No dia 25 de julho celebra-se o Dia da Imigração Alemã no Brasil. Este ano, esta colônia completa 185 anos no Brasil e, em paralelo, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz comemora 112 anos de história. No final do século XIX, em uma São Paulo com características bem diferentes da atual, imigrantes de diversas origens se estabeleceram na cidade, motivados pelas oportunidades de trabalhos que surgiam. Afinal, problemas sociais assombravam a Europa e a fartura de terras no Brasil era um atrativo importante.
Só de origem alemã, mais de 17 mil pessoas desembarcaram nos portos brasileiros, na década de 1890. Eles se agrupavam para compartilhar lembranças e novas experiências, além de, naturalmente, desenvolverem laços de união e ajuda mútua. Foi neste contexto que um grupo de senhoras da colônia alemã idealizou a construção de um hospital para atender as pessoas de sua origem e a população em geral, como forma de retribuição pelo acolhimento que receberam do povo brasileiro.
No dia 26 de setembro de 1897, realizou-se a reunião que criou a Associação Hospital Alemão, responsável pela futura instalação e manutenção do hospital. Fundado por empresários alemães, austríacos e suíços recém-chegados ao País, o Hospital ajudou a construir a história da cidade de São Paulo. Em 1905, o terreno, próximo à Av. Paulista, ainda com características rurais, foi adquirido após persistentes campanhas de arrecadação de fundos, que, 17 anos depois, viabilizaram a efetiva construção do projeto arquitetônico de Curt Hildebrand, no bairro do Paraíso.
Ainda no começo de suas atividades, o Hospital sofreu avarias por bombardeios decorrentes da Revolução Tenentista de 1924. Foi necessário deslocar os pacientes para o porão, e a persistência da comunidade alemã mais uma vez foi demonstrada por meio de intensa mobilização para arrecadar fundos para a restauração do prédio. Nas décadas de 1930-1940, chegaram a São Paulo as primeiras enfermeiras enviadas pela Cruz Vermelha Alemã. Chamadas respeitosamente de Schwestern elas tinham entre 30 e 40 anos e moravam em alojamentos no próprio Hospital. Foram precursoras no Brasil de novas práticas no auxilio à recuperação dos pacientes, trazidas da Alemanha, até então pouco difundidas por aqui.
Hoje, apesar de ter mais que dobrado sua área construída, mais de 300 árvores e outras centenas de plantas e flores ainda embelezam seus jardins que, cercando a construção original, tombada pelo patrimônio histórico da cidade, compõem um ambiente bastante diferente dos demais hospitais. Traços marcantes da cultura alemã – como disciplina, organização, responsabilidade, preocupação aos detalhes e asseio, por exemplo – faziam-se presentes no dia-a-dia do Hospital e ainda delineiam sua cultura atual.