Estudo mostra que pacientes com diabetes tipo 2 devem ter prioridade para a cirurgia da obesidade

Especialistas defendem que o Índice de Massa Corpórea (IMC) não deve ser o único critério de indicação para a cirurgia bariátrica.

Uma nova pesquisa publicada na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology aponta que, considerando os custos totais dos cuidados de saúde, os pacientes obesos com diabetes tipo 2, especialmente na fase inicial da doença, devem ter prioridade para a cirurgia da obesidade em relação aos pacientes obesos que não têm a doença, uma vez que muitos desses pacientes conseguem reverter o quadro de diabetes após a cirurgia e, portanto, precisam de menos medicamentos, diminuindo o gasto com o tratamento e evitando complicações no futuro.

O estudo Swedish Obese Subjects (SOS) foi realizado no sistema de saúde sueco e acompanhou 2010 adultos submetidos à cirurgia da obesidade e 2037 pacientes tratados apenas com medicamentos, entre 1987 e 2001. Os resultados mostraram que os custos durante esses 15 anos, entre os pacientes sem diabetes tratados clinicamente e cirurgicamente não foi diferente. Porém, os gastos foram menores em pacientes com pré-diabetes (em média, -US $ 3.329 por paciente) ou diabetes (- $ 5.487 por paciente) que foram submetidos à cirurgia.

Em comparação com pacientes tratados convencionalmente, os custos totais de saúde (que representam os custos da cirurgia, hospitalar e ambulatorial cuidados hospitalares e medicamentos prescritos) foram maiores em pacientes cirúrgicos que não têm diabetes no início do estudo (por $ 22.390 por paciente) ou que tinham pré-diabetes ($ 26,292). Já em pacientes com diabetes, a cirurgia da obesidade promoveu uma economia relevante nos custos totais, por conta da remissão de diabetes que ocorre frequentemente após a cirurgia bariátrica, que diminui significativamente o uso de medicamentos e consultas hospitalares nos anos subsequentes. A remissão de diabetes implica na diminuição das complicações da doença, reduzindo ainda mais os custos futuros de saúde.

O Swedish Obese Subjects (SOS) foi realizado na Sahlgrenska Academy, com a colaboração do Dr. Martin Neovius, do Karolinska Institutet, da Dra. Lena Carlsson, Chief SOS investigador da Universidade de Gotemburgo, ambos localizados na Suécia, além da Dra. Catherine Keating, da Universidade Deakin e do Baker IDI Heart and Diabetes Institute, em Melbourne, Austrália.
Segundo os autores da pesquisa, estudos anteriores avaliaram toda a população de obesos elegíveis, mas subestimaram os benefícios de custo da cirurgia da obesidade para aqueles com diabetes tipo 2. “Nós mostramos que, para pacientes obesos com diabetes tipo 2, os custos iniciais da cirurgia bariátrica parecem ser em grande parte compensado pela prevenção da saúde futura e uso de medicamentos. Esta economia raramente é reconhecida por intervenções de cuidados de saúde e não é um requisito de financiamento na maioria das pesquisas. Normalmente, os gastos de saúde a um custo aceitável é a referência econômica adotada pelos contribuintes quando novas intervenções são avaliados. A cirurgia bariátrica deve ser realizada com os mesmos padrões econômicos como outras intervenções médicas”, reforçam.

Para o Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autor do Editorial que acompanha a publicação, “o IMC não deve ser a única indicação para cirurgia bariátrica. Os indivíduos que não têm a diabetes tipo 2 sob controle com o tratamento convencional e mudanças do estilo de vida devem ser priorizados para a cirurgia bariátrica, independentemente do seu IMC”.

Atualmente, a maioria dos sistemas de saúde prioriza o acesso à cirurgia da obesidade com base no índice de massa corporal (IMC) dos pacientes e, geralmente, aqueles com maior IMC são priorizados. Os pacientes com IMC e comorbidades, como diabetes tipo 2, mais baixos também podem ser considerados elegível para a cirurgia, mas cada país adota um critério diferente para essa indicação.

Diversos grupos de especialistas têm recomendado que, não apenas o IMC, mas também o quadro de diabetes dos pacientes seja adotado como critérios para priorizar pacientes obesos na indicação da cirurgia bariátrica. A NICE, agência reguladora das práticas médicas britânica (analogy at Conselho Federal de Medicina no Brasil), por exemplo, há 6 meses modificou seus critérios de indicação de tratamento cirúrgico para diabéticos sem controle clinico adequado, reduzindo o IMC para 30 kg/m2.

Contudo, até agora, os custos e os efeitos da cirurgia bariátrica (em relação à terapia convencional) a longo prazo ainda não foi avaliado utilizando dados reais. “Até onde sabemos, este é o primeiro estudo prospectivo controlado para avaliar os custos de saúde a longo prazo em pacientes de cirurgia de obesidade, de acordo com o seu estado pré-operatório com diabetes”, afirmam os autores do estudo.

Atualmente, a indicação da cirurgia metabólica em pacientes não obesos mórbidos, isto é, com IMC menor que 35 kg/m² como opção terapêutica para controlar o Diabetes tipo 2 foi comprovada com uma pesquisa realizada em 2012, pelo IECS – Instituto de Educação e Ciências em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e coordenada por Dr. Ricardo Cohen, que demonstrou o controle da doença em 88% dos pacientes e com expressiva melhora em 11% com seguimento a longo prazo.

Outra pesquisa inédita, em fase de recrutamento, está sendo coordenada pelo especialista e também realizada no IECS, com o objetivo de comprovar os benefícios do tratamento cirúrgico em comparação ao melhor tratamento clínico para doenças microvasculares decorrentes do Diabetes tipo 2, como as retinianas, renais e neuropatias. Com previsão de conclusão ainda este ano, a investigação inclui pacientes com história de Diabetes há 15 anos ou menos, e com Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 35 kg/m.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos melhores centros hospitalares da América Latina, é referência em serviços de alta complexidade, com foco em Oncologia, Cardiologia, Neurologia, Ortopedia e Doenças Digestivas. Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital possui uma das maiores casuísticas do país e concentra seus esforços na busca permanente da excelência do atendimento integral, individualizado e qualificado ao paciente, além de investir fortemente no desenvolvimento científico, por meio do ensino e da pesquisa.

Com mais de 96 mil m² de área construída, o Hospital dispõe de 327 leitos de internação, sendo 21 salas de cirurgia, 44 leitos na Unidade de Terapia Intensiva e Pronto Atendimento 24 horas. Além disso, oferece uma das mais qualificadas assistências do país e Corpo Clínico renomado, para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde.

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Data: 22/08/2017 Fonte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz

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