Soltar até 20 gases por dia é normal e cheiro depende do tipo de bactéria

Um estudo conduzido por pesquisadores britânicos há alguns anos identificou que podemos expelir entre 476 ml e 1.491 ml de gases diariamente. Outra pesquisa, publicada na Revista Americana de Gastroenterologia, mostrou que é normal um adulto ter de 8 a 20 episódios de flatulência durante o dia.

“Muitos desses gases são eliminados no ato evacuatório”, afirma o médico Ricardo Barbuti, gastroenterologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

No entanto, em algum momento da vida, alguns indivíduos podem perceber mais flatulência do que o que consideram normal. E os motivos variam, segundo o especialista.

“Alimentos que não são digeridos são fermentados por bactérias no intestino e se tornam gases. A quantidade de gás vai depender de quanto alimento não digerido você consome. Por exemplo, uma dieta rica em fibras vai produzir mais gás.”

O gastroenterologista explica que são três principais fontes de gases:

  • Ar deglutido – comum em pessoas que comem muito rápido, que falam durante as refeições ou até mesmo bebidas gaseificadas.
  • Reações químicas no intestino – pode acontecer, por exemplo, de o ácido estomacal se misturar com o bicarbonato presente no pâncreas.
  • Bactérias intestinais – a mais comum de todas, feita por fermentação bacteriana.

Há casos de pessoas que podem ter um quadro chamado síndrome de supercrescimento bacteriano, relacionado a uma diminuição do movimento natural do intestino que causa um excesso de bactérias. Os sintomas incluem excesso de gases, desconforto abdominal, inchaço e diarreia.

Dor abdominal, gases e diarreia podem ser sinais de intolerância a lactose

Nem sempre os gases expelidos por uma pessoa vão incomodar ou mesmo ser percebidos pelos outros em volta. O mau cheiro e o tipo de alimento que ingerimos não têm ligação, explica o gastroenterologista.

“O cheiro dos gases têm a ver com o tipo de bactérias que você tem e com o tipo de gás que é produzido por elas. Uma microbiota que produz mais metano, não vai ter cheiro. Já se for mais gás sulfídrico, de enxofre, são muito malcheirosos.”

O tipo de gás produzido também pode dar informações de como o intestino de uma pessoa está funcionando. Produzir mais metano é um indicativo de constipação. Por outro lado, pessoas que soltam gás sulfídrico estão mais sujeitas a ter diarreia.

Desconforto

Além da inconveniência, os gases têm um potencial de causar desconforto. Indivíduos com distensão abdominal “têm mais tendência de retenção de gases no intestino”, afirma Barbuti. O resultado são dores e pressão na barriga.

Nessas horas é comum recorrer aos medicamentos anti-gases, como a simeticona. O médico diz que esse tipo de medicamento “diminui a tensão superficial das bolhas de gás”. “É como se fosse um detergente de gases”, exemplifica.

Apesar de não fazer mal, o remédio não vai tratar o problema dos gases. Para ter uma melhora efetiva, é preciso procurar um gastroenterologista para identificar qual é a causa da flatulência.

“São analisadas desde a alimentação e intolerâncias alimentares até doenças de base que podem aumentar os gases. Uma mudança na dieta, medicamentos, exercícios físicos… tudo isso modifica a microbiota”, conclui Barbuti.

Por que a barriga ronca?

Entenda as causas e veja como parar o barulho

Os “roncos” na barriga são parte de um processo fisiológico natural do corpo, mas quando acompanhados de outros sintomas podem ser sinais de alterações intestinais

Quando estamos com fome, é normal a barriga “roncar”. Esse é um processo fisiológico natural do corpo, chamado borborigmo, que consiste em contrações do estômago e do intestino que acontecem tanto quando comemos quanto ao ficarmos sem comer.

No segundo caso, o organismo começa a se preparar para receber o alimento. O estômago, por exemplo, passa a liberar um hormônio chamado grelina, que estimula o cérebro a entender que estamos com fome, de acordo com Paulo Barros, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De forma geral, o organismo estimula todo o sistema digestivo a produzir enzimas e se preparar para a digestão. Então, você começa a ter uma certa contração intestinal também e, por isso, começa a ouvir algum barulho e algum ronco”, esclarece.

Em alguns casos, os barulhos na barriga podem se tornar mais perceptíveis e a causa disso pode ser exatamente o que foi ingerido. “Os barulhos que escutamos são a passagem de líquido e gás pelo intestino. Isso pode variar com o que comemos. Se comemos algo que é mais irritativo para o intestino, que produz mais gases, como uma feijoada, ocorre a distensão do intestino e você ouve isso passar”, explica Barros.

Porém, em outras situações, os barulhos podem indicar disfunções motoras no intestino. É o caso da síndrome do intestino irritável, de acordo com o especialista. O uso de antibióticos também pode alterar a microbiota do intestino.

Isso altera a digestão e a formação do bolo fecal, podendo aumentar o barulho dentro da barriga. O paciente que tem a diarreia, por exemplo, tem uma contração muito forte do intestino, por isso que ele sente a cólica, e ele ouve o líquido passar de um lado para o outro”, afirma o gastroenterologista.

Quando os barulhos na barriga podem ser sinais de alerta de algo grave?

Os barulhos na barriga são contrações normais do intestino, como já vimos. Porém, alguns sintomas que podem vir acompanhados das contrações podem acender um sinal de alerta para alguma alteração no intestino.

Um sintoma de alerta é a dor abdominal e alteração na evacuação, são sinais de que é preciso procurar um médico para fazer uma avaliação”, afirma Barros.

O que fazer para evitar os “roncos” na barriga?

Apesar de serem processos fisiológicos naturais do intestino, os barulhos (ou “roncos”) na barriga podem ser, em alguns casos, constrangedores. Para evitá-los, a orientação do gastroenterologista é manter hábitos saudáveis de alimentação.

Ter uma dieta balanceada, saudável, e evitar produtos que sejam irritativos para o intestino. Por exemplo, feijão, repolho e pimentão são irritativos. Comidas pesadas no geral podem aumentar esses sons também”, afirma Barros.

Alguns tipos de medicamentos, como simeticona, podem ser utilizados para diminuir a formação de gases ou ajudar a liberá-los, o que ajuda a evitar os barulhos na barriga.

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