.

Sobre os efeitos colaterais: essa é uma demanda alta da nutrição? Alimentação para amenizar um possível mal-estar?

Embora os tratamentos tenham avançado muito e sejam bem menos agressivos atualmente, ainda vemos com certa frequência efeitos colaterais como náuseas, enjoos e diarreia, além de dores e desconfortos na parte epigástrica, como cólica intestinal ou dor de estômago. E, às vezes, o hábito alimentar dessa paciente não estava adequado
ao tipo de medicação que ela está tomando e a intolerância que ela apresenta a ele. Então a nutrição auxilia na escolha dos alimentos para amenizar esses sintomas. Em um caso de diarreia, por exemplo, ajustamos gordura, açúcares e fibras na dieta. Se for enjoo, introduzimos alimentos mais cítricos, mais gelados, menos temperados
e por aí vai. E a tendência dessa paciente com náusea é não comer. Então a gente orienta refeições leves e menores mais vezes ao dia, já que o jejum piora o quadro.

Inara dos Santos Nascimento

“Quando falamos em manutenção da saúde, tudo importa para a alimentação: predisposição genética, estilo de vida, queixas paralelas, fase do tratamento, tipo da doença etc. Por isso, esse olhar individualizado e investigativo é essencial”

Inara dos Santos Nascimento, coordenadora de nutrição clínica da Unidade de Internação do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Você é uma nutricionista oncológica.
Qual é o olhar diferencial dessa especialização para a doença?

Quando falamos em cuidado, o papel do nutricionista oncológico é muito importante porque esse olhar vai para além do prato. O câncer é uma doença complexa, com impactos físicos e emocionais. Já recebi pacientes com muitas restrições alimentares. A própria família às vezes faz esse controle rígido. E não é bem por aí. A gente tem que trilhar um caminho junto com a paciente, entender sua história, seu diagnóstico, seu momento de vida. Já recebi pacientes que descobriram o câncer de mama durante a amamentação, na gestação. Temos que saber tratar esses casos como nutricionista, acolhendo, direcionando, entendendo que não é na primeira consulta que vamos resolver a alimentação da paciente. Existe o tempo do tratamento e o tempo para ela entender a importância da alimentação no tratamento. E o nutricionista é o responsável em fazer essa virada de chave com a paciente. Então, o profissional da nutrição bem informado, capacitado, bem amparado, com todas as informações que nós temos hoje, é de extrema importância dentro da equipe.

Nesse sentido, o tratamento multidisciplinar é fundamental.

Sim, totalmente. Aqui no Hospital, no Centro Especializado em Oncologia, temos uma equipe multidisciplinar.
Todos os pacientes que chegam vão passar por nutricionista, enfermagem, psicóloga, farmacêutica etc.
E todos conversamos. Um exemplo: dependendo da toxicidade da medicação (oral, subcutânea ou intravenosa),
a farmacêutica conversa comigo e com a psicóloga para ajustarmos nossa abordagem. Muitas pacientes com câncer de mama têm questões emocionais relacionadas à autoestima. Elas sentem culpa, se sentem negligentes com a saúde. Depois, muitas se preocupam com as alterações físicas, a possibilidade da retirada da mama, a queda do cabelo etc. Então fazemos um trabalho em conjunto para elas entenderem que estão passando por um processo de transformação, uma nova versão. E, nesse sentido, a alimentação tem um lugar chave, já que a comida é, com frequência, relacionada ao nosso estado emocional. Algumas perdem a vontade de comer o que dá prazer, outras têm compulsão alimentar. Então trabalho muito em parceria com a equipe multidisciplinar psicóloga, farmacêutica, enfermagem e equipe médica para acompanharmos e auxiliarmos essas pacientes. Tento resgatar esse prazer de comer, equilibrar e flexibilizar a dieta, como abrir um ‘dia especial’ na semana para ela comer o que gosta, orientando o melhor momento para abrir essa exceção. O benefício emocional e seu impacto positivo na saúde física, sem dúvida, favorecem o tratamento.

Conheça os sintomas

VOLGA

Estudo de fase III, randomizado, aberto e multicêntrico para determinar a eficácia e a segurança do durvalumabe em combinação com tremelimumabe e enfortumabe vedotina ou durvalumabe em combinação com enfortumabe vedotina para tratamento perioperatório de pacientes inelegíveis à cisplatina ou que recusem cisplatina submetidos à cistectomia radical para câncer de bexiga músculo-invasivo (VOLGA).

POPULAÇÃO:

  • Participantes com CBMI que não são elegíveis para cisplatina ou que recusem cisplatina.

TROPION BREAST 03

Estudo Fase 3, Aberto, Randomizado de Datopotamabe Deruxtecana (Dato-DXd) com ou sem Durvalumabe versus Terapia de Escolha do Investigador em Participantes da Pesquisa com Câncer de Mama Triplo-negativo de Estágio I-III que apresentaram doença residual invasiva na Mama e/ou Linfonodos Axilares na Ressecção Cirúrgica Após Terapia Sistêmica Neoadjuvante (TROPION-Breast03).

POPULAÇÃO:

  • Pacientes com câncer de mama triplo negativo estágio I a III;
  • Que tenha apresentado doença invasiva residual após tratamento neoadjuvante;
  • Sem evidência de doença locorregional ou a distância;
  • Que não tenha recebido qualquer terapia sistêmica adjuvante;
  • Apresentar ECOG 0-1.

SAMETA – D5086C00001

Estudo de fase III, aberto, randomizado, de três braços, multicêntrico, do Savolitinibe em associação com Durvalumabe versus monoterapia com Sunitinibe e Durvalumabe em participantes com Carcinoma de Células Renais Papilares (CCRP) induzido por MET, irressecável e localmente avançado ou metastático.

POPULAÇÃO:

  • Carcinoma de células renais papilífero, irressecável, localmente avançado ou metastático;
  • Não ter realizado tratamento oncológico prévio;
  • Com mutação de MET (teste genético em amostra tumoral, realizado pelo do estudo).

PRIMORDIUM

Estudo Randomizado, Controlado, Multicêntrico e Aberto para Investigar a Eficácia e a Segurança da Adição de Apalutamida à Radioterapia e Agonista de LHRH em Participantes da Pesquisa em Alto Risco com Câncer de Próstata PSMA-PET-Positivo e Hormônio-Sensível com um Acompanhamento Observacional de Participantes da Pesquisa PSMA-PET-Negativos.

POPULAÇÃO:

  • Câncer de próstata submetidos a prostatectomia radical (Gleason ≥ 8 ou PSA com tempo de duplicação ≤ 12 meses);
  • Recidiva bioquímica;
  • PET PSMA positivo (realizado pelo estudo).

PALOMA-2

Estudo de Fase 2, Aberto, de Coortes Paralelas de Amivantamabe Subcutâneo em Múltiplos Regimes para Participantes da Pesquisa com Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células com Mutação no EGFR com Tumores Sólidos Avançados ou Metastáticos.

POPULAÇÃO:

  • O participante deve ter NSCLC localmente avançado ou metastático, confirmado de forma histológica ou citológica que não é suscetível a tratamento curativo, incluindo ressecção cirúrgica ou quimiorradiação.

PACIFIC-9

Estudo de Fase III, duplo-cego, controlado por placebo, randomizado, multicêntrico, internacional de durvalumabe mais oleclumabe e durvalumabe mais monalizumabe em participantes de pesquisa com câncer de pulmão de não pequenas células (NSCLC) localmente avançado (Estágio III), irressecável, que não progrediu após terapia de quimiorradiação definitiva concomitante à base de platina (PACIFIC-9).

POPULAÇÃO:

  • Pacientes com NSCLC (Estágio III) irressecável localmente avançado que não progrediu após a cCRT à base de platina.

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