Ejacular com frequência reduz o risco de câncer de próstata? Médicos respondem

Data: 07/05/2024 Publicado em: O GLOBO ONLINE/RIO DE JANEIRO

O câncer de próstata é um dos tumores mais comuns entre os homens no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tipo de tumor mais incidente em homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Na maioria dos casos, manifesta-se após os 50 anos e a frequência aumenta consideravelmente à medida que a idade avança.

Um assunto que médicos, principalmente urologistas, tentam decifrar há mais de 30 anos é se a frequência da ejaculação tem relação com a incidência do câncer de próstata.

Um estudo da Universidade de Harvard realizado com mais de 31 mil homens que responderam a perguntas sobre a frequência da ejaculação em um questionário de 1992 e foram acompanhados até 2010, constatou que os homens que ejaculavam 21 ou mais vezes por mês tinham um risco 31% menor de desenvolver câncer de próstata em comparação com os homens que relatavam de quatro a sete ejaculações por mês ao longo da vida.

Isso poderia ocorrer porque o processo de ejaculação diminuiria a concentração de toxinas e estruturas semelhantes a cristais que podem se acumular na próstata e potencialmente causar tumores. Ao mesmo tempo que ajudaria a melhorar o fluxo de sêmen pela próstata, possivelmente reduzindo a inflamação na região — fator de risco conhecido para o desenvolvimento do câncer.

Achados semelhantes foram obtidos na Austrália, onde a probabilidade de o câncer de próstata ser diagnosticado antes dos 70 anos é 36% menor em homens que ejaculavam em média de cinco a sete vezes por semana em comparação com homens que ejaculavam menos de duas a três vezes por semana.

— Não podemos associar que a frequência da ejaculação é a causa para reduzir o número de incidências de câncer de próstata, mas há uma associação. Esta doença é multifatorial e podemos dizer que a frequência da ejaculação está associada ao estilo de vida do homem. Um homem saudável, ou seja, que não fuma, não bebe álcool, não é obeso, que são causas para um possível câncer de próstata, vai ter uma vida sexual mais ativa, o que consequentemente fará ele ejacular mais vezes — explica Bruno Benigno, Urologista e Oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Segundo o médico, a maioria dos estudos já realizados, tem resultados variados que não se pode tirar conclusões definitivas e que, por serem, pesquisas feitas a partir de questionários respondido pelos próprios participantes, não há como confirmar e ter uma conclusão cientifica.

Em um artigo publicado no site The Conversation, o professor de bioquímica Daniel Kelly, da Universidade Sheffield Hallam, Inglaterra, diz que “É difícil tirar conclusões gerais, especialmente quando os estudos diferem tanto na forma como foram conduzidos”.

— Fatores como as populações variadas de homens investigados, o número de homens incluídos nas análises e as diferenças na forma como a frequência da ejaculação é medida (se isso inclui relações sexuais, masturbação e liberação não solicitada, geralmente à noite) podem obscurecer o quadro — afirma Kelly.

O pesquisador também acredita que a frequência reduzida de ejaculação está relacionada ao aumento do índice de massa corporal (IMC), à redução da atividade física e ao divórcio — todos fatores relacionados a uma saúde geral mais precária que, por sua vez, podem contribuir para o desenvolvimento do câncer.

Por exemplo, os homens que ejaculam com mais frequência podem ter estilos de vida mais saudáveis que reduzem suas chances de serem diagnosticados com câncer.

— Os homens que se cuidam, ou seja, praticam exercícios físicos, consomem baixo gordura animal, tem um alto consumo de legumes, verduras, peixes, pode ejacular a vontade, mas tem que cuidar acida de tudo dos hábitos de vida — afirma Wilson Busato, supervisor da disciplina de câncer de próstata do Departamento de Uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia.

Sintomas

Os médicos afirmam que os sintomas do câncer de próstata podem demorar anos para se manifestar, mas em geral, aparecem em forma de:

Tratamento

A melhor prevenção é o diagnóstico precoce. Por isso, é importante que a partir dos 40 anos os homens procurem o médico para realizar o exame de toque retal e buscar orientações sobre a condição de saúde da glândula.

Além disso, ter hábitos saudáveis, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo ajudam a reduzir a probabilidade de desenvolver a doença. A prática de exercícios físicos também é apontada como forma de manter uma vida saudável e evitar o risco de câncer.


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