O que a ciência revela sobre os efeitos do beijo para o cérebro

Muito mais do que um gesto de carinho ou paixão, o beijo é um poderoso estímulo neurológico. Em comemoração ao Dia do Beijo, celebrado em 13 de abril, especialistas apontam como esse simples ato ativa uma série de neurotransmissores e hormônios no cérebro, impactando diretamente o bem-estar físico, mental e emocional.

Quando duas pessoas se beijam na boca, o cérebro responde como se estivesse sendo recompensado. “O beijo aciona o sistema de gratificação do cérebro, liberando dopamina, que está associada a sensação de prazer, motivação e desejo. É o mesmo circuito ativado quando comemos algo que gostamos ou ouvimos uma música favorita“, explica a Dra. Ana Carolina Gomes, neurologista do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A dopamina não age sozinha já que outros neurotransmissores também participam dessa experiência. A serotonina, conhecida por seu papel na regulação do humor, pode aumentar durante o beijo, ajudando a combater sentimentos negativos. Já as endorfinas, com efeito analgésico natural, promovem sensações de relaxamento e prazer, como se o corpo recebesse uma dose de alívio físico e emocional.

Um dos hormônios mais importantes envolvidos durante ato é a ocitocina, apelidada de “hormônio do amor“. Produzida durante interações sociais e momentos de intimidade, ela fortalece os laços afetivos, promove empatia e confiança, além de reduzir a ansiedade.

É por isso que o beijo pode funcionar como um verdadeiro antídoto contra o estresse. Ele tem o poder de diminuir a atividade do sistema nervoso simpático, ligado ao estado de alerta, e ativar o parassimpático, que promove relaxamento“, afirma a Dra. Ana Carolina.

Beijar reduz o estresse ao estimular esse sistema parassimpático. Os níveis de cortisol, o principal hormônio do estresse, caem significativamente, o que ajuda a aliviar a tensão e a sensação de alerta constante. Em paralelo, o aumento da ocitocina e das endorfinas reforça o sentimento de segurança e bem-estar.

Os benefícios não param por aí. Embora ainda não tenhamos evidências diretas de que o beijo melhore a memória, os efeitos indiretos são promissores. Isso porque o estresse crônico e o excesso de cortisol afetam negativamente a função cognitiva. Ao reduzir esses níveis, o beijo pode ajudar a proteger o cérebro. Além disso, a dopamina liberada durante o ato desempenha papel essencial na formação de novas conexões neurais, favorecendo o aprendizado e a retenção de memórias.

Outro hormônio que pode entrar em cena durante o beijo é a testosterona, que tende a aumentar e está relacionada ao desejo sexual. Embora mais conhecido por seu papel nos homens, esse hormônio também é importante para o desejo sexual em mulheres e para a intensificação da conexão entre os parceiros.

Existe uma sincronia bioquímica muito rica na ação do beijar, ele é um gatilho para processos neurológicos e hormonais que nos aproximam emocionalmente e promovem uma sensação geral de bem-estar. É um gesto simples, mas com um impacto profundo no corpo e na mente“, destaca neurologista.

Neste Dia do Beijo, vale lembrar que, além do romantismo, existe um verdadeiro fenômeno bioquímico em ação e se beijar faz tão bem ao corpo e para a mente, também é hora de valorizar ainda mais esse gesto com afeto, consentimento e com toda a química que ele merece.

Saúde mental na terceira idade: um olhar necessário para o bem-estar

A atenção familiar e a socialização ajudam a prevenir transtornos como depressão e ansiedade em pessoas idosas

Com o envelhecimento da população brasileira, a saúde mental das pessoas com mais de 60 anos se destaca como um tema de grande relevância. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, até 2050, cerca de 30% da população terá mais de 60 anos. Nesse cenário, transtornos como depressão e ansiedade, frequentemente negligenciados, demandam maior atenção das famílias e de toda a sociedade.

No Janeiro Branco, mês de conscientização da saúde mental e emocional, o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do Serviço de Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz– São Paulo/SP, lembra que os transtornos mentais em idosos são muitas vezes subdiagnosticados porque seus sintomas podem ser confundidos com o envelhecimento natural. “Mudanças de comportamento como, isolamento social, perda de interesse em atividades antes prazerosas, alterações no apetite e no sono, são sinais de alerta importantes. Nesse sentido, as famílias precisam estar atentas a esses indícios, pois os idosos frequentemente não expressam seus sentimentos diretamente, seja por receio de incomodar ou por dificuldade em reconhecer o problema“, explica o especialista.

A atenção da família é fundamental na identificação precoce de problemas de saúde mental. O suporte emocional, aliado a consultas médicas regulares, pode prevenir complicações e melhorar significativamente a qualidade de vida. O envolvimento dos idosos em atividades sociais, culturais e recreativas também desempenha um papel importante. Para o Dr. Alaor, a socialização é uma poderosa ferramenta para combater o isolamento e fortalecer o bem-estar emocional. “A interação com outras pessoas ajuda a reduzir o risco de depressão e ansiedade, além de oferecer um senso de pertencimento e propósito“, afirma.

Manter uma rotina estruturada é outro ponto essencial. Atividades regulares, como caminhadas, leitura ou hobbies, contribuem para estimular o cérebro, reduzir o estresse e promover uma vida saudável. Além disso, uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos regulares influenciam positivamente tanto a saúde física quanto mental.

Conforme enfatiza o Dr. Alaor Neto, “cuidar da saúde mental dos idosos é um compromisso coletivo. Envelhecer com qualidade de vida depende de ações coordenadas entre famílias, profissionais de saúde e políticas públicas. O apoio familiar é um dos pilares mais importantes para garantir que essa fase da vida seja vivida com alegria, dignidade e bem-estar“.

Concluindo, ele observa que promover a saúde mental dos idosos é um ato de cuidado e respeito que fortalece vínculos familiares e contribui para um envelhecimento mais ativo e feliz. Investir na prevenção de transtornos, como depressão e ansiedade, não só melhora a qualidade de vida, como também reforça a importância de enxergar o envelhecimento como uma etapa rica em possibilidades, onde o apoio emocional e a inclusão social desempenham papéis fundamentais.

Janeiro Branco: Saúde mental na terceira idade: um olhar necessário para o bem-estar

Saúde mental na terceira idade: um olhar necessário para o bem-estar

Como a atenção familiar e a socialização ajudam a prevenir transtornos como depressão e ansiedade em pessoas idosas

Com o envelhecimento da população brasileira, a saúde mental das pessoas com mais de 60 anos se destaca como um tema de grande relevância. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, até 2050, cerca de 30% da população terá mais de 60 anos. Nesse cenário, transtornos como depressão e ansiedade, frequentemente negligenciados, demandam maior atenção das famílias e de toda a sociedade.

No Janeiro Branco, mês de conscientização da saúde mental e emocional, o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do serviço de psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, lembra que os transtornos mentais em idosos são muitas vezes subdiagnosticados porque seus sintomas podem ser confundidos com o envelhecimento natural. “Mudanças de comportamento como isolamento social, perda de interesse em atividades antes prazerosas, alterações no apetite e no sono são sinais de alerta importantes. As famílias precisam estar atentas a esses indícios, pois os idosos frequentemente não expressam seus sentimentos diretamente, seja por receio de incomodar ou por dificuldade em reconhecer o problema“, explica o especialista.

A atenção da família é fundamental na identificação precoce de problemas de saúde mental. O suporte emocional, aliado a consultas médicas regulares, pode prevenir complicações e melhorar significativamente a qualidade de vida. O envolvimento dos idosos em atividades sociais, culturais e recreativas também desempenha um papel importante. Para o Dr. Alaor, a socialização é uma poderosa ferramenta para combater o isolamento e fortalecer o bem-estar emocional. “A interação com outras pessoas ajuda a reduzir o risco de depressão e ansiedade, além de oferecer um senso de pertencimento e propósito“, afirma.

Manter uma rotina estruturada é outro ponto essencial. Atividades regulares, como caminhadas, leitura ou hobbies, contribuem para estimular o cérebro, reduzir o estresse e promover uma vida saudável. Além disso, uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos regulares influenciam positivamente tanto a saúde física quanto mental.

Cuidar da saúde mental dos idosos é um compromisso coletivo. Envelhecer com qualidade de vida depende de ações coordenadas entre famílias, profissionais de saúde e políticas públicas. O apoio familiar é um dos pilares mais importantes para garantir que essa fase da vida seja vivida com alegria, dignidade e bem-estar“, conclui o Dr. Alaor Neto.

Promover a saúde mental dos idosos é um ato de cuidado e respeito que fortalece vínculos familiares e contribui para um envelhecimento mais ativo e feliz. Investir na prevenção de transtornos como depressão e ansiedade não só melhora a qualidade de vida, como também reforça a importância de enxergar o envelhecimento como uma etapa rica em possibilidades, onde o apoio emocional e a inclusão social desempenham papéis fundamentais.

A saúde mental real e atingível

Investir esforços em fazer o melhor possível é o caminho

Falar sobre saúde mental quase automaticamente remete a transtornos ligados à mente, como depressão e ansiedade. Essa visão pode criar a errônea impressão de que a ausência desses casos define a saúde mental, mas essa questão é muito mais complexa.

“A saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza seu potencial, pode lidar com as tensões normais da vida, trabalha de maneira produtiva e criativa, e é capaz de contribuir para sua comunidade.” – Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, Head do Serviço de Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, complementa essa definição: “A saúde mental permeia aspectos fundantes de nossa identidade e da nossa forma de ser no mundo. Diz respeito a como pensamos, sentimos e nos comportamos. Também se expressa em como lidamos com o estresse, nos relacionamos com os outros e tomamos decisões”, comenta o especialista.

Olhando para a definição, é possível identificar três aspectos fundamentais para a saúde mental:

Bem-estar emocional

Bem-estar emocional: Está ligado à habilidade de lidar com os sentimentos. Ao longo da vida, as pessoas vivenciam tanto sentimentos bons quanto ruins. O bem-estar emocional não está em evitar as sensações desconfortáveis, mas em saber como lidar com elas da melhor maneira possível.

Bem-estar psicológico

Bem-estar psicológico: Refere-se à capacidade de processar informações, tomar decisões e lidar com situações adversas. Está relacionado ao autocuidado, autoconhecimento, resiliência e ações fundamentais no dia a dia.

Bem-estar social

Bem-estar social: Este aspecto aborda as relações e interações em sociedade. Ter a habilidade de formar e cultivar uma rede de apoio é fundamental para enfrentar momentos complicados. Não podemos esquecer o contexto social em que o indivíduo está inserido, pois ele também é essencial para a saúde mental.

Esses aspectos trazem uma constatação importante sobre a saúde mental: ela é multifatorial, englobando tanto fatores individuais quanto sociais. Isso significa que parte do caminho para alcançar a saúde mental não depende apenas de aspectos pessoais, mas também de fatores externos.

A pergunta de milhões: seria a saúde mental uma utopia?

“Saúde mental é um estado dinâmico e, por isso mesmo, se transforma ao longo do tempo. Falar em saúde mental perfeita é tão utópico quanto almejar uma saúde física perfeita. Uma boa saúde mental é muito mais do que um estado de completo bem-estar, já que a vida é ativa e nos apresenta desafios constantes. A saúde mental deve ser entendida como a capacidade do ser humano de adaptar-se da melhor maneira possível ao enfrentamento dos desafios naturais e do imponderável da convivência”, explica o médico.

Na busca pela melhor maneira possível

Existem diversas atitudes que devem ser adotadas por quem busca uma melhor qualidade de saúde mental:

  • Alimentação e exercícios: Alimente-se bem e pratique atividade física regularmente. Mente e corpo andam juntos, e cuidar de um propicia o cuidado do outro.
  • Sono: Uma boa noite de sono é essencial para a saúde mental e física.
  • Estimulação sensorial: Reserve um tempo para atividades que lhe dão prazer e relaxam, como ler, ouvir música, meditar ou passar tempo na natureza.
  • Socialização: Conecte-se com outras pessoas e comunidades. O sentimento de pertencimento a um grupo é extremamente saudável para nossa mente.
  • Gerenciamento do estresse: Técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda, podem ajudar a controlar o estresse.
  • Acompanhamento profissional: Se você estiver enfrentando dificuldades com sua saúde mental, não hesite em procurar um psicólogo ou psiquiatra.

“São justamente as pequenas mudanças em nossos hábitos e atitudes no dia a dia que promoverão a grande diferença em nossa qualidade de vida”, diz o médico.

Dica de amigo

Leia os conselhos que só um amigo poderia dar:

Não abrace o mundo com as pernas

Não abrace o mundo com as pernas: Você não precisa dar conta de tudo o tempo todo. Defina as prioridades das suas atividades e metas.

Não seja 8 ou 80

Não seja 8 ou 80: Busque o equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional, reservando espaços para momentos de descontração.

Seja gentil com você: Nem tudo está no seu controle, por isso, valorize cada conquista, mesmo que pequena.

Você não é um baú

Você não é um baú: Fale sobre suas emoções, sentimentos e percepções. Além de aliviar o peso, esse olhar externo pode trazer novas perspectivas.

“Lembre-se: Cuidar da saúde mental é um processo contínuo que requer atenção e investimento”, finaliza dr. Alaor.

Saúde mental na terceira idade: um olhar necessário para o bem-estar

Como a atenção familiar e a socialização ajudam a prevenir transtornos como depressão e ansiedade em pessoas idosas

São Paulo, 23 de janeiro de 2025 – Com o envelhecimento da população brasileira, a saúde mental das pessoas com mais de 60 anos se destaca como um tema de grande relevância. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, até 2050, cerca de 30% da população terá mais de 60 anos. Nesse cenário, transtornos como depressão e ansiedade, frequentemente negligenciados, demandam maior atenção das famílias e de toda a sociedade.

No Janeiro Branco, mês de conscientização da saúde mental e emocional, o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do serviço de psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, lembra que os transtornos mentais em idosos são muitas vezes subdiagnosticados porque seus sintomas podem ser confundidos com o envelhecimento natural. “Mudanças de comportamento como isolamento social, perda de interesse em atividades antes prazerosas, alterações no apetite e no sono são sinais de alerta importantes. As famílias precisam estar atentas a esses indícios, pois os idosos frequentemente não expressam seus sentimentos diretamente, seja por receio de incomodar ou por dificuldade em reconhecer o problema”, explica o especialista.

A atenção da família é fundamental na identificação precoce de problemas de saúde mental. O suporte emocional, aliado a consultas médicas regulares, pode prevenir complicações e melhorar significativamente a qualidade de vida. O envolvimento dos idosos em atividades sociais, culturais e recreativas também desempenha um papel importante. Para o Dr. Alaor, a socialização é uma poderosa ferramenta para combater o isolamento e fortalecer o bem-estar emocional. “A interação com outras pessoas ajuda a reduzir o risco de depressão e ansiedade, além de oferecer um senso de pertencimento e propósito”, afirma.

Manter uma rotina estruturada é outro ponto essencial. Atividades regulares, como caminhadas, leitura ou hobbies, contribuem para estimular o cérebro, reduzir o estresse e promover uma vida saudável. Além disso, uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos regulares influenciam positivamente tanto a saúde física quanto mental.

“Cuidar da saúde mental dos idosos é um compromisso coletivo. Envelhecer com qualidade de vida depende de ações coordenadas entre famílias, profissionais de saúde e políticas públicas. O apoio familiar é um dos pilares mais importantes para garantir que essa fase da vida seja vivida com alegria, dignidade e bem-estar”, conclui o Dr. Alaor Neto.

Promover a saúde mental dos idosos é um ato de cuidado e respeito que fortalece vínculos familiares e contribui para um envelhecimento mais ativo e feliz. Investir na prevenção de transtornos como depressão e ansiedade não só melhora a qualidade de vida, como também reforça a importância de enxergar o envelhecimento como uma etapa rica em possibilidades, onde o apoio emocional e a inclusão social desempenham papéis fundamentais.

Definir metas para 2025: especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz dá dicas para priorizar saúde mental e bem-estar

Criar um plano de ação pode ser o diferencial para colocar suas metas em prática

O início de ano pode ser uma oportunidade de recomeçar e traçar planos para o futuro. Segundo Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do serviço de psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, ter um planejamento realista e flexível pode transformar metas em conquistas, mantendo o equilíbrio emocional ao longo do ano.

A virada do ano é um momento comum de reflexão entre as pessoas sobre o que não foi alcançado. O importante é evitar a frustração e, em vez disso, questionar se os objetivos ainda fazem sentido e como ajustá-los para o novo ciclo que se inicia”, explica o especialista.

Para estruturar as metas, Dr. Alaor recomenda categorizar em áreas, como saúde, trabalho, relacionamentos e lazer, dessa forma é mais fácil de se organizar e focar. “Manter uma lista em locais visíveis, como na geladeira ou em um mural, pode servir como um lembrete diário”, orienta.

Outro ponto essencial é estabelecer objetivos alcançáveis. “Adotar hábitos saudáveis, por exemplo, pode começar com pequenas mudanças, como praticar caminhadas duas vezes por semana ou reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados. Metas inalcançáveis podem gerar frustrações e prejudicar a saúde emocional”, alerta.

A saúde mental como prioridade

Dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 5,8% dos brasileiros, cerca de 11,7 milhões de pessoas, sofrem de depressão, sendo o país com maior prevalência de depressão na América Latina. Já um estudo do Ministério da Saúde de 2022 projeta que até 15,5% da população poderá enfrentar a doença ao menos uma vez ao longo da vida. Este cenário reforça a importância de cuidar da saúde mental em 2025.

Para o psiquiatra, medidas simples podem ter um impacto significativo no cuidado com a saúde mental. Melhorar a qualidade do sono, reservar tempo para a família e os amigos, celebrar pequenas conquistas e reduzir a exposição às redes sociais são práticas que ajudam a manter o equilíbrio emocional. “É importante também saber identificar o momento de buscar ajuda profissional, especialmente quando sintomas de ansiedade ou tristeza interferem na rotina”, acrescenta.

Flexibilidade e adaptação

Dr. Alaor reforça que imprevistos podem acontecer e saber lidar com eles é fundamental. “Crises econômicas, mudanças na rotina ou até mesmo o excesso de informações digitais podem afetar nossos planos. Nestes momentos, pausar, refletir e reorganizar as prioridades pode ser a chave para seguir em frente.

Ele também chama atenção para a importância das pausas no cotidiano. “Vivemos em uma sociedade que enaltece a produtividade, mas precisamos lembrar que momentos de descanso são fundamentais para manter a resiliência e o foco”, afirma.

Por fim, o especialista destaca que metas alinhadas aos desafios do mundo atual, como buscar equilíbrio entre vida pessoal e profissional ou investir em projetos sustentáveis, podem trazer maior senso de propósito em 2025. “Celebrar as pequenas conquistas e planejar o próximo ano com autocuidado e equilíbrio pode transformar 2025 em um período mais leve e produtivo. O mais importante é ter clareza sobre o que realmente importa e avançar no seu próprio ritmo”, conclui Dr. Alaor.

DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS

Dor física, causa emocional: essas são as doenças psicossomáticas 

Três ilustrações de mãos grandes interagindo com pessoas: a primeira mão segura uma pessoa sentada, a segunda levanta uma pessoa pelo braço e a terceira cobre uma pessoa meditando.

Você já deve ter ouvido ou falado algo parecido com “nervoso de doer” ou “triste de doer”. Essas expressões, embora pareçam simples figuras de linguagem, podem ser tão reais quanto uma perna quebrada. Esse quadro é chamado de transtorno de sintomas somáticos, que, de forma resumida, são problemas físicos causados por questões emocionais.  

Para conseguirmos caracterizar um transtorno sintomas psicossomático, devemos levar em conta os níveis de preocupação do indivíduo e quanto isso limita sua vida. A vivência da pessoa passa a existir em torno do sintoma específico e é algo predominante na vida dela”, explica o Dr. Gabriel Okuda, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.  

Essa é uma condição complexa, pois envolve ampla investigação clínica e abordagem multidisciplinar para ser superada. As principais causas dos transtornos somáticos estão relacionadas a traumas ao longo da vida; abusos e relacionamentos familiares conturbados podem contribuir para o surgimento da condição. Além disso, transtornos psiquiátricos crônicos, como a depressão, e elevado estresse social podem ajudar a desencadear o transtorno. 

A investigação dos sintomas é outro desafio, pois, para uma pessoa já com condições específicas, como a depressão, passar por diferentes médicos sem encontrar nenhum resultado clínico é ainda mais perturbador. Sem falar de ter que lidar com os julgamentos da sociedade, uma vez que, por não ter uma doença física bem estabelecida, é difícil para os outros entenderem como pode haver uma dor física. 

Por isso, o tratamento dos sintomas psicossomáticos, que na maioria dos casos se tornam crônicos, é realizado pelo médico psiquiatra e, em geral, une psicoterapia com medicamentos. 

Exemplos de doenças psicossomáticas: 

Distúrbios gastrointestinais: como a síndrome do intestino irritável (SII), onde o estresse e a ansiedade podem agravar os sintomas digestivos, como dor abdominal e alterações no trânsito intestinal. 

 Ilustração de uma pessoa com as mãos na cabeça, aparentando desconforto.

Cefaleias tensionais: dores de cabeça causadas por estresse emocional ou tensão muscular.

Ilustração de uma pessoa vista de costas com manchas vermelhas na pele.

Distúrbios dermatológicos: como eczema ou psoríase, cujos surtos podem ser desencadeados ou agravados por estresse e emoções intensas. 

Ilustração de uma pessoa sentada segurando o joelho com uma área vermelha indicando dor ou lesão.

Dores musculares crônicas: como a fibromialgia, que é uma condição caracterizada por dor muscular generalizada e que pode ser influenciada por fatores emocionais. 

Ilustração de uma pessoa sentada medindo a pressão arterial com um aparelho automático.

Hipertensão arterial: o estresse crônico pode contribuir para o aumento da pressão arterial, o que pode gerar complicações cardiovasculares.

Ilustração de uma pessoa usando um inalador para asma.

Asma e outras doenças respiratórias: crises de asma, por exemplo, podem ser desencadeadas por fatores emocionais, como estresse ou ansiedade.

Por que isso acontece? 

A conexão entre mente e corpo é bastante complexa. Uma das teorias é de que quando uma pessoa enfrenta estresse emocional, o corpo reage com a liberação de hormônios como o cortisol. Se esses níveis permanecem elevados por períodos prolongados, podem afetar negativamente diversos sistemas do corpo, como o imunológico, o digestivo e o cardiovascular. Além disso, emoções não processadas ou reprimidas têm o potencial de se manifestar através de sintomas físicos. 

Preconceito e saúde mental masculina são barreiras na busca por diagnóstico

Preconceito e saúde mental masculina são barreiras na busca por diagnóstico e tratamento de câncer de próstata
Campanha Novembro Azul leva conscientização sobre câncer de próstata e cuidados de saúde do homem

O preconceito e a falta de cuidados com a saúde mental estão entre as principais barreiras para que homens busquem diagnóstico e tratamento para doenças que acometem esse público, como o câncer de próstata. Acompanhamento psicológico e psiquiátrico e incentivos para que os mais jovens se habituem a procurar ajuda médica mais cedo estão entre as ações elencadas por especialistas que podem ajudar a mudar esse cenário.

O tumor de próstata é o tipo de câncer que mais causa a morte de homens no país — são cerca de 16 mil óbitos por ano, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). Estimativas da instituição apontam o surgimento de aproximadamente 72 mil novos casos da doença por anos em 2024 e 2025.

Os números, porém, podem não contar a história completa da doença no Brasil, uma vez que há muita subnotificação, dizem especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O preconceito está atrelado a características específicas da própria investigação do quadro, como o exame de toque retal”, diz o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, coordenador do Serviço de Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Para ele, o exame, que permite detectar alterações na próstata, causa rejeição por levantar questionamentos sobre virilidade e masculinidade.

De uma maneira geral, estamos, hoje, muito menos machistas e preconceituosos com relação à sexualidade masculina do que já fomos, mas ainda há comportamentos que refletem o preconceito”, acrescenta.

As consequências do tratamento, como as possíveis implicações sexuais, também colaboram para essa reação negativa.

Para o psiquiatra, campanhas de conscientização, como o Novembro Azul, que mobiliza organizações de diversos segmentos para sensibilizar a população com relação ao câncer de próstata e aos cuidados da saúde masculina, ajudaram a diminuir a recusa pelo exame de toque e pela busca de outros cuidados médicos nos últimos anos.

Mas ainda há um impacto significativo desse preconceito em pessoas mais velhas, que é o grupo de risco para o câncer de próstata”, afirma Oliveira Neto. Para evitar o mesmo problema com as novas gerações, o médico diz que educar os mais jovens a entrar em contato com os médicos mais cedo, levando-os a cuidarem mais ativamente da própria saúde, pode ajudar a prevenir problemas graves no futuro.

Outra causa apontada pelos especialistas para essa rejeição é que, no passado, os procedimentos eram mais invasivos e os efeitos colaterais eram mais prevalentes. Hoje, novas técnicas, como a cirurgia robótica, ajudaram a diminuir o desconforto do tratamento e a aumentar a qualidade de vida dos pacientes em recuperação, ressalta o médico.

Segundo o Dr. Carlo Passerotti, urologista e cirurgião do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o uso da cirurgia robótica na especialidade trouxe benefícios como diminuição de incontinência urinária e impotência sexual, além de uma recuperação mais rápida após o procedimento.

O receio que muitos homens têm do resultado de uma consulta ou um exame é outro fator que pode gerar sofrimento e que faz com que muitos diagnósticos sejam feitos tardiamente, diz o Dr. Ariel Kann, head do Centro Especializado em Oncologia Clínica no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A descoberta do tumor feita em estágios mais avançados diminui as chances de sucesso de tratamento.

O homem tende a negligenciar um pouco a saúde e, muitas vezes, a mulher ou as filhas atuam como sentinelas, contando ao médico os sinais que percebem, como a urina fora do vaso ou mudanças na forma de andar e se sentar. Como médicos, prestamos atenção ao que elas falam”, conta o médico.

Percebemos que este homem é o líder da família, tenta não demonstrar fraqueza e pensa que precisa estar sempre forte. Assim, a revelação vem por uma filha ou pela esposa”, acrescenta. “A primeira mensagem é: não espere ter sintomas para ter um diagnóstico de câncer de próstata. Quando surgem sintomas, a situação é mais grave”, completa.

Para possibilitar a detecção precoce, a recomendação é que homens de 50 anos ou mais façam todos os anos os exames de toque retal e PSA – teste de sangue que pode detectar alterações na próstata. Homens de algum grupo de risco, como os que têm histórico familiar da doença e pessoas negras, devem iniciar o rastreio aos 45 anos, explica Passerotti.

Quando o diagnóstico é feito ainda nos estágios iniciais da doença, as chances de cura chegam a 90%.

Durante o tratamento, um cuidado multidisciplinar, que conta com profissionais como psicólogos, psiquiatras e fisioterapeutas, pode aliviar o sofrimento do paciente e garantir maior qualidade de vida.

É muito comum o desenvolvimento do transtorno de ajustamento, ou de adaptação, em um quadro oncológico. Diante de uma nova realidade imposta, não desejada, as repercussões em relação ao futuro, à finitude, impactam diretamente a saúde mental do indivíduo”, afirma Oliveira Neto. Assim, exacerbação de sintomas de humor e ansiedade podem aparecer.

Essa população tem um risco maior de surgimento de desenvolvimento de quadros psíquicos. Isso deve ser acompanhado, porque prejudica diretamente o tratamento clínico. Pacientes com depressão tendem a ficar mais tempo em internação em decorrência do câncer”, conclui.

SAÚDE MENTAL

Doenças psicossomáticas têm manifestações complexas e exigem ampla investigação para chegar ao diagnóstico

Psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz indica que tratamentos mais eficazes incluem psicoterapia e mudanças no estilo de vida

Preocupações intensas e limitantes, que podem ser acompanhadas de dores em diversas partes do corpo, medo de doença grave sem que exames corroborem a possibilidade e sintomas motores sem explicação médica são algumas das manifestações que caracterizam as doenças psicossomáticas – uma condição complexa, que exige ampla investigação clínica e abordagem multidisciplinar para ser superada.

Segundo o Dr. Gabriel Okuda, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as principais causas dos transtornos somáticos estão relacionadas a traumas ao longo da vida; abusos e relacionamentos familiares conturbados podem contribuir para o surgimento da condição. Além dessas causas, doenças psiquiátricas crônicas, como depressão, e elevado estresse social, podem ajudar a desencadear o transtorno.

Pessoas que normalmente têm uma tensão maior, que prestam muito a atenção nos sintomas em geral e têm maior sensibilidade à dor também estão no grupo de risco elevado para quadros psicossomáticos”, acrescenta Okuda.

O especialista explica que esses pacientes iniciam a jornada nos sistemas de saúde, geralmente, em pronto atendimento, em consultas com clínicos gerais. “Mas o fato de não ter uma explicação médica evidente para os sintomas não é suficiente para fazer o diagnóstico. Há pacientes com critérios diagnósticos para doenças físicas e que também podem ter doenças psicossomáticas”, afirma o psiquiatra.

Para conseguirmos caracterizar uma doença psicossomática, devemos levar em conta os níveis de preocupação do indivíduo e quanto isso limita sua vida. A vivência da pessoa passa a existir em torno do sintoma específico e é algo predominante na vida dela”, completa.

De acordo com Okuda, a maioria dos casos tende a se tornar uma condição crônica, com difícil controle, manejo e aceitação da doença pelo paciente. Mas, segundo o médico, há tratamentos que podem ajudar a evitar que o transtorno chegue a tal ponto – psicoterapia, acompanhamento psiquiátrico (para avaliação da necessidade de uso de medicamentos), e medidas de estilo de vida, incluindo exercícios físicos, alimentação saudável e atividades para redução de estresse, são as melhores alternativas.

Uma boa relação com um médico de confiança, que conheça o histórico do paciente, também colabora para o tratamento, diz Okuda. “Muitas vezes, esse paciente já passou por tantos lugares e ouviu tantas coisas diferentes que se sente perdido”, completa. Assim, ter o apoio de um médico que faça o acompanhamento da trajetória do paciente e de uma equipe multidisciplinar é essencial devido ao caráter complexo da condição.

Coração na boca? Aprenda a identificar uma crise de ansiedade

Sintomas afetam saúde psicológica e física; saiba como evitar

A ansiedade afeta a vida de muitos brasileiros. Mas, felizmente, está sendo mais discutida. Afinal, é um sentimento que todos vão experimentar ao longo da vida. Só que, para alguns, isso acontece com mais intensidade, causando problemas psicológicos e físicos.

Todos nós já tivemos sentimentos ruins que provocaram palpitações e sudorese, por exemplo. Segundo o psiquiatra Gabriel Okuda, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em entrevista ao Estadão, a ansiedade é um sentimento humano natural, assim como a alegria e o medo.

O problema está na ansiedade patológica, que impede a realização de atividades diárias e nos deixa presos a um estado ansioso. Os sintomas podem ser psicológicos e físicos.

Quem tem ansiedade patológica apresenta dificuldade de concentração, inquietação e problemas com o sono, fadiga, sensação de sufocamento, dores no peito, náuseas, assim como tremores.

Algumas pessoas também podem apresentar fobias, medos irracionais ou a sensação de estar fora da realidade. Os impactos vão além e podem provocar reações na pele, como dermatites e alergias.

Fatores da crise de ansiedade


A ansiedade pode ser causada por vários fatores, incluindo predisposição genética, traumas e situações de estresse. Condições médicas, como problemas de tireoide e alterações hormonais, também podem influenciar.

O mais comum, contudo, é aquela ansiedade relacionada a problemas familiares e ao estresse ou à sobrecarga de trabalho. O contexto social é muito importante para que os quadros ansiosos piorem ou se desenvolvam com uma facilidade maior”, afirmou o médico.

O que fazer durante uma crise?


O primeiro passo é se afastar da situação que causou o estresse. Depois, retomar o ritmo de respiração para ajudar a acalmar o corpo e a mente. Se os sintomas continuarem, é importante buscar ajuda médica.

O tratamento depende da gravidade e é diferente de pessoa para pessoa. Em casos mais leves, é indicado a psicoterapia e mudanças no estilo de vida, como praticar mais exercícios e melhorar a alimentação. Já em casos mais graves, uma combinação de medicação e terapia é geralmente a melhor opção. Vale reafirmar que tudo deve ser feito com acompanhamento médico.

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