Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz debate sobre fertilidade e câncer durante Conferência Brasileira de Câncer de Mama

Evento reúne especialistas mundiais nos dias 28 e 29 de março, em São Paulo

São Paulo, 06 de março de 2025 – O Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz marca presença na programação da edição 2025 da Conferência Brasileira de Câncer de Mama que acontece entre os dias 28 e 29 de março, em São Paulo.

No dia 28, o Dr. Pedro Exman, coordenador do grupo de tumores de mama e ginecológicos do Centro será um dos debatedores do Hot Topics em pacientes jovens, fertilidade e disparidade em câncer de mama, que contará com palestras de especialistas brasileiros sobre aspectos genômicos e estratégias de tratamento para diagnósticos da doença em pacientes jovens e os desafios para diferencias fatores sociais e biológicos nas disparidades raciais nos desfechos do câncer de mama. Haverá também a participação da Dra. Maryam Lusberg, Chief of Breast Oncology and Director of the Breast Center at Yale Cancer Center in New Haven Connecticut, tratando sobre Fertilidade e Câncer de Mama.

O câncer de mama é o tipo de tumor feminino mais incidente no mundo, segundo dados no Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 75.000 novos casos da doença devem se diagnosticados no Brasil em 2025. Cerca de metade das pacientes estão em idade reprodutiva, aumentando o risco de infertilidade nessas mulheres em decorrência da doença.

De acordo com o Dr. Pedro Exman, o debate com especialistas sobre as particularidades do câncer de mama em mulheres jovens precisa abordar os aspectos relacionados à fertilidade e sexualidade da paciente.

“Atualmente há possibilidades efetivas que podem preservar a fertilidade das pacientes após o tratamento do câncer de mama. Eventos científicos são importantes para incluir o debate sobre estratégias de como manejar impactos psicológicos, sociais, sexualidade e fertilidade durante o tratamento de tumores de mama.”, afirma o especialista.

A participação de especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz na Conferência Brasileira de Câncer de Mama reforça o compromisso da instituição de “Servir a Vida” e com a disseminação de conhecimento e a troca de experiências entre especialistas. Essa também é uma oportunidade essencial para aprimorar o debate sobre abordagens terapêuticas e fortalecer o suporte a pacientes com câncer de mama.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz apresenta estudo sobre medicamentos para câncer de mama em Simpósio Internacional

Pesquisa baseada em dados do mundo real compara a eficácia de medicamentos no tratamento do câncer de mama avançado e será destaque no San Antonio Breast Cancer Symposium 2024 

São Paulo, 06 dezembro de 2024 –  O Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz marcará presença no maior congresso global de câncer de mama, o San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS), que acontece de 10 a 14 de dezembro, no Texas, EUA. No evento, o Centro apresentará importante estudo que compara inibidores de CDK4/6, classe de medicamentos utilizada no tratamento da doença.

A pesquisa foi liderada por médicos residentes em oncologia da Instituição, sob a supervisão do oncologista Dr. Pedro Exman, coordenador do grupo de tumores de mama e ginecológicos do Centro, e analisou mais de 9.000 pacientes com câncer de mama avançado receptor hormonal positivo, comparando a eficácia e os impactos na sobrevida global de três medicamentos mais utilizados pelos médicos: Palbociclibe, Ribociclibe e Abemaciclibe.

O estudo se destaca porque preenche uma lacuna de conhecimento na literatura médica, fornecendo dados que ajudam médicos a escolherem a medicação mais adequada para cada paciente, especialmente em situações complexas“, afirma Dr. Pedro Exman.

Para realizar a pesquisa, os dados foram extraídos da TriNetX, plataforma global parceira do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que conecta instituições de saúde, indústrias farmacêuticas e organizações de pesquisa (CROs). A TriNetX permite utilizar dados do mundo real (RWD) para otimizar protocolos de pesquisa, identificar locais de estudos, recrutar pacientes e potencializar descobertas de novos tratamentos por meio de evidências do mundo real (RWE).

Segundo Dr. Pedro Exman, o uso de dados do mundo real amplia a compreensão sobre o impacto dos tratamentos no contexto prático. “Esses dados refletem o dia a dia da prática clínica, incluindo pacientes mais velhos, com comorbidades e perfis que muitas vezes são excluídos de ensaios clínicos convencionais. Isso nos aproxima da realidade do consultório e permite tomar decisões mais assertivas e que ofereçam o melhor desfecho clínico para as pacientes”, explica.

Os resultados mostraram que pacientes tratadas, ao longo de cinco anos, com Palbociclibe apresentaram uma sobrevida global menor em comparação ao Ribociclibe e ao Abemaciclibe, destacando o desempenhos dessas duas medicações. Por outro lado, os resultados entre Ribociclibe e Abemaciclibe foram similares, demonstrando que ambas são opções consolidadas e podem ser usados de forma intercambiável, dependendo das características de cada paciente.

Dr. Pedro Exman destaca a relevância institucional do trabalho: “esse estudo demonstra o compromisso do Hospital, não apenas em formar novos especialistas, mas também em engajá-los em projetos inovadores que impactam diretamente a prática clínica. Isso contribui para avanços que transformam a vida das pessoas e consolidam nosso papel como referência em pesquisa e inovação na área de oncologia.

A apresentação do pôster será realizada no dia 12 de dezembro durante o San Antonio Breast Cancer Symposium 2024.

CÂNCER DE MAMA X TRATAMENTO | AUMENTE O SOM DA SUA SAÚDE

Durante o tratamento do câncer de mama, a saúde mental e a autoestima da mulher são pilares essenciais para a qualidade de vida e a recuperação.

Neste recorte de uma das edições especiais de Outubro Rosa do nosso podcast Aumente o Som da Sua Saúde, a Dra. Simone Elias, mastologista do nosso hospital, responde à pergunta “Como trabalhar a autoestima da mulher antes, durante e após tratamento?”.

Com insights valiosos, ao lado de seus colegas Dr. Pedro Exman, Oncologista e Dr. Carlos Alberto Ruiz , Mastologista, ela aborda o impacto emocional do tratamento e conta como oferece orientações para que as pacientes recuperem sua confiança e bem-estar ao longo dessa jornada.

Confira o vídeo completo sobre “sexualidade feminina e a importância da autoestima”: https://bit.ly/4e48gYM

Se precisar de apoio, agende uma consulta com nossos especialistas no link: https://bit.ly/3YqmYDx

Resp. Técnico: Haggeas da Silveira Fernandes CRM: 71855

CÂNCER DE MAMA X HISTÓRICO FAMILIAR | MITOS E VERDADES

O histórico familiar realmente aumenta o risco de câncer de mama? Se a mulher não tiver casos na minha família, não tem chances de desenvolver tumores nas mamas?

Nesse recorte o Dr. Pedro Exman, oncologista clínico e coordenador do grupo de tumores de mama e ginecológicos do nosso hospital, esclarece essas dúvidas. Ele aborda questões como o impacto dos antecedentes familiares na probabilidade de desenvolver a doença e desmistifica a ideia de que a ausência de histórico familiar significa estar livre de riscos.

Assista e entenda a importância de conhecer seu histórico familiar e realizar exames de rastreamento regularmente. Para mais mitos e verdades, confira o vídeo completo: https://bit.ly/4h4Fbiv

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Outubro Rosa: incidência de câncer de mama em mulheres mais jovens preocupa especialistas

São Paulo, 30 setembro de 2024 – A incidência de câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos está em alta nos últimos anos no Brasil e no mundo. Uma pesquisa publicada no Jama Open Network, periódico da Associação Médica Americana, que analisou mais de 500 mil pessoas entre 2010 e 2019, mostra aumento da doença em pessoas com menos de 50 ano, em especial na faixa de 30 a 39 anos. No Brasil, especialistas também observam esse fenômeno nos consultórios.

O câncer de mama é o tipo de tumor que mais acomete as mulheres no Brasil. Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados pelo Ministério da Saúde 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres. 

A prevenção primária e a detecção precoce são aliadas na redução da incidência e na mortalidade por câncer de mama. A população deve ser informada sobre o tema para que possa adotar medidas que protejam a sua saúde.

Criado há mais de 30 anos, o Outubro Rosa é um período de compartilhar informações e conscientizar sobre o câncer de mama para contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença.

O aumento do aparecimento da doença em mulheres cada vez mais jovens preocupa especialistas, já que as causas ainda estão sendo identificadas.

“Claramente aumentou o aparecimento do câncer de mama em mulheres 10, 20 anos mais jovens do que a faixa etária padrão de maior incidência da doença, que é 50 anos. Agora, ainda não sabemos o porquê. O diagnóstico de mulheres de até 45 anos aumentou, sem dúvida, e é impressionante”, disse o Dr. Pedro Exman, coordenador do Grupo de Tumores de mama e ginecológicos do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Diagnóstico precoce

Mulheres a partir dos 40 anos devem realizar o exame clínico das mamas anualmente. O diagnóstico do câncer feito na fase inicial pode evitar tumores mais graves, retirada total das mamas e metástase.

Exames de imagem, como a mamografia ou o ultrassom das mamas podem detectar a doença.

No entanto, há sinais e sintomas que indicam que a mulher deve procurar um especialista e fazer os exames por imagem. Veja quais são: 

  • Retrações de pele e do mamilo 
  • Saída de secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo 
  • Vermelhidão da pele da mama 
  • Pequenos nódulos palpáveis nas axilas e/ou pescoço 
  • Inchaços pelas mamas
  • Dores na mama ou mamilo

Mitos e verdades 

O câncer de mama ainda gera dúvidas sobre o que é verdade e o que é mito a respeito da doença. 

Menopausa? “Chip da beleza”? Genética? Amamentação? São muitas as informações difusas que levam a conclusões erradas sobre o câncer de mama. Reunimos aqui, com informações do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o que é verdadeiro e o que não é sobre a doença:

“Menopausa é período de risco de desenvolvimento de câncer de mama”

Mito: A menopausa é um processo natural que ocorre com todas as mulheres e equivale ao último período menstrual. O período antes, durante e depois desta última menstruação chama-se climatério, que é quando ocorre a diminuição progressiva da função ovariana e da produção do estradiol e da progesterona. Este processo é natural e não está relacionado a um aumento do risco de câncer de mama. 

“Reposição hormonal é risco para o câncer de mama”

Verdade: Na década de 2000, a reposição hormonal foi realizada sem um correto controle e acompanhamento médico e se tornou um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de mama, com aumento do risco relativo entre 10 % e 20% em comparação a mulheres que não fizeram reposição hormonal. Para a realização segura de reposição hormonal, a mulher deve ser informada dos riscos e benefícios de tal estratégia e manter sempre acompanhamento profissional com médico especialista.

“ ‘Chips da beleza’ previnem o câncer de mama”

Mito: Os chamados “chips da beleza” são subcutâneos que liberam de forma lenta e progressiva hormônios, principalmente a testosterona, que no fígado é metabolizada e uma parte se torna estrogênio, o principal hormônio feminino. Por ser uma exposição com pouco controle e a longo prazo, há sim um risco aumentado de desenvolvimento de câncer de mama.

“Fumar cigarros convencionais ou vapes não são fatores de risco de câncer de mama”

Mito: O tabagismo é classificado pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico para câncer de mama em humanos, portanto, cigarros e vapes – que contém nicotina e são vaporizadores – devem ser evitados como prevenção.

“Anticoncepcional causa câncer de mama”

Meia-verdade: Estudos apontam que o uso a longo prazo de anticoncepcional oral pode aumentar o risco de câncer de mama. Porém este aumento de risco é muito pequeno quando comparado com pacientes que não usam o anticoncepcional oral Vale lembrar que anticoncepcional oral é uma forma de anticoncepção altamente eficaz e que seu uso também pode ser extremamente bem-vindo em condições como endometriose ou distúrbios hormonais. O seu uso não deve ser contraindicado, mas as pacientes devem ser informadas e discutir com seu médico qual a melhor forma de contracepção.

“Genética aumenta chances de desenvolver câncer de mama”

Verdade: Fatores hereditários (ou seja, fatores genéticos familiares que são transmitidos de geração em geração) correspondem à 5-10% dos casos de câncer de mama e aumentam em 50-80%. O mapeamento genético pode ser importante aliado na prevenção e no tratamento em casos do tipo. 

O mapa pode ser feito por qualquer pessoa por meio de uma coleta de sangue, saliva ou qualquer outro fluido que contenha material genético, entretanto, a análise se dá por meio de sofisticadas técnicas de laboratório e é indicada para pessoas que tenham histórico de doenças genéticas em familiares.

“Próteses de silicone aumentam o risco de câncer” 

Mito: Não há relação do uso de próteses mamária de silicone com o risco de desenvolvimento de câncer de mama. 

“Desodorante antitranspirante causa câncer de mama”

Mito: Não há relação entre os sais de alumínio, presentes na formulação de alguns desodorantes, e o aumento do risco de desenvolvimento do câncer de mama. Nenhum estudo científico conseguiu estabelecer relação entre o uso desse produto e o risco de desenvolver a neoplasia.  Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que o produto é seguro e que não existe relação entre a substância e o desenvolvimento do tumor.

“Atividades físicas ajudam a prevenir o câncer de mama”

Verdade: A atividade física, quando praticada regularmente (no mínimo três vezes por semana com duração mínima de trinta minutos), traz diversos benefícios a curto e longo prazo para qualquer pessoa. Para prevenir o câncer de mama as mulheres devem iniciar uma mudança de hábitos em sua rotina, como praticar atividade física regularmente, ingerir alimentos saudáveis e realizar os exames preventivos, como a mamografia.

“Usar sutiã apertado causa câncer”

Mito: Não há embasamento científico que relacione o uso de sutiãs apertados e o surgimento do câncer de mama. 

“Todos os nódulos da mama são câncer” 

Mito: A maioria dos nódulos na mama correspondem a lesões benignas ou cistos. Achando um nódulo, consulte um médico.

“Mulheres que amamentam têm menos chances de desenvolver câncer de mama”

Verdade: Uma das orientações do Ministério da Saúde para prevenção do câncer de mama é o aleitamento materno. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostram que o risco de desenvolver câncer de mama é cerca de 22% menor em mulheres que amamentaram.

ESPECIAL OUTUBRO ROSA – CÂNCER DE MAMA | ESPECIAL SAÚDE

O câncer de mama é uma doença grave que afeta milhares de mulheres em todo o mundo e a detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de sucesso no tratamento e minimizar os impactos da doença.

Neste episódio da nossa série de vídeos “Especial Saúde”, a Dra. Rafaela Cecilium Sahium, ginecologista do nosso hospital, explica os principais fatores de risco do câncer de mama, a importância do autoexame e como o diagnóstico pode afetar a gravidez, a amamentação e a vida da mulher. Para mais informações, acesse: http://bit.ly/418Rf9L

Resp. Técnico: Haggeas da Silveira Fernandes CRM: 71855

4 de fevereiro – Dia Mundial do Câncer 

Testes genéticos são aliados para mulheres diagnosticadas com câncer de mama

São Paulo, 01 de fevereiro de 2024 – A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO), em parceria com a Sociedade Americana de Cirurgia Oncológica (Society of Surgical Oncology – SSO) publicaram recentemente, no Journal of Clinical Oncology, a recomendação de submeter à testagem genética todas as pacientes com histórico pessoal de câncer de mama, diagnosticado até os 65 anos de idade, independente do histórico familiar da doença. Referência mundial no tratamento do câncer, a ASCO reuniu para esta publicação vários especialistas de diversos centros de referência mundial no tratamento do câncer. Após revisão sistemática da literatura médica, este grupo elaborou o mais atual consenso sobre testagem genética de pacientes com câncer de mama, sugerindo uma importante ampliação na oferta de testes genéticos em relação a diretrizes anteriores.  

A Sociedade Americana de Cirurgiões de Mama (American Society of Breast Surgeons – ASBS), já preconizava, desde 2017, a realização de testes genéticos de maneira universal, ou seja, em todas as mulheres com câncer de mama, independentemente da idade, diagnóstico ou da história familiar de câncer. Essa abordagem tinha como intuito identificar o maior número possível de pacientes portadoras de síndromes de câncer de mama hereditário, possibilitando tratamento e rastreamento de novos cânceres de maneira diferenciada da população em geral, que em sua maioria desenvolve cânceres esporádicos (que acontecem ao acaso e devido à influência de fatores de risco, como idade acima de 50 anos, obesidade, tabagismo, entre outros). Por exemplo, pacientes portadoras de determinadas mutações genéticas e que já passaram por um evento câncer de mama tem um risco de até 50% de desenvolver um segundo tumor de mama, na mama oposta. Além do risco aumentado de novos cânceres, já temos atualmente disponíveis drogas específicas para pacientes portadoras de síndromes de câncer de mama hereditário, utilizadas no tratamento de pacientes com mutações nos genes BRCA.  Sem dúvida, reconhecer o status genético de pacientes com câncer de mama nos dias de hoje é essencial para a realização do melhor planejamento terapêutico possível.

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer) são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não-melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). Em homens, o câncer de próstata é predominante em todas as regiões, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano do próximo triênio, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Já nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. 

A avaliação genética é uma importante aliada de pacientes e equipes médicas na avaliação da probabilidade de desenvolvimento do câncer. Estes exames não diagnosticam o câncer, apenas indicam se a paciente é portadora de mutação genética hereditária que confere risco aumentado para o desenvolvimento de diversos tipos de cânceres. “Por isso, realizar exames periódicos e adotar hábitos de vida saudáveis são as medidas preventivas mais eficientes”, explica a Dra. Allyne Cagnacci, oncologista clínica e oncogeneticista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A especialista esclarece que os exames genéticos são importantes para elaborar a melhor estratégia de acompanhamento e tratamento dos pacientes, seja ele cirúrgico ou medicamentoso, na prevenção e rastreamento de novos tumores, na orientação de estilo de vida e orientação familiar. Esta avaliação também pode ser oferecida para pessoas sem histórico pessoal de câncer, mas com múltiplos casos da doença na família e que queiram saber dos seus riscos de desenvolver o câncer. Um exemplo é o da atriz Angelina Jolie, que juntamente com sua equipe médica, optou pela retirada preventiva das mamas e ovários após testes genéticos comprovarem que ela sofria de uma alteração genética que indicava 80% de probabilidade de desenvolver tumor nas mamas, a mutação nos genes BRCA. “A indicação dessa investigação genética não é somente indicada para pacientes com câncer de mama. Existem diretrizes internacionais que preconizam que outros pacientes oncológicos devem ser testados, como pacientes com câncer de pâncreas, com câncer de intestino abaixo dos 50 anos de idade, entre outros. Por este motivo é importante a realização de consulta médica, na qual é realizado aconselhamento genético e mapeamento dos casos de câncer na família, fornecendo informações importantes para que seu médico possa solicitar o teste genético mais compatível com seu caso”, diz a oncologista. 

Como o teste é realizado: o Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz conta com um serviço de Oncogenética, que realiza coleta de amostras de saliva ou sangue do paciente, encaminhando o material coletado a laboratório especializado, para pesquisa de alterações em genes relacionados com aumento de risco para desenvolvimento de câncer. Essa avaliação do DNA permite que as equipes médicas e assistenciais elaborem um plano de cuidado individualizado e específica para aquele paciente. 

Mapeamento genético: através de uma amostra de sangue ou saliva é possível determinar se uma pessoa tem um risco maior de desenvolver câncer ao longo da vida. Esse risco é afetado por fatores externos, como alimentação e hábitos de vida. “Todas as manifestações do câncer são consequências de uma alteração genética que ocorrem em células previamente saudáveis. Após esta alteração, as células começam a se proliferar de maneira acelerada e desordenada, causando o câncer. Em torno de 90% dos cânceres são esporádicos, nos quais estas mutações genéticas são causadas pelo próprio desgaste do organismo, vindos com a idade avançada e com a exposição a fatores de risco, como obesidade, tabagismo, sedentarismo, entre outros fatores. Em cerca de 10% dos cânceres, entretanto, essas alterações genéticas são hereditárias, ou seja, transmitido dos pais para os filhos e presentes desde o nascimento. Nestes casos, os cânceres tendem a surgir em idade mais jovem e com padrões diferentes do habitual. A mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 são as mais comuns. Estes genes têm como função reparar nosso DNA. Quando mutados, perdem esta função e deixam seus portadores mais predispostos a terem diversos tipos de câncer”, explica a Dra. Allyne Cagnacci. “Por esta razão, testar mais pacientes e reconhecer melhor essa população de maior risco é fundamental para melhorar a prevenção, aumentar as taxas de diagnóstico precoce e oferecer melhor tratamento do câncer”, esclarece a oncogeneticista.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz promove Top 10 Mama

O evento é uma oportunidade de aprimorar e desenvolver novas técnicas e metodologias no tratamento do câncer de mama

São Paulo, 23 de novembro de 2023 – O Hospital Alemão Oswaldo Cruz realiza no dia 24 de novembro, presencialmente na Unidade Paulista e de forma híbrida, o evento Top 10 Mama. A iniciativa tem por objetivo discutir os 10 artigos científicos de grande relevância para a área da saúde relacionados a oncologia mamária, publicados nas principais revistas científicas internacionais. A ideia é trazer atualizações que impactam nas formas de tratamento sobre o câncer de mama. O público-alvo são oncologistas clínicos, mastologistas, rádio-oncologistas e ginecologistas.

O evento, que está em sua terceira edição, terá como palestrantes os coordenadores do projeto que atuam no Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o Dr. Pedro Exman, coordenador do grupo de tumores de mama e ginecológicos e o Dr. Marcelo Santos, co-coordenador do grupo de tumores de mama e ginecológicos. Também participarão do evento os demais oncologistas que integram o corpo clínico do Hospital para apresentar artigos científicos.

De acordo com o Dr. Marcelo Santos, os trabalhos que serão apresentados servem como guias para viabilizar e orientar mudanças de condutas nas áreas de oncologia mamária, radioterapia e procedimentos cirúrgicos. Por isso, além da discussão desses artigos, serão realizados dois simpósios sobre novas técnicas e metodologias de combate à doença.

“A iniciativa enaltece o esforço de profissionais que se dedicam para ampliação do conhecimento e assim, aprimorar ainda mais ferramentas para o cuidado e tratamento oncológico”, explica Dr. Pedro Exman.

A programação completa do TOP 10 Mama pode ser acessada pelo link: Link

SAÚDE DA MULHER

Um passo de cada vez

Diante de um câncer de mama, há inúmeras angústias e dúvidas a respeito da evolução da doença, tratamentos, efeitos colaterais e possíveis desfechos. Trazemos aqui um apanhado de dúvidas comuns com informações precisas dos especialistas da equipe multidisciplinar do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz  

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o ano de 2023 deve registrar cerca de 75 mil novos casos de câncer de mama em mulheres brasileiras. Graças aos avanços em tratamentos e medicações, grande parte das pacientes com diagnóstico precoce será curada. Mas é importante dizer: o tratamento do câncer de mama é multidisciplinar, afeta a mulher em diversas dimensões, pode ser relativamente longo e conter várias etapas. Por isso, a informação é um recurso importantíssimo para encarar essa jornada. A seguir, reunimos algumas das dúvidas mais comuns sobre a doença respondidas por especialistas do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

É POSSÍVEL PREVENIR O CÂNCER DE MAMA?

Aqui vale dizer antes: prevenção e detecção precoce são coisas diferentes. Enquanto a detecção precoce, por meio de exames de diagnóstico periódicos, é fundamental para o sucesso do tratamento, a prevenção é um conjunto de hábitos saudáveis que podem colaborar para evitar o aparecimento ou crescimento de um tumor, situação em que podemos intervir – no entanto, é importante ressaltar: não existe prevenção primária. Porém, como os fatores ambientais podem ter um impacto importante, as ações preventivas devem ser mantidas ao longo da vida. De acordo com Inara Santos Nascimento Souza coordenadora de nutrição clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, com atuação no Centro Especializado em Oncologia, a alimentação é um dos principais pontos de atenção quando falamos em prevenção. “Manter o peso adequado e a alimentação variada e saudável são ações chave na prevenção do câncer de mama. Principalmente em alguns subtipos hormonais, já que a alimentação tem impacto direto na secreção dos nossos hormônios”, diz Inara, que ressalta que a água também tem um papel indispensável nessa manutenção. “A ingestão hídrica é muito importante para todos nós. De forma geral, a recomendação diária para um adulto é de 35ml por quilo de peso. A água é fundamental para manter o metabolismo funcionando da maneira adequada, os órgãos, as glândulas etc.” E nada de dietas mirabolantes: alimentação saudável é comida de verdade. “Alimentos in natura, comida de feira, sabe? E, claro, evitar os industrializados”, ensina a nutricionista.

Entre as outras orientações estão praticar exercícios físicos regularmente – 150 a 300 minutos semanais de atividade moderada, de acordo com a Organização Mundial da Saúde –, ter sono de qualidade, evitar o fumo e o abuso de bebidas alcoólicas e manter o peso adequado. Especificamente nos casos de câncer de mama, um fator de risco associado é a terapia de reposição hormonal, por isso, recomenda-se evitar o uso prolongado de hormônios.

Inara dos Santos Nascimento

“Para a manutenção adequada da saúde, devemos seguir sempre o lema da boa alimentação: descascar mais e desembalar menos”


Inara Santos Nascimento Souza, coordenadora de nutrição clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, com atuação no Centro Especializado em Oncologia

A DETECÇÃO PRECOCE FAZ DIFERENÇA MESMO?

Esta é uma velha máxima fundamental: quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores as chances de cura. Nesse sentido, realizar os exames periódicos de acordo com a recomendação do seu médico para o seu perfil é extremamente importante, já que, em fase inicial, o câncer de mama costuma ser silencioso. “A doença no início não produz nenhum sintoma, é totalmente indolor. Algumas pacientes percebem porque o nódulo está mais próximo à pele, mas tumores mais profundos e menores de 2 centímetros só podem ser vistos na mamografia”, explica o Dr. Ricardo Caponero, oncologista clínico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “No geral, a mulher só vai passar a apresentar sintomas quando a doença estiver mais avançada, como alteração ou retração do mamilo com secreção purulenta, vermelhidão e inchaço na mama, presença de gânglios ou linfonodos, que indicam que o câncer está em fase de disseminação.”

Hoje, preconiza-se a mamografia anual para mulheres a partir dos 40 anos. No entanto, com a incidência cada vez maior de câncer de mama em mulheres mais jovens, é interessante fazer o acompanhamento com o médico ginecologista e, com base no histórico individual, definir o manejo mais adequado.

90% dos casos de câncer de mama diagnosticados na fase inicial têm cura

A CIRURGIA É PARA TODO MUNDO?

Nos casos de câncer de mama, sim, mas existem procedimentos diferentes para cada estágio ou fase da doença. Hoje, a mastectomia, que é a retirada completa da mama, não é a recomendação absoluta para todos os casos – dependendo do tipo e subtipo tumoral, do tamanho do tumor, e principalmente da relação tamanho de mama e tamanho de tumor, é possível a cirurgia mais conservadora, na qual se preserva a mama. “A cirurgia do câncer de mama tem evoluído muito. Quanto mais conhecemos a doença, melhores e mais personalizados ficam os tratamentos”, diz a Dra. Maria Socorro Maciel, mastologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Antigamente, acreditava-se que a doença se espalhava de forma ordenada da mama para a axila, então era uma cirurgia extremamente radical. Foi apenas depois da década de 80, com um conhecimento mais aprofundado sobre a biologia do tumor, que surgiu o tratamento conservador.” Em tumores em que a relação entre tamanho de tumor e tamanho de mama é adequada, e seguindo o subtipo tumoral, principalmente nas lesões detectadas no exame de imagem, é possível remover apenas o tumor com margem, avaliando a axila por meio da pesquisa do linfonodo sentinela, outro ganho em qualidade de vida e redução de efeitos colaterais do tratamento. “Esse procedimento, chamado inicialmente de quadrantectomia ou setorectomia ou lumpectomia, é equivalente à retirada total da mama em termos de sobrevida, associado à radioterapia”, diz a especialista.

Outra dúvida muito comum é sobre a cirurgia de reconstrução da mama, a cirurgia oncoplástica. Atualmente, além das técnicas para a paciente que foi submetida à lumpectomia, também é possível reconstruir a mama que passou pela mastectomia. “Temos técnicas tanto para o tratamento conservador bem como para a reconstrução da mama imediata, com implantes de silicone, expansores ou retalhos musculares e, dependendo da localização do tumor, a preservação do complexo aréolo-papilar (aréola e mamilo)”, diz a Dra. Maria do Socorro. A mastologista conta também que a oncoplastia, em alguns casos, traz mais segurança ao médico durante a cirurgia, sabendo que aquela mama poderá ter resultados cosméticos e oncológicos satisfatórios e seguros.

Maria Socorro

“Para a manutenção adequada da saúde, devemos seguir sempre o lema da boa alimentação: descascar mais e desembalar menos”


Dra. Maria Socorro Maciel, mastologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA?

Entre os muitos tratamentos para o câncer, a radioterapia e a quimioterapia são os mais conhecidos. Mas nem todo mundo sabe a diferença entre eles e a indicação de cada um.

De modo geral, a radioterapia tem aplicação localizada, na área do tumor, e consiste em radiações que eliminam as células doentes. É indicada para cânceres que não se disseminaram e como complemento ao procedimento cirúrgico.

“Historicamente, a radioterapia entrou para reduzir os casos de mastectomia, que é a retirada completa da mama. Antigamente, a cirurgia conservadora, em que você só tira a lesão com uma margem de segurança, dava um índice de recidiva mais alto do que de uma mastectomia. E a adição da radioterapia à cirurgia conservadora proporcionou à técnica a mesma segurança da radical”, explica o Dr. Rodrigo Hanriot, radioterapeuta do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Área que avançou bastante nos últimos anos, hoje, a radioterapia apresenta métodos muito eficientes e que reduzem consideravelmente a exposição da paciente à radiação e a necessidade de frequentar as sessões por semanas ou meses, interferindo menos na sua rotina. Um deles é o Halcyon™, acelerador linear de partículas que une a tecnologia mais moderna de irradiação com a técnica mais precisa de localização diária, o IGRT (radioterapia guiada por imagem, na sigla em inglês) – isso se converte em sessões mais rápidas e em menor número, danos mínimos aos tecidos saudáveis e máxima irradiação ao tumor. Outro equipamento que apresenta uma eficácia elevada é o Intrabeam®, indicado para cânceres de mama em estágio inicial. Trata-se de uma radioterapia intraoperatória em dose única – ou seja, logo após a cirurgia, o equipamento é aplicado no lugar onde estava o tumor e, entre 20 e 30 minutos, seu acelerador linear em miniatura irradia a área periférica do tumor. O procedimento diminui possíveis efeitos colaterais da radioterapia convencional, como fadiga, vermelhidão na região, sensibilidade ou alteração na cor da pele, e evita a irradiação de pulmão e coração. “Além de melhorarem a qualidade de vida da paciente, essas tecnologias também são pensadas para preservar a saúde a longo prazo. Hoje, as pessoas estão vivendo mais e com tendência a apresentar câncer mais cedo. Então, se antes o foco era imediatista, salvar a vida daquela paciente naquele momento, a tecnologia evoluiu a ponto de definirmos um tratamento que leva em conta o hoje, o futuro próximo e o futuro distante”, diz o médico.

Já a quimioterapia tem ação sistêmica, ou seja, age em todo o corpo. Por isso, é recomendada em tumores com potencial mais agressivo ou metástases, quando a doença já se disseminou. “No geral, a quimioterapia é indicada em dois cenários macros: quando se trata de uma lesão agressiva, que, mesmo em estágio inicial, apresenta crescimento acelerado; e quando a lesão é diagnosticada tardiamente e, mesmo não sendo agressiva, já se espalhou”, explica o Dr. Rodrigo. Outra diferença é que, enquanto a radioterapia ataca as células por meio da radiação, tendo aplicação local, a quimioterapia é medicamentosa e pode ser feita por meio de aplicação intravenosa, subcutânea ou por via oral, a depender do tipo de tumor, tratamento escolhido e fármaco.

Rodrigo Hanriot

“A radioterapia apresenta métodos muito eficientes e que reduzem consideravelmente a exposição da paciente à radiação e a necessidade de frequentar as sessões por semanas ou meses, interferindo menos na sua rotina”


Dr. Rodrigo Hanriot, radioterapeuta do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

O TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA PODE INTERFERIR NA FERTILIDADE DA MULHER?

Sim, mas existem alternativas que devem ser previamente discutidas com seu médico, como a possibilidade de preservar os óvulos. Antes, vamos a alguns dados relevantes sobre esse tema: o tratamento quimioterápico pode gerar infertilidade em quase 50% das pacientes que estão em idade reprodutiva. “A quimio afeta tanto as células cancerígenas quanto as saudáveis. A seleção é sobre células que estão se replicando, por isso a queda do cabelo é um efeito colateral comum, e o mesmo acontece com os óvulos. Então o tratamento quimioterápico pode induzir a menopausa quimicamente”, diz a Dra. Taciana Mutão, oncologista clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Em resposta a isso, as técnicas de preservação de óvulos e embriões também avançaram bastante, incluindo os protocolos para pacientes oncológicas, que podem induzir a ovulação em menos de 15 dias. “Além disso, existe um medicamento que inibe a função ovariana, protegendo-a durante o tratamento”, acrescenta a oncologista.

A terapia hormonal, tratamento normalmente recomendado para tumores de subtipo luminal – ou seja, que se caracterizam pela superexpressão de receptores hormonais (estrógeno e progesterona) –, também pode interferir na vida fértil da mulher, uma vez que, como a quimioterapia, tem ação sistêmica. Neste caso, é preciso ter um olhar cuidadoso e individualizado, já que a hormonioterapia, que consiste em suprimir o crescimento do tumor ao retirar o hormônio de circulação, tem duração de cinco anos. “No entanto, estudos atuais já mostram que, dependendo da evolução do tratamento, é possível pausá-lo para a mulher poder engravidar e, dois ou três anos depois, retomar a medicação”, explica a Dra. Taciana. Um dos estudos mais recentes, o Positive, demonstrou que a pausa hormonal durante três anos foi segura do ponto de vista oncológico, e que cerca de 75% das pacientes conseguiram engravidar durante o período de acompanhamento.

Além da evolução em tratamento e tecnologias para combater a doença, a medicina também avançou bastante no cuidado, trazendo um olhar mais humanizado para o impacto do câncer na vida da paciente para além da sua saúde física, proporcionando a possibilidade de fazer escolhas que preservam seus planejamentos de vida, como o desejo de ser mãe.

DÁ PARA LEVAR UMA VIDA NORMAL DURANTE O TRATAMENTO?

Sim, mas é fundamental respeitar seus limites. “A resposta ao tratamento varia de mulher para mulher, algumas sentem mais os efeitos adversos, outras, menos. Mas, no geral, dá para seguir sua rotina anterior com algumas restrições”, diz o Dr. Caponero. “Pacientes que já tinham hábitos mais saudáveis, mais jovens, podem se sentir melhor, e a tolerância aos medicamentos também vai aumentando ao longo do tempo.”

Além disso, o médico ressalta que os tratamentos avançaram muito, abrandando os efeitos colaterais – sejam eles transitórios ou permanentes. “Os efeitos adversos da quimioterapia, por exemplo, são menos intensos e menos frequentes do que antigamente, permitindo que a paciente consiga lidar melhor com a medicação. Além disso, existem fármacos e tratamentos que ajudam a amenizar os efeitos colaterais mais comuns, como náusea, fadiga e até queda de cabelo”, diz.

E, para a preservação da qualidade de vida, o Dr. Ricardo destaca que o olhar multidisciplinar e individualizado é essencial. “Nós temos diversos profissionais no Centro Especializado em Oncologia do Hospital – oncologistas, cirurgiões, enfermagem, nutricionista, psicóloga, farmacêutica, entre outros. Todos os profissionais são muito importantes não só para garantir o sucesso do tratamento, mas para tornar essa jornada mais confortável e segura para a paciente”, ele diz.

Ricardo Caponero

“Você não trata o câncer, trata a pessoa. E nós cuidamos das pessoas”


Dr. Ricardo Caponero, oncologista clínico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

CONVERSA – ESPECIAL OUTUBRO ROSA

Alimentar corpo, mente e alma

Batemos um papo com Inara dos Santos Nascimento, coordenadora de nutrição clínica da Unidade de Internação
do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, sobre o papel da alimentação durante
o tratamento do câncer de mama e não só para a saúde física, mas também mental e emocional

Leve com Você: Qual é a importância do acompanhamento nutricional durante o tratamento?

Inara dos Santos Nascimento: Primordial. É o que falo para todas as pacientes: boa parte do tratamento depende
da alimentação adequada. É fundamental incluir na dieta alimentos protetivos, de preferência orgânicos e in natura, que são muito benéficos nessa fase. Muitas pacientes já chegam utilizando complementos nutricionais, como antioxidantes, polivitamínicos proteicos, e a gente faz os ajustes necessários dependendo do tratamento.
Então vai além de ter uma alimentação saudável e balanceada, é preciso olhar com atenção para o quadro geral daquela paciente e levar em conta, além de suas necessidades nutricionais, questões fisiológicas e emocionais, gostos, vontades, intensidade dos efeitos colaterais, entre outros aspectos muito particulares.

Sobre os efeitos colaterais: essa é uma demanda alta da nutrição? Alimentação para amenizar um possível mal-estar?

Embora os tratamentos tenham avançado muito e sejam bem menos agressivos atualmente, ainda vemos com certa frequência efeitos colaterais como náuseas, enjoos e diarreia, além de dores e desconfortos na parte epigástrica, como cólica intestinal ou dor de estômago. E, às vezes, o hábito alimentar dessa paciente não estava adequado
ao tipo de medicação que ela está tomando e a intolerância que ela apresenta a ele. Então a nutrição auxilia na escolha dos alimentos para amenizar esses sintomas. Em um caso de diarreia, por exemplo, ajustamos gordura, açúcares e fibras na dieta. Se for enjoo, introduzimos alimentos mais cítricos, mais gelados, menos temperados
e por aí vai. E a tendência dessa paciente com náusea é não comer. Então a gente orienta refeições leves e menores mais vezes ao dia, já que o jejum piora o quadro.

Inara dos Santos Nascimento

“Quando falamos em manutenção da saúde, tudo importa para a alimentação: predisposição genética, estilo de vida, queixas paralelas, fase do tratamento, tipo da doença etc. Por isso, esse olhar individualizado e investigativo é essencial”

Inara dos Santos Nascimento, coordenadora de nutrição clínica da Unidade de Internação do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Você é uma nutricionista oncológica.
Qual é o olhar diferencial dessa especialização para a doença?

Quando falamos em cuidado, o papel do nutricionista oncológico é muito importante porque esse olhar vai para além do prato. O câncer é uma doença complexa, com impactos físicos e emocionais. Já recebi pacientes com muitas restrições alimentares. A própria família às vezes faz esse controle rígido. E não é bem por aí. A gente tem que trilhar um caminho junto com a paciente, entender sua história, seu diagnóstico, seu momento de vida. Já recebi pacientes que descobriram o câncer de mama durante a amamentação, na gestação. Temos que saber tratar esses casos como nutricionista, acolhendo, direcionando, entendendo que não é na primeira consulta que vamos resolver a alimentação da paciente. Existe o tempo do tratamento e o tempo para ela entender a importância da alimentação no tratamento. E o nutricionista é o responsável em fazer essa virada de chave com a paciente. Então, o profissional da nutrição bem informado, capacitado, bem amparado, com todas as informações que nós temos hoje, é de extrema importância dentro da equipe.

Nesse sentido, o tratamento multidisciplinar é fundamental.

Sim, totalmente. Aqui no Hospital, no Centro Especializado em Oncologia, temos uma equipe multidisciplinar.
Todos os pacientes que chegam vão passar por nutricionista, enfermagem, psicóloga, farmacêutica etc.
E todos conversamos. Um exemplo: dependendo da toxicidade da medicação (oral, subcutânea ou intravenosa),
a farmacêutica conversa comigo e com a psicóloga para ajustarmos nossa abordagem. Muitas pacientes com câncer de mama têm questões emocionais relacionadas à autoestima. Elas sentem culpa, se sentem negligentes com a saúde. Depois, muitas se preocupam com as alterações físicas, a possibilidade da retirada da mama, a queda do cabelo etc. Então fazemos um trabalho em conjunto para elas entenderem que estão passando por um processo de transformação, uma nova versão. E, nesse sentido, a alimentação tem um lugar chave, já que a comida é, com frequência, relacionada ao nosso estado emocional. Algumas perdem a vontade de comer o que dá prazer, outras têm compulsão alimentar. Então trabalho muito em parceria com a equipe multidisciplinar psicóloga, farmacêutica, enfermagem e equipe médica para acompanharmos e auxiliarmos essas pacientes. Tento resgatar esse prazer de comer, equilibrar e flexibilizar a dieta, como abrir um ‘dia especial’ na semana para ela comer o que gosta, orientando o melhor momento para abrir essa exceção. O benefício emocional e seu impacto positivo na saúde física, sem dúvida, favorecem o tratamento.

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