Preconceito e saúde mental masculina são barreiras na busca por diagnóstico

Preconceito e saúde mental masculina são barreiras na busca por diagnóstico e tratamento de câncer de próstata
Campanha Novembro Azul leva conscientização sobre câncer de próstata e cuidados de saúde do homem

O preconceito e a falta de cuidados com a saúde mental estão entre as principais barreiras para que homens busquem diagnóstico e tratamento para doenças que acometem esse público, como o câncer de próstata. Acompanhamento psicológico e psiquiátrico e incentivos para que os mais jovens se habituem a procurar ajuda médica mais cedo estão entre as ações elencadas por especialistas que podem ajudar a mudar esse cenário.

O tumor de próstata é o tipo de câncer que mais causa a morte de homens no país — são cerca de 16 mil óbitos por ano, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). Estimativas da instituição apontam o surgimento de aproximadamente 72 mil novos casos da doença por anos em 2024 e 2025.

Os números, porém, podem não contar a história completa da doença no Brasil, uma vez que há muita subnotificação, dizem especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O preconceito está atrelado a características específicas da própria investigação do quadro, como o exame de toque retal”, diz o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do Serviço de Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Para ele, o exame, que permite detectar alterações na próstata, causa rejeição por levantar questionamentos sobre virilidade e masculinidade.

De uma maneira geral, estamos, hoje, muito menos machistas e preconceituosos com relação à sexualidade masculina do que já fomos, mas ainda há comportamentos que refletem o preconceito”, acrescenta.

As consequências do tratamento, como as possíveis implicações sexuais, também colaboram para essa reação negativa.

Para o psiquiatra, campanhas de conscientização, como o Novembro Azul, que mobiliza organizações de diversos segmentos para sensibilizar a população com relação ao câncer de próstata e aos cuidados da saúde masculina, ajudaram a diminuir a recusa pelo exame de toque e pela busca de outros cuidados médicos nos últimos anos.

Mas ainda há um impacto significativo desse preconceito em pessoas mais velhas, que é o grupo de risco para o câncer de próstata”, afirma Oliveira Neto. Para evitar o mesmo problema com as novas gerações, o médico diz que educar os mais jovens a entrar em contato com os médicos mais cedo, levando-os a cuidarem mais ativamente da própria saúde, pode ajudar a prevenir problemas graves no futuro.

Outra causa apontada pelos especialistas para essa rejeição é que, no passado, os procedimentos eram mais invasivos e os efeitos colaterais eram mais prevalentes. Hoje, novas técnicas, como a cirurgia robótica, ajudaram a diminuir o desconforto do tratamento e a aumentar a qualidade de vida dos pacientes em recuperação, ressalta o médico.

Segundo o Dr. Carlo Passerotti, urologista e cirurgião do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o uso da cirurgia robótica na especialidade trouxe benefícios como diminuição de incontinência urinária e impotência sexual, além de uma recuperação mais rápida após o procedimento.

O receio que muitos homens têm do resultado de uma consulta ou um exame é outro fator que pode gerar sofrimento e que faz com que muitos diagnósticos sejam feitos tardiamente, diz o Dr. Ariel Kann, head do Centro Especializado em Oncologia Clínica no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A descoberta do tumor feita em estágios mais avançados diminui as chances de sucesso de tratamento.

O homem tende a negligenciar um pouco a saúde e, muitas vezes, a mulher ou as filhas atuam como sentinelas, contando ao médico os sinais que percebem, como a urina fora do vaso ou mudanças na forma de andar e se sentar. Como médicos, prestamos atenção ao que elas falam”, conta o médico.

Percebemos que este homem é o líder da família, tenta não demonstrar fraqueza e pensa que precisa estar sempre forte. Assim, a revelação vem por uma filha ou pela esposa”, acrescenta. “A primeira mensagem é: não espere ter sintomas para ter um diagnóstico de câncer de próstata. Quando surgem sintomas, a situação é mais grave”, completa.

Para possibilitar a detecção precoce, a recomendação é que homens de 50 anos ou mais façam todos os anos os exames de toque retal e PSA – teste de sangue que pode detectar alterações na próstata. Homens de algum grupo de risco, como os que têm histórico familiar da doença e pessoas negras, devem iniciar o rastreio aos 45 anos, explica Passerotti.

Quando o diagnóstico é feito ainda nos estágios iniciais da doença, as chances de cura chegam a 90%.

Durante o tratamento, um cuidado multidisciplinar, que conta com profissionais como psicólogos, psiquiatras e fisioterapeutas, pode aliviar o sofrimento do paciente e garantir maior qualidade de vida.

É muito comum o desenvolvimento do transtorno de ajustamento, ou de adaptação, em um quadro oncológico. Diante de uma nova realidade imposta, não desejada, as repercussões em relação ao futuro, à finitude, impactam diretamente a saúde mental do indivíduo”, afirma Oliveira Neto. Assim, exacerbação de sintomas de humor e ansiedade podem aparecer.

Essa população tem um risco maior de surgimento de desenvolvimento de quadros psíquicos. Isso deve ser acompanhado, porque prejudica diretamente o tratamento clínico. Pacientes com depressão tendem a ficar mais tempo em internação em decorrência do câncer”, conclui.

NOVEMBRO AZUL: HOMEM SE CUIDE

O câncer de próstata causa cerca de 16 mil mortes anualmente no Brasil, que é o tipo de câncer com maior mortalidade entre indivíduos do sexo masculino no país, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Ainda segundo a instituição, devem surgir aproximadamente 72 mil novos casos da doença entre os anos de 2024 e 2025.

Com números tão alarmantes, uma pergunta fica no ar: os homens estão cuidando da saúde? E por que não?

“De uma maneira geral, estamos, hoje, muito menos machistas e preconceituosos com relação à sexualidade masculina do que já fomos, mas ainda há comportamentos que refletem o preconceito, que está atrelado a características específicas da própria investigação do quadro, como o exame de toque retal”, diz o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do Serviço de Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Para ele, o exame, que permite detectar alterações na próstata, causa rejeição por levantar questionamentos sobre virilidade e masculinidade.

Desmistificando o Tema

“Percebemos que este homem é o líder da família, tenta não demonstrar fraqueza e pensa que precisa estar sempre forte. Assim, a revelação vem por uma filha ou pela esposa. A primeira mensagem é: não espere ter sintomas para ter um diagnóstico de câncer de próstata. Quando surgem sintomas, a situação é mais grave”, completa Dr. Ariel Kann, head do Centro Especializado em Oncologia Clínica no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Para desmitificar o tema, apresentamos algumas coisas que todos precisam saber sobre a doença, principalmente os homens.

O câncer de próstata afeta homens de todas as idades

Embora a incidência seja maior após os 50 anos, o câncer de próstata pode ocorrer em qualquer idade, até mesmo antes dos 40. Cerca de 62% dos diagnósticos acontecem em homens com mais de 65 anos, mas fatores como histórico familiar e obesidade aumentam o risco em qualquer fase da vida.

Sim, o exame de toque retal é indispensável para o diagnóstico

O exame de toque retal é um procedimento simples, rápido e indolor, realizado para palpar a próstata e verificar se há alterações em seu tamanho, forma ou consistência. Ele é essencial para complementar o exame PSA, pois permite identificar lesões que podem não ser detectadas pelo teste de sangue.

Além disso, o exame de toque retal pode ajudar a definir a necessidade e a localização da biópsia da próstata, que é o único exame capaz de confirmar o diagnóstico de câncer. Portanto, ambos os exames devem ser realizados juntos para uma detecção eficaz, uma vez que são complementares.

Como identificar os sinais do câncer de Próstata

Como identificar os sinais do câncer de próstata

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata é geralmente assintomático. Quando surgem, os sintomas podem ser confundidos com outras condições, como infecções urinárias ou hiperplasia benigna da próstata. Os sinais incluem: dificuldade ao urinar, fluxo fraco, necessidade de urinar com frequência, dor ao urinar, presença de sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica ou lombar e disfunção erétil. Portanto, é essencial realizar exames regulares, mesmo na ausência de sintomas.

O histórico familiar aumenta o risco, mas aproximadamente 85% dos casos ocorrem em homens sem parentes diagnosticados. Além disso, fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade têm um papel importante no desenvolvimento da doença.

Embora não haja uma forma de prevenir o câncer de próstata, algumas medidas podem reduzir o risco ou facilitar o diagnóstico precoce: manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e grãos integrais; evitar gorduras em excesso; consumir alimentos ricos em licopeno (como tomate); praticar atividades físicas; moderar o consumo de álcool; não fumar; e realizar check-ups regulares.

A cura desse mal

O câncer de próstata tem cura, sim, desde que seja diagnosticado precocemente e tratado adequadamente. As chances de cura chegam a 90%. Os tratamentos incluem cirurgia, radioterapia, braquiterapia, hormonioterapia e quimioterapia, e a escolha do tratamento considera o estágio da doença, o tipo de tumor, a idade e a saúde geral do paciente. O objetivo do tratamento é eliminar o tumor, preservar a função sexual e urinária e evitar as complicações da doença.

Atenção, MULHERES TRANS

Mulheres transgênero, travestis e pessoas não binárias também devem fazer os exames de próstata, conforme a recomendação médica. Isso porque elas ainda têm a glândula prostática e podem desenvolver câncer nela. O uso de hormônios femininos pode reduzir o tamanho da próstata e os níveis de PSA, mas não elimina totalmente o risco da doença.

Atenção Mulheres Trans!

Conheça os mitos e verdades sobre câncer de próstata

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. Segundo levantamento publicado pela revista The Lancet, novos casos da doença no mundo devem dobrar nas próximas décadas, indo de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões em 2040. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que surgirão 71.730 novos casos por ano no Brasil entre 2024 e 2025.

A detecção precoce é essencial para aumentar as chances de cura, que podem chegar a 90%, segundo dados do Inca. Com essa finalidade, surgiu o Novembro Azul, uma campanha dedicada a incentivar os homens a fazerem exames regulares e cuidarem integralmente da saúde.

O Novembro Azul é uma campanha dedicada a incentivar os homens a fazerem exames regulares e cuidarem integralmente da saúde.

Apesar dos esforços, ainda há muitos receios, dúvidas e preconceitos em torno do câncer de próstata e dos métodos de diagnóstico. Uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) neste ano, revela que apenas 34% dos homens buscam um urologista ao perceberem algum sintoma ou desconforto.

Para ajudar a esclarecer, o Dr. Carlo Passerotti, urologista e cirurgião do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, desmistifica algumas crenças populares e esclarece fatos sobre a doença:

Ausência de sintomas significa ausência de câncer de próstata.

Mito

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata é geralmente assintomático. Quando surgem, os sintomas podem ser confundidos com outras condições, como infecções urinárias ou hiperplasia benigna da próstata.

Os sinais incluem: dificuldade ao urinar, fluxo fraco, necessidade de urinar com frequência, dor ao urinar, presença de sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica ou lombar e disfunção erétil. Portanto, é essencial realizar exames regulares, mesmo sem sintomas.

Os sinais incluem: dificuldade ao urinar, fluxo fraco, necessidade de urinar com frequência, dor ao urinar, presença de sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica ou lombar e disfunção erétil.

O câncer de próstata afeta apenas homens idosos.

Mito

Embora a incidência seja maior após os 50 anos, o câncer de próstata pode ocorrer em qualquer idade, até mesmo antes dos 40. Cerca de 62% dos diagnósticos acontecem em homens com mais de 65 anos, mas fatores como histórico familiar e obesidade aumentam o risco em qualquer fase da vida.

O exame de PSA, somente, é capaz de identificar a presença de câncer de próstata.

Mito

O exame de PSA mede os níveis do Antígeno Prostático Específico no sangue, o qual é produzido naturalmente pelo tecido prostático e está presente tanto na corrente sanguínea quanto no sêmen. É importante destacar que o PSA pode estar elevado em diversas situações, como infecções, inflamações ou crescimento benigno da próstata.

Portanto, um nível elevado de PSA por si só não é suficiente para diagnosticar o câncer de próstata, mas serve como um forte indicativo para a realização de outros exames. Por outro lado, um PSA baixo não descarta completamente a possibilidade de câncer de próstata, sendo necessário considerar outros fatores e realizar uma avaliação médica completa para obter um diagnóstico preciso.

Um nível elevado de PSA por si só não é suficiente para diagnosticar o câncer de próstata, mas serve como um forte indicativo para a realização de outros exames.

O exame de toque retal é indispensável, mesmo com PSA normal.

Verdade

O exame de toque retal é um procedimento simples, rápido e indolor, para palpar a próstata e verificar se há alterações em seu tamanho, forma ou consistência. Ele é essencial para complementar o exame PSA, pois permite identificar lesões que podem não ser detectadas pelo teste de sangue.

Além disso, ele pode ajudar a definir a necessidade e a localização da biópsia da próstata, que é o único exame capaz de confirmar o diagnóstico de câncer. Portanto, ambos os exames devem ser realizados juntos para uma detecção eficaz, uma vez que são complementares.

Se não tenho casos na família, o risco de ter câncer de próstata é baixo.

Mito

Embora o histórico familiar aumente o risco, aproximadamente 85% dos casos ocorrem em homens sem parentes diagnosticados. Além disso, fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade têm um papel importante no desenvolvimento da doença. Portanto, todos devem realizar exames regularmente.

O exame de toque retal é um procedimento simples, rápido e indolor, para palpar a próstata e verificar se há alterações em seu tamanho, forma ou consistência.

Não há sintomas de câncer de próstata em estágio inicial.

Depende

Normalmente, isso é verdade. No entanto, alguns homens podem apresentar sintomas urinários devido ao envelhecimento e ao aumento da próstata, que ocorre com o passar dos anos. Sintomas como dificuldade miccional, aumento da frequência urinária, esvaziamento incompleto e acordar durante a noite para urinar podem ocorrer simultaneamente e causar confusão, podendo ser decorrentes da hiperplasia benigna da próstata. Portanto, é importante consultar um médico urologista para esclarecer a causa dos sintomas e realizar os exames adequados.

Vida sexual ativa, uso de cuecas apertadas ou ficar muito tempo sentado causa câncer de próstata.

Mito

Não há evidências que relacionem esses fatores ao câncer de próstata. Os fatores de risco comprovados incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta inadequada e falta de atividade física. Estudos sugerem que uma vida sexual regular pode até ter efeito protetor.

O câncer de próstata não tem cura e é mortal.

Mito

O câncer de próstata tem cura sim, desde que seja diagnosticado precocemente e tratado adequadamente, as chances chegam a 90% de cura. Os tratamentos incluem cirurgia, radioterapia, braquiterapia, hormonioterapia e quimioterapia, e a escolha do tratamento considera o estágio da doença, o tipo de tumor, a idade e a saúde geral do paciente. O objetivo do tratamento é eliminar o tumor, preservar a função sexual e urinária e evitar as complicações da doença.

Não existe prevenção para o câncer de próstata.

Verdade, porém

Embora não haja uma forma de prevenir o câncer de próstata, algumas medidas podem reduzir o risco ou facilitar o diagnóstico precoce: manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e grãos integrais; evitar gorduras em excesso; consumir alimentos ricos em licopeno (como tomate); praticar atividades físicas; moderar o consumo de álcool; não fumar; e realizar check-ups regulares.

Transexuais femininas precisam fazer exame de próstata.

Verdade

Sim. Mulheres transgênero, travestis e pessoas não binárias também devem fazer os exames de próstata conforme a recomendação médica. Isso porque elas ainda têm a glândula prostática e podem desenvolver câncer nela. O uso de hormônios femininos pode reduzir o tamanho da próstata e os níveis de PSA, mas não elimina totalmente o risco da doença.

EXAMES X CÂNCER DE PROSTATA | TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE…

O câncer de próstata é o segundo mais frequente entre os homens, e muitas vezes ele é silencioso em seus estágios iniciais, o que dificulta a detecção sem exames de rotina. A identificação precoce é essencial para aumentar as chances de cura e garantir o sucesso do tratamento.

Nesse recorte, o Dr. Ariel Kann, Coordenador do Centro Especializado em Oncologia, explica os principais exames para detectar o câncer de próstata e como a combinação deles permite um diagnóstico mais preciso, aumentando as chances de cura em até 90%.

Assista e entenda a importância dos exames regulares para o diagnóstico precoce. Para mais informações sobre o tema, confira o vídeo completo: https://bit.ly/4hGNt0w

Se precisar de apoio, agende uma consulta com nossos especialistas no link: https://bit.ly/40INyec

Resp. Técnico: Haggeas da Silveira Fernandes CRM: 71855

Novos testes sanguíneos diminuem excesso de biópsias para câncer de próstata

Nos últimos anos, muitas estratégias têm sido elaboradas para tentar diminuir o excesso de biópsias desnecessárias. O surgimento de novos marcadores sanguíneos e urinários promete melhorar essa questão

O câncer de próstata é responsável por aproximadamente 80 mil novos diagnósticos todos os anos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma).

Dr. Bruno Benigno, Urologista e Oncologista do Hospital Oswaldo Cruz e diretor da Clínica Uro Onco, afirma que 70% dos homens com câncer de próstata não têm sintomas. E boa parte desses homens são diagnosticados através do rastreamento anual, que é feito através da dosagem do exame de sangue, o PSA, e o exame de toque retal.

Ele explica que o PSA é muito sensível, mas pouco específico, levando a um índice elevado de indicação de biópsias desnecessárias. “Nos últimos anos, muitas estratégias têm sido elaboradas para tentar diminuir o excesso de biópsias desnecessárias. O surgimento de novos marcadores sanguíneos e urinários promete melhorar essa questão”. Ele lembra que no Brasil, já temos disponíveis dois testes sanguíneos que melhoram a acurácia oferecida pelo PSA.

O primeiro deles é um exame de sangue chamado PHI-Score, que utiliza a dosagem de três isoformas do PSA e cria um score numérico que varia de 0 a 100. Toda vez que o PHI-Score está acima de 40, indica um risco aumentado da existência de câncer de próstata, podendo auxiliar o médico na tomada de decisão por fazer ou não uma biópsia de próstata. Um outro teste sanguíneo é o 4K-Score, que utiliza o mesmo princípio do teste anterior, mas um cálculo matemático diverso, expressando o seu resultado em porcentagem de risco, sendo que acima de 7,5% de risco de câncer de próstata, os urologistas tendem a indicar o procedimento invasivo.

Estes testes são feitos no sangue e avaliam proteínas semelhantes ao PSA e que têm alta correlação com a existência do câncer de próstata. Esta inovação representa um avanço significativo na precisão diagnóstica”, explica.

Além disso, vem ganhando espaço nesse cenário a utilização da ressonância magnética do tipo multiparamétrica. Quando essas estratégias são utilizadas em associação, podemos evitar até 40% de biópsias de próstatas sem necessidade.

Benigno lembra que outra evolução notável é a integração da ressonância magnética antes da biópsia de próstata, que permite identificar com mais precisão os focos de doença dentro da próstata que poderiam não ser identificados no momento de uma biópsia. Esta técnica melhora a eficácia do diagnóstico e reduz os riscos de falsos-negativos.

A inteligência artificial é uma novidade que passa a ser integrada na fase de diagnóstico, permitindo que algoritmos analisem uma enorme quantidade de fotos do tecido da biópsia de próstata, indicando para o médico as principais áreas de agressividade da doença; assim como possibilitando avaliar melhor o prognóstico e resposta dos pacientes a determinados tipos de tratamento, como a radioterapia e hormonioterapia”, diz. Para ele, este avanço representa um marco na personalização do tratamento do câncer de próstata.

O diagnóstico precoce continua sendo essencial para combater a doença, que muitas vezes é “silenciosa”. Por isso, é recomendável que homens a partir dos 45 anos procurem um urologista e realizem exames preventivos regularmente, um passo vital para aumentar as chances de sucesso no tratamento.

Casos de câncer de próstata vão dobrar até 2040, mostra projeção

Os casos de câncer de próstata devem dobrar de 1,4 milhão por ano, em 2020, para 2,9 milhões por ano até 2040, principalmente nos países de baixa e média renda. A previsão é de estudo realizado pela The Lancet Commission, que será apresentado no Congresso da Associação Europeia de Urologia, que acontecerá nos dias 5 a 8 de abril, em Paris, na França.

O número de mortes por ano causadas pelo tumor também devem aumentar em 85% ao longo de 20 anos, passando de 375 mil mortes, em 2020, para quase 700 mil mortes até 2040, de acordo com o estudo. A previsão é de que a maior parte dos óbitos ocorra nos países de baixa e média renda, devido ao aumento do número de casos e das taxas de mortalidade que já foram registradas nesses locais. As mortes por câncer de próstata, por outro lado, diminuíram na maioria dos países de alta renda desde a década de 1990.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A idade é um fator de risco importante, já que a incidência é maior em pessoas com mais de 60 anos. Histórico familiar de câncer de próstata também é um fator de risco, além do sobrepeso, obesidade, tabagismo e exposição a produtos químicos como aminas aromáticas, arsênio, produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, fuligem e dioxinas.

Para os autores do estudo, o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida fazem com que o número de homens mais velhos cresça ao longo dos anos, aumentando o risco para o câncer de próstata, já que a idade é um dos principais fatores associados ao desenvolvimento do tumor.

À medida que mais e mais homens ao redor do mundo vivem até a meia-idade e velhice, haverá um aumento inevitável no número de casos de câncer de próstata. Sabemos que esse aumento de casos está chegando, então precisamos começar a planejar e agir agora. Intervenções baseadas em evidências, como melhoria na detecção precoce e programas de educação, ajudarão a salvar vidas e prevenir problemas de saúde decorrentes do câncer de próstata nos anos seguintes. Isso é especialmente verdadeiro para países de baixa e média renda, que suportarão a grande parte dos casos futuros”, afirma Nick James, autor líder da The Lancet Commission e professor do Instituto de Pesquisa do Câncer em Londres.

Em conversa com a CNN, Bruno Benigno, um dos chefes de urologia e oncologia do Hospital Oswaldo Cruz, concorda com essa visão.

É preciso levar em consideração que o principal fator de risco [para o câncer de próstata] é a idade. Nós estamos vendo que, nos países em desenvolvimento, a população está envelhecendo. Isso está acontecendo com o Brasil, por exemplo, pois já temos mais adultos do que jovens. Isso significa que teremos, nos próximos anos, uma proporção maior da população brasileira na faixa etária acima dos 60 anos de idade, o que por si só é um fator de risco maior para o câncer de próstata”, comenta.

Além disso, o especialista explica que o estilo de vida moderno também representa um fator de risco relacionado ao desenvolvimento de câncer. “Ainda não temos uma correlação direta, mas sabemos que o diabetes e o sedentarismo estão associados a uma maior suscetibilidade a desenvolver câncer de forma geral”, completa.

Estudo mostra a disparidade sobre a detecção precoce entre países de baixa e de alta renda

Nos países de alta renda, principalmente, a principal forma de diagnosticar precocemente o câncer de próstata é através do teste de PSA, um exame de sangue que mede os níveis de antígeno específico da próstata, um tipo de proteína. Porém, esse exame frequentemente detecta tumores pouco agressivos que, muitas vezes, podem não necessitar de tratamento, apenas de “vigilância ativa” — uma estratégia para acompanhar o paciente para analisar se o tumor avança ou não.

A comissão envolvida no atual estudo argumenta que há evidências de que, em países desenvolvidos, essa abordagem leva ao excesso de rastreamento em homens mais velhos com baixo risco para o câncer, mas não aumenta o diagnóstico precoce em homens mais jovens com maior risco.

Por outro lado, os autores do estudo apontam que, em países de baixa e média renda, a maioria dos homens são diagnosticados com o tumor já em fase metastática — quando o câncer se espalha para outras regiões do corpo. Isso mostra que, nesses lugares, o rastreamento ainda é uma necessidade importante.

Aqui no Brasil, por exemplo, se você deixa de fazer esse rastreamento, os pacientes que já têm um acesso difícil ao urologista vão chegar cada vez mais tarde no consultório, quando o câncer já está avançado”, afirma Benigno. “Então, nos países em desenvolvimento, ainda é preciso aumentar o rastreamento para diminuir a taxa de pacientes com câncer metastático”, completa.

Atualmente, existe a discussão acerca da necessidade dos exames de rastreamento do câncer de próstata. Há anos, o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional do Câncer) não recomendam o rastreamento populacional sob o argumento de que estudos científicos verificaram que programas de rastreamento não têm grande impacto na redução de mortalidade pela doença e podem causar danos à saúde do homem. Por outro lado, as sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de Urologia, defendem o rastreamento para a detecção precoce do câncer.

A investigação para detecção precoce é fundamental para diagnosticar o câncer de próstata enquanto ele ainda está localizado somente no órgão. As chances de cura nessas situações supera os 90%”, afirma André Berger, uro-oncologista e professor adjunto no departamento de urologia da University of Southern California, em Los Angeles, à CNN.

Estratégias importantes para minimizar o impacto do câncer de próstata

Para os autores do estudo, há a necessidade de aumentar a conscientização sobre os riscos e os sintomas do câncer de próstata metastático entre os homens e suas famílias nos países de baixa e média renda. Do ponto de vista dos pesquisadores, a conscientização pública sobre as principais características do câncer avançado ainda é baixa.

Também é necessário aumentar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce. “Diagnosticar o câncer de próstata enquanto localizado aumenta exponencialmente as chances de cura. O diagnóstico de precisão auxilia sobremaneira na personalização do tratamento e na definição da necessidade e timing da intervenção”, afirma Berger.

Para Benigno, também é necessário ampliar o rastreamento do câncer de próstata no Brasil, para evitar que o tumor seja diagnosticado já em fase avançada, reduzindo o risco de mortalidade. Além disso, é importante difundir a informação de que nem todo câncer de próstata precisa de tratamento. “Existem tumores que são pouco agressivos, que só necessitam de vigilância ativa, e essa estratégia ainda precisa ser difundida”, afirma.

O especialista também comenta que, futuramente, a inteligência artificial poderá contribuir para a identificação de tumores mais agressivos e pouco agressivos, ajudando no direcionamento para a melhor estratégia de acompanhamento e tratamento do câncer.

Por fim, o estudo aponta para a necessidade de uma maior infraestrutura e equipe especializada para realizar o diagnóstico e tratamento adequado do câncer de próstata, com maior acesso à radioterapia e cirurgia para pacientes de países de baixa e média renda.

DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE PRÓSTATA

Passo a passo da saúde: a importância da detecção precoce do câncer de próstata

Se diagnosticada no início, a doença tem 90% de chances de cura e baixo risco de sequelas. Explicamos, a seguir, como funciona o rastreamento, quais são os métodos diagnósticos e as indicações para diferentes perfis

Muita gente sabe que a detecção precoce é fundamental para diversos casos de câncer. Quando falamos da doença da próstata, isso é ainda mais relevante. “A detecção precoce faz uma diferença absurda. A chance de cura, com a cirurgia, chega a cerca de 90%”, diz o Dr. Ariel Kann, Head do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

No entanto, para diagnosticar o câncer de próstata, é fundamental que os homens tenham uma postura ativa em relação à própria saúde e vençam tabus e preconceitos, já que muitos ainda se recusam a fazer o exame de toque retal, um método simples, indolor e efetivo para detectar a doença, que é silenciosa no estágio inicial e só apresenta sintomas quando está muito avançada. Ainda existe muita resistência. Muitos homens ainda têm preconceito com o exame de toque e não buscam a informação”, explica o Dr. Carlo Passerotti, urologista e cirurgião do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Recebo praticamente toda semana pacientes que nunca fizeram o exame de toque, nunca tinham nem passado no urologista, mas foram em outro especialista, como um cardiologista ou um clínico, que pediu o PSA e fez o encaminhamento.”

A seguir, o Dr. Kann e o Dr. Passerotti falam sobre a importância de fazer o rastreamento adequado da doença, vencer o preconceito e cuidar da própria saúde ativamente, incluindo o check-up da próstata no calendário definitivamente.

Qual é a idade recomendada para começar a rastrear a doença?

O câncer de próstata surge, no geral, entre os 65 e 80 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, o rastreamento anual deve ser feito a partir dos 50 anos. Mas, como ressaltam os especialistas, cada caso deve ser avaliado individualmente. “Homens negros e/ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata ou histórico de câncer de mama ou ovário na família, devem começar a rastrear a doença aos 40 anos”, diz o Dr. Kann.

O Dr. Passerotti também traz outra ponderação que torna ainda mais importante a individualização dos casos. “Como o câncer de próstata surge, no geral, mais tarde, às vezes, as pessoas falecem antes de desenvolvê-lo, dificultando essa avaliação do histórico familiar. Então, nem sempre o paciente sabe que ele está no grupo de risco.”

Quais são os principais exames diagnósticos?

De modo geral, são dois exames anuais indicados para detecção precoce: o exame de toque retal e a análise do PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico), um teste feito a partir da amostra de sangue que mede a quantidade dessa enzima, já que seu aumento pode estar relacionado ao câncer na próstata. Embora o aumento dos níveis de PSA indiquem a possibilidade da doença, valores baixos não garantem que o homem não tenha câncer. Por isso, o Dr. Passerotti ressalta a importância da associação dos dois métodos. “O PSA tem sensibilidade de cerca de 60%. Associado ao exame de toque, essa precisão chega a 80%”, explica.

Segundo o Dr. Kann, para homens que estão no grupo de risco, vale conversar com seu médico para associar um terceiro exame. “Para esses casos, o ideal é fazer um check-up mais aprofundado: além dos exames de toque e PSA, fazer também uma ressonância, por exemplo.”

“Além do check-up recomendado para todos os homens, ou seja, o exame de toque e o PSA a partir dos 50 anos, é muito importante fazer um acompanhamento ativo da própria saúde desde cedo, já que muitos homens entram no grupo de risco para o câncer de próstata e devem, segundo orientações do seu médico, começar o rastreamento antes”

Dr. Ariel Kann,
Head do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Dr Ariel Kann

Em caso de resultado sugestivo para tumor de próstata, quais são os passos seguintes?

Se o paciente tiver feito apenas os exames de toque e PSA, a etapa seguinte é confirmar o diagnóstico. A ressonância magnética pode ajudar a identificar a formação e onde o tumor está localizado, e a biópsia, ainda mais importante, revela se é benigno ou maligno, o seu tamanho, a sua agressividade, entre outros aspectos importantes.

O tratamento será definido de acordo com o tipo de tumor e perfil do paciente, considerando idade, condição de saúde, entre outras características. Se o tumor for detectado no início, o tratamento costuma ter resolução rápida. “Hoje o tratamento é cirúrgico e/ou radioterápico, este segundo com métodos como a radioterapia externa ou braquiterapia”, explica o Dr. Passerotti. “Já a cirurgia, temos a aberta, a laparoscópica e a robótica, sendo essa a melhor opção, por ser minimamente invasiva, mais segura e precisa, e com um pós-operatório mais tranquilo.” Na robótica, os riscos de sequelas, como incontinência urinária e impotência sexual, são ainda mais baixos.

Para câncer de próstata de crescimento lento e baixo risco, e dependendo da idade do paciente, é possível ainda fazer a vigilância ativa, que consiste no monitoramento do tumor por meio de consultas e exames periódicos.

Já quando falamos de tumores em estágios mais avançados, que deram metástase, entram em cena os tratamentos sistêmicos, como a quimioterapia, a terapia hormonal, a medicina nuclear, além de medicações como drogas-alvo. “É importante destacar que o câncer de próstata metastático não é uma sentença de morte; é tratável e o paciente pode viver muitos anos com uma ótima qualidade de vida”, diz o Dr. Kann.

É possível prevenir o câncer de próstata?

Segundo os nossos especialistas, este é um tema complexo, já que o fator genético é predominante. No entanto, os fatores ambientais também são extremamente importantes. “A genética é predominante em relação ao ambiente, mas não sabemos o quanto o segundo influencia no primeiro. Se o homem tem um gatilho genético e ‘irritá-lo’ com maus hábitos alimentares, sedentarismo etc., ele dispara. Já o contrário, se o paciente cultivar hábitos saudáveis, pode desacelerar o processo de aparecimento deste tumor”, exemplifica o Dr. Passerotti.

Carlo Passerotti

“A genética é predominante, mas os fatores ambientais são muito relevantes também para o desenvolvimento da doença. A má alimentação, por exemplo, aumenta bastante o risco de o homem ter o câncer de próstata.”

Dr. Carlo Passerotti,
Urologista e cirurgião do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Pandemia e isolamento social podem ter retardado o diagnóstico precoce do câncer de próstata, estimam especialistas

O alerta é para que os homens não deixem de realizar os exames e não interrompam os tratamentos de câncer durante a pandemia

São Paulo, 4 de novembro de 2020 – Levantamento do Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que cerca de 66 mil novos casos de câncer de próstata sejam registrados no país em 2020, o que significa um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens. Excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o tipo de tumor com maior incidência na população masculina no Brasil e no mundo. Novembro Azul é uma campanha mundial para alertar a sociedade sobre a importância da conscientização da doença, de seu diagnóstico e tratamento precoce.

Realizar check-up anualmente aumenta as chances da detecção precoce de tumores de próstata e impacta diretamente nas chances de cura dos pacientes, que chega a 90%, quando o câncer é descoberto nos estágios iniciais. No entanto, a chegada da pandemia da Covid-19 e o isolamento social necessário para evitar a propagação do vírus respiratório pode ter retardado o diagnóstico precoce do tipo de câncer mais prevalente na população masculina. Por isso, o coordenador do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Carlo Passerotti, reafirma: “exames de check-up oncológicos são importantes de serem feitos rotineiramente mesmo em tempos de pandemia”.

Retardar ou deixar de realizar exames de check-up anualmente aumenta as chances de detecção da doença em estágio avançado. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que 20% dos tumores de próstata são diagnosticados tardiamente e 25% dos pacientes morre em decorrência da doença.

O Dr. Carlo Passerotti alerta que alguns dos tumores de próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, no entanto, se desenvolve lentamente, levando de 10 a 12 para atingir 1 cm³.

Serviço especializado

Os Centros Especializados em Urologia e em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz está totalmente preparado para receber os pacientes sem Covid-19 com total segurança em tempos de pandemia, e adota todas as medidas sanitárias estabelecidas pelas entidades internacionais de saúde com fluxos rigorosos de atendimento para todos os pacientes, independentemente da patologia.

“Entendemos que vivemos um momento atípico, mas a evolução do câncer não espera o fim da pandemia, é importante que os pacientes sigam com a realização dos exames de rotina e não interrompam seus tratamentos e consultas, evitando que a evolução dos tumores acelere e interfira no sucesso dos desfechos clínicos”, alerta o Dr. Ariel Kann, oncologista do Cento Especializado em Oncologia.

O Centro baseia seu atendimento no mais moderno conceito de abordagem multidisciplinar, adotado pelos melhores centros especializados em oncologia do mundo. As equipes médicas e assistenciais atuam de forma integrada, oferecendo atendimento personalizado às necessidades de cada um de seus pacientes.

Tratamento do câncer de próstata

Cirurgia para extração do tumor de próstata radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia, são as opções de tratamento mais eficazes para esse tipo de câncer. O Dr. Ariel Kann reforça que a estratégia terapêutica é definida pelas equipes médicas de acordo com as características dos tumores e das condições clínicas de cada paciente. Os profissionais do Centro Especializado em Oncologia participam de forma ativa de pesquisas de novas medicações e terapias para garantir o avanço contínuo da ciência oncológica, e a introdução rápida dos mais modernos tratamentos ao alcance dos pacientes.

O Centro Especializado em Oncologia está intensamente envolvido em pesquisas clínicas com protocolos locais e mundiais, e oferece o que há de mais moderno e eficaz em termos de medicina diagnóstica e tratamento oncológico. Além disso, conta com um Centro de Cirurgia Robótica composto por uma equipe de cirurgiões habilitados e amplamente qualificados para a realização de cirurgias robóticas com o robô Da Vinci SI, que oferece imagens FULL HD com resolução 1.080 pixels e permite que os acessos cirúrgicos sejam realizados apenas com uma incisão e de menor extensão, reduzindo desta forma o tempo de internação e permitindo ao paciente retomar suas atividades mais rapidamente.

A Instituição também tem equipamentos de última geração para o diagnóstico cada vez mais precoce dos tumores prostáticos, como a ressonância magnética de 3 Tesla, aparelho que realiza exames até 25% mais rápida, além de contar com uma melhor resolução de imagens. O Hospital também disponibiliza biópsia com fusão de imagens, que une a imagem da ressonância com a do ultrassom, e que consegue localizar lesões bem pequenas, de 2-3 mm. Outro teste, mais moderno, é o PET-CT com marcador de PSMA, que auxilia na avaliação sistêmica e possibilita avaliar a localização da doença, ou seja, se o tumor encontra-se localizado somente na próstata.

Conheça os Projetos de Filantropia de 2009 a 2011

A fim de promover conhecimento, capacitação e assistência de qualidade, além de prover tecnologia, informação e gestão ao Sistema Único de Saúde, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz elaborou 12 projetos para contemplar sua filantropia.

Programa Integrado de Controle do Câncer Mamário

O câncer de mama é o tipo que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. O projeto prevê a criação de um Centro exclusivo de Tratamento de Doenças Mamárias com atendimento ágil e integral, desde educação, prevenção, detecção, diagnóstico, tratamento e seguimento.

Capacitação da Rede SAMU 192 e Pré-Hospitalar Fixo

Potencializar a capacitação dos profissionais de atenção às urgências com o objetivo de promover acesso equânime à assistência qualificada e resolutiva à população. Com abrangência em todo território nacional, o projeto utilizará o método de Educação à Distância (EAD) para garantir maior capilaridade.

Prevenção e Rastreamento do Câncer Colorretal

O câncer colorretal é o 4º que mais mata no mundo. O projeto prevê a criação de um Centro de Detecção precoce do câncer colorretal para promoção de saúde no município de São Paulo, a fim de auxiliar o rastreamento e tratamento da doença.

Medicamentos para Doenças Raras de Alto Custo

Apoio a grupos de pesquisadores, que atuarão no monitoramento do tratamento farmacêutico para garantir o acesso à informação e a disseminação do conhecimento sobre a utilização padronizada dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) desenvolvidos pelo Ministério.

Nova Estratégia de Detecção do Câncer da Próstata

Pesquisa para testar a segurança da detecção do câncer de próstata por meio, exclusivamente, de dosagens em níveis mais baixos de PSA sem o uso do toque retal. O estudo visa estimular a aceitação e aderência dos homens aos programas de rastreamento da doença, 1ª que mais mata homens no País.

Reestruturação dos Hospitais Públicos

Melhoria da gestão de hospitais de grande porte do Sistema Único de Saúde (SUS), designados pelo Ministério da Saúde, com ênfase no aprimoramento de processos com base nos padrões internacionais de qualidade e segurança da certificação da Joint Commission International.

Projeto Busca Saúde

Estruturação de sistema online para visualização em mapas dos estabelecimentos do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES). Permitirá que o usuário do SUS tenha acesso facilitado à localização dos estabelecimentos e auxiliará os gestores de saúde no processo de gestão da rede de atendimento.

Implementação de Protocolos Clínicos do Ministério da Saúde

O projeto prevê a revisão, criação e disseminação nacional das estratégias de implementação de protocolos clínicos (normas de diagnóstico e tratamento) com a criação de Centros de Referência e Centros de Aplicação de Medicamentos para garantir sua utilização correta.

Sistema de Gestão de Medicamentos de Alto Custo

Estruturação de um sistema informatizado com acesso via internet para gerenciamento da implementação e mensuração de resultados da aplicação dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde para doenças com tratamentos de alto custo.

Programa Nacional de Capacitação em Pesquisa Clínica

Incorporação de pesquisas científicas e tecnológicas que tenham como finalidade contribuir para a melhoria do estado de saúde da população. Serão ministradas aulas com tecnologia de transmissão ao vivo para hospitais e universidades da rede nacional.

Estudo da Terapia Renal Substitutiva (TRS)

Atualmente o Ministério da Saúde investe R$ 2,5 bilhões/ano de recursos em terapia renal. O estudo avaliará a relação custo x efetividade por paciente, com ênfase em hemodiálise e diálise peritoneal, observando o serviço prestado ao paciente e as atividades articuladas, para análise de desempenho e políticas.

Estudo sobre a Mortalidade por Câncer de Mama e de Pulmão

O estudo tem como objetivo conhecer e comparar a sobrevida de pacientes com neoplasia maligna de mama no estágio IIB (intermediário) ou de pulmão no estágio IIIA (avançado), comparando hospitais privados e hospitais do SUS.

Fique atento aos cuidados com a próstata

No Brasil, um elevado número de homens apresentam alterações na próstata. Porém, nem todas elas são malignas. O Instituto da Próstata e Doenças Urinárias do Hospital Alemão Oswaldo Cruz esclarece quais são as patologias mais comuns e seus tratamentos.

Hiperplasia Prostática

Aos 40 anos de idade, aproximadamente 20% dos homens apresentam hiperplasia prostática benigna (HPB). Esse número aumenta progressivamente com a idade, sendo que aos 80 anos, 90% da população masculina terá HPB. Como a próstata envolve a uretra, quando ocorre um aumento dessa glândula, pode acarretar uma obstrução da uretra. Nem todo aumento da próstata leva à obstrução uretral, mas quando isso ocorre, deve ser tratado, pois pode evoluir com comprometimento da bexiga e dos rins. No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os procedimentos cirúrgicos que permitem a redução da próstata são realizados com o moderno equipamento GreenLight. O aparelho permite uma terapia a laser menos agressiva, pois utiliza um procedimento mais rápido e seguro, praticamente sem sangramento, garantindo que possa retornar em poucos dias a suas atividades normais. O laser verde é aplicado na região da próstata através da via transuretal, dissolvendo o tecido que cresceu em excesso na glândula, promovendo a desobstrução da uretra.

Câncer de Próstata

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. A discussão sobre o câncer de próstata merece atenção especial: em contraste com a elevada incidência, percebe-se, por outro lado, altas taxas de cura dos pacientes quando a doença é detectada em fases iniciais.

As ocorrências do câncer de próstata aumentam com a idade, sendo que um em cada seis homens com mais de 50 anos e até metade dos que têm mais de 80 anos apresentam câncer de próstata.

Um fato curioso é que os índices da doença são 11 vezes mais comuns em norte-americanos do que em japoneses que residem no Japão. Essa frequência, contudo, iguala-se quando os japoneses passam a residir nos Estados Unidos, indicando que são fatores ambientais ou dietéticos, e não só a hereditariedade, os responsáveis pelo fenômeno.

Diferenças no consumo de gordura animal talvez expliquem essas variações geográficas, já que a ingestão de alimentos com alto teor de gordura é elevada nos países ocidentais e baixa nos orientais.

Além da dieta, quem possui antecedentes familiares de Câncer de Próstata tem maior chance de desenvolver a doença. Os riscos aumentam gradativamente quando um parente de 1º grau (pai ou irmão) é acometido pelo problema, aumentando a probabilidade, frequentemente, antes dos 50 anos.

O diagnóstico dos tumores é feito pelo toque da glândula assim como através da medida do PSA no sangue. Os exames são de extrema importância e precisam ser desmistificados para que os índices de diagnóstico precoce aumentem, chegando até 85-90% de cura.

Durante o exame, quando o médico detecta áreas de maior consistência na glândula e/ou elevação dos níveis séricos de PSA, os pacientes devem ser submetidos à biópsia da próstata. Na biópsia é retirada uma pequena quantidade do tecido prostático para ser analisado por um médico patologista, o que permite diagnosticar e orientar o paciente com relação ao tipo de tumor.

O tratamento dos casos de Câncer de Próstata leva em consideração o tamanho do tumor, grau histológico e condições gerais de saúde do paciente. Os tumores localizados inteiramente dentro da glândula nem sempre precisam ser tratados, mas se for necessário, pode-se recorrer à cirurgia ou à radioterapia.

Quando o câncer atinge os locais em volta da próstata costuma-se indicar tratamento radioterápico associado à terapêutica hormonal. Já quando o tumor se estende para outros órgãos, a doença é tratada com hormônios.

Como os fatores que modificam as células e seu funcionamento, tornando o tumor maligno, ainda não são conhecidos, recomenda-se alimentação com baixo teor de gordura animal, além da realização dos exames periódicos anuais.

Fonte: Dr. Luciano Nesrallah, urologista do Instituto da Próstata e Doenças Urinárias do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

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