Estudo brasileiro com 50 mil pacientes mostra avanços no tratamento de câncer de pulmão

Os resultados de um estudo brasileiro sobre tratamento do câncer de pulmão foram publicados no Journal of Surgical Oncology, importante periódico científico internacional.

Tendo entre os autores Fernando Abrão, cirurgião torácico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o artigo revelou importantes avanços no tratamento do câncer de pulmão em estágio 3 (etapa intermediária da progressão do tumor, onde pode haver comprometimento dos linfonodos próximos à região inicialmente diagnosticada com o câncer), o que aponta novas perspectivas de sobrevida para os pacientes acompanhados.

Participaram deste estudo 50 mil pacientes com câncer de pulmão, atendidos em 76 hospitais municipais e estaduais do Estado de São Paulo, nos últimos 15 anos. Do total de pacientes, em 3 mil a doença estava em estágio 3 e deste total, 433 foram submetidos a procedimentos cirúrgicos. O estudo observacional constatou que o grupo operado apresentou, em cinco anos, aumento da sobrevida, que passou de 19,7% no quinquênio de (2000-2004), para 40% no período de 2010-2014. Além de uma tendência positiva para os pacientes operados no início de 2019, que tiveram risco menor (41%) de óbito em relação ao primeiro quinquênio (2000-2004) o que comprova avanços no tratamento do câncer de pulmão metastático.

Dos pacientes analisados, cuja idade média foi de 61 anos, cerca de 59% eram do sexo masculino e foram tratados em hospitais estaduais, 67% dos pacientes viviam em cidades do interior de São Paulo ou em outros Estados, e apenas 21% deles tiveram o diagnóstico de câncer de pulmão no estágio 1.

De acordo com Fernando Abrão, cirurgião torácico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos autores do estudo, os resultados são importantes para o aperfeiçoamento de abordagens da prática clínica e definição de políticas públicas de saúde que visem os melhores desfechos aos pacientes. “Os resultados do estudo indicam avanços promissores no tratamento da doença, com uma melhoria progressiva na sobrevida ao longo dos anos. Porém, há uma necessidade em agilizar o acesso aos centros de referência e à incorporação de terapias no Sistema Único de Saúde (SUS) para otimizar ainda mais os resultados”, explica.

O impacto do diagnóstico e do tratamento precoce na sobrevida dos pacientes também foi analisado pelo trabalho brasileiro. Embora o tempo médio entre diagnóstico e início do tratamento tenha sido curto (19 dias), o encaminhamento para centros de referência em atendimento oncológico é, em média, de três meses, ou seja, 50% dos pacientes demoraram mais de três meses para alcançar o diagnóstico de câncer, interferindo no desfecho do tratamento e na sobrevida.

Em relação aos tratamentos administrados, a pesquisa evidenciou que os pacientes submetidos a cirurgias em combinação com quimioterapia tiveram melhores taxas de sobrevida após cinco anos (35,8%). Por outro lado, aqueles que receberam quimioterapia em conjunto com radioterapia registraram uma taxa de sobrevida de 12,8% no mesmo período. A pesquisa também ressaltou a necessidade de aumentar o acesso aos pacientes tratados na rede pública a terapias já disponíveis no sistema de saúde privado.

Estudo brasileiro com 50 mil pacientes atendidos em hospitais públicos mostra avanços no tratamento de Câncer de Pulmão em Estágio 3

Pesquisa com participação de médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz foi publicada no Journal of Surgical Oncology

São Paulo, 03 de outubro de 2023 – Os resultados de um estudo brasileiro sobre tratamento do câncer de pulmão foram publicados no Journal of Surgical Oncology, importante periódico científico internacional. Tendo entre os autores o Dr. Fernando Abrão, cirurgião torácico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o artigo revelou importantes avanços no tratamento do câncer de pulmão em estágio 3 (etapa intermediária da progressão do tumor, onde pode haver comprometimento dos linfonodos próximos à região inicialmente diagnosticada com o câncer), o que aponta novas perspectivas de sobrevida para os pacientes acompanhados.

Participaram deste estudo 50 mil pacientes com câncer de pulmão, atendidos em 76 hospitais municipais e estaduais do Estado de São Paulo, nos últimos 15 anos. Do total de pacientes, em 3 mil a doença estava em estágio 3 e deste total, 433 foram submetidos a procedimentos cirúrgicos. O estudo observacional constatou que o grupo operado apresentou, em cinco anos, aumento da sobrevida, que passou de 19,7% no quinquênio de (2000-2004), para 40% no período de 2010-2014. Além de uma tendência positiva para os pacientes operados no início de 2019, que tiveram risco menor (41%) de óbito em relação ao primeiro quinquênio (2000-2004) o que comprova avanços no tratamento do câncer de pulmão metastático.

Dos pacientes analisados, cuja idade média foi de 61 anos, cerca de 59% eram do sexo masculino e foram tratados em hospitais estaduais, 67% dos pacientes viviam em cidades do interior de São Paulo ou em outros Estados, e apenas 21% deles tiveram o diagnóstico de câncer de pulmão no estágio 1.

De acordo com o Dr. Fernando Abrão, cirurgião torácico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos autores do estudo, os resultados são importantes para o aperfeiçoamento de abordagens da prática clínica e definição de políticas públicas de saúde que visem os melhores desfechos aos pacientes. “Os resultados do estudo indicam avanços promissores no tratamento da doença, com uma melhoria progressiva na sobrevida ao longo dos anos. Porém, há uma necessidade em agilizar o acesso aos centros de referência e à incorporação de terapias no Sistema Único de Saúde (SUS) para otimizar ainda mais os resultados”, explica.

O impacto do diagnóstico e do tratamento precoce na sobrevida dos pacientes também foi analisado pelo trabalho brasileiro. Embora o tempo médio entre diagnóstico e início do tratamento tenha sido curto (19 dias), o encaminhamento para centros de referência em atendimento oncológico é, em média, de três meses, ou seja, 50% dos pacientes demoraram mais de três meses para alcançar o diagnóstico de câncer, interferindo no desfecho do tratamento e na sobrevida.

Em relação aos tratamentos administrados, a pesquisa evidenciou que os pacientes submetidos a cirurgias em combinação com quimioterapia tiveram melhores taxas de sobrevida após cinco anos (35,8%). Por outro lado, aqueles que receberam quimioterapia em conjunto com radioterapia registraram uma taxa de sobrevida de 12,8% no mesmo período. A pesquisa também ressaltou a necessidade de aumentar o acesso aos pacientes tratados na rede pública a terapias já disponíveis no sistema de saúde privado.

Câncer de Pulmão: estudo mostra avanços no tratamento de doença avançada no Brasil

Pesquisa feita no país mostrou que sobrevida de pacientes do sistema público de saúde aumentou nos últimos anos, mas ainda existem desafios de acesso.

O câncer de pulmão é o quinto tumor mais incidente no Brasil. Entretanto, é considerado um dos mais letais no mundo. Ocupa o primeiro lugar em letalidade entre os homens e o segundo entre as mulheres, segundo estimativas mundiais de 2020. A grande maioria dos casos (84%) ainda é diagnosticada em estágio tardio, o que explica, em parte, a alta taxa de letalidade da doença.

A boa notícia é que nos últimos anos, o avanço nos tratamentos – em especial a imunoterapia – melhorou significativamente o prognóstico de pacientes com câncer de pulmão em estágio III e IV, que são os mais avançados. Estudo recente publicado na revista científica Journal of Surgical Oncology revelou que muitos desses avanços já são observados em pacientes atendidos no sistema público brasileiro.

Pesquisadores brasileiros analisaram dados de 50 mil pacientes com câncer de pulmão, atendidos em 76 hospitais municipais e estaduais do Estado de São Paulo, nos últimos 15 anos. Destes, 3 mil apresentavam a doença em estágio 3, entre os quais 433 foram submetidos a procedimentos cirúrgicos.

A maioria dos casos de câncer de pulmão em estágio 3 já tem metástase nos linfonodos, que fazem parte do sistema imunológico, próximos à região inicialmente diagnosticada com o câncer. Neste estágio, o tratamento é obrigatoriamente combinado e envolve o de medicamentos e a cirurgia — explica o médico Fernando Abrão, cirurgião torácico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos autores do estudo.

Os resultados mostraram que entre 2004 e 2014, houve aumento de sobrevida dos pacientes operados, passando de 19,7% no quinquênio de 2000 a 2004, para 40% no período de 2010 a 2014. Houve também redução de 41% no risco de óbito entre os pacientes operados no primeiro quinquênio (2000-2004) e aqueles submetidos à cirurgia em 2019, o que comprova avanços no tratamento do câncer de pulmão metastático.

Os resultados do estudo indicam avanços promissores no tratamento da doença, com uma melhoria progressiva na sobrevida ao longo dos anos. Porém há uma necessidade em agilizar o acesso aos centros de referência e à incorporação de terapias no Sistema Único de Saúde (SUS) para otimizar ainda mais os resultados — diz Abrão.

Os pesquisadores também analisaram o impacto do diagnóstico e do tratamento precoce na sobrevida. Eles concluíram que o tempo médio entre o diagnóstico e o início do tratamento foi de 19 dias, o que é considerado curto.

Por outro lado, o encaminhamento para centros de referência em atendimento oncológico para a realização do diagnóstico é, em média, de três meses. Isso significa que 50% dos pacientes demoraram mais de três meses para alcançar o diagnóstico de câncer, interferindo no desfecho do tratamento e na sobrevida.

A impressão que temos é que o gargalo maior é receber o diagnóstico. Precisamos melhorar o parque diagnóstico, aumentar a oferta de exames e tomografia para diminuir o tempo que esse paciente perde até o diagnóstico — avalia Abrão.

Em relação aos tratamentos administrados, a pesquisa evidenciou que os pacientes submetidos a cirurgias em combinação com quimioterapia tiveram melhores taxas de sobrevida após cinco anos (35,8%). Por outro lado, aqueles que receberam quimioterapia em conjunto com radioterapia registraram uma taxa de sobrevida de 12,8% no mesmo período.

A pesquisa também ressaltou a necessidade de aumentar o acesso aos pacientes tratados na rede pública a terapias já disponíveis no sistema de saúde privado.

Os resultados mostram redução da mortalidade ao longo do tempo mas quando comparado à saúde suplementar, essa taxa ainda deixa a desejar. Precisamos que o paciente do SUS tenha acesso a melhores recursos que já existem no sistema privado e em outros países, como medicações e aparelhos de radioterapia mais modernos — conclui o pesquisador.

Outubro Rosa: projetos sociais resgatam autoestima de mulheres com câncer de mama

Em meio ao tratamento, dentre outros efeitos colaterais, pacientes podem perder cabelos e serem submetidas a intervenções cirúrgicas nas mamas.

A perda de cabelo, a cirurgia na mama e os diversos efeitos colaterais que podem resultar dos medicamentos associados ao tratamento contra o câncer de mama são alguns dos obstáculos que pacientes oncológicas precisam superar.

“Tudo isso impacta na autoestima da mulher, ou mais ou menos. Então é super importante o médico abordar esse tema no dia a dia”, ressalta Pedro Exman, oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com o especialista, cabe ao oncologista tratar a paciente, e não somente sua doença. “A gente precisa estar o tempo inteiro conversando sobre como a mulher está se sentindo, como está sua autoestima, como está a relação dela com as pessoas, como ela está se vendo no espelho”, explica.

Embora também possa acometer homens, representando 1% do total de casos da doença, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca) , as mulheres são as principais impactadas pelo câncer de mama. No Brasil , excluídos os tumores de pele não melanoma, é o tipo de câncer mais frequente no público feminino. Por isso, no mês de outubro, várias iniciativas de conscientização sobre a doença tomam corpo, no chamado “Outubro Rosa”.

Diagnóstico precoce

Vanessa Araújo descobriu o câncer em maio de 2023, após notar, durante o autoexame da mama, o crescimento de um nódulo que vinha acompanhando com seu médico. Depois de uma mamografia, a biópsia confirmou o câncer em grau 2.

“Desse processo todo, o que me impactou mais foi a perda do meu cabelo. Com 14 dias depois da primeira sessão de quimioterapia, meu cabelo começou a cair em tufos”, conta a paciente.

Pelo tamanho do tumor, a paciente pôde fazer a cirurgia de retirada antes de começar a quimioterapia. O procedimento se concentrou no quadrante inferior de sua mama, mas a reconstrução foi feita no mesmo dia, usando sua própria gordura — sem alterações na aréola.

O oncologista explica que o tratamento é escolhido a partir do diagnóstico da paciente, uma vez que existem mais de um tipo de câncer de mama.

“De acordo com o tipo de doença, a cirurgia é a escolha inicial e, depois, o tratamento com medicação, mas, se tem uma doença mais avançada, normalmente, a gente começa com medicação e quimioterapia e, depois, vai para a cirurgia”, afirma Exman.

Um mês depois de ter sido operada, em agosto, Vanessa começou as sessões de quimioterapia. Quando estava decidida a raspar a cabeça, seu caminho cruzou com o da ONG Cabelegria, que, desde 2013, arrecada cabelos para confeccionar e distribuir, gratuitamente, perucas para pacientes que lutam contra o câncer.

Já com pouco cabelo, Vanessa estava decidida a comprar uma peruca e raspar a cabeça, quando encontrou um stand da organização em uma feira de beleza, em São Paulo. No mesmo dia, a paciente saiu de lá com sua peruca.

“Foi um alento”, diz sobre o acessório. Depois de raspar a cabeça, “eu senti até um alívio de não ver mais aquele monte de cabelo caindo no chão.”

Segundo informações da Cabelegria, a ONG já recebeu a doação de 345 mil cabelos e confeccionou 13 mil perucas — sendo que 95% dos artigos foram doados para mulheres em tratamento contra o câncer de mama.

Apesar de o diagnóstico precoce de Vanessa ter sido decorrente do autoexame, o médico explica que essa não é uma ferramenta de rastreamento.

“O autoexame é importante para a mulher se conhecer, conhecer sua anatomia e, eventualmente, notar se tiver alguma coisa diferente, mas ele não é uma ferramenta para rastreamento”, afirma.

Segundo Exman, a recomendação é de que as mulheres realizem a mamografia anualmente a partir dos 40 anos.

Uma nova mulher

Dados do Inca referentes ao ano de 2020 indicam que, a cada 10 mil mulheres, 11,84 morrem no país em razão do câncer de mama.

Sobre novos casos, a estimava do instituto é de que, para cada ano do triênio 2023-2025, sejam diagnosticadas 73.610 pessoas com câncer de mama.

Cada uma dessas pacientes lidará com a doença de uma forma diferente. No caso de Rose Mota, de 50 anos, o diagnóstico foi um “mal que veio para o bem”. A carioca se define como “uma nova mulher depois do câncer”.

Rose descobriu o câncer aos 39 anos, em 2012, ao solicitar um exame de mamografia, devido à casos anteriores na família.

Vítima de violência doméstica e criando quatro filhos ao lado de seu então marido, que “vivia na rua, bebendo e se drogando”, a cabeleireira diz que quando soube da doença “já não tinha mais lágrimas”.

O tratamento durou cinco anos, contando mastectomia — que é a retirada cirúrgica de toda a mama —, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia.

A cirurgia ocorreu ainda em 2012, mas a reconstrução da mama foi feita dois anos mais tarde, em 2014. Segundo Rose, lidar com a ausência do seio não foi tão difícil: ela usava próteses removíveis e conseguia disfarçar com as roupas.

Mas, depois de ter passado por duas intervenções cirúrgicas, a paciente decidiu que não retornaria para fazer a reconstrução da aréola.

“Quando eu olhava no espelho, eu sentia que faltava alguma coisa, mas procurava nem olhar muito para aquela mama, olhava só para a outra. E eu consegui bloquear na minha cabeça”, relembra.

Alguns anos mais tarde, em reuniões da Fundação Nacional de Combate ao Câncer (FNCC), Rose conheceu Patrícia Bastos, uma micropigmentadora paramédica que se dedica a ajudar pacientes com câncer ou vitiligo.

O projeto Volte a Ser Feliz foi fundado por Patrícia em 2014. Desde então, ela é a única financiadora, embora conte com algumas parcerias eventuais.

A dermopigmentadora mantém uma clínica na cidade do Rio de Janeiro e outra em Petrópolis e já atendeu mais de 800 mulheres com a iniciativa.

“A intenção que sempre tive é mostrar que elas ainda podem viver normalmente”, afirma.

Eu me olhava no espelho e me sentia reconstruindo. Conforme eu ia reconstruindo os pedaços do meu corpo, eu também fui reconstruindo a minha vida emocional.

Rose Mota

De acordo com o oncologista Pedro Exman, a mastectomia tem sido evitada pelos profissionais da saúde, tanto em hospitais privados quanto públicos.

“Na minoria das vezes, hoje em dia, a gente faz uma cirurgia mais agressiva com a retirada completa. Atualmente, a cirurgia conservadora poupa a mama, o mamilo, e acaba tirando só o setor em que está o tumor”, explica o médico.

Nos casos em que a mama precisa ser completamente retirada, a lei garante a realização de cirurgia plástica reparadora pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Mesmo com a garantia legal, apenas 20% das 92,5 mil mulheres que fizeram mastectomia entre os anos de 2008 e 2015 passaram pelo procedimento de reconstrução mamária, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) com base em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).

Além disso, a reconstrução da aréola costuma ser feita alguns meses após a reparação da mama, devido ao período de cicatrização. Isso faz com que muitas mulheres desistam de se submeter a uma nova cirurgia — assim como aconteceu com Rose.

Esse cenário reforça a necessidade de acompanhamento de uma equipe médica formada por profissionais de diferentes áreas, como oncologia, psicologia, nutrição e fisioterapia, conforma aponta Exman. “A gente tem que deixar a paciente próxima de opções que a farão se sentir melhor”, afirma o especialista.

Conheça 10 mitos e verdades sobre o Câncer de Mama

São Paulo, 27 de setembro de 2023 – De acordo com estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), para o triênio de 2023 a 2025 são esperados que o país registre 73.610 casos novos de câncer de mama, um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres. Só em 2020, o Brasil registou quase 18 mil mortes por câncer de mama, que equivale a um risco de 16,47 mortes por 100 mil mulheres.

Há três décadas outubro é conhecido mundialmente como o mês de conscientização sobre o câncer de mama e, apesar da campanha já estar consolidada no Brasil, muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre o que é verdade e o que é mito a respeito da doença. Pensando nisso, o Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esclarece quais são mitos e verdades sobre o câncer de mama.

1 – Menopausa e reposição hormonal não trazem risco para o câncer de mama
Verdade para menopausa e falso para reposição hormonal
A menopausa é um processo natural que ocorre com todas as mulheres e equivale ao último período menstrual. O período antes, durante e depois desta última menstruação chama-se climatério, que é quando ocorre a diminuição progressiva da função ovariana e da produção do estradiol e da progesterona. Este processo é natural e não está relacionado a um aumento do risco de câncer de mama. No entanto, ele acarreta uma série de sintomas devido à diminuição dos hormônios femininos, como ondas de calor, irritabilidade, alterações do humor, alterações vaginais, diminuição de libido, aumento do risco de osteoporose, entre outros.

Já a reposição hormonal é uma estratégia extremamente potente para combater estes sintomas. Infelizmente, na década de 2000, a reposição hormonal foi realizada sem um correto controle e acompanhamento médico e se tornou um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de mama, com aumento do risco relativo entre 10 % e 20% em comparação a mulheres que não fizeram reposição hormonal. Para a realização segura de reposição hormonal, a mulher deve ser informada dos riscos e benefícios de tal estratégia e manter sempre acompanhamento profissional médico especialista.

2 – Os chamados chips da beleza previnem o câncer de mama
MITO
Chips da beleza são chips subcutâneos que liberam de forma lenta e progressiva hormônios, principalmente a testosterona, que no fígado é metabolizada e uma parte se torna estrogênio, o principal hormônio feminino. Por ser uma exposição com pouco controle e a longo prazo, há sim um risco aumentado de desenvolvimento de câncer de mama.

3 – Uso de anticoncepcional causa câncer de mama
Parcialmente verdade
Alguns estudos têm demonstrado que o uso a longo prazo de anticoncepcional oral pode aumentar o risco de câncer de mama. Porém, este aumento de risco é muito pequeno quando comparado com pacientes que não usam o anticoncepcional oral Vale lembrar que anticoncepcional oral é uma forma de anticoncepção altamente eficaz e que seu uso também pode ser extremamente bem-vindo em condições como endometriose ou distúrbios hormonais. O seu uso não deve ser contraindicado, mas as pacientes devem ser informadas e discutir com seu médico, de forma individualizada, qual a melhor forma de contracepção.

4 – Hereditariedade aumenta em 80% as chances de desenvolver câncer de mama
VERDADE
Fatores genéticos correspondem à 12% dos casos de câncer de mama e aumentam em 80% as chances do desenvolvimento da doença. O mapeamento genético pode ser importante aliado na prevenção e no tratamento em casos do tipo.

O mapa pode ser feito por qualquer pessoa por meio de uma coleta de sangue, saliva ou qualquer outro fluido que contenha material genético, entretanto, a análise se dá por meio de sofisticadas técnicas de laboratório e é indicada para pessoas que tenham histórico de doenças genéticas em familiares.

5 – Próteses de silicone aumentam o risco de câncer
MITO
Não há relação do uso de próteses mamária de silicone com o risco de desenvolvimento de câncer de mama.

6 – Usar desodorante antitranspirante causa câncer de mama
MITO
Muito se fala sobre a relação entre os sais de alumínio, presentes na formulação de alguns desodorantes, e o aumento do risco de desenvolvimento do câncer de mama. Mas não há com o que se preocupar. Até hoje, nenhum estudo científico conseguiu estabelecer relação entre o uso desse produto e o risco de desenvolver a neoplasia. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que o produto é seguro e que não existe relação entre a substância e o desenvolvimento do tumor.

7 – A prática de atividades físicas pode ajudar a prevenir o câncer de mama
VERDADE
A atividade física, quando praticada regularmente (no mínimo três vezes por semana com duração mínima de trinta minutos), traz diversos benefícios a curto e longo prazo para qualquer pessoa. Para prevenir o câncer de mama as mulheres devem iniciar uma mudança de hábitos em sua rotina, como praticar atividade física regularmente, ingerir alimentos saudáveis e realizar os exames preventivos, como a mamografia.

8 – Usar sutiã apertado causa câncer
MITO
Não há embasamento científico que relacione o uso de sutiãs apertados e o surgimento do câncer de mama. Há uma falsa ideia de que o sutiã comprime os vasos sanguíneos, acumulando assim toxinas na mama, porém não há base para essa afirmação.

9 – Todos os nódulos da mama são câncer
MITO
A maioria dos nódulos na mama correspondem a lesões benignas ou cistos. Achando um nódulo, não se desespere e consulte um médico.

10 – Mulheres que amamentam têm menos chances de desenvolver câncer de mama
VERDADE
Uma das orientações do Ministério da Saúde para prevenção do câncer de mama é o aleitamento materno. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostram que o risco de desenvolver câncer de mama é cerca de 22% menor em mulheres que amamentaram.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz promove o IV Congresso Brasil-Germânico de Oncologia

Mais de 50 speakers nacionais e internacionais, evento, se consolida como um dos mais importantes eventos da especialidade no Brasil

São Paulo, 20 de setembro de 2023 – O Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz promove, nos dias 22 e 23 de setembro, o IV Congresso Brasil-Germânico de Oncologia. O evento será híbrido e contará com aulas de importantes nomes da oncologia mundial, incluindo de países de língua germânica e pretende compartilhar experiências no que há de mais avançado no diagnóstico e tratamento do câncer, bem como promover a abordagem translacional dos principais dados científicos sobre o câncer, e de que forma o conhecimento científico pode contribuir para a adoção da melhor prática clínica em benefício da saúde dos pacientes. Os profissionais que optarem em acompanhar o Congresso presencialmente, no Hospital, ficarão isentos da cobrança de inscrição.

No evento, coordenado pelo Dr. Marcos André Costa e pelo Dr. Ricardo Caponero, serão discutidos diversos casos clínicos de 11 grandes áreas da oncologia: pulmão, mama, cabeça e pescoço, urologia, oncogenética, imunologia, oncologia de precisão, ginecologia, nódulos hepáticos, gastrointestinal e melanoma sarcoma.

Entre os palestrantes internacionais estão confirmados David F. Heigener, chefe do departamento de pneumologia em Rotenburg (Alemanha), que abordará a imunoterapia e novas combinações em terapia avançada para o câncer de pulmão, e Dra. Narjust Florez, diretora associada do Programa de Equidade no Tratamento do Câncer e membro do corpo docente da Harvard Medical School (Boston), que vai tratar sobre os tratamentos neoadjuvante e adjuvante do câncer de pulmão e como incorporar novos ensaios de terapia alvo.

A programação completa e as inscrições para o evento online podem ser feitas pelo Link

E para assistir as palestras presencialmente é no auditório do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, localizado na Rua Treze de Maio, 1815, Bela Vista. 1º subsolo da Torre E.

Rastreamento e sobrediagnóstico do câncer de mama na mulher idosa

Escrito por Valéria Hartt

Artigo de Richman et al. no Annals of Internal Medicine mostra que o sobrediagnóstico (overdiagnosis) é cada vez mais reconhecido como um dano do rastreamento do câncer de mama em mulheres idosas. Richman e colegas compararam o diagnóstico de câncer de mama e de morte em uma população rastreada de mulheres dos EUA com idade entre 70 e 85 anos com uma população não rastreada da mesma idade. Os resultados estimam que 31% das mulheres entre 70 e 74 anos diagnosticadas com câncer de mama em programas de rastreamento foram potencialmente sobrediagnosticadas, enquanto para mulheres de 75 a 84 anos, o sobrediagnóstico foi estimado em 47%. Ricardo Caponero, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta os resultados.

Neste estudo de coorte retrospectivo, o objetivo dos pesquisadores foi avaliar a incidência cumulativa de câncer de mama entre mulheres mais velhas (= 70 anos) que continuaram o rastreamento na comparação com aquelas que não realizaram a triagem. As análises usaram modelos de risco concorrentes, estratificados por idade.

A partir de dados do registro SEER-Medicare, o estudo incluiu 54 635 mulheres. Entre aquelas de 70 a 74 anos, a mediana de acompanhamento foi de 13,7 anos e a incidência cumulativa de câncer de mama foi de 6,1 casos (95% CI, 5,7 a 6,4) por 100 mulheres rastreadas versus 4,2 casos (IC, 3,5 a 5,0) por 100 mulheres não rastreadas. “Estima-se que 31% dos casos de câncer de mama entre as mulheres rastreadas foram potencialmente sobrediagnosticados”, descreve a análise.

Para mulheres de 75 a 84 anos, o seguimento mediano foi de 10 anos e a incidência cumulativa foi de 4,9 (IC, 4,6 a 5,2) por 100 mulheres rastreadas versus 2,6 (IC, 2,2 a 3,0) por 100 mulheres não rastreadas, com 47% dos casos potencialmente sobrediagnosticados. Para mulheres com 85 anos ou mais, a mediana de acompanhamento foi de 5,7 anos e a análise ajustada mostrou incidência cumulativa de 2,8 (IC, 2,3 a 3,4) entre as mulheres rastreadas versus 1,3 (IC, 0,9 a 1,9) entre as não rastreadas, com até 54% de sobrediagnóstico.

A análise mostra que não foram observadas reduções estatisticamente significativas na morte específica por câncer de mama associada ao rastreamento. O rastreamento contínuo do câncer de mama foi associado a maior incidência de câncer de mama, sugerindo que o sobrediagnóstico pode ser frequente entre mulheres mais velhas diagnosticadas com câncer de mama após o rastreamento.

Para o oncologista Ricardo Caponero, o artigo da Dra. Ilana B. Richman é de fundamental importância, mas precisa ser interpretado com cuidado. “O sobre diagnóstico é o que se realiza numa paciente que morrerá por uma causa distinta da que se está rastreando. É claro que a idade é o principal fator de risco para a morte. Pessoas mais velhas têm mais chances de morrer. Indo ao extremo, com certeza nenhum exame de rastreamento vale a pena aos 100 anos de idade. O problema está exatamente em saber qual é a causa de morte mais provável em uma determinada faixa etária”, pondera. “O estudo incluiu 54.635 mulheres, e a incidência de câncer de mama entre 70 a 74 anos foi de 6,1casos/100.000 mulheres rastreadas (sem sintomas). Essa taxa foi de 4.2/100.000 na faixa dos 75 a 84 anos e 2,8/100.000 para as mulheres com 85 anos ou mais. Obviamente a taxa de incidência cai em função da mortalidade por outras causas”, acrescenta.

Caponero observa que um rastreamento efetivo precisa permitir o diagnóstico numa fase da doença em que se melhorem as opções terapêuticas e se aumente a chance de cura, mas por outro lado, o diagnóstico aumenta o estresse das pacientes e pode aumentar os custos em saúde. “O importante é não generalizar os resultados para as mulheres em geral. A idade cronológica deve ser interpretada conjuntamente com a idade biológica e potenciais doenças concomitantes. Pode haver benefício com o rastreamento de uma paciente de 85 anos e saudável (“fit”) e não haver para uma de 65 anos, diabética, hipertensa, obesa e fumante”, diz.

O especialista destaca ainda que esses dados respaldam a recomendação institucional do Ministério da Saúde do Brasil para interromper o rastreamento aos 70 anos de idade, como um programa estatal, e pondera que em termos econômicos, hábitos de vida saudáveis, de custo muito baixo, podem reduzir a incidência (melhor que diagnóstico precoce) em 13% e poupar mais de R$100 milhões no SUS.

“Como tudo na medicina, os dados devem ser interpretados de forma individual e as opções discutidas com as pacientes. O importante não é o resultado do exame, mas o que se vai fazer com ele. O sobrediagnóstico, embora lesivo do ponto de vista psicológico, só é problemático se ele levar a um sobretratamento, a um procedimento fútil. Ou seja, se não se vai tratar, não se precisa diagnosticar”, conclui.

Referência: Ilana B. Richman, Jessica B. Long, Pamela R. Soulos, et al. Estimating Breast Cancer Overdiagnosis After Screening Mammography Among Older Women in the United States. Ann Intern Med. [Epub 8 August 2023]. doi:10.7326/M23-0133

Câncer de pele melanoma

Melanoma

O melanoma é menos frequente (5%) que outros tumores de pele, porém costuma ter comportamento mais agressivo. Tem origem a partir dos melanócitos, que são as células responsáveis pela produção do pigmento (melanina) que dá cor à pele. Por isso, costumam se manifestar como pintas de cor escura (negro ou castanho).

Causa do melanoma

A associação do melanoma com o sol é bem conhecida, principalmente com os episódios de exposição intensa, mas este tipo de câncer de pele também tem forte influência genética.

Fatores de risco do melanoma

Câncer de Pele: Infografico Melanoma

Sintomas do melanoma

O melanoma pode surgir na pele sã, sobre pintas já existentes ou mesmo em sinais de nascença. É encontrado tanto em áreas expostas como em áreas cobertas e, diferente dos carcinomas, muitas vezes acomete pessoas mais jovens. É mais comum na pele, mas pode surgir em locais como olho, boca, meninges, unhas e outros.

Algumas características das pintas, que chamam a atenção para a possibilidade de melanoma, são descritas na regra do ABCDE. São características suspeitas em uma pinta e, se encontradas, sinalizam que essa pinta merece uma avaliação do dermatologista.

Cãncer de Pele: Sintomas do melanoma
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Tratamento do câncer de pulmão foi tema de encontro científico promovido pelo CTO

O Hospital Alcides Carneiro (HAC) recebeu, na noite de terça-feira (25), uma edição do evento Encontros Científicos promovido pelo Centro de Terapia Oncológica (CTO). Na ocasião, os oncologistas clínicos: Pedro Ismael, do CTO, e Chen Tzu Yen, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz de São Paulo, falaram sobre “Imunoterapia e Terapia Alvo no tratamento do câncer de pulmão”.

Pedro Ismael apresentou o estudo Adaura, com uma análise de sobrevida. “Quanto mais cedo o câncer de pulmão for diagnosticado, melhor o prognóstico para o paciente. Lembrando que, no Brasil, a mortalidade do câncer de pulmão é praticamente tão elevada quanto o câncer de próstata. Este último, o mais incidente entre os homens. Com relação as mulheres, o câncer de pulmão é o segundo em mortalidade, apesar de ser a quarta neoplasia mais incidente no sexo feminino”, destaca o especialista, acrescentando que, em Petrópolis, na maior parte das vezes, o paciente com câncer de pulmão chega em estágio avançado. Por este motivo, ele destaca a importância de conscientizar a população para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

Já Cheng Tzu Yen falou da jornada do paciente oncológico e como o encaminhamento assertivo pode salvar vidas. De acordo com ele, é fundamental que um especialista faça o acompanhamento do paciente desde a suspeita da doença. “Diagnósticos iniciais permitem cirurgia com prognóstico mais favorável e tratamento precoce”, disse.

Chen também ressaltou que entre os principais fatores para o paciente já chegar em estágio avançado do câncer de pulmão estão: medo da doença, idade, questões financeiras e sociais, falta de conhecimento sobre os sintomas, rastreamento e prevenção primária e a demora do resultado da biópsia.

O encontro reuniu, de maneira presencial e virtual, médicos de diferentes especialidades e enfermeiros do CTO, destacando também a importância da equipe multidisciplinar no tratamento do paciente oncológico.

TUMORES RAROS

Quais são?

As doenças raras na OncoHematologia são um grupo bastante diferente de patologias (doenças) e entre as mais prevalentes temos as Histiocitoses (Langerhans, Erdheim-Chester, Rosai Dorfman), a doença de Castleman, a doença da IgG4 e a Amiloidose.

Sintomas

Por serem doenças muito distintas entre si, cada uma pode se apresentar de forma única ou compartilhar alguns sintomas menos específicos.

Histiocitose de Langerhans: diabetes insipidus, lesões ósseas, lesões de pele e comprometimento pulmonar.

Erdheim-Chester: dor óssea, diabetes insipidus, massas ou tumores retroperitoniais, xantelasmas (lesões de pele com aspecto de bolinhas de gordura).

Rosai Dorfman: geralmente se apresenta com aumento dos gânglios (principalmente pescoço) e pode apresentar lesões de pele.

Doença de Castleman: aumento dos linfondos (gânglios ou ínguas), febre, perda de peso.

Doença da IgG4: tumores no abdome e em outras áreas, pancreatite de repetição.

Amiloidose: lesões em volta do olho, aumento da língua, urina espumosa, comprometimento dos rins, comprometimento do coração.

Diagnóstico

Praticamente todas essas doenças raras citadas têm o diagnóstico feito a partir da biópsia do órgão com suspeita de estar acometido. Outros exames como marcadores genéticos ou exames de imagem como PET-CT podem ser usados, mas o diagnóstico final deverá ser após a análise da biópsia pelo médico patologista.

Tratamento

Histiocitose de Langerhans: quimioterapia, radioterapia, cirurgia em alguns casos, ou em casos da presença da mutação V600E do gene BRAF pode-se usar uma medicação específica.

Erdheim-Chester: Imunoterapia com Interferon, quimioterapia e em casos da presença da mutação V600E do gene BRAF pode-se usar uma medicação específica.

Rosai Dorfman: uso de corticoides e em alguns casos quimioterapia.

Doença de Castleman: cirurgia em alguns raros casos, medicação que inibe uma molécula importante nesta doença chamada interleucina 6 e em raros casos quimioterapia.

Amiloidose: quimioterapia associado a anticorpos monoclonais (drogas que se ligam a um receptor que a célula doente expressa) e em alguns casos Transplante Autólogo de Medula Óssea.

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