Esclerose múltipla atinge mais mulheres entre 20 e 40 anos

São Paulo, 15 de agosto de 2023 – Longe de ser um problema presente na vida dos idosos, a esclerose múltipla é uma doença neurológica, autoimune e crônica que ocorre quando o sistema imunológico acomete e destrói tecidos saudáveis do sistema nervoso e ataca, principalmente, mulheres na faixa etária entre 20 e 40 anos, população mais suscetível ao desenvolvimento da doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente, a prevalência média da doença no Brasil é de 8,69 para cada 100 mil habitantes. Já no mundo, estima-se que entre 2 e 2,5 milhões de pessoas convivam com a doença, que atinge, predominantemente, as mulheres. A proporção é de duas mulheres para cada homem diagnosticado.

A esclerose múltipla é caracterizada quando as células de defesa do corpo atacam o próprio sistema nervoso central, cérebro e medula espinhal, destruindo o tecido protetor (mielina), que envolve as fibras nervosas e impede ou altera a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo.

Apesar de ainda não haver cura, a esclerose múltipla hoje já não impacta, necessariamente, na expectativa de vida das pessoas. Hábitos saudáveis, somados aos avanços da medicina, com medicações que agem especificamente em cada perfil de doença, mudaram completamente o panorama que se conhecia da doença. E tudo isso aconteceu basicamente nos últimos 20 anos. Esse cenário ajuda o paciente a ter maior qualidade de vida. Estudar, trabalhar, praticar atividades físicas são hoje, não só possibilidades, como orientações médicas para a doença.

De acordo com o Dr. Diogo Haddad, neurologista do   Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a esclerose múltipla é uma doença em que o paciente pode ter uma qualidade de vida “quase normal” graças ao reconhecimento e tratamento precoce. “A evolução dos exames diagnósticos permite identificar o problema em estágios iniciais. O avanço em pesquisas de novas drogas oferece ao paciente abordagens terapêuticas cada vez mais eficazes. Esse conjunto de fatores é essencial no controle da progressão da esclerose múltipla e para proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes”, esclarece o especialista.

O médico diz que a suspeita da existência da esclerose múltipla em pessoas jovens surge com sintomas muito variados e pode ser, por exemplo, com queixas visuais (como visão dupla ou embaçamento visual), problemas de sensibilidade (como formigamentos), perda de sensibilidade ou de força em membros inferiores. Na investigação da doença, é feita a avaliação detalhada do sistema nervoso, por meio de exame neurológico completo. Dentre os exames complementares o mais importante é a ressonância magnética – que pode definir as lesões com precisão -, e muitas vezes determinar os melhores tratamentos.

Quando afeta a visão, pode ocasionar embaçamento visual, lesão do brilho das cores e até perda visual, geralmente acompanhado da dor a movimentação ocular. “Em alguns casos, alterações cognitivas e de memória podem acontecer, mas na maioria das vezes, tendem a se desenvolver tardiamente. Por isso o reconhecimento profissional precoce dos sintomas impede por vezes o avanço de sintomas atípicos da doença”, diz Dr. Haddad.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

A esclerose múltipla é diagnosticada a partir de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos. A ressonância magnética é um dos exames de imagem mais importantes, tanto no momento do diagnóstico inicial, quanto no acompanhamento da doença. “O exame permite afastar outras possibilidades diagnósticas, identificar novas crises da doença e avaliar as respostas ao tratamento”, explica o neurologista.

Além da abordagem ampla que envolve estilo de vida, atividade física, nutrição e aspectos emocionais – para aqueles com as formas recorrentes da doença estão aprovados medicamentos denominados de imunomoduladores (drogas modificadoras da doença). Assim chamadas por atuarem no desarranjo existente no sistema imune. Para o tratamento dos surtos, é usado a “pulsoterapia” (administração de altas doses de medicamentos por curtos períodos) com corticoides sintéticos. “Com o avanço das medicações apresentando eficácia cada vez mais alta, os surtos da doença tendem a ser mais raros e, por vezes, inexistentes a partir do tratamento”, esclarece.

O tratamento da esclerose múltipla é multidisciplinar e vai além do acompanhamento medicamentoso e da realização de exames periódicos, incluindo a adoção de dieta rica em fibras e a hidratação adequada com ingestão de água, que ajudam a regular o intestino e a evitar a constipação, bastante comum entre os pacientes. A prática de atividade física, principalmente a inclusão de exercícios que aumentam a força muscular e o equilíbrio para evitar o enrijecimento corporal são essenciais para promover o melhor controle do intestino e da bexiga, além de colaborar para o bem-estar e reduzir os níveis de estresse e ansiedade.

Esclerose Múltipla atinge mais adultos jovens

Neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz aponta que o diagnóstico e tratamento precoce é essencial para proporcionar o controle da doença

São Paulo, 25 de agosto de 2020 – O dia 30 de agosto é marcado como o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla, doença autoimune, inflamatória, crônica e desmielinizante do sistema nervoso central. Apesar do senso comum, a esclerose múltipla não é uma doença que acomete mais idosos. Pelo contrário, os mais atingidos são os adultos jovens, entre 20 a 40 anos, e na maioria dos casos são em mulheres.

“O problema é que muitos pacientes são diagnosticados tardiamente, e por isso perde-se tempo importante no tratamento, o que muitas vezes pode levar a surtos e incapacidades permanentes”, explica o neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Diogo Haddad. “Hoje, com a individualização do tratamento, a qualidade de vida de uma pessoa com diagnóstico precoce é quase semelhante à de quem não tem a doença. Não é sinônimo de morte, nem de perda de funcionalidade ou de alterações de atividades diárias, como se imaginava há muitos anos”, complementa.

Como a doença age?

A ciência ainda não descobriu a causa exata da esclerose múltipla. O que se sabe é que por motivos genéticos e/ou ambientais o sistema imunológico começa a atacar a bainha de mielina, uma espécie de ‘capa’ que envolve as fibras nervosas na substância branca do cérebro e na medula espinhal. Essa agressão a mielina compromete a função do sistema nervoso central e as funções ligadas ao trânsito de informações dos neurônios para o resto do corpo. E esse acometimento faz com que os sintomas se manifestem e cause os quadros inflamatórios.

As crises inflamatórias são o que os neurologistas chamam de surtos, que danificam a bainha de mielina causando cicatrizes, além de uma degeneração das fibras nervosas. Esses surtos ocorrem aleatoriamente, variando a frequência em cada paciente.

Não tem cura, mas tem tratamento

Apesar de não ter cura, atualmente existem diversos medicamentos, que além de reduzir a atividade inflamatória e evitar a progressão da doença, também tratam os sintomas, que afetam muito a qualidade de vida dos pacientes. Fadiga, alterações visuais, rigidez nos membros, fraqueza muscular, desequilíbrio, alterações sensoriais, dores no corpo e articulações, disfunção na bexiga e/ou intestino, disfunção sexual, dificuldade na articulação da fala, dificuldade de deglutição, alterações emocionais e cognitivas estão entre as queixas mais frequentes entre os pacientes.

“Os sintomas são diversos e nem sempre o paciente vai ser acometido por todos. Por isso, é fundamental procurar um neurologista caso apresente algum dos sintomas associados à esclerose múltipla. Isso é extremamente importante para não atrasar o diagnóstico da doença”, comenta Dr. Diogo Haddad.

O especialista ainda aponta que atualmente existem mais de dez medicações disponíveis, conhecidas como imunomoduladores, que vão atuar de acordo com perfil diagnosticado da doença e sintomas apresentados pelo paciente, e que apesar de terem um custo alto, a maioria está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Na última década, o tratamento da esclerose evoluiu bastante graças aos grandes investimentos feitos em pesquisa. “Embora seja uma doença crônica, conseguimos controla-la de maneira satisfatória quando ela é diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada”, finaliza Haddad.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Doenças Digestivas, em 2020 a Instituição irá completar 123 anos. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde -, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz – https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/

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