Comida de festa junina faz mal? Veja orientações de especialistas

As festas juninas são alguns dos eventos mais aguardados pelos brasileiros. Afinal, é época de se divertir com jogos e brincadeiras típicas, além de comer muita comida saborosa e afetiva. Porém, muitos desses quitutes podem ter alto valor calórico e de açúcar, como canjica, arroz-doce, maçã do amor, curau, pastéis e vinho quente, sendo importante ter atenção ao consumo em excesso.

Andrea Visintainer, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que muitas das preparações típicas de festa junina possuem componentes que não são tão saudáveis. “Muitos pratos têm um alto teor de gordura, são mais processados do que outros ou têm um maior teor de açúcar. O consumo excessivo em um único dia pode causar desconforto digestivo e isso não é legal, porque o foco é aproveitar a festa”, comenta.

Isso quer dizer que comida de festa junina faz mal à saúde? Não necessariamente. De acordo com a especialista, é preciso analisar todo o contexto de saúde e hábitos alimentares de uma pessoa para saber se os pratos típicos do arraial podem trazer consequências ou não.

O importante é entendermos como é a alimentação desse indivíduo ao longo da vida, ao longo deste ano”, explica Visintainer. “Se a sua rotina contém alimentos saudáveis e pouco processados, como frutas, proteínas animais ou proteínas vegetais, se a hidratação está em dia e se ele pratica atividades físicas, isso tudo prepara nosso organismo para ser um meio saudável, e, um momento como esse de festa junina vai ser apenas algo pontual”, completa.

Ou seja, se na maior parte do tempo mantemos uma alimentação saudável e equilibrada, abrir uma exceção para comer alimentos com maior teor de açúcar ou gordura não trará grandes prejuízos, segundo a nutricionista. Mas, é claro, isso deve ser feito com cautela. “Se esses alimentos foram consumidos em quantidades moderadas, não haverá impacto na saúde”, afirma.

Dicas para não exagerar na alimentação em festas juninas

A dica para aproveitar as delícias da festa junina sem impactos na saúde é o equilíbrio. Visintainer orienta manter uma alimentação saudável e leve no dia do arraial. “É interessante intercalar, ou seja, fazer um café da manhã e um almoço saudável e deixar para comer os pratos típicos da festa junina sem exagero”, sugere.

Também é fundamental ficar atento à saciedade. “Quando você se sentir saciado o suficiente, é importante parar de comer os alimentos. Além disso, vale intercalar alimentos com maior teor de gordura e de açúcar com comidas mais leves”, acrescenta.

Por exemplo, entre os alimentos mais gordurosos, açucarados ou processados, estão o cachorro-quente, pastel, paçoca, pé-de-moleque, pamonha, arroz-doce e a canjica. Entre os mais leves e naturais, estão pipoca, pinhão, milho verde, cuscuz, caldo verde ou caldo de feijão e espetinhos de frutas. A dica é intercalar esses alimentos para manter um equilíbrio.

Pessoas em tratamentos devem ter maior cautela

Para pessoas que estão em tratamento de doenças como diabetes, obesidade e, até mesmo, câncer, a cautela com esses alimentos deve ser maior. Porém, com alguns cuidados, esses pacientes também podem aproveitar os quitutes juninos.

É possível desfrutar de delícias, como o pé-de-moleque, a canjica e a cocada e, mesmo assim, manter a glicose controlada. Não há restrição, a moderação é o segredo. Se planeja ir a uma festa junina e corre o risco de comer além do recomendável, uma opção é reduzir ou substituir o pão, o arroz ou a batata nas refeições anteriores”, explicou Tarcila Campos, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Para os pacientes que se alimentam com base na contagem de carboidratos é possível fazer adequações na dosagem da insulina de acordo com a quantidade de carboidratos no prato típico escolhido, segundo Tarcila. Isso vale para os doces com açúcar, como para os dietéticos, ressaltou a nutricionista.

Já quem faz tratamento oncológico, a adaptação de receitas juninas também pode ser uma solução para aproveitar a data. Segundo a nutricionista Cássia Carvalho do Centro Especializado em Oncologia, receitas que levam muita farinha branca e açúcar, ou outros ingredientes industrializados, podem sofrer alterações.

A farinha branca pode ser substituída pela integral, e o açúcar por adoçantes. As receitas devem sofrer adaptação, mas sem impactar tanto”, afirmou a nutricionista.

No entanto, se o paciente segue a dieta em seu cotidiano e não tem sintomas do tratamento, como náuseas, diarreia, ele pode fazer uma exceção e comer uma comida típica de festa junina. “As comidas juninas são ‘comfort food’, trazem memórias afetivas, o que também é importante para o paciente em tratamento contra o câncer”, disse Cassia.

Nutricionistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz dão dicas de como pacientes oncológicos, com diabetes e em hemodiálise podem aproveitar as comidas de Festas Juninas

Moderação na hora de se deliciar com os quitutes é a melhor orientação, mas há outras recomendações para curtir essa apetitosa época do ano

São Paulo 06 de junho de 2024 – Quando o assunto é Festa Junina, as comidinhas do arraial estão entre as principais lembranças que ocorrem sobre essa época do ano. Junto das quadrilhas e músicas, os quitutes fazem parte da memória afetiva dos brasileiros. Mesmo aqueles que fazem tratamento para controle do diabetes, os que passam por hemodiálise e os que estão em tratamento oncológico podem se deliciar com doces e salgados juninos, seguindo orientação do seu médico ou nutricionista.

Os pratos típicos das Festas Juninas têm ingredientes típicos em suas receitas. Os mais comuns são milho, amendoim e mandioca, que, mesmo com a riqueza da culinária no Brasil, estão presentes em pratos em diversas regiões do país nos festejos de junho. Também temos outros alimentos presentes em muitas guloseimas como abóbora, coco, batata doce e queijos.

Nesta época, pessoas que tratam do diabetes, devem ficar atentas para não exagerarem na hora de comer. O conselho também vale para quem não enfrenta a doença como alerta a nutricionista Tarcila Campos, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“É possível desfrutar de delícias, como o pé-de-moleque, a canjica e a cocada e, mesmo assim, manter a glicose controlada. Não há restrição, a moderação é o segredo. Se planeja ir a uma festa junina e corre o risco de comer além do recomendável, uma opção é reduzir ou substituir o pão, o arroz ou a batata nas refeições anteriores”, explicou a especialista.

Para os pacientes que se alimentam com base na contagem de carboidratos é possível fazer adequações na dosagem da insulina de acordo com a quantidade de carboidratos no prato típico escolhido, segundo Tarcila. Isso vale para os doces com açúcar, como para os dietéticos, ressaltou a nutricionista.

“Os pacientes com meta fixa de carboidratos por refeição devem trabalhar com substituições e tentar manter a quantidade de carboidratos prescrita pelo nutricionista fazendo substituições”, afirmou Tarcila.

Veja aqui algumas dicas de substituições:

  • Substituições também vale para o dia a dia. O arroz e o macarrão podem ser trocados por milho cozido, batata doce, pamonha, canjica, pipoca, cuscuz nas principais refeições ou nos lanches intermediários;
  • A canjica, além de colaborar para a saciedade, é o melhor substituto para o chocolate quente. Se for possível, preferir versões de doces e canjicas diet;
  • Antes de ir à festa, faça uma refeição leve. Chegar à festa com fome é caminho certo para ingerir além do necessário; 
  • É possível renunciar a um ou outro doce saboroso de forma consciente. Comer apenas o que realmente tiver vontade e não porque a oferta é grande é uma sábia decisão;
  • O preparo dos quitutes nas festas é diferenciado e rico em açúcares, carboidratos e gorduras, é preciso realizar a monitorização glicêmica e os ajustes de insulina de acordo com a prescrição médica. 

Vai contar carboidratos? Veja aqui a quantidade deles em alguns quitutes juninos:

 QuituteCarboidrato (em gramas)
Pé de moleque 20g do doce 14g
 Pipoca doce 1 saco pequeno (25g)15g
 Bolo de fubá 1 fatia pequena (70g)33g
 Canjica 1 copo (180ml)36g
 Paçoca 1 unidade de 30g do doce20g
 Milho verde espiga pequena (65g)18g
 Pinhão 1 unidade (10g)5g

Para quem faz tratamento oncológico, a adaptação de receitas também pode ser uma solução para não ficar de fora da festa junina. Segundo a nutricionista Cássia Carvalho do Centro Especializado em Oncologia, receitas que levam muita farinha branca e açúcar, ou outros ingredientes industrializados, podem sofrer alterações.

“A farinha branca pode ser substituída pela integral, o açúcar por adoçantes. As receitas devem sofrer adaptação, mas sem impactar tanto”, afirmou a nutricionista.

Doces com leite ou creme de leite na receita, por exemplo, podem fazer substituições usando leite desnatado, de amêndoas ou de soja, que têm percentual menor de gordura, explicou a nutricionista Cassia.

No entanto, se o paciente segue a dieta em seu cotidiano e não tem sintomas do tratamento, como náuseas, diarreia, ele pode fazer uma exceção e comer uma comida típica de festa junina.

“Pontualmente ele pode consumir. Se não é da rotina, se ele é saudável no dia a dia, pode comer na festa. As comidas juninas são ‘confort food’, trazem memórias afetivas, o que também é importante para o paciente em tratamento contra o câncer”, disse Cassia.

O nutricionista Lucas Oliveira Monção, que também atua no Centro Especializado em Oncologia, lembra que pessoas com câncer devem ter ainda outro tipo de cuidado.

“Pacientes oncológicos são imunossuprimidos e por isso devem ter cuidado com a higienização do local onde os alimentos foram preparados e como foi a preparação. Eles também devem evitar alimentos crus e de onde a procedência é duvidosa. Quem passa por quimioterapia também deve evitar embutidos”, afirmou o nutricionista.

Andrea Visintainer, nutricionista do Centro Especializado em Nefrologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, alerta sobre a necessidade de orientação constantes aos pacientes sobre alimentação para que quando chegar épocas como a das Festas Juninas eles saibam quais alimentos devem consumir para não ficar de fora da festança. 

A orientação nutricional contínua prepara para situações como festas e comemorações. Isso reforça a importância de colocar o paciente no centro de seu próprio cuidado e promove sua autonomia.

“A diálise é um tratamento de longo prazo. É crucial que os pacientes recebam orientação dietética regularmente. É essencial que saibam quais alimentos são mais adequados para sua condição e quais devem ser evitados em sua rotina. Em vez de impor restrições, optamos por educar os pacientes sobre nutrição”, afirmou a especialista.

DICAS DE ALIMENTAÇÃO – PRÉ E PÓS-TRATAMENTO DE QUIMIOTERAPIA

Manter uma alimentação saudável durante as sessões de quimioterapia contribui para que o tratamento contra o câncer seja mais eficaz e positivo. Porém, sabemos que o tratamento pode diminuir o apetite, alterar o paladar, causar feridas na boca ou até mesmo provocar náuseas e vômitos. Mas, com alguns cuidados, é possível evitar esses desconfortos e conseguir se alimentar bem.

No episódio desta semana, o Dr. Pedro Dal Bello – Nutrólogo explica como manter o seu organismo forte durante o tratamento, dicas para diminuir os efeitos colaterais e quais alimentos são essenciais durante a jornada.

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