Ansiedade: como identificar e o que fazer durante uma crise?

À medida que os debates sobre saúde mental se ampliam, a discussão sobre a ansiedade também se aprofunda, levando a uma maior compreensão sobre os chamados “pressentimentos ruins”, as palpitações cardíacas e os episódios de suor excessivo. Apesar disso, nem todo mundo consegue identificar rapidamente uma crise de ansiedade nem sabe direito o que fazer ao enfrentar ou presenciar um episódio desse.

Conforme explica Gabriel Okuda, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, a ansiedade é um sentimento natural do ser humano, assim como alegria, tristeza, felicidade e medo.

No entanto, é importante distinguir entre a ansiedade normal e a ansiedade patológica. A ansiedade normal faz parte da experiência humana e é comum senti-la em algum momento da vida ou dia a dia. Por outro lado, a ansiedade patológica ocorre quando esse sentimento começa a tomar proporções exageradas, impedindo-nos de realizar nossas atividades diárias e nos deixando presos ao sentimento ansioso.

Quais são os sintomas da ansiedade?

De acordo com Okuda, os sintomas da ansiedade se manifestam de forma tanto física quanto psíquica.

No aspecto psicológico, é comum observar preocupações excessivas, especialmente em relação ao futuro, gerando uma expectativa elevada e uma apreensão constante sobre eventos que estão por vir.

A dificuldade de concentração e a sensação de inquietude também são sintomas frequentes, acompanhados muitas vezes de irritabilidade. Além disso, há uma tendência a apresentar distúrbios do sono, já que os pensamentos constantes impedem o descanso pleno.

Todos esses sinais podem vir acompanhados por medo intenso de perder o controle, enlouquecer ou até mesmo morrer, assim como a sensação de desrealização, onde a pessoa se sente imersa em uma irrealidade, como se estivesse vivendo em um mundo não real. Outro sinal é a despersonalização, caracterizada pela sensação de estar distante de si mesmo, como se estivesse flutuando e desconectado do próprio corpo”, descreve o especialista.

A ansiedade afeta quais partes do corpo?

A ansiedade pode afetar todas as partes do corpo, segundo Okuda. Indivíduos ansiosos e tensos em relação ao futuro podem experimentar dores de cabeça frequentes, além de manifestações gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia ou constipação.

Também é comum que a ansiedade afete a função pulmonar, levando a sensação de falta de ar em momentos de maior ansiedade, assim como alterações no sistema cardiovascular, representadas por palpitações e aumento da frequência cardíaca.

Além disso, a ansiedade pode influenciar a saúde da pele, resultando em dermatites, alergias ou até perda de pelos.

Como diferenciar a ansiedade de um infarto?

Diferenciar uma crise de ansiedade de um infarto pode ser uma tarefa difícil, pois os sintomas quase sempre são semelhantes. Ambas as situações podem provocar dor no peito, formigamento, falta de ar e mal-estar. No entanto, algumas orientações são importantes para uma distinção adequada.

Conforme destacado por Okuda, pacientes com um histórico de ansiedade conhecido, que já enfrentaram crises semelhantes anteriormente, tendem a ter mais facilidade para reconhecer e distinguir os sintomas. “Muitas vezes, esses indivíduos já têm à disposição medicamentos de apoio, como calmantes, que podem aliviar o desconforto”, ressalta o especialista.

Por outro lado, para aqueles que nunca ou dificilmente enfrentam crises de ansiedade e começam a apresentar sintomas como dor no peito, formigamento e desconforto, é importante buscar ajuda médica. O recado é especialmente válido para quem não está vivendo uma situação complexa nem consegue identificar um episódio de estresse ou desconforto que possam ter motivado o quadro.

Quais são as causas da ansiedade?

Segundo Okuda, as crises de ansiedade são multifatoriais, o que significa que não é possível identificar uma única causa para o problema.

Ele destaca que a predisposição genética desempenha um papel significativo. Então, indivíduos que possuem histórico familiar de transtornos ou sintomas ansiosos apresentam maior propensão a desenvolver quadros ansiosos. Além disso, eventos traumáticos ou situações complexas na vida podem desencadear os episódios.

Doenças e condições pré-existentes também podem estar relacionadas ao quadro, como desequilíbrios neurológicos, a exemplo de redução de serotonina cerebral, assim como problemas de tireoide ou alterações no cortisol, conhecido como hormônio do estresse.

O mais comum, contudo, é aquela ansiedade relacionada a problemas familiares e ao estresse ou à sobrecarga de trabalho. O contexto social é muito importante para que os quadros ansiosos piorem ou se desenvolvam com uma facilidade maior”, destaca o médico.

O que fazer durante uma crise?

Okuda destaca que o primeiro passo é se afastar da situação que desencadeou o problema, seja uma discussão, dificuldades no trabalho ou conflitos familiares – ou dar essa orientação à pessoa que está enfrentando a crise.

Em seguida, ele recomenda praticar exercícios respiratórios e meditação para acalmar a mente e o corpo. “Concentrar na respiração, realizando inspirações profundas e expirações lentas, pode promover um relaxamento muscular e ajudar a restabelecer a calma. Além disso, sugerimos que o paciente direcione sua atenção para lembranças ou situações que proporcionem tranquilidade, ajudando a desviar o foco da ansiedade intensa”, orienta o especialista.

Se essas técnicas não surtirem efeito, é importante buscar ajuda médica para avaliação e possível medicação, a fim de compreender melhor a situação e obter o suporte necessário.

Quais os principais mitos relacionados à ansiedade?

Segundo o especialista, há diversos mitos sobre a ansiedade que precisam ser quebrados. Um dos principais é a ideia de que os transtornos mentais são frescura ou algo insignificante. Outro mito é a ideia de que essa condição é transitória e pode desaparecer com o passar do tempo, quando, na verdade, ela pode piorar se não for tratada

Outros equívocos, de acordo com Okuda, incluem a associação da ansiedade com o ócio ou a riqueza, como se fosse um problema exclusivo de quem tem tempo sobrando ou melhores condições financeiras.

Ele também menciona a falsa noção de que a ansiedade é algo exclusivo dos adultos, ignorando que as crianças também podem sofrer desse transtorno.

É crucial desmistificar essas ideias para que as pessoas entendam que a ansiedade é um problema real, com tratamento disponível, e que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas, sim, um passo importante em direção ao bem-estar”, ressalta o médico.

Como tratar a ansiedade?

Para casos mais graves, Okuda afirma que os tratamentos mais eficazes atualmente envolvem uma combinação entre medicação e psicoterapia, abordagens que têm se mostrado mais eficazes quando usadas juntas do que separadamente.

Agora, quando se trata de casos menos graves, o tratamento inicial pode consistir apenas em psicoterapia e medidas comportamentais. Essas medidas incluem ajustes no estilo de vida, como melhorar a alimentação, garantir um sono adequado e reduzir o estresse relacionado ao trabalho. Incorporar atividade física ou hobbies na rotina também são estratégias recomendadas para ajudar a aliviar o estresse e a preocupação diária – a meditação, especialmente uma técnica conhecida como mindfulness, é citada por Okuda como um bom exemplo disso.

É importante ressaltar que todas as formas de terapia podem ser benéficas no tratamento da ansiedade. Atualmente, a terapia cognitivo-comportamental é a que possui mais respaldo científico para tratar a ansiedade devido ao seu foco específico nessa condição. No entanto, outras abordagens terapêuticas também podem ser úteis”, declara o médico.

Como melhorar a memória? Veja 5 dicas de especialistas

Você está no meio de uma conversa quando não consegue se lembrar do nome de algum item ou de alguém em específico. Em outra ocasião, sente dificuldade de recordar qual é a senha de um site no qual você se cadastrou há alguns meses. Ou, ainda, esqueceu de uma reunião importante que tinha para o dia.

A memória é uma função complexa do cérebro e a sua dificuldade, ou o surgimento de lapsos, pode ser causada por uma variedade de fatores. Estresse e falta de sono são alguns dos motivos mais comuns, conforme explica Diogo Haddad, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Ambos afetam diretamente nossa capacidade de concentração e de reter informações”, afirma à CNN.

Além disso, o excesso de informações do qual somos expostos diante das redes sociais e de outras mídias também pode prejudicar a capacidade de concentração e, consequentemente, impactar negativamente a memória.

Em cada tarefa mental, focamos a atenção para usar os circuitos de neurônios necessários para a tarefa. Se durante esse processo, outra coisa desvia a atenção, aquele raciocínio em andamento para imediatamente, porque o cérebro só processa conscientemente a atividade em que a atenção está focada, e só uma tarefa de cada vez”, explica Lívia Ciacci, neurocientista parceira do SUPERA, escola de ginástica para o cérebro, à CNN.

A especialista explica que, ao voltar a atenção para a tarefa inicial, é normal demorar mais para conseguir retornar ao mesmo ponto de antes, o que também impacta na capacidade de memória. “A atenção é a porta de entrada da memória, sempre”, ressalta.

O que impacta negativamente a memória?

Uma série de hábitos diários podem afetar negativamente a memória. De acordo com Haddad, uma dieta pobre em nutrientes essenciais, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo estão entre os fatores que mais impactam na capacidade de memória do cérebro.

O sedentarismo também é um fator negativo, pois a atividade física regular é crucial para manter um bom fluxo sanguíneo para o cérebro, o que, por sua vez, suporta a função cognitiva”, explica o neurologista.

Além disso, fatores associados ao estilo de vida moderno também podem trazer impactos negativos para a memória. É o caso do uso excessivo de smartphones, com notificações constantes de mensagens, redes sociais e aplicativos que podem interromper a concentração, segundo Ciacci. Isso vale para conversas online em aplicativos de mensagens.

Mas não é somente a tecnologia que atrapalha. Um ambiente desorganizado também pode ser negativo. “Geralmente, subestimamos o poder do ambiente sobre nosso comportamento, mas o cérebro está o tempo todo monitorando o espaço automaticamente”, afirma a neurocientista. “Um local de trabalho bagunçado pode prejudicar a concentração porque traz estímulos distratores constantemente no campo visual e porque dificulta que tenhamos a clareza do que deve ser feito naquele momento”, completa.

A falta de metas claras, planejamento e organização das tarefas diárias também podem atrapalhar. “Sem metas definidas você pode se perder no que está fazendo. O cérebro precisa planejar cada nova ação de forma bem detalhada, por isso a clareza é a maior arma de quem quer aumentar a produtividade e melhorar os resultados do trabalho ou estudo”, afirma Ciacci.

5 dicas para melhorar a memória

Mas, então, de que forma melhorar a memória? Em primeiro lugar, é importante tentar entender o que pode estar por trás dos lapsos. Segundo os especialistas consultados pela CNN, em alguns casos, a falta de memória pode ser sinal de uma condição fisiológica ou neurológica, como deficiências de vitaminas, hipotireoidismo, uso de certos medicamentos e, em casos mais graves, início do Alzheimer.

Descartadas essas possibilidades, alguns hábitos podem ajudar na função cognitiva do cérebro e, consequentemente, na memória, em termos gerais. Os especialistas listam as seguintes dicas:

Mantenha uma alimentação equilibrada

Uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, peixes e óleos saudáveis, como o azeite de oliva, é importante para a memória e a saúde cerebral.

Vitaminas do complexo B, especialmente B12, B6 e ácido fólico, são importantes para reduzir os níveis de homocisteína no sangue, altos níveis dos quais estão associados a um risco aumentado de alterações de memória”, afirma Haddad.
É importante ressaltar que a dieta deve ser ajustada com orientação e acompanhamento de um profissional adequado, como um nutricionista ou nutrólogo.

Desafie o cérebro de maneira positiva

Você já ouviu falar na expressão “ginástica para o cérebro“? Ela se refere a um conjunto de atividades ou práticas que visam estimular e exercitar as funções cerebrais, promovendo a cognição e a saúde mental.

Essas atividades têm o propósito de desafiar o cérebro de maneira positiva, incentivando o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como memória, atenção, raciocínio lógico e criatividade”, esclarece Ciacci.

Esse tipo de prática está relacionado à neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se reorganizar estrutural e funcionalmente. Alguns exemplos de atividades que ajudam a exercitar o cérebro são:

Quebra-cabeças;

Palavras cruzadas;

Jogos de tabuleiro;

Sudoku;

Cálculos matemáticos;

Ábacos.

Aprenda novas habilidades

Uma outra forma de desafiar o cérebro e ainda adquirir conhecimento é aprender novas habilidades, como um novo idioma, tocar um instrumento musical ou explorar atividades que exigem coordenação e concentração, como um esporte.

Desafios intelectuais também são importantes. “Participe de debates, discussões ou, até mesmo, envolva-se em projetos que exijam pensamento crítico e resolução de problemas”, sugere Ciacci.

Pratique exercícios físicos

Por falar em praticar um novo esporte, a atividade física é essencial para a saúde cerebral também. Isso vale especialmente para exercícios que aumentam a frequência cardíaca, como caminhada, natação ou pedalada. “A atividade física regular é benéfica pois melhora o fluxo sanguíneo para o cérebro”, afirma Haddad.

Além disso, a atividade física ajuda a regular o sono e a reduzir o estresse, dois fatores que, quando estão desajustados, podem trazer prejuízos para a memória.

Faça meditação

Práticas que promovem a atenção plena e a consciência também podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar a clareza mental, conforme cita Ciacci. É o caso da meditação e do mindfulness.

Para começar a meditar, é interessante tirar alguns minutos do dia para se concentrar na prática em si, minimizando distrações. Uma dica é focar sua atenção na respiração, para ajudar na concentração.

Quando a falta de memória pode ser sinal de algo mais grave?

Como vimos, em alguns casos, a falta de memória pode ser sinal de uma condição de saúde mais séria. “Isso acontece quando a falta de memória é progressiva, interfere nas atividades diárias e é acompanhada por outras mudanças na função cognitiva, como dificuldades com a linguagem, raciocínio, julgamento e alterações no humor ou no comportamento”, esclarece Haddad.

O especialista explica que, ao observar esses sinais, é fundamental buscar avaliação médica para um diagnóstico adequado e para discutir as opções de tratamento e manejo.

Isso vale também para casos em que a falta de memória é causada por questões como hipotireoidismo e deficiências de vitaminas, condições que devem ser tratadas com orientação e acompanhamento médico.

Além disso, transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade podem contribuir para a sensação de memória prejudicada”, completa. Esses casos também devem ser investigados, acompanhados e tratados.

Síndrome do pânico: o que é, quais são os sintomas e como tratar

“Eu tive com 21 anos a primeira crise de pânico. Na pandemia vi ela voltando. Resolvi não tomar medicação, fui só tratamento de terapia”, disse a artista.

“É inexplicável, é como se você perdesse a razão e entrasse num redemoinho de alerta, perigo, porque é como se a cabeça da gente não tivesse dando conta de lidar com tanta coisa.”

O que é a síndrome do pânico?

A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por episódios agudos e repentinos de um medo intenso. Essas crises, que desencadeiam sintomas tanto físicos quanto emocionais, têm uma duração breve, porém o desconforto decorrente delas pode persistir por várias horas.

O distúrbio afeta predominantemente o público feminino, com uma prevalência duas vezes maior em mulheres do que em homens. A síndrome geralmente se manifesta entre o fim da adolescência e início da vida adulta, dos 15 aos 24 anos, aproximadamente.

Flávia Zuccolotto, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, destaca que a pessoa com síndrome do pânico desenvolve um medo de ter medo, o que pode prejudicar significativamente o seu funcionamento na vida cotidiana. Um ataque de pânico não é exclusivamente um evento psicológico. “Tem também a parte biológica. Existem sintomas que passam pelo cérebro, a partir de uma região chamada amígdala, responsável pelo reconhecimento e pela resposta ao medo”, explica a psiquiatra.

Em uma situação de ameaça, a amígdala envia mensagens ao corpo através de neurotransmissores, sendo a noradrenalina o principal deles. Este é um sinal de alerta indicando uma ameaça iminente. Enquanto para a maioria das pessoas há um equilíbrio entre uma situação amedrontadora e a resposta do organismo, nos ataques de pânico, a onda avassaladora de medo surge subitamente, sem aviso prévio e sem motivo aparente.

Quais são os sintomas?

A liberação de noradrenalina desencadeia reações em cascata que afetam o sistema nervoso autônomo, responsável por funções que não controlamos conscientemente, como a vontade de urinar e a frequência cardíaca.

Saúde: Por que as mulheres têm mais depressão e ansiedade do que os homens?

O coração acelera, resultando em taquicardia. Os vasos sanguíneos se contraem, elevando a pressão arterial, o que pode causar palidez e sensação de formigamento nas mãos e no rosto. A palpitação pode ser acompanhada por sudorese e tremores nas mãos e pernas. As glândulas sudoríparas são ativadas, pois, em uma situação de luta ou fuga, o corpo precisa estar escorregadio para evitar o alcance do agressor.

Outro sintoma comum é o aumento da frequência respiratória. Em uma emergência, o corpo necessita de oxigênio em abundância. Entretanto, a hiperventilação pode causar sensação de asfixia e intensificar a ansiedade. A pessoa pode experimentar dor na cabeça e no tórax. A pupila dilata, indicando um estado mais alerta do que o normal, e os pelos eriçam. Em uma situação de luta ou fuga, o sistema digestivo para de funcionar, resultando em náusea e até mesmo vômito.

O ataque também pode ser acompanhado por tontura e uma sensação de calafrio, semelhante àquela experimentada em uma montanha russa.Em casos mais severos, o indivíduo pode apresentar sintomas psicológicos, como uma sensação de estranheza em relação ao ambiente, denominada desrealização, ou sentir-se desconectado de si mesmo, conhecido como despersonalização.

Saúde: Transtorno bipolar: tipos, sintomas, diagnóstico e tratamento

Os sinais corporais, juntamente com a interpretação do medo, levam a pessoa a acreditar que está à beira da morte, muitas vezes buscando atendimento médico de emergência por temer um AVC ou infarto.

Como é o tratamento?

A primeira orientação, conforme a psiquiatra, é que a pessoa compreenda que não está em perigo de morte devido a esses episódios. “Sempre alertamos aos pacientes: os sintomas passam rapidamente. Ninguém terá um ataque cardíaco devido a uma crise de pânico”.

Durante a crise, Zuccolotto recomenda que a pessoa se sente e, se possível, peça ajuda a alguém próximo. O indivíduo também pode tentar reduzir o ritmo da respiração e focar a atenção em algo que o distraia e relaxe.

O tratamento da síndrome do pânico envolve psicoterapia e, em alguns casos, o uso de medicamentos. “A medicação restaura o equilíbrio cerebral para reduzir a intensidade do estímulo de medo. Já a psicoterapia auxilia o paciente a desenvolver ferramentas necessárias para lidar com as crises”, destaca a médica.

Psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz dá dicas de como definir metas para 2024 e priorizar a saúde mental

Elaborar um plano de ação pode facilitar que os objetivos estabelecidos saiam do papel Você já definiu suas metas para este ano?

Cuidar mais da saúde mental é uma das principais promessas com a chegada de um novo ano. Por isso, também é o momento ideal para estabelecer metas. Antes de definir os planos é importante ter em mente os motivos pelos quais você quer atingi-los. De acordo com o Dr. Gabriel Okuda, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, quando um ano se acaba podemos ficar frustrados ao vermos que algumas metas planejadas não saíram do papel. “Pare e pense sobre os planos que não foram cumpridos ao longo do ano e se ainda fazem sentido para o ano que se inicia. O ideal é não ficar frustrado caso não tenha atingido algum objetivo em 2023. Se for algo realmente importante poderá ser inserido no planejamento deste novo ano. Para facilitar, organizar e cumprir as propostas de forma mais leve, uma lista pode ser feita em forma de tópicos por áreas específicas da vida como: família, amizade, saúde física, saúde mental, estudo e trabalho e colocar na geladeira ou em um local visível, para se lembrar durante todo o ano”, sugere o psiquiatra.

Como lidar com o fracasso e situações que não deram certo?

Se o plano não saiu como esperado, é importante respirar fundo, fazer uma pausa, e tentar buscar outras alternativas. “Planejamos nossas metas, mas durante o percurso podem surgir doenças, desemprego, a perda de um ente querido e outras dificuldades que vão nos deixar mais sensíveis. Um exemplo disso foi a pandemia da Covid-19, que fez com que ficássemos mais em casa, e agora as rotas precisaram ser ajustadas, tanto no aspecto profissional como no pessoal.

E o que fazer em situações que nos tiram do alcance de nossas metas?

Nestes casos ative o plano de ação. Desligue-se por um momento, dê uma pausa, descanse, processe o luto, respire fundo e depois levante a cabeça e siga em frente com otimismo. A vida não é só cobrança, entrega de resultados e produtividade”, esclarece. Os momentos de pausa e desaceleração ajudam a enfrentar as dificuldades que possam surgir pelo caminho.

O estabelecimento de metas mais palpáveis de serem concretizadas ajuda na busca pela mudança de hábito e pode contribuir para evitar frustrações. Às vezes, as pessoas têm propostas extremamente elevadas e inatingíveis. Trabalhar isso envolve um processo que chamamos de autocompaixão, de entender do que se é capaz e aceitar os próprios limites.

Segundo o especialista, é importante separar um tempo para a reflexão e com isso identificar as reais necessidades e quais estratégias devem ser adotadas ao longo dos meses para concretizar os objetivos lançados. “Por exemplo, se a pessoa pretende iniciar o novo ano adotando a prática regular de atividade física para assim deixar de ser sedentário, ganhar mais resistência, aumentar a imunidade e as funções cardiorrespiratórias é preciso começar pela busca da atividade física que ajude a cumprir esses objetivos e que seja adequada para seu estilo de vida”, orienta

Estabeleça prioridades: ao pensar nas metas para 2024, provavelmente muitas coisas surgem na mente. Nesses casos, a lista dos desejos pode ficar extensa e com o passar dos meses dificultar o cumprimento do que foi planejado. Por isso, procure rever essa lista para chegar aos itens que serão suas prioridades e evite criar expectativas que podem acabar em frustração. Após esse primeiro passo, a dica do psiquiatra é ser realista. “Buscar por resultados que sejam alcançáveis é o ideal para evitar o sofrimento ao longo do processo. Um exemplo que ilustra muito bem esse cenário é a luta contra a balança. Muitas pessoas estão insatisfeitas com o peso e, quando decidem emagrecer, querem perder muito peso em curto espaço de tempo. Essa não é a atitude mais viável de ser adotada, além de ser prejudicial para a saúde física e emocional de quem a adota. Após a identificação das necessidades e definições das metas é hora de agir. Descreva as ações indispensáveis e tenha clareza do que precisa fazer para tirá-la do papel. Esse é um exercício que vale para qualquer tipo de objetivo e ajuda a entender se é necessário fazer ajustes na rotina”, explica o especialista.

Saúde Mental: dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país mais ansioso do mundo e um dos líderes em casos de depressão. Este cenário se intensificou nos últimos anos. Uma pesquisa global liderada pela Universidade Estadual de Ohio (EUA) apontou que o Brasil continua líder em índices de ansiedade e depressão na pandemia da Covid-19, com um aumento de 25% em casos envolvendo essas duas doenças.

Quando não tratada corretamente, a ansiedade pode desencadear outros transtornos mentais, como a depressão, que acomete aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Sempre que os sintomas começam a atrapalhar a vida da pessoa, é a hora de buscar ajuda médica para uma avaliação do quadro.

Ansiedade e tristeza são características normais do ser humano, mas a partir do momento em que nos impedem de sair de casa, trabalhar, levar uma vida social ativa, nos relacionar com outras pessoas, devemos procurar auxílio. Para conquistar saúde mental neste novo ano, o Dr. Gabriel Okuda dá algumas dicas: “Priorizar o tempo livre com a família, não se cobrar tanto, se olhar no espelho com carinho e ver todas as qualidades, aplaudir as pequenas conquistas diárias, celebrar os bons momentos com amigos e familiares, e não apenas em datas comemorativas. Fazer atividades ao ar livre evitar o estresse diário e se manter calmo, diante de situações desafiadoras, priorizar a qualidade do sono e ter uma alimentação saudável, são algumas dicas que valem a pena acrescentar na lista de desejos de 2024”, sugere.

Psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz dá dicas de como definir metas para 2024 e priorizar a saúde mental

Você já definiu suas metas para este ano? Cuidar mais da saúde mental é uma das principais promessas com a chegada de um novo ano. Por isso, também é o momento ideal para estabelecer metas. Antes de definir os planos é importante ter em mente os motivos pelos quais você quer atingi-los.

De acordo com Gabriel Okuda, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, quando um ano se acaba podemos ficar frustrados ao vermos que algumas metas planejadas não saíram do papel. “Pare e pense sobre os planos que não foram cumpridos ao longo do ano e se ainda fazem sentido para o ano que se inicia. O ideal é não ficar frustrado caso não tenha atingido algum objetivo em 2023. Se for algo realmente importante poderá ser inserido no planejamento deste novo ano. Para facilitar, organizar e cumprir as propostas de forma mais leve, uma lista pode ser feita em forma de tópicos por áreas específicas da vida como: família, amizade, saúde física, saúde mental, estudo e trabalho e colocar na geladeira ou em um local visível, para se lembrar durante todo o ano”, sugere o psiquiatra.

Como lidar com o fracasso e situações que não deram certo?

Se o plano não saiu como esperado, é importante respirar fundo, fazer uma pausa, e tentar buscar outras alternativas. “Planejamos nossas metas, mas durante o percurso podem surgir doenças, desemprego, a perda de um ente querido e outras dificuldades que vão nos deixar mais sensíveis. Um exemplo disso foi a pandemia da Covid-19, que fez com que ficássemos mais em casa, e agora as rotas precisaram ser ajustadas, tanto no aspecto profissional como no pessoal. E o que fazer em situações que nos tiram do alcance de nossas metas? Nestes casos ative o plano de ação. Desligue-se por um momento, dê uma pausa, descanse, processe o luto, respire fundo e depois levante a cabeça e siga em frente com otimismo. A vida não é só cobrança, entrega de resultados e produtividade”, esclarece.

Os momentos de pausa e desaceleração ajudam a enfrentar as dificuldades que possam surgir pelo caminho. O estabelecimento de metas mais palpáveis de serem concretizadas ajuda na busca pela mudança de hábito e pode contribuir para evitar frustrações. Às vezes, as pessoas têm propostas extremamente elevadas e inatingíveis. Trabalhar isso envolve um processo que chamamos de autocompaixão, de entender do que se é capaz e aceitar os próprios limites.

Segundo o especialista, é importante separar um tempo para a reflexão e com isso identificar as reais necessidades e quais estratégias devem ser adotadas ao longo dos meses para concretizar os objetivos lançados. “Por exemplo, se a pessoa pretende iniciar o novo ano adotando a prática regular de atividade física para assim deixar de ser sedentário, ganhar mais resistência, aumentar a imunidade e as funções cardiorrespiratórias é preciso começar pela busca da atividade física que ajude a cumprir esses objetivos e que seja adequada para seu estilo de vida”, orienta.

Estabeleça prioridades: ao pensar nas metas para 2024, provavelmente muitas coisas surgem na mente. Nesses casos, a lista dos desejos pode ficar extensa e com o passar dos meses dificultar o cumprimento do que foi planejado. Por isso, procure rever essa lista para chegar aos itens que serão suas prioridades e evite criar expectativas que podem acabar em frustração. Após esse primeiro passo, a dica do psiquiatra é ser realista.

“Buscar por resultados que sejam alcançáveis é o ideal para evitar o sofrimento ao longo do processo. Um exemplo que ilustra muito bem esse cenário é a luta contra a balança. Muitas pessoas estão insatisfeitas com o peso e, quando decidem emagrecer, querem perder muito peso em curto espaço de tempo. Essa não é a atitude mais viável de ser adotada, além de ser prejudicial para a saúde física e emocional de quem a adota. Após a identificação das necessidades e definições das metas é hora de agir. Descreva as ações indispensáveis e tenha clareza do que precisa fazer para tirá-la do papel. Esse é um exercício que vale para qualquer tipo de objetivo e ajuda a entender se é necessário fazer ajustes na rotina”, explica o especialista.

Saúde Mental: dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país mais ansioso do mundo e um dos líderes em casos de depressão. Este cenário se intensificou nos últimos anos. Uma pesquisa global liderada pela Universidade Estadual de Ohio (EUA) apontou que o Brasil continua líder em índices de ansiedade e depressão na pandemia da Covid-19, com um aumento de 25% em casos envolvendo essas duas doenças. Quando não tratada corretamente, a ansiedade pode desencadear outros transtornos mentais, como a depressão, que acomete aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Sempre que os sintomas começam a atrapalhar a vida da pessoa, é a hora de buscar ajuda médica para uma avaliação do quadro. Ansiedade e tristeza são características normais do ser humano, mas a partir do momento em que nos impedem de sair de casa, trabalhar, levar uma vida social ativa, nos relacionar com outras pessoas, devemos procurar auxílio.

Para conquistar saúde mental neste novo ano, Gabriel Okuda dá algumas dicas: “Priorizar o tempo livre com a família, não se cobrar tanto, se olhar no espelho com carinho e ver todas as qualidades, aplaudir as pequenas conquistas diárias, celebrar os bons momentos com amigos e familiares, e não apenas em datas comemorativas. Fazer atividades ao ar livre evitar o estresse diário e se manter calmo, diante de situações desafiadoras, priorizar a qualidade do sono e ter uma alimentação saudável, são algumas dicas que valem a pena acrescentar na lista de desejos de 2024”, sugere.

Psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz dá dicas de como definir metas para 2024 e priorizar a saúde mental

Elaborar um plano de ação pode facilitar que os objetivos estabelecidos saiam do papel

São Paulo, 08 de janeiro de 2024 – Você já definiu suas metas para este ano? Cuidar mais da saúde mental é uma das principais promessas com a chegada de um novo ano. Por isso, também é o momento ideal para estabelecer metas. Antes de definir os planos é importante ter em mente os motivos pelos quais você quer atingi-los. 

De acordo com o Dr. Gabriel Okuda, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, quando um ano se acaba podemos ficar frustrados ao vermos que algumas metas planejadas não saíram do papel. “Pare e pense sobre os planos que não foram cumpridos ao longo do ano e se ainda fazem sentido para o ano que se inicia. O ideal é não ficar frustrado caso não tenha atingido algum objetivo em 2023. Se for algo realmente importante poderá ser inserido no planejamento deste novo ano. Para facilitar, organizar e cumprir as propostas de forma mais leve, uma lista pode ser feita em forma de tópicos por áreas específicas da vida como: família, amizade, saúde física, saúde mental, estudo e trabalho e colocar na geladeira ou em um local visível, para se lembrar durante todo o ano”, sugere o psiquiatra. 

Como lidar com o fracasso e situações que não deram certo? 

Se o plano não saiu como esperado, é importante respirar fundo, fazer uma pausa, e tentar buscar outras alternativas. “Planejamos nossas metas, mas durante o percurso podem surgir doenças, desemprego, a perda de um ente querido e outras dificuldades que vão nos deixar mais sensíveis. Um exemplo disso foi a pandemia da Covid-19, que fez com que ficássemos mais em casa, e agora as rotas precisaram ser ajustadas, tanto no aspecto profissional como no pessoal. E o que fazer em situações que nos tiram do alcance de nossas metas? Nestes casos ative o plano de ação. Desligue-se por um momento, dê uma pausa, descanse, processe o luto, respire fundo e depois levante a cabeça e siga em frente com otimismo. A vida não é só cobrança, entrega de resultados e produtividade”, esclarece.

Os momentos de pausa e desaceleração ajudam a enfrentar as dificuldades que possam surgir pelo caminho. O estabelecimento de metas mais palpáveis de serem concretizadas ajuda na busca pela mudança de hábito e pode contribuir para evitar frustrações. Às vezes, as pessoas têm propostas extremamente elevadas e inatingíveis. Trabalhar isso envolve um processo que chamamos de autocompaixão, de entender do que se é capaz e aceitar os próprios limites. 

Segundo o especialista, é importante separar um tempo para a reflexão e com isso identificar as reais necessidades e quais estratégias devem ser adotadas ao longo dos meses para concretizar os objetivos lançados. “Por exemplo, se a pessoa pretende iniciar o novo ano adotando a prática regular de atividade física para assim deixar de ser sedentário, ganhar mais resistência, aumentar a imunidade e as funções cardiorrespiratórias é preciso começar pela busca da atividade física que ajude a cumprir esses objetivos e que seja adequada para seu estilo de vida”, orienta.

Estabeleça prioridades: ao pensar nas metas para 2024, provavelmente muitas coisas surgem na mente. Nesses casos, a lista dos desejos pode ficar extensa e com o passar dos meses dificultar o cumprimento do que foi planejado. Por isso, procure rever essa lista para chegar aos itens que serão suas prioridades e evite criar expectativas que podem acabar em frustração. Após esse primeiro passo, a dica do psiquiatra é ser realista. 

“Buscar por resultados que sejam alcançáveis é o ideal para evitar o sofrimento ao longo do processo. Um exemplo que ilustra muito bem esse cenário é a luta contra a balança. Muitas pessoas estão insatisfeitas com o peso e, quando decidem emagrecer, querem perder muito peso em curto espaço de tempo. Essa não é a atitude mais viável de ser adotada, além de ser prejudicial para a saúde física e emocional de quem a adota. Após a identificação das necessidades e definições das metas é hora de agir. Descreva as ações indispensáveis e tenha clareza do que precisa fazer para tirá-la do papel. Esse é um exercício que vale para qualquer tipo de objetivo e ajuda a entender se é necessário fazer ajustes na rotina”, explica o especialista. 

Saúde Mental: dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país mais ansioso do mundo e um dos líderes em casos de depressão. Este cenário se intensificou nos últimos anos. Uma pesquisa global liderada pela Universidade Estadual de Ohio (EUA) apontou que o Brasil continua líder em índices de ansiedade e depressão na pandemia da Covid-19, com um aumento de 25% em casos envolvendo essas duas doenças. Quando não tratada corretamente, a ansiedade pode desencadear outros transtornos mentais, como a depressão, que acomete aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). 

Sempre que os sintomas começam a atrapalhar a vida da pessoa, é a hora de buscar ajuda médica para uma avaliação do quadro. Ansiedade e tristeza são características normais do ser humano, mas a partir do momento em que nos impedem de sair de casa, trabalhar, levar uma vida social ativa, nos relacionar com outras pessoas, devemos procurar auxílio.

Para conquistar saúde mental neste novo ano, o Dr. Gabriel Okuda dá algumas dicas: “Priorizar o tempo livre com a família, não se cobrar tanto, se olhar no espelho com carinho e ver todas as qualidades, aplaudir as pequenas conquistas diárias, celebrar os bons momentos com amigos e familiares, e não apenas em datas comemorativas. Fazer atividades ao ar livre evitar o estresse diário e se manter calmo, diante de situações desafiadoras, priorizar a qualidade do sono e ter uma alimentação saudável, são algumas dicas que valem a pena acrescentar na lista de desejos de 2024”, sugere.

PRECISAMOS FALAR DE GORDOFOBIA

Ilustração de Raquel Botelho, gordofobia

O termo entra em pauta para identificar o preconceito que pessoas gordas sofrem na vida afetiva, social e profissional

Diariamente, pessoas gordas e obesas saem de casa logo cedo e sabem que vão encontrar pela frente desafios de todos os tipos: transporte público, escritórios, restaurantes e outros ambientes que não estão preparados para acomodá-las. Ainda pior: sabem também que vão ser alvo de piadas, julgamentos e ouvir de muita gente que precisam emagrecer. Esse preconceito tem nome. “Gordofobia é um neologismo para o comportamento de pessoas que julgam alguém inferior, desprezível ou repugnante por ser gordo. Funciona como qualquer outro preconceito baseado em um característica única”, explica o Dr. Adriano Segal, psiquiatra do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Apesar de o nome ser novo, é algo que sempre existiu, a gula é até um pecado capital. Há estudos com universitários em que afirmam preferir se casar com traficantes ou bandidos do que com obesos”, diz o médico.


Em um mundo pouco adaptado a corpos gordos e em uma sociedade que institucionaliza o preconceito contra os donos desses corpos, navegar pelo cotidiano traz desafios de diversas naturezas, dos mais simples aos mais complexos. Comprar roupa, por exemplo, pode ser uma experiência desgastante emocionalmente, inclusive. A jornalista santista Flávia Durante conta que começou a engordar depois da faculdade e, ao longo de dez anos, ganhou 30 quilos. Mesmo bem resolvida com seu corpo, ela tinha dificuldade em encontrar roupas do seu agrado na pouca oferta do mercado. “Não deixei de fazer as coisas por ter engordado. Ia à praia, usava biquíni normalmente. O problema era encontrar peças que me servissem”, conta. Foi ali que viu que a exclusão sofrida pelos gordos não se limita a uma rejeição social, o próprio mercado propaga isso quando as marcas não querem ver seus produtos em corpos gordos, ainda que eles sejam uma parcela grande dos consumidores. Cansada da falta de opção e dos padrões extremamente excludentes do universo da moda, Flávia criou a Pop Plus Size, feira que, desde 2012, reúne em São Paulo expositores que fabricam peças com manequins acima de 44 e pensadas para diversos tipos de corpo.

Mais que isso: denominada como “feira de moda e cultura plus size”, a Pop Plus Size se posiciona como uma plataforma de fortalecimento da autoestima, empoderamento e respeito à diversidade.


Uma das frequentadoras assíduas da Pop Plus é Patrícia*, que hoje se sente muito bem com o próprio corpo, mas cita anos de terapia e a entrada para um grupo de teatro como iniciativas que a ajudaram a gostar de si mesma. Na adolescência e na infância, ela sofreu bullying por ser gorda, e a ignorância e o preconceito se manifestaram de diversas formas ao longo de sua vida: foi rejeitada pelas companheiras do time de vôlei, teve um relacionamento com uma pessoa que não se deixava ser vista em público ao seu lado e chegou a ouvir em uma entrevista de emprego para uma loja que não deveria nem se esforçar, porque não haveria uniforme do tamanho dela. “No meu trabalho atual, reparam e comentam sobretudo que eu como”, conta. “Estou mudando a alimentação por questões pessoais e vejo que as pessoas ficam surpresas quando me veem comendo vegetais. Já partem do princípio de que é porque quero emagrecer, me dão parabéns. E não é.”

*O nome foi alterado a pedido da entrevistada.

UM CRIME SUBJETIVO

A legislação brasileira não prevê uma punição específica para quem pratica gordofobia, mas há algumas proteções jurídicas. “É vedado pela lei que as pessoas sejam discriminadas na contratação e é função do empregador fornecer todos os materiais necessários para que o funcionário exerça sua função, inclusive uniformes do tamanho adequado para que a pessoa não passe por desconforto ou situação vexatória”, explica o advogado trabalhista Guilherme Mônaco, que é ex-obeso e viveu na pele o preconceito em diversas situações sociais. “Embora a gordofobia não esteja tipificada na lei, ela cai nos danos morais, que é quando a ação causa algum abalo psicológico”, explica, ressaltando, no entanto, que existem poucas medidas efetivas contra esse tipo de preconceito, sendo assim mais difícil de prová-lo. “A empresa pode simplesmente alegar que outro candidato era mais qualificado, por exemplo. E quem está ali para julgar é um juiz inserido na mesma sociedade que a gente, com os mesmos valores, ou seja, no mesmo contexto gordofóbico”, finaliza.

Um crime subjetivo

Se os critérios que definem uma ação de gordofobia ainda não são claros e o caminho parece ser longo, cabe a nós, como sociedade, lutar diariamente contra esse preconceito, seja no trabalho, nas relações sociais e, principalmente, entre as crianças e os adolescentes, orientando-os, desde cedo, a buscar ajuda ao sofrer algum tipo de assédio, a identificar um comportamento gordofóbico, a não naturalizá-lo e, sobretudo, não reproduzi-lo.

O QUE CARACTERIZA A GORDOFOBIA?

Na ausência de uma lei que regule esse tipo de preconceito e com a constante presença de stand-ups, programas de TV e filmes em que pessoas acima do peso viram alvo de chacota, a gordofobia está tão entranhada na sociedade que às vezes somos gordofóbicos sem perceber. Abaixo, algumas dicas para fugir de comentários e atitudes ofensivos:

  • Não use a característica física para identificar uma pessoa, falando coisas como: “fulano é aquele gordinho ali”.
  • Ser gordo não tem nada a ver com ser preguiçoso. Não associe as duas características.
  • Não presuma que uma pessoa gorda é alguém que tenta emagrecer e está fracassando.
  • Evite frases como “você emagreceu e ficou bonito”. A beleza não está só na magreza e muita gente perde peso de forma pouco saudável, por causa de distúrbios alimentares ou até mesmo depressão.
  • Evite termos como “fofinho”, “gordinho” ou “maiorzinho”.

Como manter uma boa saúde mental do líder e dos liderados?

Líderes podem enfrentar desafios na gestão do próprio estresse ao priorizar apenas a saúde mental dos seus liderados. Mas é possível trabalhar em benefício próprio, assim como de seus colaboradores.

Lisia Prado

A dinâmica incessante e as incertezas que permeiam os negócios contemporâneos exercem um impacto profundo em nossa vivência. Os líderes, embora busquem orientação em propósitos inovadores, frequentemente se veem imersos na administração de crises e na pressão por resultados. Agravando este panorama, emerge o esgotamento gerado pelo esforço de atender às demandas familiares além do expediente.

De fato, muitos gestores se vêem sobrecarregados pelo efeito cumulativo desse cenário caótico, caracterizado por constantes reviravoltas. E, neste contexto, somam-se as expectativas de guardar ativamente a saúde mental de seus colaboradores, priorizando o bem-estar deles. Adicionalmente, os líderes podem enfrentar desafios na gestão do próprio estresse.

Por vezes, nossos colegas de trabalho estão em um estado de burnout. Trata-se de esgotamento tanto físico quanto mental, frequentemente vinculado à sobrecarga de responsabilidades no trabalho (os profissionais da saúde mental agora também mencionam o burnout parental, que ocorre quando alguém fica sobrecarregado com as demandas dos filhos).

Mas o que fazer?

De acordo com uma pesquisa da London School of Economics, estima-se que transtornos mentais como a depressão custem US$ 78 bilhões por ano devido à queda de produtividade. Por isso, empresas no mundo todo têm buscado cada vez mais soluções como treinamentos e apoio psicológico, tanto para líderes quanto para liderados.

Um exemplo é o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, que lançou uma inovação: um programa de capacitação em saúde mental, denominado socorristas mentais, direcionado aos líderes. Esse módulo foi concebido para se tornar uma parte intrínseca do treinamento contínuo dos 190 gestores da instituição hospitalar.

Para auxiliar os líderes a navegarem por esses desafiadores tempos, seguem algumas diretrizes úteis para aqueles que trabalham em prol da preservação da própria saúde mental, bem como a de seus colaboradores:

Compartilhe os desafios que enfrenta com um conselheiro confiável ou colegas próximos. Uma pesquisa global recente, realizada pelas universidades de Queensland, na Austrália, e Harvard, nos Estados Unidos, destacou que pelo menos metade da população poderá vivenciar transtornos de saúde mental até os 75 anos. Na realidade, acredito que os episódios devem acontecer mais vezes e muito antes dessa idade. É crucial reconhecer essa realidade e direcionar atenção adequada a essa questão.

Considere a proposta de “círculos de reciprocidade”, como mencionado pelo psicólogo organizacional Adam Grant. Estes grupos reúnem colegas para debater desafios e buscar soluções conjuntas. Se necessário, não hesite em buscar auxílio profissional.

Resguarde um momento específico para planejamento e ação. Uma vez concluído, evite revisitar incessantemente esses planos. Em vez disso, concentre-se em direcionar sua energia na obtenção de resultados positivos. Caso isso não surta o efeito desejado, terá clareza sobre os passos subsequentes.

E como oferecer apoio aos seus colaboradores?

Familiarize-se com os recursos de saúde mental oferecidos pela empresa. Eduque-se sobre o suporte disponível e incentive os funcionários a usufruir desses benefícios. Em situações de dificuldades mentais, podem não ter a capacidade de explorar esses recursos por conta própria.

Torne-se um exemplo tangível de proteção à saúde mental. Suas atitudes podem contribuir para a desestigmatização das preocupações neste âmbito. Compartilhe suas práticas para manter equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, inspirando seus colaboradores a adotarem medidas semelhantes.

Mantenha as linhas de comunicação sempre acessíveis. Mais do que nunca, é crucial estabelecer um canal de diálogo aberto com sua equipe, abordando temas de trabalho, bem-estar e desafios. Esteja disposto a ouvir mais do que falar. Ponderar check-ins individuais mais frequentes, reuniões diárias ou períodos virtuais de “portas abertas” pode fortalecer essa conexão.

Auxilie seus colaboradores a atribuir significado às suas funções. Quando indivíduos têm metas claras e uma ligação genuína com seu propósito, o estresse tende a ser reduzido. Explore os anseios de carreira dos funcionários e incentive diálogos sobre o que os capacita a alcançar suas metas. Ao desempenhar um papel ativo nessa jornada, você contribui para elevar perspectivas, confiança e bem-estar mental.

O impacto mais amplo dessas ações pode reverberar positivamente nas organizações. Ao unir mentes saudáveis e resilientes, ampliam-se exponencialmente as chances de sucesso.

Socorristas para a saúde mental

Hospital paulistano cria primeiro curso que treina profissionais de várias áreas para lidar com o sofrimento alheio.

O boom de transtornos psíquicos que vieram na esteira da pandemia deu o estalo para o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, estruturar um curso pioneiro de formação de socorristas em saúde mental

Ele capacita profissionais com diferentes atuações a identificar pessoas em situação de risco e dá um panorama sobre as doenças que afetam o bem-estar dos funcionários e das companhias.

“As empresas precisam olhar para a saúde mental de forma cada vez mais estratégica. Hoje as pessoas buscam organizações alinhadas aos seus valores, onde possam se realizar no trabalho sendo felizes e saudáveis . Temos recebido feedbacks interessantes sobre o curso, como melhora do clima organizacional e implantação de uma cultura de segurança psicológica”, conta Leonardo Piovesan Mendonça, gerente de Saúde Populacional e Atenção Primária do hospital.

Por dentro do programa, como funciona o curso de socorrista em saúde mental

Para quem é?

Profissionais com diversas formações e atuações, e em qualquer nível organizacional. Empresas podem indicar quem serão essas pessoas.

Qual a carga horária?

O curso é totalmente online e dura 18 semanas. São 60 horas de aulas divididas em atividades ao vivo, fóruns e projetos.

O que contempla?

Os alunos são instruídos sobre transtornos mentais e suas manifestações e treinados a identificar situações de sofrimento.

Quem se formou?

Já completaram o curso 200 socorristas em todo o Brasil. E, dentro do próprio hospital, 40 profissionais possuem essa formação.

Capacitação para os líderes

Ciente de que a visão e o posicionamento dos gestores influenciam demais a harmonia e o equilíbrio psicológico dos colaboradores, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz acaba de criar outro curso, o de Saúde Mental para Liderança.

Ele é voltado a gerentes e diretores e se baseia na desmitificação do sofrimento emocional, na elaboração de ações voltadas ao cuidado e ao acolhimento e na análise dos fatores dentro da organização que favorecem ou previnem o adoecimento.

O treinamento tem 12 horas de duração, com aulas práticas e teóricas presenciais. Já foi administrado a 80 líderes de uma empresa do setor siderúrgico.

Saúde Mental na pandemia: como ficam as doenças psíquicas após mais de um ano de isolamento social?

São Paulo, 12 de maio de 2021 – Quem ao longo desses 15 meses de pandemia não procurou em sites de busca sobre os sintomas do novo Coronavírus diante de qualquer reação que julgasse estranha do próprio corpo? Quem não ouviu falar de alguém que sentiu uma sensação de angústia, um aperto no peito? Ou que trabalhou horas em home office e nem viu o dia passar? Após mais de um ano da pandemia da Covid-19, com variantes do vírus ainda se espalhando e provocando aumento no número de casos e mortes, questões como a saúde mental acendem a luz vermelha para especialistas da área da saúde.

Por isso, sociedades médicas, sociedades da psicologia, e organizações da Saúde, como OMS (Organização Mundial da Saúde) e FioCruz, no Brasil, têm divulgado constantemente informações e diretrizes de conduta na atenção psicossocial e saúde mental.

Já temos alguns estudos que trazem a preocupação do cuidado em saúde mental e, baseados na literatura produzida a partir de epidemias anteriores, podemos considerar a gravidade em termos de sofrimento psíquico e elevação dos transtornos mentais.

É certo que daqui alguns anos vamos ter uma literatura robusta apontando um provável crescimento desses casos e consequente comprometimento nas esferas familiares, sociais e laborais. Não é à toa que a saúde mental é a quarta maior preocupação e prioridade da OMS durante a pandemia”, diz Natalia Pavani, psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Uma pesquisa DATASUS, divulgada em novembro de 2020, apontou que a ansiedade foi o transtorno presente em 86,5% dos 17.491 indivíduos adultos ouvidos pelo Ministério da Saúde, seguido de estresse pós-traumático (45,5%) e depressão grave (16%), no primeiro ano de pandemia.

A especialista do Hospital alerta que para atender de forma adequada esses pacientes é necessário que haja investimentos na capacitação da assistência e na definição de diretrizes de intervenções na atenção primária que estejam voltadas para a prevenção de doenças psicossociais.

Com esse foco, a FioCruz preparou uma cartilha com recomendações para profissionais da saúde e agentes comunitários, e também para a população em geral, para que possam reconhecer os sinais de que algo não vai bem com a mente. O material indica, ainda, que por conta do estado de alerta, preocupação, confusão de informações, estresse e falta de controle, estima-se que entre um terço e metade da população exposta a uma epidemia pode sofrer alguma manifestação psicopatológica.

De acordo com a psicóloga, nem sempre essas manifestações serão classificadas como doenças mentais. Muitos problemas psicológicos podem ser considerados normais e momentâneos diante do atual cenário. “O impacto vai depender da vulnerabilidade da pessoa no momento. Cada problema psíquico se manifesta de uma forma em cada indivíduo”, explica Pavani. “A maior ferramenta para essas questões é o autoconhecimento, reconhecer o que faz bem e o que não faz”, complementa.

O sono que já não é como antes, a capacidade de concentração nos estudos e/ou no trabalho também não é a mesma, o cansaço parece que ‘bate’ com mais facilidade, o sentimento de incerteza, inquietação diante de situações rotineiras, sensação que a cabeça não opera no mesmo ritmo do corpo, são sinais de que algo não vai bem.

“É importante ficar atento e analisar bem a intensidade e a duração desses episódios, e se tem gerado alguma dificuldade para a vida rotineira, seja nos relacionamentos interpessoais, nas atividades e no trabalho”, explica a psicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Como amenizar?

Se a pessoa está passando por um momento de sofrimento prolongado, o primeiro passo é procurar um clínico geral, que realizará exames e poderá encaminhá-la para consulta com psicólogo e/ou psiquiatra. Para evitar risco de contaminação pela Covid-19, diversas instituições de saúde estão realizando consultas on-line.

Uma dica importante da especialista é procurar o que faz bem. “A OMS define que ter saúde não corresponde somente ao corpo físico, mas também ao bem-estar psíquico, social e espiritual. E muitas vezes nos esquecemos disso, acreditando que saúde é somente ausência de doença. “.

Se conectar com a natureza, ter mais plantas em casa para cuidar, adquirir novos hobbies, consumir mais arte e cultura mesmo que virtualmente. Além disso, organizar a rotina, separar os espaços de trabalho dos de descanso, limitar o uso de redes sociais e estabelecer limites para si mesmo, tirar 30 minutos a uma hora por dia para alguma ação de autocuidado, e praticar exercícios, são atividades que podem ajudar a aliviar a solidão, a angústia, a tristeza, a apatia ou a inquietação. Fazer um plano de atividades do dia, mas um plano consciente, que não vá potencializar mais o estado aflitivo caso não consiga cumpri-lo.

“Não é preciso mudar tudo de uma só vez. Estabeleça algumas prioridades e procure reconhecer as pequenas conquistas do cotidiano. E caso e esteja em sofrimento psíquico, procure por ajuda profissional, afinal, os tratamentos de saúde mental existem para isso”, pontua a psicóloga, que ainda lembra que o desafio é coletivo, portanto ao aderir ao isolamento social e ficar em casa, a pessoa está se protegendo e ajudando toda a população. “Se o desafio é coletivo, o único caminho para superarmos essa crise é por meio da união e do exercícios com responsabilidade das recomendações das autoridades em saúde pública., declara.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com 123 anos de atuação, é referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Aparelho Digestivo. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde -, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos seis hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz – https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/

Informações para a imprensa

Conteúdo Comunicação:

Gerência de Comunicação Corporativa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Você tem várias formas de agendar consultas e exames:

AGENDE POR MENSAGEM:

WhatsApp

Agende sua consulta ou exame:

Agende online
QR Code Agende sua consulta ou exame

Agende pelo app meu oswaldo cruz

App Meu Oswaldo Cruz disponível no Google Play App Meu Oswaldo Cruz disponível na App Store