LEVE TALKS | O AMOR NA PRÉ E PÓS-MENOPAUSA

Convidamos todas vocês para acompanhar nossa terceira live especial de Mês das Mulheres, que acontece no dia 28/03 às 19h30! Desta vez o assunto é “O amor na pré e pós-menopausa: Impactos na sexualidade e cuidados que a mulher deve tomar em cada fase” e para falar sobre o tema contaremos com a presença das nossas especialistas:

  • Dra. Maria do Socorro Maciel, Mastologista (atuando como mediadora);
  • Dra. Flavia Zuccolotto, Psiquiatra;
  • Thais Marques, Fisioterapeuta;
  • Profa. Dra. Marair Sartori, Ginecologista.

AGENDE UMA CONSULTA COM UM ESPECIALISTA

CLIQUE AQUI

Legislação sobre laqueadura no Brasil traz mudanças e já está em vigor

A recente implementação da Lei 14.443/2022, aprovada pelo Senado brasileiro em 2022, introduz alterações importantes na regulamentação da laqueadura, um método cirúrgico de esterilização. Essas mudanças visam aumentar a autonomia das mulheres em relação ao planejamento familiar e proporcionar maior acesso aos direitos sexuais e reprodutivos.

A nova lei estabelece que a idade mínima para realizar a laqueadura é agora de 21 anos. Além disso, pessoas sem filhos, desde que tenham atingido essa idade mínima, estão aptas a optar pelo procedimento. Outra novidade é a permissão para quem tem pelo menos dois filhos vivos realizar a esterilização, independentemente da idade. A lei também aboliu a necessidade de autorização do cônjuge e permite que parturientes façam a laqueadura imediatamente após o parto, embora seja necessário um intervalo de 60 dias entre a manifestação da vontade e a realização da cirurgia.

O ginecologista Luiz Gustavo Cesário, coordenador da maternidade da Santa Casa de São José dos Campos, destaca que a laqueadura pode ser especialmente benéfica para mulheres cuja gravidez represente um risco elevado. Segundo ele, a lei representa um avanço no acesso aos direitos sexuais e reprodutivos, conforme definido pelo Ministério da Saúde. Mayra Boldrini, ginecologista do Hospital Vergueiro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, ressalta a importância da autonomia feminina trazida pela nova legislação, especialmente para mulheres sem filhos.

Ela também observa que realizar a laqueadura no momento do parto minimiza a necessidade de internação específica para a cirurgia, mas lembra que a paciente deve manifestar interesse com pelo menos 60 dias de antecedência.

Ministério da Saúde estima 17 mil casos de câncer de colo de útero até 2025

São Paulo, 18 de março de 2024 – De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), no Brasil, o câncer do colo de útero é o terceiro tipo mais incidente entre as mulheres. Pelo menos 6 mil brasileiras morrem a cada ano em decorrência da doença. O Ministério da Saúde estima que de 2023 a 2025, cerca de 17 mil pacientes sejam diagnosticadas com o tumor, causado pelo papilomavírus humano (HPV). Para conscientizar a população sobre a doença, a campanha Março Lilás alerta sobre a prevenção e detecção precoce deste tipo de câncer. A vacinação contra o HPV mais é uma forma eficaz de prevenção. Atualmente, a vacina é recomendada para meninas (de nove a 14 anos) e meninos (de 11 a 14 anos), e pode prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais, em ambos os sexos.

Outra forma de prevenção é o uso de preservativos na relação sexual, já que a contaminação ocorre por esta via, além de proteger contra outras doenças. Além disso, o exame Papanicolau deve ser feito periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual, pois é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces, que se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer. O câncer do colo do útero é um tumor que costuma ter desenvolvimento lento. Na fase inicial, pode não apresentar sintomas. Já nos casos mais avançados, a doença mostra alguns sinais como o sangramento vaginal, principalmente durante ou após as relações sexuais, dores na região pélvica e na virilha, alterações urinárias e intestinais e secreção vaginal com odor desagradável.

De acordo com Dr. Giuseppe Coiro, ginecologista do Centro da Mulher, da Unidade Campo Belo, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os dois tipos mais frequentes de tumor maligno de colo de útero estão associados à infecção pelo HPV: os carcinomas epidermóides que infectam pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto em homens como em mulheres, e causa o aparecimento de verrugas no colo do útero, e os adenocarcinomas que surgem a partir da infecção nas células da endocérvice, que é a parte interna do colo de útero. E temos ainda o carcinoma adenoescamoso, um tipo mais raro, que pode acontecer com o aparecimento de verrugas ou características mistas dos dois tipos anteriores.

“O câncer do colo do útero pode ser completamente curado se diagnosticado e tratado no estágio inicial. A doença costuma ser mais frequente na faixa etária de 30 a 39 anos e se torna mais comum entre 50 e 60 anos. Segundo levantamento da Fundação do Câncer, tumores do colo do útero, em sua forma mais grave, acometem de 49 a cada 100 mil mulheres no Brasil”, esclarece Dr. Giuseppe.

O tratamento do câncer de colo de útero pode ser feito por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. A definição depende do estágio da doença. “Por isso a prevenção é o melhor remédio, manter as vacinas em dia, realizar exames de rotina e sempre procurar orientação médica, é muito importante para evitar este tipo de doença que, a cada ano, aumenta no país”, finaliza o ginecologista do Centro da Mulher.

 Março Amarelo: mês de conscientização da endometriose

Doença atinge 7 milhões de mulheres no Brasil

São Paulo, 7 de março de 2024 – A endometriose afeta cerca de 190 milhões de mulheres em todo o mundo, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Trata-se de uma doença ginecológica em que o tecido que reveste o útero cresce fora do órgão e pode se espalhar pelos ovários, trompas, intestino, bexiga e outras partes do corpo, causando dor crônica, cólicas menstruais intensas, dor durante as relações sexuais e infertilidade. Segundo a Associação Brasileira de Endometriose, acomete entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva, sendo que 30% delas têm chances de ficarem estéreis. A endometriose requer diagnóstico precoce para garantir que o tratamento ocorra nas fases iniciais, possibilitando o melhor desfecho às pacientes. O Março Amarelo tem como objetivo informar a população sobre os sintomas da doença, os impactos na qualidade de vida das pacientes e formas de prevenção e tratamento. Muitas vezes, o diagnóstico conclusivo da endometriose leva anos para ser definido, já que os seus sintomas podem ser confundidos com outras condições. 

De acordo com o ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Rogério Tadeu Felizi, entre as formas de prevenção e tratamento da endometriose estão a prática regular de exercícios físicos, a alimentação saudável, o controle do estresse e a realização de exames ginecológicos de rotina. Além disso, é importante que as mulheres conheçam o seu próprio corpo e estejam atentas a qualquer alteração em seu ciclo menstrual. “Os principais sintomas clínicos da doença são dor pélvica crônica, alterações intestinais (dor à evacuação, sangramento nas fezes, aumento do trânsito intestinal durante o período menstrual), alterações urinárias e infertilidade. Embora estas manifestações sejam muito sugestivas de endometriose, não são exclusivas desta doença, por isso requer um diagnóstico diferenciado.”, explica Dr. Felizi. 

Diagnóstico e tratamento da endometriose: o diagnóstico da endometriose é realizado por meio de dados clínicos e de imagens. O exame clínico apresenta limitações para esclarecer a extensão e profundidade das lesões, tornando necessária a utilização de outros métodos para auxiliar no diagnóstico. “Embora o diagnóstico da endometriose seja por meio de videolaparoscopia com biópsia, outros métodos não invasivos (clínico e imagem) são importantes para a decisão de como e quando realizar o procedimento cirúrgico. Atualmente o ultrassom transvaginal e a ressonância magnética de pelve são os exames utilizados na detecção da doença. Nos casos de endometriose profunda com comprometimento intestinal e urinário podem ser necessários também exames como colonoscopia e a urografia”, afirma Dr. Felizi.

O especialista também ressalta que a ultrassonografia com preparo intestinal vem sendo utilizada no diagnóstico da forma profunda, principalmente para comprometimento intestinal. O diagnóstico clínico e por imagem muitas vezes é suficiente para o início do tratamento, sendo a cirurgia indicada para os casos mais graves (infertilidade, comprometimento do sistema intestinal e urinário) ou nas pacientes sem resposta adequada ao tratamento clínico medicamentoso.

“Desde o ano de 2008, a endometriose passou a ser vista como uma doença crônica, que exige conduta terapêutica a longo prazo. O tratamento leve é realizado com contraceptivos hormonais e tem apresentado resultados muito satisfatórios principalmente no controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida. Na endometriose profunda, o tratamento medicamentoso pode levar a melhora dos sintomas e diminuição das lesões, porém em situações em que a doença causa comprometimento anatômico e funcional, a cirurgia é a melhor indicação para remover os focos da doença, diminuindo a dor, proporcionando melhora na qualidade de vida e nos índices de fertilidade”, explica o ginecologista. 

Atualmente, os procedimentos robóticos são a melhor opção para o tratamento cirúrgico da endometriose, pois permitem a remoção do tecido excedente, e possibilitam ao cirurgião acesso a estruturas do organismo que não eram possíveis nos procedimentos laparoscópicos. As cirurgias se tornam mais precisas, rápidas e menos invasivas, facilitando a recuperação das pacientes. Com a tecnologia da robótica o médico tem uma visão 3D ampliada em 10 vezes da área afetada e traz menos morbidade para as pacientes que, em geral, recebem alta hospitalar no dia seguinte ao procedimento. Além de menos riscos de complicações, a cirurgia robótica tem menos sangramento e dor no pós-operatório e pela recuperação mais rápida.

Infecção vaginal: causas, sintomas e tratamentos para recuperar o equilíbrio

Doenças podem causar coceira, dor e corrimento, entre outros sintomas. Procurar um médico quando notar um sinal de desconforto pode ajudar a eliminar rapidamente a infecção e prevenir complicações.

As infecções vaginais estão entre as queixas mais comuns das pessoas que procuram um ginecologista. Só a candidíase , para citar uma, afeta 75% das mulheres ao longo da vida, segundo projeções dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos.

Infecções da vagina e da vulva podem causar sintomas como coceira, dor e corrimento. Buscar um médico ao notar um sinal de desconforto pode ajudar a eliminar rapidamente a doença e prevenir complicações. Essas enfermidades, algumas transmitidas pela via sexual, são causadas por bactérias, fungos, vírus ou protozoários.

“As mais comuns são a candidíase e a vaginose bacteriana. Dentre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), as mais frequentes são HPV, clamídia, herpes, gonorreia, sífilis e tricomoníase”, cita a ginecologista Marair Sartori, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Gestantes têm risco aumentado para algumas infecções. Alterações hormonais, oscilações do sistema imune e aumento do fluxo sanguíneo elevam a probabilidade de candidíase e vaginose bacteriana.

Sintomas e sinais de infecção vaginal

A médica explica que os sintomas das infecções no aparelho reprodutor feminino podem aparecer na vulva, na vagina ou nos órgãos internos. Na vulva, região externa da genitália, a pessoa pode ter feridas, características de sífilis (em estágio inicial) e herpes. A úlcera é também sintoma de outra IST menos comum, o cancro mole.

Na mesma área, verrugas podem ser indicativas de HPV, enquanto fissuras, semelhante a rachaduras no canto da boca, apontam candidíase, caso venham acompanhadas de vermelhidão, coceira e ardor.

Com relação à vagina, o principal sinal é o corrimento. “Se a secreção estiver amarelada, em grande quantidade, meio grossa e sem muito cheiro, associada a vermelhidão e ardor, vou pensar em tricomoníase”, diz a ginecologista.

Já um corrimento amarelado, grosso, com cheiro de peixe no fim da feira, sem dor ou ardor, indica vaginose bacteriana. Se o líquido for branco, com textura de leite coalhado e acompanhado de coceira, ardor, irritação e vermelhidão, trata-se, possivelmente, de candidíase.

Sangramento na hora da relação sexual talvez aponte clamídia, enquanto dor pélvica, dentro do útero, pode ser sinal de doença inflamatória pélvica, uma possível complicação da mesma IST.

“Na presença de qualquer sintoma, é melhor ir ao posto de saúde e pedir para o ginecologista dar uma olhada, principalmente para não deixar passar uma infecção sexualmente transmissível, que pode afetar, por exemplo, a parte reprodutiva da mulher. É importante também ter o rastreamento anual de Papanicolau”, recomenda a médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Diagnóstico e tratamento de infecção vaginal

O diagnóstico de uma infecção vaginal é feito pelo ginecologista e começa a partir dos sinais e sintomas descritos pela paciente, com o auxílio de testes laboratoriais. “Primeiro, o médico faz um exame físico. Geralmente, é preciso coletar material para examinar a amostra no microscópio e descobrir o agente infeccioso”, afirma Marair Sartori.

O HPV e a clamídia, por exemplo, podem ser pesquisados na coleta do Papanicolau de rotina. Outras ISTs precisam de exames de sangue complementares.

Uma vez determinada a causa da moléstia, o médico prescreve medicamentos adequados para eliminá-la. O tratamento adequado para a candidíase, por exemplo, envolve o uso de antifúngicos, uma vez que ela é desencadeada pela proliferação exagerada do fungo cândida. O fármaco pode ser tópico, como creme ou pomada, para casos cutâneos ou vaginais, ou oral, em comprimidos e cápsulas, para infecções mais graves.

Já a vaginose bacteriana é desencadeada por um desequilíbrio na microbiota da região. A proliferação anormal das bactérias naturais da vagina, em especial uma chamada Gardnerella vaginallis , pode desencadear os sintomas desagradáveis. “A vaginose bacteriana nem é, de fato, considerada uma verdadeira infecção”, aponta a médica. Antibióticos são usados para eliminar a condição.

O herpes, por sua vez, é tratado com antivirais, por se tratar de um vírus. Para outro vírus, o do HPV, não existe nenhum tratamento específico. “Nesse caso, a gente controla as lesões que a doença pode causar. Se houver um machucado no colo do útero, por exemplo, é possível cauterizá-lo. A gente também pode tirar verrugas ou tirar o pedacinho que está afetado pelo HPV”, explica a médica.

Outras ISTs, como sífilis, clamídia, gonorreia e tricomoníase, podem ser curadas com antibióticos.

Prevenção de infecção vaginal

Uma série de estratégias ajuda a prevenir tanto a candidíase quanto a vaginose bacteriana. Dentre as ações que podem causar o desequilíbrio do pH vaginal, estão duchas vaginais, episódios de stress, uso de calça muito apertada e falta de ventilação na região.

A recomendação médica é usar calcinha de algodão, dormir sem calcinha e não usar protetor diário, para não abafar a vagina. Em relação à rotina de higiene, a ação ideal é manter a área vaginal limpa com água e sabão neutro sem cheiro.

Redobrar a atenção ao usar o banheiro também é importante, já que o correto é limpar a região da frente para trás para evitar espalhar leveduras ou bactérias do ânus para a vagina ou trato urinário. Lenço umedecido pode ser utilizado, desde que não tenha perfume. Sabonete íntimo também é bem-vindo, com a condição que respeite o pH da região genital.

Outras orientações incluem não ficar muito tempo com o biquíni molhado e tratar o diabetes, se a doença estiver presente — o excesso de açúcar no sangue pode criar um ambiente ideal para o crescimento do fungo cândida.

No caso das ISTs, a melhor maneira de preveni-las é usar preservativo. Outra medida fundamental é vacinar-se contra o HPV e fazer testes periódicos de rastreio.

SOS Sexo: "Faz mal tomar pílula do dia seguinte com frequência?"

Especialista alerta sobre as consequências de tomar a pílula do dia seguinte muitas vezes e diz quando é mais recomendado fazer o uso deste método.

Muitos mitos e equívocos pairam sobre o uso da pílula do dia seguinte. Para início de conversa, é fundamental entender que ela não é um método preventivo, mas de emergência. Então, diferente das pílulas anticoncepcionais, que devem ser tomadas diariamente, o uso dela é em casos específicos.

Uma dúvida muito recorrente é se tomar a pílula do dia seguinte com frequência faz mal. Para responder, convocamos Mayra Boldrini, ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ela explicou quando e como é recomendado este tipo de método e as consequências de exagerar no seu uso. Vem entender!

“A pílula do dia seguinte é uma contracepção de emergência, que previne uma gravidez não planejada, p rincipalmente quando utilizada nas primeiras 24 horas. Mas o tempo limite que ela pode ser utilizada é 120 horas (5 dias) após a relação sexual – mas com o passar do tempo, ocorre uma pequena diminuição da eficácia, viu? Vale ressaltar que ela não funciona quando a pessoa já está gravida e também não previne infecções sexualmente transmissíveis.

Não existe na literatura uma frequência aceitável para o uso da pílula do dia seguinte, mas é importante pensar na real necessidade de uso dela. O método é indicado quando há uma falha conhecida ou presumida no uso de outros métodos de contracepção. Por exemplo, em situações onde há o esquecimento do uso de preservativo ou o rompimento dele durante o sexo. Quando acontece um erro na tomada das pílulas contraceptivas ou um atraso nas injeções mensais, a pílula também é indicada.

O intervalo para fazer o uso novamente da pílula com segurança é de cinco dias. Contudo, é muito importante entender as consequências de usá-la com uma frequência mais elevada. A principal delas é a diminuição progressiva da eficácia desse contraceptivo. Ou seja, o uso repetitivo acaba comprometendo o efeito, sim. Além disso, eficácia dela vai ser sempre menor do que a obtida com o uso de um método contraceptivo de rotina”.

O que é laqueadura e o que muda com a nova legislação

Aprovada pelo Senado em 2022, a nova lei sobre a laqueadura (14.443/2022) já está em vigor. Algumas das principais mudanças do novo texto são a redução da idade mínima para a esterilização voluntária, a liberação para pessoas sem filhos (com a idade mínima) e não ser mais exigido o consentimento por parte do parceiro.

Em resumo, o que diz a nova lei:

  • A idade mínima passa a ser de 21 anos;
  • Pessoas sem filhos podem fazer a esterilização, desde que tenham a idade mínima;
  • Quem tem pelo menos 2 filhos vivos também tem a autorização, independentemente da idade;
  • Está dispensada a autorização do cônjuge;
  • Parturientes podem fazer laqueadura imediatamente após o parto;
  • É necessário esperar no mínimo 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico.

Mas o que essas novas medidas representam, na prática?

A laqueadura é um método cirúrgico de esterilização – ou seja, feito para impedir que a pessoa engravide. Portanto, esse procedimento é indicado para quem deseja a esterilização definitiva, seja qual for o motivo.

“Para aquelas [mulheres] cujo risco de uma gestação é elevado, a laqueadura pode ser uma importante aliada para evitar eventuais intercorrências. E, por se tratar de um método não hormonal de contracepção, pode ser indicada para quem tem contraindicação ao uso de hormônios”, exemplifica o ginecologista e coordenador da maternidade da Santa Casa de São José dos Campos, Luiz Gustavo Cesário.

Para o médico, as mudanças que a lei traz podem trazer benefícios para o planejamento familiar. “[As medidas] garantem um avanço no acesso aos direitos sexuais e reprodutivos de homens e mulheres, definidos pelo Ministério da Saúde como ‘os direitos de as pessoas decidirem, de forma livre e responsável, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas’”, diz.

Para Mayra Boldrini, ginecologista do Hospital Vergueiro, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, com as novas regras as mulheres passam a ter mais autonomia. “É uma mudança realmente importante, principalmente para mulheres que não tem filhos, mas que têm idade suficiente para essa decisão”, analisa. E essa autonomia está diretamente ligada à regra que tira a exigência de autorização do parceiro. A legislação dá autonomia e segurança para que a mulher decida sobre o seu planejamento familiar, quando ela desvincula essa necessidade de autorização do cônjuge.

A especialista também destaca que a realização do procedimento no momento do parto facilita alguns processo, como minimizar a necessidade de internação específica para a cirurgia de laqueadura. Seja qual for a escolha da paciente, porém, é preciso se atentar ao prazo para essa solicitação. “A manifestação de interesse deve ser feita [no mínimo] 60 dias antes da realização do procedimento”, alerta a médica. A explicação do prazo é que a mulher tenha mais tempo para analisar a situação e estar certa da decisão até que o procedimento, que é definitivo, aconteça.

Endometriose: doença silenciosa que afeta 10% das mulheres brasileiras

Especialista explica mais sobre a condição, seus sintomas, diagnóstico e tratamento para uma vida mais saudável

São Paulo, 7 de março de 2023 – Boa parte das mulheres sentem dor no período menstrual, mas não imaginam que isso pode indicar algo mais sério, como a endometriose. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva, a enfermidade afeta 10% das mulheres brasileiras e pode causar dores intensas além de infertilidade.

A endometriose é uma condição na qual o tecido que normalmente cresce dentro do útero começa a crescer fora dele, afetando órgãos, como ovários, Trompas de Falópio e outras partes do corpo feminino. Segundo Dr. Rogério Tadeu Felizi, ginecologista do Hospital Vergueiro, o problema pode começar desde cedo, do momento da primeira menstruação até a menopausa, explica o médico.

A rotina de uma mulher com a condição pode ser bastante difícil, já que os sintomas passam por fortes cólicas e intensas dores abdominais recorrentes, dificultando atividades, como trabalhar, estudar e praticar exercícios físicos – inclusive afetando a saúde mental.

A falta de diagnóstico precoce e de tratamento adequado torna a vida ainda mais desafiadora para as pacientes. Porém, segundo o especialista, é importante que as mulheres entendam que sentir dor não é normal e busquem ajuda quanto antes com um especialista para que possam efetuar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

“Muitas vezes não se valoriza a queixa de dor da mulher, por isso, é comum o relato de pacientes sobre terem ouvido a vida toda que ‘ter dor e cólica é normal’. Mas sentir dor não é normal. Portanto, em caso de dor ou qualquer outro desconforto, procure um profissional para investigar as causas”, esclarece o Dr. Felizi.

Sintomas, diagnóstico e tratamento

Os sintomas da endometriose variam conforme a gravidade e a extensão das lesões. De acordo com o Dr. Felizi, os mais comuns incluem dor pélvica, cólicas menstruais intensas, dor durante as relações sexuais, sangramento menstrual irregular e dor ao urinar ou evacuar. Algumas mulheres também podem apresentar fadiga, náuseas e diarreia durante o período menstrual.

Como os incômodos podem ser confundidos com os do período menstrual, é essencial que a paciente relate todos os sintomas e desconfortos ao profissional, para que ele possa fazer uma avaliação detalhada e indicar os exames necessários para o diagnóstico preciso. “Um ultrassom transvaginal convencional só consegue diagnosticar a endometriose quando ela está muito avançada. Para ter o diagnóstico precoce, é preciso fazer ultrassom transvaginal com preparo intestinal, que é um exame mais específico, ou ressonância magnética de pelve”, explica.

O Dr. Rogério Felizi ressalta a importância da conscientização sobre a dor ser um sinal de alerta para a possível presença de endometriose, a fim de se obter um diagnóstico precoce e iniciar o tratamento o quanto antes, evitando casos mais graves, que podem demandar a realização de uma cirurgia. “Infelizmente, é comum que haja demora na detecção da doença, no Brasil o tempo médio entre o início dos sintomas e a definição do diagnóstico pode chegar a 12 anos”, comenta o especialista.

Boa alimentação e prática regular de atividade física são aliados no tratamento?

Sim, mas na maior parte das vezes, o tratamento clínico envolve o uso de medicamentos, seja para aliviar as dores e reduzir a inflamação, seja com terapia hormonal para controlar os sintomas, podendo ser complementado com acompanhamento nutricional, evitando alimentos inflamatórios (como açúcar, farinha branca e carne vermelha, que potencializam a dor), além de orientar a prática de atividade física (que produz endorfina e leva a uma melhora dos sintomas).

“É importante lembrar que a endometriose é uma doença crônica e que o tratamento deve ser contínuo e acompanhado por um médico especialista. Dessa forma, é possível obter uma melhora significativa na qualidade de vida das mulheres com a condição”, conclui.

Naquelas pacientes que não apresentam melhora com a medicação, ou nas que se observa comprometimento intestinal, da parte ginecológica ou das vias urinárias, a cirurgia é indicada. “O procedimento pode ser realizado por videolaparoscopia ou cirurgia robótica. É um método de intervenção, com o objetivo de remover todo o tecido endométrico que está no abdômen da mulher”, explica o médico.

CÂNCER DE COLO DE ÚTERO | MITOS E VERDADES

O Câncer Cervical, mais conhecido como Câncer de Colo de Útero, é o terceiro tumor mais comum entre as mulheres e o seu aparecimento está, geralmente, ligado a infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV). Estima-se que 80% das mulheres serão infectadas pelo HPV em algum momento de suas vidas, mas a maioria dos casos desaparece antes de algum agravamento. Por ser assintomático, as pessoas infectadas pelo vírus muitas vezes nem sabem que o possuem.

Às vezes, a infecção pode progredir, originando lesões pré-câncer e tumores. Felizmente, a grande maioria dos casos são preveníveis por meio da vacinação e exames preventivos de rastreamento.

Tire todas as suas dúvidas sobre o Câncer de Colo de Útero neste vídeo com o Dr. Rogério Tadeu Felizi, ginecologista, que aborda o tema por meio de mitos e verdades.

QUANDO DEVO ME PREOCUPAR COM O CISTO NO OVÁRIO?

Você já ouviu falar em cisto no ovário? A formação de pequenas bolas de líquido dentro do órgão é comum, acontecendo em toda ovulação como parte do ciclo menstrual e não sendo motivo de preocupação.

Mas o cisto no ovário pode ser sintoma de outras condições, como endometriose e até ser um tumor. Neste vídeo, a Dra. Marair Sartori, ginecologista do nosso hospital, nos conta tudo sobre esta condição. Saiba quais os sintomas e como identificar, os tratamentos mais comuns e formas de prevenção.

Você tem várias formas de agendar consultas e exames:

AGENDE POR MENSAGEM:

WhatsApp

Agende sua consulta ou exame:

Agende online
QR Code Agende sua consulta ou exame

Agende pelo app meu oswaldo cruz

App Meu Oswaldo Cruz disponível no Google Play App Meu Oswaldo Cruz disponível na App Store