O desafio do diagnóstico da doença de Parkinson em mulheres

Data: 11/04/2024 Publicado em: MARIE CLAIRE ONLINE/SÃO PAULO

O que é a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson causa a degeneração progressiva dos neurônios do cérebro e das partes do corpo controladas por eles. Ela é mais comum após os 50 anos e tem como principal característica alterações motoras, como a lentidão.

Os movimentos não acompanham o comando do cérebro, e a pessoa começa a ter dificuldade para abotoar uma camisa, amarrar um sapato ou dar dois cliques no mouse, por exemplo.

O indivíduo pode manifestar ainda tremor durante o repouso e rigidez muscular. Nos casos mais avançados há dificuldade de equilíbrio e instabilidade de postura.

Além disso, a pessoa pode ter alterações no intestino, como a constipação, distúrbios no sono, mudanças no olfato e transtornos psiquiátricos, a exemplo de depressão e ansiedade. “Os sintomas não motores podem aparecer anos antes do desenvolvimento da lentidão no movimento”, diz Francine Mendonça, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Além disso, a lentidão pode ser evidenciada na marcha, em passos mais curtinhos. O paciente pode ficar mais curvado e perder a expressão da face. Em alguns casos, a dor vem associada ao quadro parkinsoniano. De repente começa um desconforto no ombro ou na perna.

Desafios do Parkinson em mulheres

Segundo a Parkinson’s Foundation, organização norte-americana dedicada à conscientização da doença, as mulheres não são adequadamente representadas nas pesquisas que investigam a enfermidade.

Ainda assim, estudos demonstraram que elas têm algumas particularidades relacionadas ao Parkinson. As mulheres são diagnosticadas com menos frequência do que os homens e enfrentam maiores obstáculos para obter um diagnóstico preciso.

Mendonça explica que os sintomas da moléstia no sexo feminino podem ser confundidos, por exemplo, com transtornos psiquiátricos, como a depressão e a ansiedade. “As mulheres com doença de Parkinson tendem a ser subdiagnosticadas”, diz.

As manifestações da doença também podem ser um pouco diferentes nelas. “Os sintomas não escolhem gênero, mas o que se tem visto é um tremor mais evidente nas mulheres, assim como dor e constipação”, afirma a neurologista.

A Parkinson’s Foundation informa que elas são mais propensas a minimizar os sintomas e a procurar tratamento com um especialista na doença.

Tratamento e prevenção

O tratamento do Parkinson é multidisciplinar e envolve uma equipe com médico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e psicólogo, com o intuito de melhorar a qualidade de vida da paciente.

O Parkinson causa uma degeneração principalmente nas células situadas numa região do cérebro chamada substância negra. A deterioração nessa área compromete a liberação da dopamina, um neurotransmissor. Por isso, o remédio mais conhecido para tratar a doença, a levodopa, atua para aumentar a disponibilidade de dopamina no cérebro.

Como prevenir o Parkinson

A atividade física é um grande fator protetor contra a enfermidade. A prática regular de exercícios pode reduzir o risco de uma mulher desenvolver a doença de Parkinson em até 25%, segundo uma pesquisa publicada no periódico Neurology.

Os cientistas analisaram dados de mais de 95 mil mulheres, com idade média de 49 anos, que não tinham diagnóstico de Parkinson quando o estudo começou. Eles compararam os níveis de atividade física das participantes ao longo de quase três décadas.

O estudo concluiu que aquelas que se exercitavam mais, tanto em tempo, quanto em intensidade, desenvolveram a doença em um número 25% menor do que aquelas que exercitavam menos.

“A doença de Parkinson também tem sido associada a processos inflamatórios intestinais e a deficiências vitamínicas, como a do complexo de vitamina B. Uma avaliação nutricional adequada, controle de processos inflamatórios do organismo e prática de atividade física são fatores protetores contra a doença”, afirma Mendonça.

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