Resultados de uma pesquisa apontam que distúrbios do sono podem aumentar o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ampliar a gravidade do problema.
O estudo em questão, realizado por pesquisadores de 32 países, foi publicado na revista científica Internacional Neurology.
Segundo o estudo, a presença cumulativa dos problemas para dormir estudados pode incrementar em até 160% a severidade do acidente vascular.
Alvaro Avezum, um dos autores da pesquisa e diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, afirma que a descoberta pode auxiliar no planejamento de estratégias para prevenção do AVC, considerado a segunda principal causa de morte no Brasil. Uma noite de sono profundo é fundamental para a manutenção da saúde. Durante o descanso noturno, ocorrem reparos no organismo e flutuações hormonais essenciais, inclusive para a desobstrução de vias sanguíneas onde há acúmulo de colesterol.
Aqueles que têm um sono de má qualidade podem experiênciar picos de pressão, os quais podem contribuir para a ocorrência de derrames logo após o despertar. Para chegar aos resultados, mais de 4 mil participantes, inclusive brasileiros, preencheram um questionário sobre a qualidade do sono no mês corrente.
Na pesquisa, alguns participantes tinham tempo de descanso curto, menos de 5 horas, e outros médio ou longo, mais de 9 horas. Dificuldade para dormir ou se manter dormindo, má-qualidade do descanso, cochilos não-planejados e até mesmo roncos acabaram relatados pelos voluntários durante a análise. Após examinar todas as informações fornecidas, os cientistas registraram 2200 incidências de acidente vascular cerebral (AVC), sendo que 8 em cada 10 foram classificados como isquêmicos, caracterizados pela obstrução de uma artéria cerebral.
A conclusão foi que os distúrbios observados podem ser elementos de risco que intensificam a gravidade e elevam a probabilidade de ocorrência de derrames. Além de garantir um sono de qualidade, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável para prevenir o AVC. Algumas medidas recomendadas para prevenir o AVC incluem: evitar o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, e manter uma rotina de exercícios físicos regulares associados a uma alimentação balanceada.
Embora o AVC seja comum entre idosos, também pode acometer pessoas mais jovens. Uma pesquisa realizada por cientistas holandeses revelou que o consumo de refrigerantes, exercícios físicos intensos, uso de drogas, além de quadros febris e gripais podem desencadear a doença entre jovens.