Outubro Rosa: mamografia ainda é exame essencial para identificação da doença

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz ressalta importância de prevenção

São Paulo, 21 outubro de 2024 – Criado há mais de 30 anos, o Outubro Rosa é a época de compartilhar informações para a conscientização sobre o câncer de mama. A prevenção primária e a detecção precoce ainda são as principais aliadas para a redução da incidência e na mortalidade pela doença.

O câncer de mama é o tipo de tumor que mais acomete as mulheres no Brasil. Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados pelo Ministério da Saúde 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,9 casos por 100 mil mulheres.

Para detecção da doença, a mamografia continua sendo o melhor método para o rastreamento, especialmente em mulheres sem sintomas, como aponta a Dra. Maria do Socorro Maciel, mastologista e oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“Estudos mostram a redução de mortalidade com a descoberta precoce do câncer. A mamografia é o exame principal que auxilia na detecção inicial dos tumores mamários,” disse a especialista.

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a realização da mamografia a cada ano a partir dos 45 anos até os 55. Já a Sociedade Americana de Cancerologia adverte que o exame seja feito anualmente acima dos 40 anos.

Mamografia é um exame simples que consiste em um raio-X da mama e permite descobrir o câncer quando o tumor ainda é bem pequeno.

“Muitas pacientes podem ignorar sinais de alerta, como nódulos, o que a mamografia pode identificar com mais precisão”, afirmou Maria do Socorro.

A especialista também aponta outro indicador para mulheres procurarem um mastologista para fazer o exame, a incidência de casos de câncer de mama em outras mulheres da família.

“Se você tem um histórico familiar de câncer de mama deve começar a fazer mamografia a partir de 10 anos abaixo da idade da mãe quando teve a doença”, explicou a mastologista.

Testes genéticos também podem identificar mutações em pacientes com histórico familiar de câncer, mas, segundo a especialista, para esse tipo de exame as mulheres devem buscar acompanhamento com um oncogeneticista.

Dra. Maria do Socorro também enfatizou que, além dos exames, a prática de atividade física e o controle da dieta são fundamentais para a prevenção do câncer de mama.

“Atividade física é considerada muito como um anti-inflamatório e deve ser uma prioridade na vida das mulheres. As pessoas não marcam horários para fazer exames? Também devem reservar uma hora para fazer atividade física” afirmou.

A médica afirmou que há relação entre obesidade e o risco de câncer, embora ainda não ficou constatado que não sejam fatores determinantes.

“A obesidade é um risco adicional. O mais importante é entender que muitos fatores contribuem para o desenvolvimento do câncer, e é fundamental estar atento à saúde geral”, ressaltou a especialista.

Mitos e verdades

O câncer de mama ainda gera dúvidas sobre o que é verdade e o que é mito a respeito da doença.

Menopausa? “Chip da beleza”? Genética? Amamentação? São muitas as informações difusas que levam a conclusões erradas sobre o câncer de mama. Reunimos aqui, com informações do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o que é verdadeiro e o que não é sobre a doença:

VERDADE: A menopausa é um processo natural que ocorre com todas as mulheres e equivale a ausência de menstruação em período de 1 ano. O período que precede a última menstruação onde podemos ter irregularidade menstrual é o climatério. No período da menopausa ao redor dos 50 anos, coincide com o aumento da incidência dos casos de câncer de mama. A primeira menstruação precoce (< 9 anos) e menopausa tardia (> 55 anos) são fatores considerados de risco.

Verdade: O uso da terapia de reposição hormonal, geralmente quando se associa o estrógeno e a progesterona ,acima de 5 anos, é considerada fator de risco para câncer de mama. Mas vale lembrar que não é fator causal, e se a reposição for necessária pelos sintomas oriundos da menopausa, a terapia hormonal deve ser indicada efetuando-se controle dos exames de imagem da mama.

Mito: Os chamados “chips da beleza” não são reconhecidos pelo Conselho federal de medicina, sendo seu uso regular não autorizado.

Mito: O tabagismo é classificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) como agente carcinogênico para câncer de pulmão em humanos, portanto, cigarros e vapes – que contém nicotina e são vaporizadores – devem ser evitados como prevenção.

Mito: Estudos apontam que o uso a longo prazo de anticoncepcional oral pode aumentar o risco de câncer de mama. Porém este aumento de risco é muito pequeno quando comparado com pacientes que não usam o anticoncepcional oral Vale lembrar que anticoncepcional oral é uma forma de anticoncepção altamente eficaz e que seu uso também pode ser extremamente bem-vindo em condições como endometriose ou distúrbios hormonais. O seu uso não deve ser contraindicado, mas as pacientes devem ser informadas e discutir com seu médico qual a melhor forma de contracepção.

Verdade: Mutação genética germinativa (ou seja, genes que são transmitidos de geração em geração) correspondem à 10% dos casos de câncer de mama e aumentam de 50% a 80% o risco de desenvolver o câncer de mama durante a vida. O mapeamento genético pode ser importante aliado na prevenção e no tratamento em casos em que a história familiar de parentes com câncer de mama, ou mama e ovário ou outros tumores existem

A pesquisa da mutação germinativa geralmente é efetuada em quem é portador do câncer, importante a orientação do seu mastologista e do oncogeneticista.

Mito: Não há relação do uso de próteses mamária de silicone com o risco de desenvolvimento de câncer de mama.

Mito: Não há relação entre os sais de alumínio, presentes na formulação de alguns desodorantes, e o aumento do risco de desenvolvimento do câncer de mama. Nenhum estudo científico conseguiu estabelecer relação entre o uso desse produto e o risco de desenvolver a neoplasia. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que o produto é seguro e que não existe relação entre a substância e o desenvolvimento do tumor.

Verdade: A atividade física, quando praticada regularmente (no mínimo três vezes por semana com duração mínima de trinta minutos), traz diversos benefícios a curto e longo prazo para qualquer pessoa. Para prevenir o câncer de mama as mulheres devem iniciar uma mudança de hábitos em sua rotina, como praticar atividade física regularmente, ingerir alimentos saudáveis e realizar os exames preventivos, como a mamografia.

Mito: Não há embasamento científico que relacione o uso de sutiãs apertados e o surgimento do câncer de mama.

Mito: A maioria dos nódulos na mama correspondem a lesões benignas . Os cistos estão presentes em 60 % das mulheres e para efetuar o diagnóstico diferencial entre o nódulo verdadeiro e cisto o ultrassom das mamas é importante. Achando um nódulo, consulte um médico.

Verdade: Uma das orientações do Ministério da Saúde para prevenção do câncer de mama é o aleitamento materno. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostram que o risco de desenvolver câncer de mama é cerca de 22% menor em mulheres que amamentaram.

Outubro Rosa: incidência de câncer de mama em mulheres mais jovens preocupa especialistas

São Paulo, 30 setembro de 2024 – A incidência de câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos está em alta nos últimos anos no Brasil e no mundo. Uma pesquisa publicada no Jama Open Network, periódico da Associação Médica Americana, que analisou mais de 500 mil pessoas entre 2010 e 2019, mostra aumento da doença em pessoas com menos de 50 ano, em especial na faixa de 30 a 39 anos. No Brasil, especialistas também observam esse fenômeno nos consultórios.

O câncer de mama é o tipo de tumor que mais acomete as mulheres no Brasil. Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados pelo Ministério da Saúde 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres. 

A prevenção primária e a detecção precoce são aliadas na redução da incidência e na mortalidade por câncer de mama. A população deve ser informada sobre o tema para que possa adotar medidas que protejam a sua saúde.

Criado há mais de 30 anos, o Outubro Rosa é um período de compartilhar informações e conscientizar sobre o câncer de mama para contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença.

O aumento do aparecimento da doença em mulheres cada vez mais jovens preocupa especialistas, já que as causas ainda estão sendo identificadas.

“Claramente aumentou o aparecimento do câncer de mama em mulheres 10, 20 anos mais jovens do que a faixa etária padrão de maior incidência da doença, que é 50 anos. Agora, ainda não sabemos o porquê. O diagnóstico de mulheres de até 45 anos aumentou, sem dúvida, e é impressionante”, disse o Dr. Pedro Exman, coordenador do Grupo de Tumores de mama e ginecológicos do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Diagnóstico precoce

Mulheres a partir dos 40 anos devem realizar o exame clínico das mamas anualmente. O diagnóstico do câncer feito na fase inicial pode evitar tumores mais graves, retirada total das mamas e metástase.

Exames de imagem, como a mamografia ou o ultrassom das mamas podem detectar a doença.

No entanto, há sinais e sintomas que indicam que a mulher deve procurar um especialista e fazer os exames por imagem. Veja quais são: 

  • Retrações de pele e do mamilo 
  • Saída de secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo 
  • Vermelhidão da pele da mama 
  • Pequenos nódulos palpáveis nas axilas e/ou pescoço 
  • Inchaços pelas mamas
  • Dores na mama ou mamilo

Mitos e verdades 

O câncer de mama ainda gera dúvidas sobre o que é verdade e o que é mito a respeito da doença. 

Menopausa? “Chip da beleza”? Genética? Amamentação? São muitas as informações difusas que levam a conclusões erradas sobre o câncer de mama. Reunimos aqui, com informações do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o que é verdadeiro e o que não é sobre a doença:

“Menopausa é período de risco de desenvolvimento de câncer de mama”

Mito: A menopausa é um processo natural que ocorre com todas as mulheres e equivale ao último período menstrual. O período antes, durante e depois desta última menstruação chama-se climatério, que é quando ocorre a diminuição progressiva da função ovariana e da produção do estradiol e da progesterona. Este processo é natural e não está relacionado a um aumento do risco de câncer de mama. 

“Reposição hormonal é risco para o câncer de mama”

Verdade: Na década de 2000, a reposição hormonal foi realizada sem um correto controle e acompanhamento médico e se tornou um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de mama, com aumento do risco relativo entre 10 % e 20% em comparação a mulheres que não fizeram reposição hormonal. Para a realização segura de reposição hormonal, a mulher deve ser informada dos riscos e benefícios de tal estratégia e manter sempre acompanhamento profissional com médico especialista.

“ ‘Chips da beleza’ previnem o câncer de mama”

Mito: Os chamados “chips da beleza” são subcutâneos que liberam de forma lenta e progressiva hormônios, principalmente a testosterona, que no fígado é metabolizada e uma parte se torna estrogênio, o principal hormônio feminino. Por ser uma exposição com pouco controle e a longo prazo, há sim um risco aumentado de desenvolvimento de câncer de mama.

“Fumar cigarros convencionais ou vapes não são fatores de risco de câncer de mama”

Mito: O tabagismo é classificado pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico para câncer de mama em humanos, portanto, cigarros e vapes – que contém nicotina e são vaporizadores – devem ser evitados como prevenção.

“Anticoncepcional causa câncer de mama”

Meia-verdade: Estudos apontam que o uso a longo prazo de anticoncepcional oral pode aumentar o risco de câncer de mama. Porém este aumento de risco é muito pequeno quando comparado com pacientes que não usam o anticoncepcional oral Vale lembrar que anticoncepcional oral é uma forma de anticoncepção altamente eficaz e que seu uso também pode ser extremamente bem-vindo em condições como endometriose ou distúrbios hormonais. O seu uso não deve ser contraindicado, mas as pacientes devem ser informadas e discutir com seu médico qual a melhor forma de contracepção.

“Genética aumenta chances de desenvolver câncer de mama”

Verdade: Fatores hereditários (ou seja, fatores genéticos familiares que são transmitidos de geração em geração) correspondem à 5-10% dos casos de câncer de mama e aumentam em 50-80%. O mapeamento genético pode ser importante aliado na prevenção e no tratamento em casos do tipo. 

O mapa pode ser feito por qualquer pessoa por meio de uma coleta de sangue, saliva ou qualquer outro fluido que contenha material genético, entretanto, a análise se dá por meio de sofisticadas técnicas de laboratório e é indicada para pessoas que tenham histórico de doenças genéticas em familiares.

“Próteses de silicone aumentam o risco de câncer” 

Mito: Não há relação do uso de próteses mamária de silicone com o risco de desenvolvimento de câncer de mama. 

“Desodorante antitranspirante causa câncer de mama”

Mito: Não há relação entre os sais de alumínio, presentes na formulação de alguns desodorantes, e o aumento do risco de desenvolvimento do câncer de mama. Nenhum estudo científico conseguiu estabelecer relação entre o uso desse produto e o risco de desenvolver a neoplasia.  Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que o produto é seguro e que não existe relação entre a substância e o desenvolvimento do tumor.

“Atividades físicas ajudam a prevenir o câncer de mama”

Verdade: A atividade física, quando praticada regularmente (no mínimo três vezes por semana com duração mínima de trinta minutos), traz diversos benefícios a curto e longo prazo para qualquer pessoa. Para prevenir o câncer de mama as mulheres devem iniciar uma mudança de hábitos em sua rotina, como praticar atividade física regularmente, ingerir alimentos saudáveis e realizar os exames preventivos, como a mamografia.

“Usar sutiã apertado causa câncer”

Mito: Não há embasamento científico que relacione o uso de sutiãs apertados e o surgimento do câncer de mama. 

“Todos os nódulos da mama são câncer” 

Mito: A maioria dos nódulos na mama correspondem a lesões benignas ou cistos. Achando um nódulo, consulte um médico.

“Mulheres que amamentam têm menos chances de desenvolver câncer de mama”

Verdade: Uma das orientações do Ministério da Saúde para prevenção do câncer de mama é o aleitamento materno. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostram que o risco de desenvolver câncer de mama é cerca de 22% menor em mulheres que amamentaram.

 29 de setembro – Dia Mundial do Coração

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz participa de estudo que pode revolucionar o controle da pressão arterial e reduzir doenças cardiovasculares 

Prof. Dr. Álvaro Avezum afirma que toda sociedade deve se envolver para melhorar essa condição de saúde que afeta boa parte da população

São Paulo, 27 setembro de 2024 – Para se obter um avanço significativo no combate à hipertensão arterial, uma abordagem com a atuação de diferentes áreas da sociedade pode ser a solução. Um estudo publicado na Oxford University Press, pela American Journal of Hypertension, em abril deste ano, com a autoria do Prof. Dr. Álvaro Avezum, Head do Centro Especializado em Cardiologia e Diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, descreve como um pacote de soluções pode impactar a saúde populacional na cidade de São Paulo, quase que triplicando as taxas de controle de hipertensão arterial, fator de risco mais importante para prevenção de acidente vascular cerebral, e importante fator associado com infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca.

A iniciativa, conhecida como CARDIO4Cities, tem como objetivo transformar o panorama do tratamento da hipertensão arterial e pode ser aplicada não apenas na capital paulista, mas também em outras cidades do Brasil e do mundo. 

De acordo com a publicação, a hipertensão arterial é uma das condições de saúde mais prevalentes no Brasil, afetando entre 45% e 50% da população adulta. A condição está fortemente ligada a fatores como sedentarismo, alimentação inadequada e estresse, e pode levar a graves complicações como infartos, AVCs e insuficiência cardíaca.

Apesar da disponibilidade de medicamentos eficazes e o conhecimento sobre o diagnóstico da hipertensão, apenas de 10% a 20% dos pacientes têm a pressão arterial adequadamente controlada, afirmou Avezum.

Segundo o especialista, o desafio que envolve a hipertensão arterial é multifatorial e está relacionada com a falta de adesão ao tratamento, barreiras na comunicação entre pacientes e médicos, e limitações no sistema de saúde.

No estudo, realizado entre outubro de 2017 e dezembro de 2021, com análise de 11.406 registros de pacientes, sob a liderança das autoridades municipais de saúde, com cooperação de Fundação Novartis, American Heart Association, SOCESP, Instituto Tellus, foram implementadas nove soluções inovadoras em toda a cidade, alinhadas com as melhores práticas locais e internacionais.

Os resultados indicaram um aumento significativo de 40% no número de pacientes monitorados, definidos como aqueles que tiveram pelo menos uma aferição de pressão arterial registrada. Além disso, observou-se uma redução na proporção de pacientes diagnosticados entre aqueles com medições disponíveis, de 72% para 53%, e uma diminuição na proporção de pacientes tratados entre os diagnosticados, de 93% para 85%. 

Por outro lado, houve uma melhora considerável na taxa de controle da pressão arterial entre aqueles que estavam em tratamento – cresceu de 16% para 27%.

Somente na zona leste da capital paulista, exemplificou Avezum, o controle da hipertensão triplicou em 15 meses, passando de 12% para 31%. Além disso, houve uma redução significativa nas hospitalizações por AVCs, afirmou.

A metodologia de implementação e os resultados obtidos com o estudo contribuem para o acervo de evidências do mundo real, oferecendo suporte implementação da saúde populacional em qualquer localidade do Brasil.

Nós fizemos um diagnóstico situacional. São três pilares: o paciente ou a população; o médico e profissionais de saúde; e o sistema de saúde. Com isso, fomos identificar onde estão as barreiras”, explicou Avezum. 

As barreiras identificadas no estudo foram vários aspectos sobre o controle da pressão arterial, afirmou o especialista.

Tem o caso do paciente que não sabe que é hipertenso, ou o que sabe, mas não toma remédio. Há os casos de o médico não prescrever o medicamento e de o remédio não estar disponível no sistema de saúde quando o paciente procura”, exemplificou o cardiologista.

De acordo com Avezum, por ser multifatorial, o estudo usou a técnica chamada Design Thinking. 

Design Thinking é uma maneira de cocriar com a sociedade a solução dos potenciais problemas”, acrescentou o especialista.

A estratégia envolveu diversas iniciativas comunitárias, como concursos culturais, parcerias com escolas e eventos em colaboração com clubes de futebol e líderes comunitários. Essas ações tiveram como foco aumentar a conscientização e melhorar a adesão ao tratamento.

O modelo tem gerado tanto interesse que outras cidades, como Aracaju e áreas do sertão nordestino, estão começando a adotar a mesma abordagem”, afirmou o especialista.

A abordagem CARDIO4Cities é um avanço importante na gestão da hipertensão arterial, ressalta o cardiologista, pois oferece uma solução integrada que vai além da prescrição de medicamentos, engajando a comunidade e aproveitando a tecnologia para alcançar melhores resultados em saúde.

Setembro Amarelo: especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta sobre uso de medicamentos sem indicação médica que podem levar ao suicídio

Mês é dedicado à conscientização sobre prevenção de mortes que poderiam ser evitadas

São Paulo, 09 de setembro de 2024  O mês de setembro é dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. Neste ano, o lema da campanha é “Se precisar, peça ajuda!” e tem como objetivo alertar a sociedade sobre a importância de reconhecer sinais de risco e buscar ajuda.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que são registrados mais de 700 mil suicídios no mundo por ano, com uma estimativa de que o número real possa ultrapassar 1 milhão por conta de subnotificações. No Brasil, a taxa de suicídios é de 14 mil casos anuais, o que equivale a uma média de 38 mortes por dia.

Segundo a OMS, quase 100% dos casos de suicídio estão associados a doenças mentais, muitas vezes não diagnosticadas ou tratadas inadequadamente. Portanto, a abordagem eficaz na saúde mental pode ser crucial na prevenção desses casos.

Há ainda casos em que a busca pela cura de uma condição de saúde ou doença também pode levar a casos de depressão.

Desde o ano passado a comunidade médica mundial mostra preocupação com efeitos colaterais de medicamentos para controle de diabetes e emagrecimento quando usados sem acompanhamento de especialistas.

Em agosto deste ano a Jama Network, revista da American Medical Association, publicou um estudo com dados da OMS, que identificou 107 casos de pensamentos suicidas associados ao uso da semaglutida, medicamento que atua simulando a ação do GLP-1, hormônio que regula a glicemia e a sensação de saciedade, usado para tratar diabetes e obesidade.

O estudo analisou mais de 36 milhões de casos de reações adversas e encontrou que parte deles associava o uso da semaglutida ao aumento de ideias de suicídio, especialmente em pacientes que também usavam antidepressivos ou benzodiazepínicos. Em 62,5% dos casos, os sintomas desapareceram após a interrupção do medicamento.

Segundo o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, head do Serviço de Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a preocupação é maior nos casos de pessoas que tomam o medicamento sem acompanhamento médico.

“São pessoas que conseguem comprar o medicamento sem receita. Existe um grupo de risco dentro desses usuários sem acompanhamento médico, que na privação da alimentação, pode ter um efeito, que é a manifestação de pensamentos suicidas”, explicou o psiquiatra.

O especialista alerta para a necessidade de um monitoramento cuidadoso dos efeitos colaterais desses medicamentos. “Muitos desses remédios estão disponíveis sem receita médica e isso pode levar a um uso inadequado e potencialmente perigoso.”

O estudo americano enfatiza a necessidade de regulamentação mais rígida e de acompanhamento médico rigoroso para evitar riscos adicionais à saúde mental.

O psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz também destacou a importância de políticas públicas eficazes para combater a crise na saúde mental na população em geral.

O Setembro Amarelo 2024 é uma oportunidade para reforçar a importância de estar atento aos sinais de alerta para o suicídio e de promover o acesso a informações e tratamentos adequados. A conscientização e a ação contínua são fundamentais para garantir que todos tenham o suporte necessário para enfrentar momentos de crise e optar pela vida.

Agosto Laranja: Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz fala dos desafios e impactos da Esclerose Múltipla

Implicações da doença que vão muito além do tratamento e merecem atenção de comunidade terapêutica

São Paulo, 26 de agosto de 2024 A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica, autoimune e desmielinizante que afeta o sistema nervoso central, causa uma ampla gama de sintomas e limitações funcionais. É uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central, afetando o cérebro e a medula espinhal, e a principal causa de incapacidade não-traumática em adultos jovens. O Agosto Laranja foi criado para conscientizar sobre a doença.

A Dra. Fernanda Herculano, neurologista do Centro de Esclerose Múltipla do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a doença exige uma atenção especial no tratamento.

“Nessa doença, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando danos à mielina – camada que reveste os nervos – afetando a maneira como os impulsos elétricos são enviados ao cérebro, exigindo atenção particular em sua abordagem terapêutica e social”, afirmou a especialista.

De um lado, há uma vasta diversidade de tratamentos e inúmeras pesquisas em curso; do outro, persistem desigualdades sociais, exclusão e desafios no mercado de trabalho, afetando a qualidade de vida. Os jovens são os mais impactados pela doença, que atualmente afeta cerca de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, estima-se que aproximadamente 40 mil pessoas convivam com Esclerose Múltipla.

O início da doença costuma ocorrer entre a segunda e quarta décadas de vida, com ocorrência de duas a três vezes maior em mulheres. Esse fato resulta em um impacto profundo na qualidade de vida e no desenvolvimento pessoal e profissional dos pacientes.

“A patogênese da EM é complexa, envolvendo uma interação multifatorial entre predisposição genética e fatores ambientais, como infecções virais e outras características como tabagismo, obesidade e deficiência prolongada de vitamina D”, afirma a médica.

O diagnóstico precoce da esclerose múltipla é crucial, pois o mecanismo inflamatório – sob o qual a maior parte das drogas atuam – está em evidência maior no início da doença, e é nesse momento em que encontramos a melhor oportunidade para iniciar o tratamento visando reduzir surtos e atrasando a progressão da doença.

As manifestações da EM podem ser sutis e passageiras. Esse fato resulta em adiamento por parte do paciente em buscar ajuda médica, ou mesmo quando há busca, infelizmente o diagnóstico acaba não sendo feito, pois os sintomas podem ser confundidos com outras condições.

Por isso o mês da conscientização é tão importante, para que a EM seja cada vez mais difundida, tanto entre pacientes, como entre médicos de outras especialidades, não-neurologistas.

Dentre os principais sintomas da EM, podemos incluir fadiga intensa; alterações ligadas à fala e deglutição; sintomas sensitivos; transtornos visuais; alterações de equilíbrio e coordenação; fraqueza muscular; transtornos cognitivos; transtornos emocionais; e alterações esfincterianas como urge-incontinência urinária/fecal ou mesmo retenção esfincteriana.

Por conta da depressão e ansiedade, que são comuns nesses pacientes, o suporte psicológico é uma necessidade muitas vezes negligenciada.

O fortalecimento de redes de apoio e a promoção de grupos de suporte para pacientes e familiares são essenciais para enfrentar esses desafios.

Segundo Fernanda, atualmente há no Brasil mais de 10 possibilidades terapêuticas aprovadas que buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos provocados pela EM ao longo dos anos, contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente.

“Apesar de uma grande gama de medicações disponível, infelizmente o acesso a elas é desigual na população, traduzindo em resultados clínicos menos favoráveis e em uma maior exclusão social dos pacientes, que muitas vezes não conseguem acessar o tratamento mais adequado”, explicou a especialista.

Os pacientes também encontram dificuldades no mercado de trabalho, lembra a neurologista. Os sintomas físicos e cognitivos da doença frequentemente resultam em limitações que podem comprometer a capacidade laboral, e muitas vezes isso não é compreendido dentro do ambiente profissional.

É preocupante porque são pessoas em idade economicamente ativa, que muitas vezes estão em fase inicial da carreira profissional.

Nos últimos anos, a neuroimunologia é uma das subáreas da neurologia que conta com mais pesquisas em andamento, oferecendo novas possibilidades de tratamento para EM. Além das terapias emergentes, também há avanço na reabilitação, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e o prognóstico.

Ao mesmo tempo em que comemoramos avanços é importante olhar para as desigualdades, e a necessidade de inclusão, vislumbrando um futuro mais equitativo e solidário para aqueles que vivem com EM.

“O compromisso da sociedade, dos profissionais de saúde e das instituições deve ser um passo fundamental para garantir que os direitos e a dignidade das pessoas afetadas sejam respeitados e promovidos”, finaliza Fernanda.

Dia Nacional de Combate ao Fumo: Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica impacto negativo do tabagismo na saúde da mulher

Data celebrada dia 29 de agosto serve para reconhecer e enfrentar as particularidades do impacto do tabagismo na saúde

São Paulo, 26 agosto de 2024 – Nesta quinta-feira, 29 de agosto, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data criada para refletir sobre os danos causados pelo tabagismo.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano – 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto do produto, enquanto cerca de 1,2 milhão são não-fumantes expostos ao fumo passivo. Dados do Ministério da Saúde, no Brasil 9,3% de adultos com mais de 18 anos são fumantes – eles se dividem entre 10,2% de homens e 7,2% de mulheres.

Além de números, há também diferenças entre os efeitos do tabagismo em homens e mulheres. O cigarro tem impactos distintos na saúde feminina, acentuando uma série de problemas.

Dr. Ciro Kirchenchtejn, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que o tabagismo tem uma história complexa e uma evolução no marketing voltada para esses públicos diferentes.

“Desde o final do século 19, a indústria do tabaco desenvolveu campanhas publicitárias distintas para homens e mulheres. Para os homens, o marketing associava o cigarro a sucesso e virilidade, enquanto para as mulheres, os cigarros eram promovidos como uma forma de emagrecimento e sofisticação”, lembrou o especialista.

De acordo com o pneumologista, o tabagismo feminino resulta em uma maior prevalência de certas doenças.

“Embora homens e mulheres compartilhem doenças comuns associadas ao tabagismo, como câncer de pulmão e doença pulmonar, as mulheres têm uma propensão maior a desenvolver câncer de pulmão, além de doenças específicas do aparelho reprodutivo”, explicou Kirchenchtejn.

O especialista ressalta que mulheres fumantes enfrentam riscos adicionais durante a gravidez, como parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer e complicações que afetam tanto a mãe quanto a criança.

“Se uma mulher deseja engravidar, o ideal é parar de fumar antes de tentar conceber. Contudo, parar de fumar para melhorar a saúde em geral é uma escolha benéfica a qualquer momento”, afirmou.

As diferenças biológicas tornam as mulheres mais suscetíveis a certos problemas de saúde relacionados ao tabagismo, segundo o especialista.

“As mulheres metabolizam a nicotina de forma diferente devido aos efeitos do estrógeno, o que pode resultar em uma maior produção de nitrosaminas, substâncias cancerígenas presentes no cigarro”, disse o médico.

Questões emocionais e comportamentais também afetam o modo como as mulheres lidam com o ato de fumar.

O especialista enfatiza a importância de abordar a dependência psicológica, além da física, no processo de cessação do tabagismo.

“Programas de cessação devem incluir terapia cognitivo-comportamental para ajudar as pessoas a lidarem com os gatilhos emocionais e comportamentais que levam ao tabagismo”.

Buscar ajuda profissional é de suma importância para ter êxito na tentativa de parar de fumar.

“Embora seja possível parar de fumar sozinho, a maioria das pessoas precisa de suporte adicional para ter sucesso. Programas estruturados e acompanhamento profissional aumentam significativamente as chances de sucesso”, lembrou o especialista.

Neste Dia Nacional de Combate ao Fumo, é preciso reconhecer e enfrentar as particularidades do impacto do tabagismo na saúde e promover estratégias eficazes para acabar com o uso do tabaco.

Cigarros eletrônicos

O pneumologista também lembrou que, além do cigarro convencional, os eletrônicos – conhecidos como vapes, pod, pendrive, caneta, entre outros nomes – também fazem mal à saúde.

“Os cigarros eletrônicos muitas vezes contêm mais nicotina do que os cigarros tradicionais e são frequentemente direcionados a jovens e grupos vulneráveis”, alertou o especialista, que também menciona os riscos ambientais e legais associados ao uso desses produtos, que muitas vezes são adquiridos de forma irregular e contribuem para a poluição com metais pesados.

As substâncias usadas nesses aparelhos podem causar tanto mal quanto o cigarro comum quando vaporizadas e inaladas. Como contém concentrações altíssimas de nicotina, muitas vezes transformada para se tornar mais rapidamente absorvida, o dispositivo eletrônico torna o ato de fumar altamente viciante.

28/07 – Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais

Data promove conscientização sobre doença silenciosa que causa 1,3 milhão de mortes anualmente

Hepatologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz detalha modos de transmissão e estratégias de prevenção

São Paulo, 26 de julho de 2024 – Visando conscientizar a população sobre os tipos de hepatites, o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho e criado em 2010 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), também lembra que a doença é a segunda maior causa de morte por infecção no mundo, com 3,5 mil óbitos diários e 1,3 milhão de mortes anuais. 

Segundo Dr. Luís Edmundo Pinto da Fonseca, hepatologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as hepatites virais são causadas por infecções que podem não ter sintomas perceptíveis, afetando o fígado e podendo ser classificadas como agudas, que duram de até seis meses e crônicas, quando duram mais de seis meses. 

O hepatologista explica que elas se manifestam de diferentes formas, mas muitas vezes a evolução no quadro da infecção não é identificada por escassez de sintomas. Por isso, a importância de realizar exames de rotina para garantir o diagnóstico precoce e evitar a evolução para formas mais avançadas de doença hepática crônica, que incluem a cirrose hepática e o câncer de fígado. 

Os sintomas da doença, quando aparecem, podem incluir: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. “Reconhecer esses sinais é essencial para detectar precocemente a doença e buscar o tratamento adequado”, conta o médico. 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas últimas duas décadas o Brasil notificou aproximadamente 720 mil casos de hepatites virais. Do total, cerca de 23% correspondem a casos de Hepatite A, 37% dos casos são de Hepatite B e a Hepatite C representa a maior incidência, com 39% dos casos.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, as hepatites virais mais comuns no país são causadas pelos vírus A, B e C. A Hepatite D, comum na região Norte do Brasil, e a Hepatite E, mais diagnosticada na África e na Ásia, ocorrem com menos frequência no nosso país.
 

Tipos e prevenção

Hepatite A: ocorre por via fecal-oral: ingestão de água e/ou alimentos contaminados com fezes humanas, e por isso, costuma estar associada a baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal. 

A vacinação contra a Hepatite A está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e é altamente recomendada, devendo ser realizada em crianças de 15 meses até cinco anos incompletos. 

É importante adotar práticas de higiene pessoal adequadas, como lavar as mãos regularmente após o uso do banheiro e antes de manipular alimentos. Além disso, certificar-se de consumir água tratada e alimentos devidamente cozidos também é uma medida preventiva eficaz”, explica o médico.  

Hepatite B: pode ser transmitida por via vertical (de uma mãe portadora do vírus para o filho, sendo que a transmissão ocorre durante o parto), por via parenteral (ou seja, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros itens pessoais contaminados com sangue infectado) e pela via sexual, sendo considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST). 

A vacinação é a principal medida preventiva para a Hepatite B, que deve ser iniciada nos primeiros meses após o nascimento: aos dois, quatro e seis meses de idade. Para os adultos que não foram vacinados durante a infância, também são recomendadas três doses da vacina. 

Segundo o especialista, a prevenção da Hepatite B inclui a adoção de práticas sexuais seguras, como o uso de preservativos, além de evitar compartilhar objetos de uso pessoal que possam estar contaminados com sangue ou secreções pessoais. 

Existe também a vacina combinada da Hepatite A e B, que é indicada para crianças a partir dos 12 meses, adolescentes e adultos, sendo uma ótima opção para aqueles que não foram vacinados contra ambas as hepatites. 

Hepatite C: considerada epidemia mundial, ainda sem vacina disponível, tem como característica alarmante que aproximadamente 60% a 85% das infecções agudas podem se tornar crônicas, com risco de evolução silenciosa para a cirrose hepática ao longo de vários anos. 

Assim como o tipo B, a Hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue infectado, por isso é preciso adotar medidas de prevenção “Evite o compartilhamento de objetos pessoais que possam estar contaminados com sangue, sempre utilize equipamentos estéreis em procedimentos médicos, de acupuntura e tatuagem e instrumentais bem higienizados em serviços de manicure e pedicure. Também nunca deixe de praticar sexo de forma segura, utilizando preservativos, quando indicado, nas relações sexuais”, conta o hepatologista, Dr. Luís Edmundo. 

O médico chama atenção para a hepatite C já que, diferentemente das hepatites A e B, ainda não há vacina disponível. Desta forma, sua prevenção baseia-se em medidas de redução de risco. 

Outro fator para ficar de olho é que o surgimento de sintomas não é muito frequente: cerca de 80% das pessoas com o vírus não apresentam qualquer manifestação. Além disso, segundo o Ibrafig (Instituto Brasileiro do Fígado), a hepatite C é a hepatite mais letal, sendo relacionada a 74% das mortes pela doença.
 

Prevenção é o melhor caminho

A prevenção dessas doenças requer não apenas um esforço coletivo, mas também um entendimento sobre suas formas de transmissão e as medidas preventivas eficazes. Segundo Dr. Luís Edmundo, a educação e a conscientização desempenham um papel crucial nesse processo. 

É fundamental enfatizar a importância da conscientização sobre as diferentes formas de transmissão das hepatites virais e da adoção de medidas preventivas adequadas. A promoção de informações precisas e o acesso a serviços de saúde são fundamentais para reduzir a incidência e o impacto das hepatites virais”, diz o especialista.

Julho Verde: Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta para antecipação dos casos de câncer de cabeça e pescoço

Diagnóstico tem ocorrido em pessoas entre 40 e 50 anos

São Paulo, 11 de julho de 2024 – De acordo com o Ministério da Saúde, anualmente cerca de 700 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço são diagnosticados no mundo. Só no Brasil, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima 39.550 casos novos da doença neste ano.

Tumores de cabeça e pescoço são aqueles localizados na boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide, seios paranasais, fossas nasais e glândulas salivares.

Com o objetivo de chamar a atenção sobre os cuidados e controle efetivos desse tipo de câncer – o sexto tipo mais comum, globalmente, a Federação Internacional de Sociedades de Oncologia de Cabeça e Pescoço estabeleceu o dia 27 de julho como o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço.

De acordo com o Dr. Cheng Tzu Yen, médico oncologista e coordenador da área de tumores de cabeça e pescoço do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a prevenção e o diagnóstico precoce da doença são fundamentais para a redução desses tipos de tumores que, nos últimos anos têm se manifestado entre os 40 e 50 anos de idade.

“Historicamente os tumores de cabeça e pescoço eram diagnosticados em pacientes entre a sexta a sétima década de vida, nos últimos anos, no entanto, estão sendo descobertos cerca de duas décadas antes. Isso pode ser atribuído à conscientização e ao diagnóstico precoce, que aumenta para até 80% as chances de cura da doença”, afirma o especialista.

De acordo com o oncologista, nódulos persistentes, de consistência firme e endurecida, localizados na região do pescoço, feridas e aftas na parte interna da boca, dificuldades para mastigar e deglutir, engasgo frequente e rouquidão por mais de três semanas são os principais sinais para o câncer de cabeça e pescoço.

O especialista também reforça que lesões nos lábios, decorrentes da alta exposição solar também são sinais de alerta para a doença.

A adoção de boa e regular higiene bucal e a ida periódica ao dentista (pelo menos duas vezes ao ano), para que seja realizado exames clínicos, são fundamentais na prevenção e diagnóstico dos tumores.

“A consulta regular ao dentista é fundamental no rastreio precoce da doença. É importante que os dentistas suspeitem de lesões que sangram e não cicatrizem e encaminhem material para biópsia e aprofundem, junto com o oncologista a investigação diagnóstica”, reforça Dr. Cheng.

HPV, tabagismo e álcool

Segundo o Inca, fumantes têm cinco vezes mais chance de desenvolver câncer de cabeça e pescoço. Quando o tabagismo está associado ao consumo excessivo de álcool isso dobra, passando para dez vezes mais chance. O tabagismo é responsável por mais de 95% dos diagnósticos de câncer de laringe.

O Dr. Cheng reforça que a infecção por HPV (papilomavírus humano)também é responsável pelo aumento da incidência entre a população jovem, principalmente como consequência da prática do sexo oral sem o uso de preservativos.

Em geral, o câncer causado pelo HPV é menos agressivo localmente, mas pode comprometer os linfonodos do pescoço de maneira mais rápida. No entanto, são mais sensíveis às terapias cirúrgicas ou aos tratamentos com radioterapia e quimioterapia. Quando diagnosticados em estágio inicial, as chances de cura podem chegar a 90%.

Prevenção e vida saudável

  • Não fume, inclusive cigarro eletrônico;
  • Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Procure manter uma alimentação saudável, com o consumo de frutas, legumes e verduras, e evitar o consumo em excesso de alimentos embutidos e industrializados
  • Mantenha a boa higiene bucal em dia;
  • Consulte o dentista pelo menos duas vezes ao ano;
  • Vacine-se. A vacina contra o HPV oferecida gratuitamente na rede pública de saúde para meninas e meninos de 11 a 14 anos.

Dia Mundial do Chocolate: especialista revela qual a melhor forma de apreciar iguaria

Nutrólogo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica que a guloseima pode ser aliada do bem-estar de forma simples

São Paulo, de 2 julho de 2024 – Consumido em todo mundo há séculos, o chocolate ainda desperta fascínio em meio a tantas delícias gastronômicas e todo dia 7 de julho é comemorado o Dia Mundial do Chocolate. A data remete à chegada do produto à Europa no século 16 pelas mãos dos espanhóis.

Poucas iguarias despertam tanta admiração e une tantos apaixonados, que podem ser chamados de “chocólatras”. Seja ao leite, amargo ou meio amargo, sua variedade vai além do sabor irresistível. Mas, para aproveitar verdadeiramente essa guloseima é preciso entender como se deve saborear o chocolate.

Dr. Andrea Bottoni, nutrólogo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que o “segredo” está não apenas no que comemos, mas como o fazemos. É importante explorar não somente os prazeres sensoriais que o chocolate proporciona, mas também os benefícios que uma apreciação consciente pode trazer.

“Quando nos permitimos degustar cada pedacinho com calma, exploramos não só seu sabor, mas também seus benefícios. É que isso a gente está se desacostumando. Pegue um pedaço, deixe literalmente na boca ou, antes de colocá-lo na boca, sinta o aroma e observe a textura, e quando der aquela mordida, você sentirá muitas sensações. Vai desfrutar muito mais”, explica Bottoni.

O especialista explica que apreciar um chocolate pode ser um convite para uma jornada sensorial que enriquece o corpo e a mente.

Com compostos antioxidantes como os flavonoides e a capacidade de influenciar positivamente o humor, o chocolate pode ser mais do que uma guloseima e se tornar aliado para momentos de bem-estar.

Isso acontece porque, de acordo com o especialista, o chocolate tem triptofano, um aminoácido que é precursor da serotonina, hormônio responsável por regular o humor, sono e o apetite.

“O chocolate pode cooperar com uma sensação de bem-estar, e quem não gosta de bem-estar? Tem pessoas que se sentem melhor ao comer chocolate”, afirma o nutrólogo, que complementa que, para quem não dispensa o consumo diário do chocolate, o recomendável é a ingestão de 25 gramas, o famoso “quadradinho”.

No entanto, não basta apenas escolher qualquer chocolate. O tipo amargo ou meio amargo, com menor teor de açúcar e maior concentração de cacau, é recomendado para quem busca os benefícios nutricionais sem renunciar ao sabor.

“Comer chocolate deve ser uma celebração do paladar e uma oportunidade para nos reconectarmos com nossas origens alimentares. Não são só calorias ou nutrientes, comer também é cultura, tradição, gastronomia, é uma lembrança que nutre o coração, como um bolo feito pela avó”, afirma Bottoni.

É necessário lembrar que chocolates são ricos em calorias, açúcares e gorduras, portanto, a quantidade consumida deve ser controlada. Também é importante estar atento à composição nutricional dos produtos escolhidos e para isso vale sempre a leitura dos rótulos dos produtos para entender a composição do alimento.

Dia Nacional do Diabetes: especialista do Hospital Oswaldo Cruz explica como negação do paciente à doença atrapalha tratamento

Endocrinologista do Centro de Controle de Obesidade e Diabetes reforça como equipe de saúde tem papel decisivo para reverter reações negativas

São Paulo, 26 de junho de 2024 – Nesta quarta-feira (26/6) é celebrado o Dia Nacional do Diabetes, data instituída pelo Ministério da Saúde em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) para alertar sobre os riscos à saúde de uma doença crônica, progressiva e silenciosa que atinge mais de 16,8 milhões de pessoas em todo o país, segundo o órgão federal.

O Brasil ocupa a quinta posição entre os países com maior incidência da doença entre adultos, atrás apenas da China, Índia, EUA e Paquistão.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado asseguram ao paciente o controle da glicemia, proporcionando que leve uma vida com qualidade. No entanto, para começar a tratar a doença e sofrer menos suas consequências, o paciente deve aceitar que tem diabetes.

A negação é uma das reações ao diagnóstico do diabetes, assim como a tristeza, medo, raiva e ansiedade, previstas pela comunidade médica, de acordo com o Ministério da Saúde. O trabalho dos especialistas nesta fase do tratamento é essencial para acolher o paciente e garantir a oferta do tratamento adequado e personalizado.

“Isso não acontece só com o diabetes, mas com toda doença crônica. É mais comum do que se imagina. A preocupação maior é que estudos mostram que, as pessoas que em negação têm maior probabilidade de evoluir para complicações do diabetes, por não serem orientadas o suficiente sobre os comportamentos que causam complicações”, disse a Dra. Tarissa Beatrice Zanata Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O acesso às eficazes opções terapêuticas e o acompanhamento médico de qualidade são essenciais para que as pessoas com diabetes não sofram as consequências da doença.

Além de médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas também devem atuar para desmistificar preconceitos ao tratamento.

“As equipes de saúde têm papel decisivo na conscientização e participação ativa do paciente no tratamento do diabetes”, afirmou Graça Câmara, psicóloga do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital.

“Fazer com que os pacientes sejam participativos no tratamento é necessário para que sinais e sintomas da doença, como emagrecimento repentino, boca seca, cansaço, visão turva, aumento de idas ao banheiro e fome, não passem desapercebidos ou sejam atribuídos a outras causas como excesso de trabalho ou falta de tempo para se alimentar direito”, ressaltou a endocrinologista.

Estimativas alarmantes

O diabetes, que mata 1,5 milhão de pessoas por ano no planeta, já é uma das dez principais causas de mortes por doenças no mundo, segundo a OMS.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2 da doença, que se manifesta frequentemente em adultos e ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz, ou não produz insulina suficiente para o controle glicêmico.

Em todo o mundo, 10,5% da população adulta mundial vive com a doença e metade delas desconhecer ter diabetes, de acordo com o atlas da Federação Internacional do Diabetes (IDF) de 2021. As projeções da IDF apontam que até 2045 um em cada oito adultos, ou seja, cerca de 783 milhões de pessoas, viverão com diabetes.

Você tem várias formas de agendar consultas e exames:

AGENDE POR MENSAGEM:

WhatsApp

Agende sua consulta ou exame:

Agende online
QR Code Agende sua consulta ou exame

Agende pelo app meu oswaldo cruz

App Meu Oswaldo Cruz disponível no Google Play App Meu Oswaldo Cruz disponível na App Store