31/5 Dia Mundial Sem Tabaco

Pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta que o Brasil enfrenta a reinvenção do tabagismo e reforça o papel do cuidado resposta à dependência

São Paulo, 28 de maio de 2025 – O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado neste 31 de maio, propõe mais do que uma pausa para reflexão. Ele nos convoca a agir com responsabilidade. O tema esse ano definido pela Organização Mundial da Saúde é: “Desmascarando o apelo: expondo as táticas da indústria dos produtos de tabaco e nicotina”.

Falar sobre tabagismo hoje é, sobretudo, reconhecer que milhões de pessoas vivem o desafio cotidiano da dependência e que o papel dos serviços de saúde é acolher essas pessoas com respeito, sem julgamento, e com ferramentas reais para que cada uma possa escrever sua própria trajetória de superação.

Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), no Brasil estima-se que cerca de 12% da população adulta ainda consome produtos de tabaco e reduzir esse número passa, antes de tudo, por entender que ninguém é definido por seu vício e que todo fumante é, antes, um paciente em potencial que precisa de cuidado, não de condenação.

Para a pneumologista Dra. Sandra Guimarães, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o caminho para abandonar o tabagismo precisa passar pelo acolhimento. “O primeiro passo não é dizer para o paciente parar, é perguntar como ele está. Parar de fumar não é um comando. É uma construção. E como toda construção humana, precisa de afeto, estratégia e tempo.

Esse cuidado começa pela escuta ativa que implica em perguntar, ouvir e não apontar. É importante entender que o tabagismo muitas vezes se liga a questões emocionais, hábitos enraizados e contextos de vulnerabilidade. O acompanhamento de pessoas fumantes deve ser construído com base na confiança e no vínculo, com equipes preparadas para lidar com recaídas, dúvidas e medos não como falhas, mas como parte natural de um processo de mudança.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 90% dos casos de câncer de pulmão, um dos mais letais no país, são causados pelo tabagismo. O cigarro também é responsável por cerca de 30% das mortes por câncer em geral, afetando órgãos como laringe, boca, esôfago, bexiga e pâncreas.

Além disso, de acordo com dados do Ministério da Saúde referentes ao ano de 2023, o tabagismo foi responsável por aproximadamente 156 mil internações por doenças cardiovasculares no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVC) e infartos agudos do miocárdio. Estima-se que mais de 30 mil mortes por doenças cardiovasculares no país estejam diretamente ligadas ao consumo de produtos derivados do tabaco.

Compromisso institucional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Dentro desse cenário o hospital que desenvolve um programa interno estruturado para apoiar colaboradores fumantes. Em 2024, a instituição identificou uma prevalência de cerca de 5% de fumantes entre seus profissionais, número inferior à média nacional. Os colaboradores interessados em parar de fumar são acolhidos durante suas consultas ocupacionais periódicas e encaminhados para acompanhamento médico especializado. O programa inclui avaliação clínica e motivacional, plano terapêutico individualizado, apoio psicológico, uso de medicação quando necessário e suporte contínuo durante todo o processo. A ação reforça o compromisso institucional com a promoção da saúde, construindo um ambiente de trabalho mais saudável, seguro e acolhedor.

É nesse ponto que o Dia Mundial Sem Tabaco de 2025 se torna especialmente relevante: ele nos convida a transformar o cuidado com o fumante em prioridade de saúde pública, não como punição, mas como política de vida. É necessário investir em capacitação profissional, em campanhas que valorizem a escuta e a empatia, e em redes de apoio capazes de sustentar o processo de cessação em longo prazo.

O cuidado com quem fuma, portanto, não se resume a estatísticas nem a campanhas de impacto. Ele se expressa na forma como escutamos, acolhemos e caminhamos junto. Servir à vida é, acima de tudo, assumir o compromisso com a experiência do outro. Não basta falar de riscos — é preciso falar de possibilidades. E garantir que o sistema de saúde seja, para cada paciente, uma ponte para respirar com mais liberdade, autonomia e dignidade.

Dia Nacional de Combate ao Fumo

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica impacto negativo do tabagismo na saúde da mulher

Data celebrada dia 29 de agosto serve para reconhecer e enfrentar as particularidades do impacto do tabagismo na saúde

Nesta quinta-feira, 29 de agosto, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data criada para refletir sobre os danos causados pelo tabagismo.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano – 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto do produto, enquanto cerca de 1,2 milhão são não-fumantes expostos ao fumo passivo. Dados do Ministério da Saúde, no Brasil 9,3% de adultos com mais de 18 anos são fumantes – eles se dividem entre 10,2% de homens e 7,2% de mulheres.

Além de números, há também diferenças entre os efeitos do tabagismo em homens e mulheres. O cigarro tem impactos distintos na saúde feminina, acentuando uma série de problemas.

Dr. Ciro Kirchenchtejn, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que o tabagismo tem uma história complexa e uma evolução no marketing voltada para esses públicos diferentes.

Desde o final do século 19, a indústria do tabaco desenvolveu campanhas publicitárias distintas para homens e mulheres. Para os homens, o marketing associava o cigarro a sucesso e virilidade, enquanto para as mulheres, os cigarros eram promovidos como uma forma de emagrecimento e sofisticação”, lembrou o especialista.

De acordo com o pneumologista, o tabagismo feminino resulta em uma maior prevalência de certas doenças.

Embora homens e mulheres compartilhem doenças comuns associadas ao tabagismo, como câncer de pulmão e doença pulmonar, as mulheres têm uma propensão maior a desenvolver câncer de pulmão, além de doenças específicas do aparelho reprodutivo”, explicou Kirchenchtejn.

O especialista ressalta que mulheres fumantes enfrentam riscos adicionais durante a gravidez, como parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer e complicações que afetam tanto a mãe quanto a criança.

Se uma mulher deseja engravidar, o ideal é parar de fumar antes de tentar conceber. Contudo, parar de fumar para melhorar a saúde em geral é uma escolha benéfica a qualquer momento”, afirmou.

As diferenças biológicas tornam as mulheres mais suscetíveis a certos problemas de saúde relacionados ao tabagismo, segundo o especialista.

As mulheres metabolizam a nicotina de forma diferente devido aos efeitos do estrógeno, o que pode resultar em uma maior produção de nitrosaminas, substâncias cancerígenas presentes no cigarro”, disse o médico.

Questões emocionais e comportamentais também afetam o modo como as mulheres lidam com o ato de fumar.

O especialista enfatiza a importância de abordar a dependência psicológica, além da física, no processo de cessação do tabagismo.

Programas de cessação devem incluir terapia cognitivo-comportamental para ajudar as pessoas a lidarem com os gatilhos emocionais e comportamentais que levam ao tabagismo”.

Buscar ajuda profissional é de suma importância para ter êxito na tentativa de parar de fumar.

Embora seja possível parar de fumar sozinho, a maioria das pessoas precisa de suporte adicional para ter sucesso. Programas estruturados e acompanhamento profissional aumentam significativamente as chances de sucesso”, lembrou o especialista.

Neste Dia Nacional de Combate ao Fumo, é preciso reconhecer e enfrentar as particularidades do impacto do tabagismo na saúde e promover estratégias eficazes para acabar com o uso do tabaco.

Cigarros eletrônicos

O pneumologista também lembrou que, além do cigarro convencional, os eletrônicos – conhecidos como vapes, pod, pendrive, caneta, entre outros nomes – também fazem mal à saúde.

Os cigarros eletrônicos muitas vezes contêm mais nicotina do que os cigarros tradicionais e são frequentemente direcionados a jovens e grupos vulneráveis”, alertou o especialista, que também menciona os riscos ambientais e legais associados ao uso desses produtos, que muitas vezes são adquiridos de forma irregular e contribuem para a poluição com metais pesados.

As substâncias usadas nesses aparelhos podem causar tanto mal quanto o cigarro comum quando vaporizadas e inaladas. Como contém concentrações altíssimas de nicotina, muitas vezes transformada para se tornar mais rapidamente absorvida, o dispositivo eletrônico torna o ato de fumar altamente viciante.

USO DOS CIGARROS ELETRÔNICOS | ZERO TABU

Por que é tão fácil ficar dependente?

Os cigarros eletrônicos contêm nicotina, uma substância altamente viciante que pode levar à dependência rapidamente. Além disso, os sabores atraentes e a facilidade de uso contribuem para que muitas pessoas, especialmente jovens, comecem a usá-los sem perceber os riscos.

Entender estes riscos é o primeiro passo para tomar decisões informadas sobre sua saúde. Cuide de você e dos que estão ao seu redor. A informação é a melhor defesa contra o vício!

Descubra mais sobre os perigos da dependência dos cigarros eletrônicos nesse novo episódio da série “Zero Tabu” com o Dr. Gustavo Faibischew Prado, pneumologista do nosso hospital e, se precisar de ajuda, agende uma consulta com nossos especialistas: http://bit.ly/418Rf9L

Resp. Técnico: Haggeas da Silveira Fernandes CRM: 71855

Os malefícios de fumar em casa, mesmo na varanda ou com a janela aberta

Uma das drogas mais comuns, o cigarro é associado a complicações na saúde que afetam não só os usuários diretos como também os chamados fumantes passivos. Conforme o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, do Ministério da Saúde, com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 milhão de pessoas morrem todos os anos devido à exposição ao fumo passivo.

Além de estar relacionado à infertilidade, ao câncer, a doenças cardiovasculares e tantas outras em usuários tabagistas, o cigarro causa um tipo de poluição especialmente perigosa ao meio ambiente. Quando usado em espaços menores como os lares e fumódromos, entretanto, aumenta os riscos do fumo passivo por terceiros, incluindo crianças e animais domésticos.

Fumar em casa faz mal

É comum, ao entrar em locais onde se faz o uso de tabagismo, notarmos a presença de paredes e tetos amarelados. Essa parte pode ser resolvida com limpeza e
manutenção, mas o verdadeiro perigo é invisível e pode escapar até o olfato.

Segundo Ciro Kirchenchtejn, médico pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os resquícios do cigarro permanecem no ambiente mesmo após apagado e sem fumaça. “O cigarro tem entre cinco e sete mil substâncias químicas. Entre elas, oitenta que causam câncer e o monóxido de carbono. Quem fuma, inala estas substâncias e se arrisca a desenvolver as doenças mais letais do mundo ocidental, e o mesmo pode acontecer com os fumantes passivos“, salienta.

O médico explica com um exemplo: a contaminação de terceiros pelo tabaco ocorre de forma que, mesmo que a substância seja usada em uma sala após as crianças irem dormir em outro cômodo, caso fossem submetidas a um exame de urina na manhã seguinte, ainda seria possível detectar nicotina nas amostras. “A fumaça é altamente contaminante e a ideia de fumar em um aposento diferente, ou mesmo em uma varanda, não diminui o risco das pessoas que estão em casa“, observa.

Apesar do ideal ser abandonar o vício, Ciro indica que o ato seja feito fora de casa, descartando até mesmo o uso da substância no carro, que também carrega os vestígios malignos do cigarro. O médico ainda cita um terceiro efeito, com riscos ainda desconhecidos: “A fuligem que sobra do cigarro fica em tapetes e no chão. Animais domésticos e bebes, no contato da pele, também podem se contaminar, e não sabemos a magnitude deste risco“.

É de conhecimento, entretanto, que tanto animais quanto pessoas que entram em contato com as cinzas e a fumaça podem desenvolver asma, bronquiolite, meningite, dores de cabeça e mais.

Para além dos perigos à saúde, o pneumologista ainda lembra que o ato de fumar em casa é um grande causador de incêndios e acidentes domésticos e os malefícios não se resumem apenas ao cigarro comum. “Tanto os eletrônicos e narguilés quanto os cachimbos e charutos são contaminantes e podem provocar as mesmas doenças, ainda que em magnitudes e prevalências diferentes entre si. Todas elas, entretanto, produzem dependência pela nicotina“.

Perigos do fumo passivo às crianças

Apesar de representar perigo para todas as pessoas, bebês e crianças são alvos ainda mais suscetíveis às complicações por tabagismo passivo.

Segundo Tatiana Cicerelli Marchini, pediatra e neonatologista, quando uma criança é exposta ao tabagismo indireto, pode sofrer ou ter pioradas uma série de complicações, a exemplo de problemas respiratórios (asma, bronquite e pneumonia), infecções de ouvido, problemas de crescimento e desenvolvimento, já que o fumo passivo pode afetar o crescimento pulmonar e geral da criança, Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS), problemas cardiovasculares e até mesmo de comportamento e aprendizado.
A médica ainda retoma os perigos de ter crianças expostas a ambientes onde pessoas costumam fumar. “Este fenômeno é conhecido como ‘fumaça de terceira mão’, quando os resíduos de nicotina e outros químicos permanecem nas superfícies e no ar, ainda que com o cigarro já apagado“.

Os perigos da “fumaça de terceira mão” não fogem das outras exposições e permanecem no ambiente, nos móveis, carpetes e nas paredes por semanas ou meses.

Controle ao tabagismo

É disponibilizado através do Instituto Nacional de Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde (MS), tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às pessoas que desejam parar de fumar.

Segundo o portal do órgão, o tratamento no SUS inclui avaliação clínica, abordagem mínima ou intensiva, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa juntamente à abordagem intensiva, em todos os 26 estados e Distrito Federal.

Dia Mundial sem Tabaco | Cigarro eletrônico também faz mal

Nesta sexta (31), comemora-se o Dia Mundial sem Tabaco, uma data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. A cada ano, a ocasião acompanha um tema específico, e em 2024 o assunto é proteger as crianças da interferência da indústria do tabaco, principalmente levando em consideração a popularidade crescente do cigarro eletrônico.

Eis o que acontece com o pulmão de quem fumou por 20 anos

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), há 1,3 bilhão de usuários de tabaco em todo o mundo, sendo que o tabaco mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano.

Dentro desse número, mais de 7 milhões de fumantes ativos, e o que é mais surpreendente: 1 milhão de não fumantes expostos ao fumo passivo.

A organização também estima que a expectativa de vida dos fumantes é pelo menos dez anos mais curta do que a dos não fumantes.

O tabaco é o único produto de consumo legal que mata até metade de seus usuários quando usado exatamente de acordo com as instruções do fabricante. As empresas de tabaco gastam mais de US$ 8 bilhões por ano em marketing e publicidade“, argumenta a OPAS, na cartilha referente ao Dia Mundial sem Tabaco 2024.

Dia Mundial sem Tabaco

A OMS criou o Dia Mundial Sem Tabaco em 1987, com um apelo para que a população saiba dos malefícios do cigarro e busque parar esse hábito.

Neste ano, a campanha de conscientização é destinada a jovens de todo o mundo, com destaque para o impacto negativo a questões como saúde física e mental, sustentabilidade, poluição plástica, devastação ambiental e mudanças climáticas. Dentro da temática deste ano, a organização também aborda trabalho infantil, pobreza e desigualdade.

Segundo dados de 2022 recolhidos pela OMS, em todo o mundo, pelo menos 37 milhões de jovens com idades entre os 13 e os 15 anos consomem algum tipo de tabaco.

A recomendação estipulada pela OPAS é que jovens pressionem os governos de seus países para implementar medidas para evitar o uso do tabaco e a dependência da nicotina.

Do ponto da vista da instituição, o público juvenil também pode “exigir que as empresas de tabaco sejam responsabilizadas financeiramente pelos danos passados, presentes e futuros causados por suas atividades“.

Cigarro eletrônico

Não tem como falar de tabagismo e jovens sem mencionar o cigarro eletrônico, já que esse produto tem conquistado cada vez mais adeptos entre esse público ao investir em uma cara moderna, com aditivos de aroma e sabor atraentes, mas que no fim das contas mais atrapalha do que ajuda . Com isso, o famoso vape é um dos focos da campanha da OMS.

“Qualquer derivado do tabaco é danoso à saúde individual e coletiva, mas é lucrativo para o fabricante. E a dependência à nicotina é a peça-chave deste negócio. São usadas táticas camufladas de inserções em redes sociais e plataformas de vídeos curtos, especialmente através do uso por alguma pessoa influente. É o novo posicionamento da indústria”, diz o pneumologista Gustavo Prado do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“Proibida de veicular peças publicitárias em revistas, jornais, televisão e outras mídias, essa indústria busca divulgar seus novos produtos de forma mais furtiva, fantasiada de espontânea, e frequentemente viral”, afirma.

Malefícios do cigarro eletrônico

Diferente do que se pode pensar, o vape traz diversos males para a saúde. Um estudo já mostrou, por exemplo, que o uso regular de vape equivale a fumar 20 cigarros por dia . Recentemente, cientistas descobriram que o cigarro eletrônico aumenta a probabilidade de infarto .

Logo, o pneumologista expõe que a ideia do uso de cigarros eletrônicos como alternativa menos prejudicial ao tabagismo convencional é um argumento enganoso.

A Dra. Cristiane Adami, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, também compartilha dessa ideia. “O grande problema, a meu ver, está nos componentes que não são verdadeiramente informados nos rótulos e possuem alta capacidade cancerígena”, diz a médica.

“Dentre os mais frequentemente encontrados, estão a nicotina, o propilenoglicol, a glicerina, o 2-clorofenol, o polônio-210 e inúmeros metais pesados”, completa.

Fumo de mascar

No caso do fumo de mascar (ou chewing tobacco, como também é chamado), apesar de não ser inalável, também não ajuda a quem deseja superar o vício da nicotina, e ainda oferece riscos à saúde.

“Mascar tabaco também expõe as mucosas da boca e da garganta a mais de 20 tipos de substâncias tóxicas que, da mesma forma que o cigarro comum, podem levar a doenças gengivais, problemas dentários e mesmo a tumores da boca e da garganta”, diz Dr. Rui Imamura, também otorrinolaringologista do Hospital Paulista

Seja de qual forma for o consumo da nicotina, a recomendação dos médicos é ter atenção a certos sintomas como rouquidão, dor de garganta, dor para engolir, dor irradiada para o ouvido, pigarro constante, ou com sangue, dificuldade ou barulho ao respirar devem procurar o médico.

Dito isso, vale aproveitar o Dia Mundial Sem Tabaco como o pontapé inicial para a árdua tarefa de parar de fumar — seja cigarro eletrônico ou o comum.

30 dias para parar de fumar

O National Health Service (NHS, serviço de saúde britânico) tem algumas recomendações para quem pretende parar de fumar, como dizer às pessoas que você está parando, listar seus gatilhos para fumar e como evitá-los (por exemplo: café) e fazer exercícios físicos para afastar o desejo.

Se você ainda não sabe como parar de fumar, o órgão de saúde britânico ressalta a necessidade de lembrar constantemente de que não existe “apenas um cigarro”. Ou seja: não abrir exceções.

Na teoria, parece fácil. Mas na prática, não é tão simples. Por isso, pode ser importante recorrer a um dos remédios para parar de fumar. Existem os nicotínicos e medicamentos não-nicotínicos, e você deve buscar um médico para te indicar o melhor tratamento.

Você também vai precisar de ajuda para lidar com a abstinência. Os sintomas aparecem de maneira mais acentuada e desconfortável, especialmente 24h depois que você para de fumar. Dor de cabeça, tontura e tosse são os principais sinais do restabelecimento do organismo.

Na cartilha, o NHS revela que 20 minutos sem cigarro já é o suficiente para a pulsação voltar ao normal. Depois de oito horas sem fumar, os níveis de oxigênio começam a se recuperar e o nível prejudicial de monóxido de carbono no sangue reduz pela metade.

Após dois dias sem fumar, todo o monóxido de carbono é eliminado, e os pulmões passam a eliminar o muco. Os sentidos de paladar e olfato melhoram. Após 72 horas, a respiração fica mais fácil, é porque os brônquios começam a relaxar.

Ao parar de fumar por 30 dias, o sangue estará bombeando muito melhor para o coração e os músculos, porque sua circulação terá melhorado.

Dia Mundial Sem Tabaco: Cigarro eletrônico é porta de entrada para tabagismo entre jovens

31 de maio é a data que marca o combate ao tabagismo que mata todos os dias

Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu como foco do Dia Mundial Sem Tabaco (31/5), proteger as crianças da interferência da indústria do tabaco. A estimativa é de que 37 milhões de jovens, entre 13 e 15 anos, consumam tabaco e a nova porta de entrada para o fumo nesse público é o cigarro eletrônico.

Com o tema “Jovens entram em cena e falam”, a OMS quer instigá-los a exigir dos poderes públicos a proteção contra as táticas predatórias do marketing da indústria do tabaco, que atualmente tem os jovens como alvo, com objetivo de atrair sua atenção a um produto com uma cara moderna e aditivos de aroma e sabor bastante atraentes, mas que por trás dessa cortina de fumaça, é mais um derivado do tabaco que causa dependência, adoecimento e morte.

Qualquer derivado do tabaco é danoso à saúde individual e coletiva, mas é lucrativo para o fabricante. E a dependência à nicotina é a peça-chave deste negócio. São usadas táticas camufladas de inserções em redes sociais e plataformas de vídeos curtos, especialmente através do uso por alguma pessoa influente. É o novo posicionamento da indústria”, diz o pneumologista Gustavo Prado do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que complementa.

Proibida de veicular peças publicitárias em revistas, jornais, televisão e outras mídias, essa indústria busca divulgar seus novos produtos de forma mais furtiva, fantasiada de espontânea, e frequentemente viral”, diz o especialista.

Outro ponto que a OMS levanta com a campanha é de que, em todo mundo, adolescentes na faixa dos 13 aos 15 anos usam mais cigarros eletrônicos que os adultos.

Pendrive”, vape, pod, caneta, existem diversos dispositivos que atraem os jovens para a dependência do tabaco e nicotina. Quando vaporizadas e inaladas, essas substâncias usadas nesses aparelhos podem causar tanto mal quanto o cigarro comum. Como contém concentrações altíssimas de nicotina, muitas vezes transformada para se tornar mais rapidamente absorvida, esses “cigarros” provavelmente até mais rápido que os convencionais.

No Brasil, a proibição de importação, publicidade e venda de cigarros eletrônicos está em vigor desde 2009. No mês passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma resolução em que manteve as restrições ao produto no país. No entanto, não é difícil encontrar o dispositivo à venda em sites, assim como os insumos (e-líquidos) usados para fumar.

De acordo com o pneumologista do Hospital, aditivos de aroma e sabor foram desenvolvidos há décadas para a indústria do tabaco dirigir seus produtos para crianças e adolescentes, tornando-os mais atrativos e diminuindo percepções mais desconfortáveis nas primeiras experiências de consumo.

A presença desses aditivos nos cigarros eletrônicos, assim como o projeto de desenho de produtos mais atraentes, o uso prático e fácil, em qualquer lugar, além de muitas vezes também mais furtivo já que não gera fumaça, por não envolver combustão, e ser menos perceptível pelos outros, facilita seu uso e contorna as proibições de consumo em locais fechados”, acrescentou o especialista.

Segundo o pneumologista, a ideia do uso de cigarros eletrônicos como alternativa menos prejudicial ao tabagismo convencional é um argumento enganoso dos que defendem os fabricantes destes produtos. Já há evidências robustas publicadas sobre a equivalência de vapes e cigarros de tabaco queimado no risco para doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas e da cavidade oral, além da crescente suspeita de também causarem os mesmos tipos de câncer que os cigarros.

A transição do cigarro convencional para os dispositivos eletrônicos leva, na maioria das vezes, à conversão a um padrão de consumo duplo, ou seja, o uso de cigarros convencionais junto aos dispositivos eletrônicos, o que comprovadamente causa mais males que cada um deles isoladamente.

Um estudo apresentado no congresso anual da American Thoracic Society, realizado no começo deste mês nos Estados Unidos, apontou que ainda não está evidente que a mudança para o uso de cigarros eletrônicos após parar de fumar reduza o risco futuro de câncer de pulmão; assim sendo, a única estratégia segura de reduzir o risco de câncer é realmente parar de fumar.

Já outro estudo divulgado na semana passada na Coreia do Sul apontou que pessoas que pararam de fumar cigarros e passaram a usar os dispositivos eletrônicos têm maior probabilidade de desenvolver câncer de pulmão do que aquelas que não usam os “vapes”.

Foi o primeiro grande estudo de base populacional no país que demonstrar o risco aumentado de câncer pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos após parar de fumar, informou o Hospital Bundang da Universidade Nacional de Seul.

A preocupação é grande entre oncologistas, apesar de não ter a causalidade comprovada do uso de cigarros eletrônicos com câncer, como no uso do tabaco, mas tem potencial cancerígeno, além de saborizantes e produtos químicos. É uma questão de tempo para ter relatos de câncer provocados por vape”, disse o Dr. Carlos Henrique Teixeira, coordenador do núcleo de pulmão do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Problema de saúde pública

O tabagismo é conhecido como tabagismo, um problema de saúde pública, caracterizado como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente em cigarros, charutos, narguilé, cachimbo e nos cigarros eletrônicos.

O tabagismo pode contribuir para o desenvolvimento mais de 50 enfermidades de acordo com a OMS, incluindo os cânceres das cavidades oral e nasal, de laringe, pulmão, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, mama, ovário, bexiga e colo de útero, além de doenças como tuberculose, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

No Brasil, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer) 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo. Cerca de R$ 125 bilhões são gastos com danos causadas pelo tabagismo no SUS (Sistema Único de Saúde) e na economia como um todo no país. Pouco mais de 161 mil mortes anuais seriam evitadas, de acordo com o Inca.

Dia Mundial Sem Tabaco: Cigarro eletrônico é porta de entrada para tabagismo entre jovens

31 de maio é a data que marca o combate ao tabagismo que mata todos os dias

São Paulo, 27 maio de 2024 – Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu como foco do Dia Mundial Sem Tabaco (31/5), proteger as crianças da interferência da indústria do tabaco. A estimativa é de que 37 milhões de jovens, entre 13 e 15 anos, consumam tabaco e a nova porta de entrada para o fumo nesse público é o cigarro eletrônico.

Com o tema “Jovens entram em cena e falam”, a OMS quer instigá-los a exigir dos poderes públicos a proteção contra as táticas predatórias do marketing da indústria do tabaco, que atualmente tem os jovens como alvo, com objetivo de atrair sua atenção a um produto com uma cara moderna e aditivos de aroma e sabor bastante atraentes, mas que por trás dessa cortina de fumaça, é mais um derivado do tabaco que causa dependência, adoecimento e morte.

“Qualquer derivado do tabaco é danoso à saúde individual e coletiva, mas é lucrativo para o fabricante. E a dependência à nicotina é a peça-chave deste negócio. São usadas táticas camufladas de inserções em redes sociais e plataformas de vídeos curtos, especialmente através do uso por alguma pessoa influente. É o novo posicionamento da indústria”, diz o pneumologista Gustavo Prado do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que complementa.

“Proibida de veicular peças publicitárias em revistas, jornais, televisão e outras mídias, essa indústria busca divulgar seus novos produtos de forma mais furtiva, fantasiada de espontânea, e frequentemente viral”, diz o especialista

Outro ponto que a OMS levanta com a campanha é de que, em todo mundo, adolescentes na faixa dos 13 aos 15 anos usam mais cigarros eletrônicos que os adultos.

“Pendrive”, vape, pod, caneta, existem diversos dispositivos que atraem os jovens para a dependência do tabaco e nicotina. Quando vaporizadas e inaladas, essas substâncias usadas nesses aparelhos podem causar tanto mal quanto o cigarro comum. Como contém concentrações altíssimas de nicotina, muitas vezes transformada para se tornar mais rapidamente absorvida, esses “cigarros” provavelmente até mais rápido que os convencionais.

No Brasil, a proibição de importação, publicidade e venda de cigarros eletrônicos está em vigor desde 2009. No mês passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma resolução em que manteve as restrições ao produto no país. No entanto, não é difícil encontrar o dispositivo à venda em sites, assim como os insumos (e-líquidos) usados para fumar.

De acordo com o pneumologista do Hospital, aditivos de aroma e sabor foram desenvolvidos há décadas para a indústria do tabaco dirigir seus produtos para crianças e adolescentes, tornando-os mais atrativos e diminuindo percepções mais desconfortáveis nas primeiras experiências de consumo.

“A presença desses aditivos nos cigarros eletrônicos, assim como o projeto de desenho de produtos mais atraentes, o uso prático e fácil, em qualquer lugar, além de muitas vezes também mais furtivo já que não gera fumaça, por não envolver combustão, e ser menos perceptível pelos outros, facilita seu uso e contorna as proibições de consumo em locais fechados”, acrescentou o especialista.

Segundo o pneumologista, a ideia do uso de cigarros eletrônicos como alternativa menos prejudicial ao tabagismo convencional é um argumento enganoso dos que defendem os fabricantes destes produtos. Já há evidências robustas publicadas sobre a equivalência de vapes e cigarros de tabaco queimado no risco para doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas e da cavidade oral, além da crescente suspeita de também causarem os mesmos tipos de câncer que os cigarros.

A transição do cigarro convencional para os dispositivos eletrônicos leva, na maioria das vezes, à conversão a um padrão de consumo duplo, ou seja, o uso de cigarros convencionais junto aos dispositivos eletrônicos, o que comprovadamente causa mais males que cada um deles isoladamente.

Um estudo apresentado no congresso anual da American Thoracic Society, realizado no começo deste mês nos Estados Unidos, apontou que ainda não está evidente que a mudança para o uso de cigarros eletrônicos após parar de fumar reduza o risco futuro de câncer de pulmão; assim sendo, a única estratégia segura de reduzir o risco de câncer é realmente parar de fumar.

Já outro estudo divulgado na semana passada na Coreia do Sul apontou que pessoas que pararam de fumar cigarros e passaram a usar os dispositivos eletrônicos têm maior probabilidade de desenvolver câncer de pulmão do que aquelas que não usam os “vapes”.

Foi o primeiro grande estudo de base populacional no país que demonstrar o risco aumentado de câncer pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos após parar de fumar, informou o Hospital Bundang da Universidade Nacional de Seul.

“A preocupação é grande entre oncologistas, apesar de não ter a causalidade comprovada do uso de cigarros eletrônicos com câncer, como no uso do tabaco, mas tem potencial cancerígeno, além de saborizantes e produtos químicos. É uma questão de tempo para ter relatos de câncer provocados por vape”, disse o Dr. Carlos Henrique Teixeira, coordenador do núcleo de pulmão do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Problema de saúde pública

O tabagismo é conhecido como tabagismo, um problema de saúde pública, caracterizado como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente em cigarros, charutos, narguilé, cachimbo e nos cigarros eletrônicos.

O tabagismo pode contribuir para o desenvolvimento mais de 50 enfermidades de acordo com a OMS, incluindo os cânceres das cavidades oral e nasal, de laringe, pulmão, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, mama, ovário, bexiga e colo de útero, além de doenças como tuberculose, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

No Brasil, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer) 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo. Cerca de R$ 125 bilhões são gastos com danos causadas pelo tabagismo no SUS (Sistema Único de Saúde) e na economia como um todo no país. Pouco mais de 161 mil mortes anuais seriam evitadas, de acordo com o Inca.

Dia Nacional de Combate ao Fumo: a importância da conscientização

Especialistas alertam para o perigo das novas formas de consumo do tabaco, como o cigarro eletrônico

O câncer de pulmão é o segundo tipo de câncer mais comum em todo o mundo, ficando atrás apenas do câncer de mama. No Brasil, ocupa a quarta posição na lista de incidência de câncer, vindo depois dos cânceres de mama, próstata e intestino.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo está associado à morte de cerca de 162 mil pessoas por ano no Brasil. Estima-se que entre 2023 e 2025, aproximadamente 30 mil novos casos de câncer de pulmão relacionados ao consumo de tabaco serão registrados anualmente.

Nesta terça-feira, 29 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão.

O Portal IG entrevistou dois especialistas sobre o assunto. Na conversa, o oncologista Carlos Teixeira e o pneumologista Gustavo Prado, ambos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, abordaram a importância da conscientização e os riscos das novas formas de consumo.

Qual é a importância da conscientização e prevenção ao tabagismo?

É importante para destacar os riscos relacionados ao consumo do tabaco, independentemente da forma ou do produto consumido. Cigarro, cachimbo, charuto e cigarros eletrônicos, todos eles causam doenças e óbitos.

Portanto, conscientizar as pessoas sobre a importância e também reforçar as políticas de controle do tabagismo, estratégias recomendadas pela OMS para reduzir a iniciação de crianças, jovens e adolescentes ao consumo do tabaco, é muito válido.

Vale ressaltar que não existe forma segura de consumir tabaco ou seus derivados. A conscientização é ainda mais relevante para lembrar as pessoas de que o cigarro e o tabagismo como um todo são a maior causa evitável de mortes no mundo, levando ao óbito cerca de 8 milhões de pessoas a cada ano, incluindo 1,3 milhão por tabagismo passivo, ou seja, não fumantes expostos à fumaça do tabaco.- Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Como o tabagismo impacta a saúde da população em termos de doenças?

O tabagismo é responsável por cerca de 1/3 de todas as mortes por câncer, doenças respiratórias e doenças cardiovasculares.

Algumas doenças respiratórias, como a doença pulmonar obstrutiva crônica, e alguns tipos de câncer, como o câncer de pulmão, têm mais de 70% dos casos e óbitos atribuíveis ao tabagismo. – Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Quais são os tratamentos mais eficazes para ajudar quem é fumante a abandonar o hábito?

Atualmente, é possível tratar esses pacientes com terapia medicamentosa e apoio psicoterapêutico. No entanto, cada caso deve ser avaliado individualmente. Daí a importância de buscar ajuda profissional para determinar a melhor alternativa de tratamento. – Carlos Teixeira, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Quais são os desafios adicionais que as novas formas de consumo do tabaco, como o cigarro eletrônico, trazem para o combate ao tabagismo?

O cigarro eletrônico pode ser uma porta de entrada para outras drogas, além de ser um hábito compartilhado com o cigarro tradicional. Ainda não se conhece todo o potencial destrutivo do cigarro eletrônico, mas é certo que ele contém diversos componentes potencialmente carcinogênicos.

Campanhas voltadas para o público jovem são essenciais para evitar retrocessos nos índices de tabagistas no Brasil. É urgente que tenhamos uma política mais restritiva para o uso desses componentes eletrônicos, que, apesar da proibição de comercialização, ainda são utilizados indiscriminadamente. – Carlos Teixeira, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

29 de agosto – Dia Nacional de Combate ao Fumo

Tabagismo está associado a 90% dos casos de câncer de pulmão

Especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alertam para a conscientização da doença

São Paulo, 24 de agosto de 2023 – O câncer de pulmão está ganhando, cada vez mais, holofotes. O tumor corresponde a cerca de 13,5% de todos os tipos de cânceres, e já representa o segundo tipo mais frequente, superado apenas pelo de mama, entre as mulheres, e de próstata, entre os homens, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer). O tabagismo é o principal fator de risco que leva à doença, já que há cerca de 70 substâncias cancerígenas nos cigarros. Pelo menos 30% de todos os casos de câncer no mundo são atribuíveis ao tabagismo. No câncer de pulmão, essa fração corresponde a mais de 70%. Pessoas que fumam por muitos anos podem ter o risco de câncer de pulmão cerca de 25 vezes maior que não fumantes. O consumo do tabaco é a principal causa de morte evitável no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) e estima-se que um terço da população mundial adulta seja fumante, ou seja, 1,2 bilhão de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres).

O tabagismo é uma doença, classificada pela OMS como dependência da nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco: seja cigarro, cigarro de palha, fumo de rolo, narguilé, cigarrilha, charuto ou cachimbo. Após ser absorvida, a nicotina atinge o cérebro entre sete e 19 segundos, ativando áreas de sistemas de “recompensa”, o que provoca uma sensação de prazer, além de momentaneamente mascarar sintomas de ansiedade e depressão, o que explica, em parte, os fumantes buscarem o cigarro em situações de estresse.

Ainda do acordo com a OMS medidas adotadas nos últimos 15 anos para reduzir o consumo do tabagismo evitaram 300 milhões de mortes. “Mas é preciso lembrar que no mundo, 8,7 milhões de pessoas ainda morrem por causa do cigarro todos os anos. Entre eles, 1,3 milhão são os chamados fumantes passivos (pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes), sendo 50 mil crianças que perderam a vida por infecções respiratórias e outras condições relacionadas à exposição passiva ao tabaco”, explica o Dr. Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Fumo passivo

A exposição involuntária ao tabaco aumenta os riscos de doenças cardiovasculares, respiratórias, infecciosas e câncer na população em geral, além de acelerar condições crônicas e degenerativas, como a insuficiência renal e as síndromes demenciais. “Isso sem falar nas enormes complicações para as gestantes e aos bebês, como o aumento do risco de abortamentos, o retardo do crescimento intrauterino, a prematuridade e as complicações pós-parto ao neonato”, esclarece Dr. Gustavo Prado. As crianças expostas à fumaça do cigarro têm mais crises de asma, infecções e sintomas respiratórios crônicos, e menor desenvolvimento dos pulmões ao longo de seu crescimento. Já os adultos podem ter o risco de infarto e câncer aumentados em 30% em comparação àqueles que não são expostos.

O especialista enfatiza que o tabagismo é considerado uma doença crônica, ainda mais desastrosa em países de baixa e média renda. Segundo o periódico The Lancet, de 2021, o protagonismo do Brasil com a adoção de leis e políticas públicas antifumo reduziu em ¾ a prevalência do tabagismo entre os adultos. Em 1989 tínhamos 35% de adultos fumantes e, atualmente, temos algo em torno de 10%. “Os gases, vapores e materiais particulados da poluição do cigarro demoram até 24 horas para se espalhar completamente e, neste tempo, pode ocorrer também a dispersão de partículas minúsculas, com menos de 1 milésimo de milímetro, antes depositadas no piso e mobiliário, voltando a se tornar inaláveis”, diz Dr. Gustavo.

O Brasil continua sendo exemplo no controle do tabagismo. Mesmo assim temos um longo caminho pela frente principalmente para a proteção dos não fumantes. Por exemplo, o fumante, ao buscar o filho na escola, horas depois de ter fumado no carro, vai expor a criança aos componentes da fumaça do cigarro, que permanecem no veículo, assim como nos cômodos da casa em que os pais fumaram. “Não há meios eficazes de ventilação, purificação de ar e exaustão que reduzam todas as substâncias tóxicas a uma concentração que seja segura. Por isso, a ideia de espaços reservados para fumantes é outra deturpação do conceito de proteção, uma vez que impõem aos fumantes confinados a inalação de concentrações altíssimas dos poluentes da queima do tabaco”, esclarece o pneumologista.

“Precisamos ficar atentos ao uso do cigarro eletrônico, que apesar de ter sua comercialização proibida no Brasil, está conquistando mais adeptos, principalmente entre o público jovem. “Doenças respiratórias, cardiovasculares e intoxicações agudas por nicotina são complicações já bastante descritas em usuários de dispositivos eletrônicos para fumar, além de situações dramáticas como intoxicações por nicotina em crianças e a lesão pulmonar aguda relacionada ao “vape”, que pode levar o usuário de cigarros eletrônicos à morte”, pontua Dr. Gustavo.

Tabagismo e câncer de pulmão

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz são realizados exames para detectar precocemente o câncer de pulmão, por meio da tomografia de tórax de baixa dose (com menor exposição à radiação), que possibilita avaliar lesões pulmonares suspeitas. Essa estratégia de busca ativa entre pessoas sem sintomas pode ser indicada para pacientes com mais de 50 anos com histórico de tabagismo. Pessoas que fumam pelo menos um maço de cigarro por dia, durante 20 anos, estão na classificação de risco, elegível para essa estratégia de diagnóstico precoce.

“O tratamento de câncer de pulmão é o que mais avançou nos últimos anos. E os pacientes que são diagnosticados com o subtipo chamado adenocarcinoma, precisam realizar uma pesquisa denominada “perfil molecular do câncer de pulmão”. Se identificado mutações nessa pesquisa é realizado um tratamento direcionado para estes pacientes, geralmente com medicações (comprimidos) com alta eficácia, mas, infelizmente, ainda não estão disponíveis no SUS”, explica Dr. Carlos Teixeira, oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com o oncologista, não só os pacientes fumantes desenvolvem o câncer de pulmão. Há pacientes com câncer de pulmão que nunca fumaram, mas que desenvolveram a doença por outros fatores de risco, como por exemplo, a poluição ambiental. “A inalação desses poluentes a longo prazo pode desencadear o desenvolvimento do câncer. Isto pode ocorrer, também, em pacientes jovens e não fumantes, e existe, ainda, um percentual de pacientes que desenvolvem a doença por herança genética”, esclarece.

Benefícios em parar de fumar

  • Após 20 minutos a pressão arterial já se normalizou;
  • Em 2 horas já não há mais nicotina circulando na corrente sanguínea;
  • Entre 12 e 24 horas após deixar de fumar os pulmões já funcionam melhor;
  • Após 1 ano de abandono do vício o risco de morte por infarto cai pela metade;
  • Entre 5 e 10 anos o risco de infarto em um ex-fumante será igual ao de uma pessoa que nunca fumou.

8 milhões de pessoas no mundo morrem por ano em decorrência do consumo do tabaco

Tabagismo é um problema emergente de saúde pública que mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano em todo o mundo.

No último dia do mês de maio é celebrado o “Dia Mundial sem Tabaco”. A iniciativa foi criada há 36 anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e visa conscientizar a população sobre os males causados pelos produtos derivados do tabaco. De acordo com a OMS, 8 milhões de pessoas no mundo morrem por ano em decorrência do consumo do tabaco. Destes óbitos, 1,2 milhão correspondem a fumantes passivos, ou seja, pessoas que não fumam, mas que convivem com fumantes.

O tabagismo é um problema emergente de saúde pública, caracterizado como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente em produtos como cigarros, charutos, narguilé, cachimbo, cigarros eletrônicos, entre outros.

Doenças relacionadas ao tabagismo

O consumo do tabaco pode contribuir para o desenvolvimento mais de 50 enfermidades de acordo com a OMS, incluindo os cânceres das cavidades oral e nasal, de laringe, pulmão, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, mama, ovário, bexiga e colo de útero, além de doenças como tuberculose, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Segundo o Dr. Gustavo Faibischew Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e coordenador da comissão de câncer da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, “não há nenhuma quantidade segura para o consumo do tabaco e seus derivados. Mais ainda, é importante lembrar que mesmo consumos pequenos ou infrequentes estão relacionados ao aumento do risco de adoecimento e óbito”, afirma.

Diagnóstico e tratamento

Para realizar o tratamento do tabagismo é interessante que as pessoas busquem ajuda médica para avaliar seu quadro clínico, independentemente de sua faixa etária, do número de cigarros consumidos ou do tempo que se é fumante. De acordo com o Dr. Prado, sempre é possível e benéfico parar de fumar. “Em qualquer fase da vida, os pacientes que cessam o consumo, experimentam benefícios imediatos e prolongados para a saúde, como mais disposição para praticar atividades físicas, menor chance de desenvolvimento do câncer e de doenças cardiovasculares e melhora na autoestima, do hálito, da pele e do aspecto dos dentes”, disse.

Ainda de acordo com o especialista, o tratamento é individualizado e envolve abordagens cognitivas e comportamentais, além de poder ser complementado com a prescrição de medicamentos. O acompanhamento médico dos pacientes pode ser realizado pelas especialidades de pneumologia, clínica médica, cardiologia, neurologia e psiquiatria.

Câncer de pulmão e o tabagismo

O uso do cigarro é o fator de risco predominante para o desenvolvimento do câncer de pulmão. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve contabilizar cerca de 704 mil casos de câncer por ano, até 2025, e esse é quinto tumor maligno mais incidente no país. A doença é a terceira mais comum em homens e a quarta mais comum em mulheres no Brasil.

Cigarro Eletrônico

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), chamados popularmente de vapes, e-cigs, ou cigarros eletrônicos, são produtos que estão em alta no mercado nos últimos anos e contém substâncias altamente danosas para o organismo. Segundo o Dr. Gustavo, esses produtos têm potencial de desenvolver e induzir a dependência nos usuários ainda maior que o cigarro comum. Muito embora ainda não tenhamos dados robustos das complicações do uso dos DEFs no longo prazo, já há evidências de que mesmo exposições agudas e de curta duração podem elevar o risco de problemas cardiovasculares em 60% e de acidentes vasculares cerebrais em 70%. Além disso, os cigarros eletrônicos precipitam crises de asma, piora da função pulmonar e facilitam infecções respiratórias. Além de todas essas complicações, os vapes ainda podem provocar a EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar aguda associadas aos vapes), uma complicação pulmonar bastante grave caracterizada por extensa inflamação nos pulmões, que pode levar à insuficiência respiratória e à morte.

Atualmente, estima-se que cerca de 34% dos adolescentes nos EUA e Canadá já experimentaram ao menos uma vez o uso de DEFs, percentual que pode chegar perto de 45% na Europa. No Brasil, apesar da proibição, a prevalência pontual da experimentação de dispositivos eletrônicos para fumar foi estimada neste ano em 13%, mas está crescendo, conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

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