De vírus a remédios: hepatite pode ter várias causas; conheça as mais frequentes

As hepatites virais somaram 718.651 casos confirmados de 2000 a 2021 no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. A doença, que é qualquer inflamação que acontece no fígado, pode ser causada por vírus, abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como as hepatites medicamentosas).

Segundo Maira Marzinotto, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, atualmente, existem vacinas disponíveis para as hepatites virais A e B. Tais imunizantes estimulam a resposta imune do corpo contra os vírus e estão presentes no calendário vacinal infantil.

Para a hepatite A, são oferecidas duas doses da vacina. O imunizante é econtrado na rede pública para crianças de 1​5 meses a ​4 anos, 11 meses e 29 dias de idade, segundo a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações). Acima dessa faixa etária, as vacinas são aplicadas na rede privada e de acordo com a orientação médica.

Já a hepatite B tem seus imunizantes administrados em três doses. A recomendação é que a primeira administração seja feita nas primeiras 12h a 24h de vida, e as outras aos dois e seis meses de vida. A vacina pode ser encontrada no SUS (Sistema único de Saúde ) e na rede privada.

As hepatites podem gerar casos agudos, com curta duração, ou crônicos.

Os riscos da hepatite aguda incluem lesões importantes no fígado, podendo parar o funcionamento do órgão, podendo gerar uma hepatite fulminante e até mesmo podendo necessitar de transplantes, o que de acordo com Alves, são casos raros. ‌Já as hepatites crônicas podem evoluir para quadros de cirrose, aumentando os riscos para câncer no fígado.

Tipos de hepatites

O Ministério da Saúde informa que as hepatites virais podem ser divididas entre os tipos A, B, C, D e E. Além dessas, existem as hepatites de causas autoimunes, alcoólicas e medicamentosas. Veja a seguir as diferenças de cada tipo:

Hepatite A: Causada pelo vírus HAV, costuma ser de caráter benigno, mas com sintomas e letalidade aumentados conforme a idade. Sua transmissão é por via oral-fecal, tendo grande relação com a falta de higiene adequada de alimentos, saneamento básico inadequado, contato pessoal próximo e relações sexuais desprotegidas.

Os sintomas incluem fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, seguidos de enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. Pode haver o aparecimento de urina escura antes da fase da pele amarelada (icterícia). A sintomatologia costuma aparecer de 15 a 50 dias após a infecção, e costuma durar dois meses.

O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue que detectem a presença de anticorpos anti-HAV IgM (infecção inicial), perceptíveis por seis meses, ou pela pesquisa do anticorpo IgG, que verifica infecção passada ou então resposta vacinal de imunidade. Os anticorpos impedem novas infecções. O tratamento não é específico e visa atenuar os sintomas.

A prevenção da hepatite A pode ser feita por meio da vacinação, higiene adequada, higienização das mãos, tratamento sanitário adequado, uso de preservativos e o bom cozimento de alimentos.

Hepatite B: A hepatite B é causada pelo vírus HBV. O Ministério da Saúde alega que a tipagem foi responsável por 32,8% dos casos de hepatites notificados no Brasil em 2018. A doença pode se desenvolver das formas aguda (curta duração) ou crônica (mais de seis meses).

Em sua maioria, a hepatite B não apresenta sinais, tendo seu diagnóstico apenas décadas após a contração. Para tal, é realizada a pesquisa do antígeno do HBV (HBsAg), via testes rápidos ou laboratoriais. O diagnóstico deve ser confirmado com exames complementares que identifiquem a presença do DNA viral (HBV-DNA).

Apesar de não ter cura, a hepatite B tem tratamento disponibilizado no SUS, reduzindo o risco de suas complicações (cirrose, câncer hepático e morte). A prevenção da doença é feita pela vacina, uso de preservativos e o não compartilhamento de objetos pessoais.

Hepatite C: O processo inflamatório e infeccioso é causado pelo vírus HCV, podendo ser de forma aguda ou crônica. O segundo tipo de infecção é o mais comum (de 60% a 85%), sendo que 20% dos casos evoluem para cirrose.

A transmissão da hepatite C se dá pelo contato com sangue contaminado; compartilhamento de agulhas, material de manicure e/ou reutilização de material para tatuagem, equipamentos médicos e odontológicos; falha na esterelização de material de manicure; procedimentos invasivos (como cirurgias) sem o protocolo de biossegurança; relações sexuais desprotegidas; e de forma vertical, de mãe para bebê durante a gestação.

A hepatite C não cortuma apresentar sintomas. Assim, só é possível saber o diagnóstico a partir da testagem rápida ou sorológica que apontam a presença dos anticorpos anti-HCV. O SUS oferece tratamento gratuito com antivirais, capazes de curar e impedir a progressão da doença.

Não existe vacina para a prevenção da hepatite C. No entanto, algumas medidas são capazes de frear sua transmissão. São elas: não compartilhar materiais que possam ter contato com o sangue; e uso de preservativos. Aqueles que forem testados positivos devem ter contatos familiares e parceiros sexuais testados para a doença; cobrir feridas abertas na pele; limpar respingos de sangue com solução clorada; e não podem doar sangue ou esperma.

Hepatite D: Esse tipo de inflamação está comumente associada à da hepatite B. A infecção pelo vírus HDV pode ocorrer de duas formas: infecção simultânea com o HBV, ou superinfecção do HDV em pessoas com infecção crônica pelo HBV. Por estar associada à hepatite B, sua transmissão ocorre da mesma forma.

A hepatite D não costuma apresentar sintomas, e quando ocorrem, incluem enjoos, fadiga, urina escura, fezes claras, e olhos e pele amarelados. O diagnóstico é sorológico, verificando a quantidade de anticorpos anti-HDV.

Após a confirmação, o médico indicará o tratamento de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções. As terapias oferecidas buscam controlar os danos ao fígado e não ocasionam a sua cura. O SUS oferece os medicamentos. É recomendado que tais pacientes não consumam bebidas alcoólicas.

A prevenção desse tipo, além da vacinação contra a hepatite B, inclui uso de preservativo em todas as relações sexuais e o não compartilhar de objetos de uso pessoal.

Hepatite E: A infecção é causada pelo vírus HEV, com duração curta e auto-limitada, geralmente, de caráter benigno. Sua transmissão se dá por via oral-fecal; consumo de água contaminada; saneamento básico precário; ingestão de carne mal cozida; transfusão de sangue infectado; e de modo vertical de mãe para bebê na gravidez.

Os sintomas duram de duas a seis semanas e incluem fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, enjoos, diarreia, urina escura e icterícia. Assim como a hepatite A, o tratamento não é específico, buscando aliviar os sintomas.

O diagnóstico é feito pela pesquisa de anticorpos IgM anti-HEV ou por amostra de fezes por RT-PCR. Sua prevenção é feita com adequação sanitária; boa higiene; e higienização e cozimento adequado de alimentos.

Hepatite alcoólica: De acordo com a médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a hepatite alcoólica ocorre após a ingestão de grandes quantidades de bebidas alcoólicas. O Manual MSD alega que o quadro pode variar desde leve e reversível a doença grave, com risco de morte.

Os sinais incluem pacientes desnutridos, fadiga, icterícia, febre, dores na região do fígado, aumento do órgão e sopro hepático. O quadro pode incluir, também, maniffestações semelhantes às de cirrose. A gastroenterologista afirma que o diagnóstico é baseado no histórico de consumo alcoólico do paciente e o tratamento se dá pela retirada da ingestão de bebidas alcoólicas.

Hepatite medicamentosa: Ocasionada pelo uso de remédios que podem gerar inflamações no fígado. O diagnóstico é feito a partir do histórico de tratamentos realizados pelo paciente. Seu tratamento se dá na retirada dos medicamentos causadores do quadro.

Hepatite autoimune: Maira afirma que esse tipo ocorre quando as próprias células do corpo atacam o fígado, causando a inflamação do órgão. O diagnóstico é feito a partir de testes sanguíneos dos autoanticorpos que podem gerar a hepatite. Os tratamentos são específicos, com avaliação individual, geralmente com a utilização de corticóides e imunossupressores para diminuir os ataques celulares ao fígado.

Por que a barriga ronca?

Entenda as causas e veja como parar o barulho

Os “roncos” na barriga são parte de um processo fisiológico natural do corpo, mas quando acompanhados de outros sintomas podem ser sinais de alterações intestinais

Quando estamos com fome, é normal a barriga “roncar”. Esse é um processo fisiológico natural do corpo, chamado borborigmo, que consiste em contrações do estômago e do intestino que acontecem tanto quando comemos quanto ao ficarmos sem comer.

No segundo caso, o organismo começa a se preparar para receber o alimento. O estômago, por exemplo, passa a liberar um hormônio chamado grelina, que estimula o cérebro a entender que estamos com fome, de acordo com Paulo Barros, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De forma geral, o organismo estimula todo o sistema digestivo a produzir enzimas e se preparar para a digestão. Então, você começa a ter uma certa contração intestinal também e, por isso, começa a ouvir algum barulho e algum ronco”, esclarece.

Em alguns casos, os barulhos na barriga podem se tornar mais perceptíveis e a causa disso pode ser exatamente o que foi ingerido. “Os barulhos que escutamos são a passagem de líquido e gás pelo intestino. Isso pode variar com o que comemos. Se comemos algo que é mais irritativo para o intestino, que produz mais gases, como uma feijoada, ocorre a distensão do intestino e você ouve isso passar”, explica Barros.

Porém, em outras situações, os barulhos podem indicar disfunções motoras no intestino. É o caso da síndrome do intestino irritável, de acordo com o especialista. O uso de antibióticos também pode alterar a microbiota do intestino.

Isso altera a digestão e a formação do bolo fecal, podendo aumentar o barulho dentro da barriga. O paciente que tem a diarreia, por exemplo, tem uma contração muito forte do intestino, por isso que ele sente a cólica, e ele ouve o líquido passar de um lado para o outro”, afirma o gastroenterologista.

Quando os barulhos na barriga podem ser sinais de alerta de algo grave?

Os barulhos na barriga são contrações normais do intestino, como já vimos. Porém, alguns sintomas que podem vir acompanhados das contrações podem acender um sinal de alerta para alguma alteração no intestino.

Um sintoma de alerta é a dor abdominal e alteração na evacuação, são sinais de que é preciso procurar um médico para fazer uma avaliação”, afirma Barros.

O que fazer para evitar os “roncos” na barriga?

Apesar de serem processos fisiológicos naturais do intestino, os barulhos (ou “roncos”) na barriga podem ser, em alguns casos, constrangedores. Para evitá-los, a orientação do gastroenterologista é manter hábitos saudáveis de alimentação.

Ter uma dieta balanceada, saudável, e evitar produtos que sejam irritativos para o intestino. Por exemplo, feijão, repolho e pimentão são irritativos. Comidas pesadas no geral podem aumentar esses sons também”, afirma Barros.

Alguns tipos de medicamentos, como simeticona, podem ser utilizados para diminuir a formação de gases ou ajudar a liberá-los, o que ajuda a evitar os barulhos na barriga.

Cirurgiã do Hospital Alemão Oswaldo Cruzo apresenta vídeo educativo para cirurgia segura de hérnia inguinal durante o Congresso Americano de Hérnia

São Paulo, 25 de setembro de 2024 – A cirurgiã do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz foi convidada a apresentar um vídeo no Congresso da Sociedade Americana de Hérnia, realizado em Chicago, em setembro. Intitulado “AHS Safe Steps: The Amid-Lichtenstein into Practice”, a gravação mostra uma cirurgia aberta de hérnia inguinal, destacando a importância desse tipo de protocolo no procedimento.

O trabalho foi realizado e apresentado pela cirurgiã Dra. Natália Pascotini Pereira em uma sessão especial dedicada a vídeos, onde foram exibidos casos de hérnias inguinais e ventrais. A apresentação dos cirurgiões brasileiros ocorreu em uma das sessões mais prestigiadas do congresso, contando como convidado os principais centros de hérnia dos EUA como a Cleveland Clinic e Atrium Health.

O vídeo, de aproximadamente seis minutos, foi desenvolvido com base nas diretrizes da Sociedade Americana de Hérnia, que lançou no ano passado os “Safe Steps” para garantir a segurança em procedimentos cirúrgicos. Ele apresenta um passo a passo detalhado da técnica de reparo aberto, conhecida como técnica de Lichtenstein, que revolucionou o tratamento das hérnias inguinais em 1984 ao introduzir a utilização de tela para reduzir as taxas de recidiva.

O trabalho mostrou não apenas a habilidade cirúrgica, mas também a complexidade envolvida na gravação de procedimentos abertos. A produção do vídeo, que foi gravado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, exigiu uma cuidadosa logística para capturar todos os detalhes, evitando contaminações e garantindo a clareza das informações das imagens.

“A importância desse vídeo está na sua capacidade de servir como um recurso educacional para outros cirurgiões, aprimorando a técnica e, consequentemente, os resultados para os pacientes. Com as diretrizes dos ‘Safe Steps’, buscamos não apenas compartilhar conhecimento, mas também garantir que os pacientes tenham acesso a um tratamento cada vez mais seguro e eficaz,” afirmou a cirurgiã, especialista em hérnias.

As hérnias inguinais, que ocorrem na região da virilha, têm alta prevalência na população do Brasil, correspondendo a 75% de todas as hérnias da parede abdominal, segundo a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal.

De acordo com a instituição, 20% dos homens vão apresentar a alteração em algum momento da vida, assim como 3% das mulheres.

Com a prevalência das hérnias inguinais, o trabalho dos médicos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz apresentado no congresso ressalta a relevância da técnica e a necessidade de tratamentos que minimizem complicações e recidivas.

28/07 – Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais

Data promove conscientização sobre doença silenciosa que causa 1,3 milhão de mortes anualmente

Hepatologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz detalha modos de transmissão e estratégias de prevenção

São Paulo, 26 de julho de 2024 – Visando conscientizar a população sobre os tipos de hepatites, o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho e criado em 2010 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), também lembra que a doença é a segunda maior causa de morte por infecção no mundo, com 3,5 mil óbitos diários e 1,3 milhão de mortes anuais. 

Segundo Dr. Luís Edmundo Pinto da Fonseca, hepatologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as hepatites virais são causadas por infecções que podem não ter sintomas perceptíveis, afetando o fígado e podendo ser classificadas como agudas, que duram de até seis meses e crônicas, quando duram mais de seis meses. 

O hepatologista explica que elas se manifestam de diferentes formas, mas muitas vezes a evolução no quadro da infecção não é identificada por escassez de sintomas. Por isso, a importância de realizar exames de rotina para garantir o diagnóstico precoce e evitar a evolução para formas mais avançadas de doença hepática crônica, que incluem a cirrose hepática e o câncer de fígado. 

Os sintomas da doença, quando aparecem, podem incluir: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. “Reconhecer esses sinais é essencial para detectar precocemente a doença e buscar o tratamento adequado”, conta o médico. 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas últimas duas décadas o Brasil notificou aproximadamente 720 mil casos de hepatites virais. Do total, cerca de 23% correspondem a casos de Hepatite A, 37% dos casos são de Hepatite B e a Hepatite C representa a maior incidência, com 39% dos casos.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, as hepatites virais mais comuns no país são causadas pelos vírus A, B e C. A Hepatite D, comum na região Norte do Brasil, e a Hepatite E, mais diagnosticada na África e na Ásia, ocorrem com menos frequência no nosso país.
 

Tipos e prevenção

Hepatite A: ocorre por via fecal-oral: ingestão de água e/ou alimentos contaminados com fezes humanas, e por isso, costuma estar associada a baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal. 

A vacinação contra a Hepatite A está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e é altamente recomendada, devendo ser realizada em crianças de 15 meses até cinco anos incompletos. 

É importante adotar práticas de higiene pessoal adequadas, como lavar as mãos regularmente após o uso do banheiro e antes de manipular alimentos. Além disso, certificar-se de consumir água tratada e alimentos devidamente cozidos também é uma medida preventiva eficaz”, explica o médico.  

Hepatite B: pode ser transmitida por via vertical (de uma mãe portadora do vírus para o filho, sendo que a transmissão ocorre durante o parto), por via parenteral (ou seja, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros itens pessoais contaminados com sangue infectado) e pela via sexual, sendo considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST). 

A vacinação é a principal medida preventiva para a Hepatite B, que deve ser iniciada nos primeiros meses após o nascimento: aos dois, quatro e seis meses de idade. Para os adultos que não foram vacinados durante a infância, também são recomendadas três doses da vacina. 

Segundo o especialista, a prevenção da Hepatite B inclui a adoção de práticas sexuais seguras, como o uso de preservativos, além de evitar compartilhar objetos de uso pessoal que possam estar contaminados com sangue ou secreções pessoais. 

Existe também a vacina combinada da Hepatite A e B, que é indicada para crianças a partir dos 12 meses, adolescentes e adultos, sendo uma ótima opção para aqueles que não foram vacinados contra ambas as hepatites. 

Hepatite C: considerada epidemia mundial, ainda sem vacina disponível, tem como característica alarmante que aproximadamente 60% a 85% das infecções agudas podem se tornar crônicas, com risco de evolução silenciosa para a cirrose hepática ao longo de vários anos. 

Assim como o tipo B, a Hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue infectado, por isso é preciso adotar medidas de prevenção “Evite o compartilhamento de objetos pessoais que possam estar contaminados com sangue, sempre utilize equipamentos estéreis em procedimentos médicos, de acupuntura e tatuagem e instrumentais bem higienizados em serviços de manicure e pedicure. Também nunca deixe de praticar sexo de forma segura, utilizando preservativos, quando indicado, nas relações sexuais”, conta o hepatologista, Dr. Luís Edmundo. 

O médico chama atenção para a hepatite C já que, diferentemente das hepatites A e B, ainda não há vacina disponível. Desta forma, sua prevenção baseia-se em medidas de redução de risco. 

Outro fator para ficar de olho é que o surgimento de sintomas não é muito frequente: cerca de 80% das pessoas com o vírus não apresentam qualquer manifestação. Além disso, segundo o Ibrafig (Instituto Brasileiro do Fígado), a hepatite C é a hepatite mais letal, sendo relacionada a 74% das mortes pela doença.
 

Prevenção é o melhor caminho

A prevenção dessas doenças requer não apenas um esforço coletivo, mas também um entendimento sobre suas formas de transmissão e as medidas preventivas eficazes. Segundo Dr. Luís Edmundo, a educação e a conscientização desempenham um papel crucial nesse processo. 

É fundamental enfatizar a importância da conscientização sobre as diferentes formas de transmissão das hepatites virais e da adoção de medidas preventivas adequadas. A promoção de informações precisas e o acesso a serviços de saúde são fundamentais para reduzir a incidência e o impacto das hepatites virais”, diz o especialista.

HÉRNIA INCISIONAL

Resultam do enfraquecimento da parede abdominal ou da cicatrização inadequada das incisões (cortes) em locais do abdômen que tenham sido submetidos à cirurgia. Este tipo de hérnia tem altos índices de recidiva e complicações.

HÉRNIA EPIGÁSTRICA

Este tipo acontece na linha mediana do abdômen, acima ou abaixo da cicatriz umbilical, por conta de aberturas entre os músculos retos abdominais. Podem ocorrer mais de uma hérnia ao mesmo tempo.

HÉRNIA UMBILICAL

Frequentemente adquirida e associada a um aumento da pressão intra-abdominal devido à obesidade, distensão abdominal, ascite e gravidez. Elas ocorrem mais comumente em mulheres do que em homens.

Hérnia Crural ou Femural

é aquela que sai ou abaúla através de um canal, chamado de crural, situado na base da coxa por onde normalmente passam os grandes vasos sanguíneos (artéria e veia femoral) quando eles percorrem um caminho do abdômen até a perna.

Câncer Colorretal

Prevalência

Os tumores de cólon e reto são uma classe de cânceres que afetam a parte final do sistema digestivo. Eles ocupam a segunda posição como tipo de câncer mais frequente tanto em homens quanto em mulheres, ficando atrás apenas dos tumores de próstata e mama.

Quais são os Sintomas do câncer colorretal?

Os sintomas do câncer colorretal podem variar dependendo do estágio da doença. Nos estágios iniciais, muitas vezes, o câncer colorretal não causa sintomas visíveis. À medida que a doença avança, os sintomas podem se tornar mais evidentes.

Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

Dor abdominal
Distensão abdominal
Perda de peso
Alteração no padrão de funcionamento intestinal
Sangramento nas evacuações
Dor no reto
Sensação de evacuação incompleta
Fezes Escurecidas
Fraqueza
Anemia

Diagnóstico e Estadiamento

O diagnóstico do câncer colorretal é realizado através do exame de colonoscopia, um procedimento que possibilita a visualização das lesões e a coleta de biópsias (pequenos fragmentos para análise). Embora outros exames possam indicar a possibilidade de tumores colorretais, a confirmação diagnóstica geralmente é obtida por meio da colonoscopia.

Após o diagnóstico é essencial o estadiamento do tumor, que consiste na avaliação do tamanho da lesão e se houve comprometimento de órgãos próximos ou disseminação para locais distantes (metástases). O estadiamento é realizado com exames complementares como tomografia computadorizada e ressonância magnética (fundamental na avaliação dos tumores de reto – parte final do intestinal grosso, mais próxima ao ânus). É importante ressaltar que o estadiamento definitivo do tumor, na maioria das vezes, só é definido após a realização de cirurgia, quando é possível obter análise minuciosa da lesão. Quanto mais precoce o estadiamento, maiores são as chances de cura do tumor.

O estadiamento do câncer de reto é classificado em quatro estágios, que refletem a extensão do tumor e seu envolvimento em diferentes regiões do corpo:

  • Estágio I: o tumor restrito à parede do intestino, em uma camada mais superficial;
  • Estágio II: tumor ainda restrito as paredes do intestino, mas mais profundo ou invade órgãos próximos;
  • Estágio III: neste estágio, independente da profundidade na parede do intestino, o tumor envolve os linfonodos próximos ao intestino. Os linfonodos são nódulos presentes em várias regiões do corpo e têm a função de “filtrar” substâncias nocivas para o organismo. É comum que as células de tumor se alojem nesses tecidos;
  • Estágio IV: tumor com metástase, ou seja, espalhou-se para outros órgãos, como pulmões ou fígado.

Tratamento do Câncer de Cólon

O tratamento do câncer do cólon pode incluir cirurgia e quimioterapia. A cirurgia realizada tem como objetivo a remoção do segmento do intestino afetado pelo tumor e dos linfonodos que “drenam” a área correspondente.

Também podem ser realizados procedimentos para desvio do trânsito do intestino e para a remoção de metástases.

Cada caso é único, e o tipo de procedimento cirúrgico depende da localização e do estadiamento de cada tumor. Da mesma forma, a realização de quimioterapia, o tipo de medicação e o momento da realização da quimioterapia (antes ou depois da cirurgia), também dependem do estadiamento do tumor.

Alguns tumores de cólon muito superficiais podem ser removidos durante a colonoscopia.

Tratamento do Câncer de Reto

Nos tumores de reto, também pode ser realizado tratamento com radioterapia para redução do tamanho da lesão e da chance de recidiva local (retorno do tumor). Como o reto é o segmento do intestino mais próximo ao ânus, é mais comum que pacientes com tumores de reto precisem de ostomias (abertura do intestino para a pele do abdome para a saída das fezes) temporárias ou até definitivas, sem possibilidade de reversão.

Além disso, a cirurgia do câncer de reto esta frequentemente associada com resultados funcionais piores, como aumento no número de evacuações e redução na capacidade de segurar as fezes.

Preservação de Órgão

Como nos tumores de reto existe maior chance de ser necessária uma ostomia e a função evacuatória pode piorar significativamente após o tratamento, prejudicando a qualidade de vida, alguns esforços adicionais são comumente sugeridos para permitir realizar procedimentos de menor porte ou até para evitar qualquer procedimento cirúrgico. Em alguns pacientes a radioterapia combinada com a quimioterapia (quimiorradioterapia) pode gerar uma grande redução no tamanho e até o desaparecimento completo da lesão.

Nos pacientes com desaparecimento da lesão após a quimiorradioterapia (resposta completa) pode ser feito acompanhamento com exames frequentes, evitando a realização de cirurgia. A estratégia para seguimento desses pacientes é chamada Watch and Wait e apresenta excelentes resultados funcionais e segurança no tratamento da doença, desde que se siga corretamente o acompanhamento, podendo ser necessária a realização de procedimento cirúrgico, caso haja qualquer sinal de retorno da doença. Em algumas situações, apesar de a lesão não sumir completamente, a persistência de uma lesão residual pequena após o tratamento, pode permitir um procedimento menos invasivo, a remoção local da lesão, sem a retirada de todo o reto.

As possibilidades de tratamento são dependentes de diversas características do paciente e, principalmente, do tumor, sendo necessária a avaliação minuciosa para definir as alternativas terapêuticas.

Fatores de Risco

O câncer colorretal pode ser influenciado por diversos fatores de risco, que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver a doença. Alguns dos principais fatores de risco são:

Atenção
Sedentarismo
Dieta pouco saudável
Obesidade
Histórico familiar de câncer de cólon
Consumo de álcool e tabagismo
Doenças inflamatórias do intestino
Idade: tumores colorretais são mais comuns após os 50 anos

Prevenção

Um estilo de vida saudável com a realização de atividade física regular e dieta rica em fibras podem reduzir a chance de câncer colorretal. Além disso, a realização de exames preventivos (sangue oculto nas fezes, colonoscopia) a partir dos 45 anos de idade, em pacientes que não tem história familiar de câncer colorretal, reduz significativamente o risco de desenvolver a doença. Para pessoas com história familiar de câncer colorretal a prevenção deve ser feita com colonoscopia a partir dos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o familiar fez o diagnóstico (por exemplo: quando o familiar fez o diagnóstico com 40 anos, o exame deve ser realizado a partir dos 30 anos).

FAQ – Perguntas frequentes

Pólipos são protuberâncias que surgem na superfície interna de diversos órgão que visualmente se assemelham a pequenas verrugas. No intestino, os tumores do cólon e do reto surgem a partir de pólipos que, com o tempo, podem crescer e se transformar em tumores. Essa evolução pode demorar muitos anos.  Os pólipos colorretais, em geral, não apresentam sintomas e a colonoscopia é necessária para fazer o diagnóstico. Além da identificação, o exame de colonoscopia ainda permite a remoção desses pólipos na maioria dos pacientes. A remoção de pólipos previne, de forma significativa, o surgimento do câncer de intestino.

Ou seja, é recomendada a realização de colonoscopia a partir dos 45 anos de idade em pessoas sem história familiar de câncer colorretal (mesmo sem nenhum sintoma relacionado ao intestino) para identificar e remover os pólipos prevenindo sua transformação em um tumor. Em pessoas com história familiar de câncer colorretal a realização de colonoscopia deve iniciar aos 40 anos, ou 10 anos antes da idade em que o familiar fez o diagnóstico em casos de pessoas que façam o diagnóstico de tumor antes dos 50 anos. Em torno de um terço das pessoas desenvolvem pólipos colorretais, mas nem todos os pólipos têm potencial de transformação para câncer. Dependendo do tipo de pólipo, número e tamanho das lesões identificadas, pode ser necessária a realização de colonoscopia com maior frequência.

O câncer colorretal é um tipo de câncer que se forma no cólon ou no reto, partes do sistema digestivo.

Os sintomas comuns incluem mudanças nos hábitos intestinais, sangue nas fezes, dor abdominal, fraqueza e perda de peso não intencional.

Os fatores de risco incluem idade avançada, histórico familiar, dieta rica em carne vermelha e processada, consumo excessivo de álcool, tabagismo e certas condições médicas.

O diagnóstico pode ser feito através de exames como colonoscopia, sigmoidoscopia, tomografia computadorizada, exames de sangue e biópsia.

O tratamento pode incluir cirurgia para remover o tumor, radioterapia, quimioterapia e terapias-alvo específicas para o tipo de câncer. 

Sim, medidas de prevenção incluem manter uma dieta equilibrada, rica em fibras e pobre em carne processada, evitar o tabagismo, limitar o consumo de álcool e realizar exames de rastreamento regulares. 

O rastreamento permite a detecção precoce do câncer, o que aumenta significativamente as chances de um tratamento bem-sucedido.

O câncer colorretal é classificado em quatro estágios, do estágio I (menos avançado) ao estágio IV (mais avançado e com possibilidade de metástase). 

Além do tratamento médico, os pacientes podem receber suporte psicológico, nutricional e cuidados paliativos para melhorar a qualidade de vida.

Uma colostomia é uma abertura cirúrgica criada no abdômen para desviar o trato intestinal. Em alguns casos de câncer colorretal, pode ser necessária para facilitar a eliminação de fezes.

Saiba Mais sobre o Câncer Colorretal:

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Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais: data busca conscientizar sobre doença silenciosa que mata milhões de pessoas todo ano

São Paulo, 25 de julho de 2023 – Levantamento recente da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) aponta aumento de 56,2% no número de casos de Hepatite A registrados no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. A divulgação acontece no mês do Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais (28/7). Criada em 2010, pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a data tem por objetivo conscientizar sobre os tipos de hepatites virais e a importância de haver ações de controle da doença que causa a morte de 1,4 milhões de pessoas no mundo, seja em decorrência de infecções agudas, cirrose ou câncer hepático.

As hepatites virais são causadas por infecções muitas vezes assintomáticas, que afetam o fígado. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da Hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da Hepatite E, encontrado com maior facilidade em países da África e da Ásia.

Segundo Dr. Luís Edmundo Pinto da Fonseca, hepatologista do   Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as hepatites virais podem ser classificadas do ponto de vista clínico, como agudas, que duram de até seis meses, e crônicas, de mais de seis meses.

Ainda de acordo com dados do Ministério da Saúde, nas últimas duas décadas o país notificou cerca de 720 mil casos de hepatites virais. Do total, a maior incidência é de Hepatite C com 38,9% dos casos, seguido da Hepatite B (36,8% dos casos) e Hepatite A (23,4% dos casos).

O Dr. Luís Edmundo alerta que as hepatites virais podem se manifestar de diferentes maneiras e a evolução das infecções ocasionadas pelos vírus das hepatites B ou C podem resultar em estados crônicos. Isto é, seja por negligência ou dificuldade em receber diagnóstico, muitas pessoas levam anos para descobrir a infecção.

No entanto, quando ocorrem, os sintomas podem incluir cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. “É fundamental estar ciente desses sinais para a detecção precoce e busca por tratamento adequado”, conta o médico.

Transmissão e prevenção

Hepatite A: ocorre principalmente por via fecal-oral, pelo contato inter-humano ou consumo de água e alimentos contaminados.

“É importante adotar práticas de higiene pessoal adequadas, como lavar as mãos regularmente, especialmente após o uso do banheiro e antes de manipular alimentos. Além disso, consumir água tratada e alimentos devidamente cozidos também são medidas preventivas eficazes”, explica o médico.

A vacinação contra a Hepatite A está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é altamente recomendada, principalmente em áreas com baixas condições de saneamento básico, devendo ser realizada em crianças de 15 meses até cinco anos incompletos.

Hepatite B: a Hepatite B pode ser transmitida pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros itens pessoais contaminados com sangue infectado. Ou por via sexual, sendo considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST).

Segundo o especialista, a prevenção da Hepatite B inclui a adoção de práticas sexuais seguras, como o uso de preservativos. Além disso, a vacinação é uma medida preventiva fundamental, que deve ser administrada logo após o nascimento, a partir dos dois meses de idade, num total de três doses. Para os adultos que não foram vacinados durante a infância, também são recomendadas três doses da vacina.

Existe também a vacina combinada da Hepatite A e B, que é indicada para crianças a partir dos 12 meses, adolescentes e adultos, sendo uma ótima opção para aqueles que não foram vacinados contra ambas as hepatites.

Hepatite C: assim como a Hepatite B, a Hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue infectado, que pode ocorrer por meio do compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, transfusão de sangue e uso de equipamentos médicos ou de tatuagem não esterilizados.

De acordo com o hepatologista, Dr. Luís Edmundo, é essencial adotar medidas de prevenção. “Evite o compartilhamento de objetos pessoais que possam estar contaminados com sangue, sempre utilize equipamentos estéreis em procedimentos médicos, em serviços de manicure e pedicure e de tatuagem, e nunca deixe de utilizar preservativos durante as relações sexuais”, conta o médico.

O médico também chama atenção para esse tipo de hepatite, já que ainda não há vacina disponível, portanto, a prevenção baseia-se em medidas de redução de risco. Além de ser a hepatite mais letal, segundo o Ibrafig (Instituto Brasileiro do Fígado), relacionada a 74% das mortes pela doença.

Conscientização

“É fundamental enfatizar a importância da conscientização sobre as diferentes formas de transmissão das hepatites virais e da adoção de medidas preventivas adequadas. A promoção de informações precisas e o acesso a serviços de saúde são fundamentais para reduzir a incidência e o impacto das hepatites virais”, diz o especialista.

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