Morcego com raiva é identificado em SP: veja os riscos para a saúde

Data: 09/04/2024 Publicado em: TERRA/SÃO PAULO

A Secretaria Municipal da Saúde identificou na última semana um morcego com o vírus da raiva, acendendo um alerta entre as autoridades de saúde. Até o momento, a pasta não identificou casos secundários de contaminação em animais domésticos e humanos – o que pode ser altamente perigoso.

Isso porque, de acordo com o Dr. Ivan França, médico infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o vírus da raiva afeta o sistema nervoso central, tanto de animais quanto de seres humanos. No último caso, os quadros são raros, diz o especialista.

Transmissão da raiva

A transmissão da raiva acontece geralmente por meio de mordidas, arranhões ou até lambidas em feridas abertas ou mucosas. “É uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%”, alerta o infectologista.

Os morcegos, no entanto, podem carregar o vírus por um longo período sem apresentar sintomas aparentes. Segundo o médico, esses animais vivem em grandes grupos e a transmissão entre eles é muito comum. Por isso, são os principais transmissores da doença.

Ivan explica que a doença apresenta três ciclos de transmissão:

Silvestre: quando o vírus circula e a transmissão ocorre por raposas, guaxinins, primatas e, principalmente, morcegos;

Rural: nesse caso o vírus circula em animais como bovinos, equinos, suínos, caprinos – muitas vezes tendo também o morcego como o principal transmissor da doença;

Urbano: presente principalmente em cães e gatos.

O infectologista lembra ainda que, no estado de São Paulo, o último caso animal pela variante canina ocorreu em 1998, e todos os novos casos ocorreram por variantes de morcegos. Os casos de raiva em cães e gatos são esporádicos, uma vez que há circulação viral em animais silvestres. Já o último caso humano foi registrado em 1997.

Riscos da contaminação em humanos

Após o período inicial de incubação, os sintomas iniciais da infecção por raiva passam a se manifestar, e geralmente persistem de 2 a 10 dias. “Durante esta fase, o indivíduo pode experienciar sensação de mal-estar, febre ligeira, diminuição do apetite, dores de cabeça, náuseas, dor na garganta, sonolência, além de irritabilidade ou excitação”, diz o médico.

À medida que a doença avança, o paciente pode sofrer de contrações musculares involuntárias e generalizadas e/ou convulsões. Além disso, é possível também que ocorram contrações espasmódicas dos músculos da laringe e faringe, provocando intensa produção de saliva, particularmente notável ao paciente ser exposto à visão de água, fenômeno conhecido como “hidrofobia”.

Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença. A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após início dos sintomas.
“Por isso a importância de se observar os animais por 10 dias após qualquer acidente em humanos causado por mordidas ou arranhões por cães e gatos, sejam estes da sua casa ou vizinhança”, alerta Ivan.

Como prevenir a contaminação

Conforme o médico, a prevenção da raiva em animais domésticos se dá através da vacinação anual de cães e gatos. Além disso, vale destacar que a aplicação da vacina é gratuita pela divisão de Vigilância de Zoonoses, da Secretaria de Saúde.

Para prevenir casos em humanos, Ivan indica nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres, principalmente quando estiverem caídos no chão, pois este é um sinal de que ele pode estar doente e consequentemente mais agressivo.

“Em caso de acidentes com animais domésticos ou silvestres, deve-se procurar um hospital ou unidade básica de saúde. O esquema de profilaxia da raiva humana deve ser prescrito pelo médico ou enfermeiro. O profissional avaliará o caso indicando a aplicação de vacina e/ou soro e orientação quanto à observação do estado de saúde dos animais”, finaliza o médico.

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