Diabete, álcool e poluição são os principais fatores de risco para demência

Data: 16/04/2024 Publicado em: O ESTADO DE S.PAULO/SÃO PAULO

Estudo com 40 mil britânicos analisou no total 161 fatores que podem atingir área do cérebro mais suscetível ao envelhecimento

Um estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford revelou que diabete, exposição à poluição do ar e consumo de álcool são os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e outras demências. Publicado na revista científica Nature Communications no fim de março, o trabalho investigou 161 fatores de risco modificáveis e envolveu a participação de 40 mil britânicos com idade superior a 45 anos.

Em pesquisas anteriores, os especialistas do Departamento de Neurociências Clínicas de Nuffield, ligado à universidade, já haviam identificado um “ponto frágil” no cérebro, que são áreas cerebrais que se desenvolvem tardiamente, mais especificamente na adolescência, com a função de processar e integrar informações por meio de diferentes modalidades e sentidos. Uma outra característica dessas áreas é que são as primeiras a se alterar, sendo mais suscetíveis ao envelhecimento cerebral e, consequentemente, às doenças neurodegenerativas.

Além de diabete, poluição do ar e consumo de álcool, que são, segundo o estudo, os fatores que provocam mais danos nessas áreas, outros 158 fatores foram analisados, entre eles pressão arterial, colesterol, peso, tabagismo, humor depressivo, inflamação, audição, sono, socialização, dieta, atividade física e educação. “Neste novo estudo, demonstramos que essas partes específicas do cérebro são mais vulneráveis a diabete, doenças relacionadas ao ambiente com ar poluído e consumo de álcool, quando comparadas com todos os outros fatores de risco comuns para a demência”, disse a neurocientista e líder da pesquisa, Gwenaêlle Douaud.

Segundo Anderson Winkler, coautor do estudo e professor dos Institutos Nacionais de Saúde e da Universidade do Texas Rio Grande Valley, no Texas (EUA), o avanço proporcionado pelo estudo advém da sua abordagem abrangente. “Examinamos a contribuição única de cada fator de risco modificável, analisando todos eles em conjunto para avaliar a degeneração resultante desse ‘ponto fraco’ cerebral específico”, afirmou ele.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com demência deve chegar a 139 milhões até 2050, um salto de 150% em relação a 2019, quando 55 milhões pessoas viviam com a condição. No caso do Brasil, o problema afeta cerca de 1,76 milhão de pessoas, mas pesquisas estimam que oito em cada dez delas não receberam o diagnóstico.

SINTOMAS. Segundo Omar Jaluul, geriatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, esquecer acontecimentos recentes pode ser um indicativo da doença. Mas é crucial observar se há esquecimento de tarefas rotineiras. “Por exemplo, se éramos responsáveis pela cozinha, pelas compras ou pelo pagamento das contas, e agora encontramos dificuldades em desempenhar essas atividades, é um sinal de alerta que não deve ser ignorado”, diz o médico.

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