Natal: 5 dicas para diabéticos aproveitarem a ceia com segurança

Peru, chester, bacalhau, rabanada, panetone e frutas cristalizadas. A lista de pratos servidos na ceia de Natal é de deixar qualquer um com água na boca, mas as pessoas com diabetes precisam ter cuidado para não exagerar e descompensar a doença. A diabetes afeta diretamente a circulação sanguínea, elevando o risco de complicações vasculares graves, como doenças arteriais, varizes, tromboses e, em casos extremos, amputações.

A descompensação da doença, com taxas altas de açúcar, pode levar a sintomas como o aumento do volume de urina e do número de vezes que a pessoa vai ao banheiro, além de sede, fome, visão turva, tontura e sonolência. “Não se trata de restringir, mas de equilibrar. É plenamente possível aproveitar sobremesas, como rabanada, panetone ou pudim, mantendo o controle glicêmico, desde que com moderação”, afirma a nutricionista Tarcila Campos, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O médico Márcio Steinbruch, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, lembra que o paciente com diabetes pode viver uma vida com qualidade desde que mantenha a glicemia sob controle. “Com acompanhamento médico e hábitos saudáveis, os riscos para as pessoas com diabetes podem ser reduzidos de maneira significativa”, pondera. A nutricionista Tarcila Campos, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, considera que adaptações na ceia são suficientes para o paciente aproveitar as festividades sem descuidar da saúde. “Não se trata de restringir, mas de equilibrar.

É plenamente possível comer sobremesas, como rabanada, panetone ou pudim, desde que com moderação”, afirma. Dicas para pessoas com diabetes aproveitarem o Natal Ajuste as refeições do dia Quem planeja participar de uma ceia farta deve começar a se preparar desde as primeiras refeições do dia. “Uma boa estratégia é ajustar as refeições anteriores, reduzindo o consumo de carboidratos como pão, arroz ou batata para compensar os pratos festivos”, orienta Tarcila.

Combine nutrientes Combinar os carboidratos com arroz, farofas com proteínas magras (peru, chester, lombo) e saladas ajuda a evitar grandes alterações na glicemia. Controle as porções Servir-se com porções moderadas ajuda a evitar picos glicêmicos e sobrecarga na circulação. Substituições saudáveis O planejamento da ceia deve começar com a escolha dos ingredientes. Optar por versões integrais e pratos com menos açúcar e gordura é uma forma eficaz de proteger a saúde vascular.

Priorize alimentos ricos em fibras e com baixo índice glicêmico, eles ajudam a estabilizar os níveis de glicose no sangue. Hidratação A ingestão adequada de água contribui para prevenir a retenção de líquidos e melhora o funcionamento dos vasos sanguíneos. Manter-se bem hidratado é fundamental para a circulação sanguínea de pessoas com diabetes.

Centro Especializado em Obesidade e Diabetes recruta voluntários para estudo sobre nefropatia diabética avançada

São Paulo, 04 de dezembro de 2024 – O Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz está recrutando voluntários diagnosticados com diabetes tipo 2 e nefropatia diabética para participar do Estudo OBESE-DKD, que tem como objetivo avaliar novas abordagens no tratamento da nefropatia diabética, comparando a eficácia da cirurgia metabólica (bypass gástrico em Y de Roux) com melhor tratamento clínico na progressão da doença renal por diabetes. 

nefropatia diabética é uma complicação grave do diabetes tipo 2 e pode levar à falência dos rins, o que exige tratamentos como hemodiálise ou transplante renal. Ela não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, e, quando não tratada a tempo, pode progredir de forma irreversível. 

Segundo dados de 2023 da pesquisa Vigitel Brasil, do Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a quinta posição entre os países com mais casos de diabetes, com 16,8 milhões de brasileiros vivendo com a condição. Além disso, o Censo de Diálise da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2018 indicou que cerca de 40% dos pacientes diabéticos também sofrem de nefropatia diabética. 

O Estudo OBESE-DKD busca voluntários com diabetes tipo 2, idade entre 30 e 70 anos, IMC entre 30 e 45 kg/m², além do diagnóstico de nefropatia diabética. A pesquisa também define alguns critérios de exclusão, como diabetes tipo 1, cirurgias mal absortivas e restritivas prévias, doenças hepáticas e neoplasias recentes, entre outros. 

Esses critérios serão confirmados por exames laboratoriais realizados durante uma consulta de triagem com o médico especialista. 

Benefícios da participação

Os participantes do estudo receberão acompanhamento médico especializado durante três anos por uma equipe multidisciplinar composta por endocrinologistas, nutricionistas, fisioterapeutas e enfermeiros, garantindo cuidados contínuos e personalizados. Além disso, todos os participantes terão acesso às medicações mais recentes, fornecidas gratuitamente durante o estudo. 

Para aqueles que forem selecionados para o grupo de cirurgia, os custos da cirurgia metabólica também serão cobertos integralmente. A participação no estudo é uma oportunidade de contribuir para o avanço da medicina, ao mesmo tempo em que se recebe tratamento de ponta para o controle da nefropatia diabética. 

Como participar?

O estudo é liderado pelo Dr. Ricardo Cohen, head do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que está recrutando pacientes que preencham os critérios de inclusão. Se você tem diabetes tipo 2 e nefropatia diabética, sua participação pode ser essencial para a descoberta de novos tratamentos. 

“Queremos com o estudo, desenvolver novas opções de tratamento para a principal comorbidade do diabetes, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e propor, com isso, alternativas seguras para a redução de custos associados à doença”, ressalta o especialista. 

Ainda segundo o Dr. Ricardo Cohen, a principal hipótese da pesquisa é que a cirurgia bariátrica em pacientes com nefropatia diabética avançada e obesidade pode ser realizada com segurança e, possivelmente, retardar a progressão da doença renal em comparação ao melhor tratamento clínico disponível. 

“Além disso, o estudo irá avaliar fatores que incluem a remissão do diabetes tipo 2 e da hipertensão, as duas causas mais comuns de doença renal terminal”, destaca o pesquisador. 

Para saber mais ou participar da triagem, preencha o formulário de pré-seleção disponível no link: Link.

Mais informações também podem ser obtidas pelos telefones: (11) 9-9206-0055 (incluindo WhatsApp); (11) 3549-0579 ou (11) 3549-0331.

OBESIDADE INFÂNCIA OU ADOLESCÊNCIA: UMA DOENÇA EM CRESCIMENTO

Ilustração de médico avaliando paciente com obesidade, destacando impactos na saúde e cuidados necessários.

A obesidade é uma doença crônica complexa, causada por fatores genéticos, comportamentais, genéticos e ambientais. Além disso, é progressiva; se não tratada, tende a resultar em doenças associadas. Representa um problema de saúde mundial que afeta pessoas de todas as idades, desde a infância até a terceira idade.

O índice de obesidade é alarmante. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade (WOF 2024), até 2035, mais de 750 milhões de crianças (com idades entre 5 e 19 anos) deverão viver com sobrepeso ou obesidade, o que equivale a duas em cada cinco crianças globalmente.

Com dados que nos mostram que a obesidade tem aumentado entre crianças e adolescentes, é importante destacar que, embora a genética seja a principal causa, outros fatores têm influenciado cada vez mais essa condição. “A genética é responsável por cerca de 70% das causas da obesidade em todas as idades, mas há uma combinação com o ambiente e fatores obesogênicos, que incluem aspectos da vida moderna: a falta de tempo, o aumento do consumo de alimentos industrializados e o sedentarismo. No caso específico das crianças, o que é preocupante é que elas estão sendo expostas a essas mudanças ambientais muito cedo, aumentando a chance de desenvolver uma doença relacionada à obesidade, como pressão alta, colesterol alto ou diabetes tipo 2 que, conforme observamos, pode ser até mais grave que na fase adulta”, explica a Dra. Tarissa Beatrice Zanata Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Ainda segundo o relatório do WOF, em 2035 “estima-se que 68 milhões de crianças estarão sofrendo de pressão arterial alta devido ao seu IMC elevado, cerca de 27 milhões estarão vivendo com hiperglicemia devido ao seu IMC elevado, me 76 milhões terão baixos níveis de colesterol HDL devido ao seu IMC elevado”.

Hoje, discutimos cada vez mais sintomas e sinais que antes eram ignorados, como cansaço e dores no corpo. Como explica a especialista: “a obesidade não é apenas uma questão de vontade; ela aumenta a preferência por alimentos altamente palatáveis, como gordura e açúcar, o que pode levar a um estilo de vida mais sedentário”. Por isso, é essencial que as famílias busquem orientação médica para o diagnóstico e tratamento da obesidade, assim como ocorre com qualquer outra doença. Quanto mais cedo o tratamento é iniciado, menores as chances de que crianças e adolescentes sofram com a inflamação causada pela doença e desenvolvam complicações associadas.

Para orientar pais e familiares, a endocrinologista pediátrica do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Ruth Rocha Fraco, respondeu às principais dúvidas sobre o tema. Confira a entrevista:

Qual sinal de alerta para os pais sobre a obesidade em crianças em adolescentes?

A obesidade é uma doença crônica de difícil controle, então o sinal mais importante é a identificação do ganho de peso demasiado em qualquer faixa etária. O tratamento correto desde o início é muito importante para evitar consequências mais serias como o diabetes e doenças cardiovasculares.

O pai/ mãe com obesidade tem que ficar mais alerta?

Sim, justamente por ser uma doença com forte influência genética. Pais com obesidade terão mais chance de terem filhos com mais predisposição a obesidade também. Se um dos pais tem obesidade a chance de o filho ter obesidade é 50%, se os dois pais têm obesidade a chance aumenta para 80%.

Como a obesidade é diagnosticada em crianças/ adolescentes?

Diferente do adulto que a classificação de obesidade é dada por um número fixo de IMC (IMC > 30), para crianças e adolescentes este número varia com a idade e o número não é fixo, por isso, usamos os gráficos de índice de massa corporal.

Quais são os principais fatores que contribuem para a obesidade nessa faixa etária?

Os principais fatores são: genética; sedentarismo (falta de brincadeiras ao ar livre; falta de atividades programadas); excesso de tempo de tela (TV, celular, computador); baixa qualidade de sono; uso de alguns medicamentos (como corticoides); ambiente alimentar obesogênico (com excesso de alimentos industrializados e altamente calóricos com muito açúcar e gordura).

Quais abordagens são mais eficazes para tratar a obesidade em jovens?

O tratamento envolve principalmente a mudança de hábitos; o que não é fácil. Então para o tratamento funcionar bem o primeiro passo é a conscientização sobre a doença obesidade e depois o envolvimento dos adolescentes nas decisões e propostas do tratamento. Um passo muito importante é retirar a culpa que em geral o adolescente sente por estar acima do peso.  Isto leva a baixa autoestima e resistência a mudanças.  O que mais funciona é quando, além do adolescente, a família apoia e ajuda no tratamento, ao invés de apenas cobrar ou jogar toda a responsabilidade para o adolescente.

Como a obesidade impacta a saúde mental das crianças/ adolescentes?

A obesidade pode levar a baixa autoestima, ao isolamento social, a depressão e a quadros graves de ansiedade, o que causa impacto na formação da personalidade e de como este adolescente vai se posicionar na vida adulta. Em geral um adolescente com obesidade pode gerar mais problemas de relacionamento na vida adulta.

Quais estratégias são eficazes na prevenção da obesidade infantil?

A melhor e mais eficaz estratégia é a prevenção da obesidade, que começa na vida intrauterina com o ganho de peso da mãe. Depois a instituição de um estilo de vida saudável desde infância para um melhor controle de peso.

Quais são os desafios no tratamento a longo prazo da obesidade?

A obesidade é uma doença redicivante, ou seja, mesmo após a perda de peso o organismo tenta retornar ao peso anterior, o que torna processo de manutenção difícil e exige envolvimento do núcleo familiar, não só por um período, mas por toda a vida.

Como os pais encaram o tratamento dos filhos? Ainda há muito medo/preconceito?

A maioria das famílias tem dificuldade de entender a obesidade como uma doença e, por isso, muitas vezes tem e dificuldade em aceitar a indicação de um medicamento. Além do mais, o abuso das medicações para obesidade (que causavam dependência e problemas de saúde) no passado, ainda marcam a sociedade e geram medo sobre o tratamento. Mas hoje as medicações são muito seguras e já aprovadas para a adolescentes.

O adolescente com obesidade passará por mais dificuldade na fase adulta?

Sim, pois como exposto anteriormente a recorrência da obesidade é grande e vai acontecer principalmente se não houver mudança no estilo de vida, que seja duradoura. Já a obesidade não tratada vai trazer consequências tanto sociais, como na saúde.

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Cirurgião do Hospital Alemão Oswaldo Cruz é empossado presidente mundial da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade & Distúrbios Metabólicos (IFSO)

Dr. Ricardo Cohen, médico cirurgião do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes é considerado um dos 30 médicos mais influentes do mundo

São Paulo, 3 de setembro de 2024 – Na próxima sexta-feira, 6 de setembro, o Dr. Ricardo Cohen, médico cirurgião do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz será empossado presidente mundial da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO), na sigla em inglês, International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders. 

A cerimônia será durante a 27º Congresso Mundial da entidade que acontece em Melbourne, na Austrália.  

A IFSO é uma das instituições médicas mais relevantes do mundo e reúne cirurgiões e todos os profissionais de equipes assistenciais envolvidos no tratamento de pessoas com obesidade de 76 sociedades médicas de diversos países. Uma de suas principais atividades é a promoção do maior congresso de cirurgia bariátrica no mundo, além de publicar regularmente diretrizes de condutas clínicas que ditam a melhor prática em diversos tópicos relacionados à obesidade e suas complicações.  A Federação, em conjunto com outras sociedades, também tem papel fundamental no combate ao preconceito que ronda a doença e os pacientes com obesidade. 

O mandato do Dr. Ricardo Cohen vai até setembro do próximo ano, ele substitui o austríaco Gerhard Prager, atual presidente da Federação Mundial.

Com doutorado em clínica cirúrgica, o médico cirurgião do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Cohen, é uma referência mundial em obesidade, diabetes e cirurgia bariátrica. Ele é ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (2011-2012), ex-presidente do capítulo latino-americano da IFSO (2018-2019), membro honorário da Sociedade Espanhola, Argentina, Egípcia, (entre outras) de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, e foi apontado pela Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (American Society for Metabolic and Bariatric Surgery – ASMBS), como um dos 30 médicos mais influentes do mundo nesta área do conhecimento. Já publicou mais de 250 artigos e nove livros.

A frente da IFSO, o especialista terá como desafio promover discussões científicas a respeito dos melhores tratamentos disponíveis para a obesidade, além de contribuir com a ampliação do acesso aos melhores tratamentos clínicos e cirúrgicos para o controle da obesidade e de suas doenças associadas. 

“É uma honra e uma grande responsabilidade assumir a presidência de uma das mais importantes entidades médicas do mundo.  Vamos trabalhar conjuntamente, com as principais instituições médicas e científicas de todos os continentes para estimular e ampliar a produção científica, para garantir mais acesso aos melhores tratamentos clínicos e cirúrgicos para cada indivíduo, respeitando as necessidades de cada paciente e as particularidades de uma doença multifatorial que é a obesidade. Nosso propósito é contribuirmos efetivamente para a redução da maior epidemia enfrentada pela sociedade contemporânea”, afirma o Dr. Ricardo Cohen.

Diabetes Tipo 2: Consumo Diário de Carne Aumenta o Risco

Comer carne vermelha ou processada diariamente pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2, segundo uma pesquisa da Universidade de Cambridge publicada na revista científica The Lancet Diabetes and Endocrinology.

No estudo, bastaram duas ou três fatias de presunto ou uma salsicha por dia para que os participantes tivessem 15% mais chance de desenvolver a doença nos dez anos de acompanhamento. No caso das carnes vermelhas não processadas, o risco foi menor, mas ainda significativo: um bife pequeno diariamente resultou em um risco 10% maior de diabetes tipo 2.

A pesquisa avaliou ainda a associação entre o consumo diário de frango e o risco de ter a doença. Apesar de os resultados indicarem um risco 8% maior nesses casos, quando outros fatores associados ao desenvolvimento de diabetes foram levados em consideração, essa relação não se mostrou tão relevante, diferentemente daquela com a carne vermelha.

Os cientistas analisaram dados de 31 estudos, que somam quase dois milhões de participantes. Todos tinham mais de 18 anos e não apresentavam quadro de diabetes tipo 2 no começo do acompanhamento.

“É um estudo com número de pessoas muito grande e temos de considerar, sim, (o consumo de carne vermelha ou processada) como um provável fator de risco”, diz Tarissa Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Ela pondera, no entanto, o fato de a pesquisa ser feita de maneira retrospectiva, com análise de dados coletados previamente para outros objetivos. Para a endocrinologista, o ideal seria realizar um estudo prospectivo, em que se acompanha os participantes enquanto os dados são coletados. Dessa forma, é possível ter um maior controle da alimentação das pessoas, padronizando a ingestão de nutrientes e isolando como única diferença o consumo ou não de carne.

Ainda assim, a endocrinologista ressalta que o público estudado foi variado, incluindo representantes de países das Américas. “Como ele estudou a população das Américas, conseguimos extrapolar os resultados desse estudo para o nosso País”, afirma.

Tirar a carne?

Para Tarissa, os resultados evidenciam a necessidade de reduzir o consumo de carne vermelha no cotidiano. Ela ressalta que não há necessidade de excluir o alimento da dieta se essa não for a vontade do paciente, mas que comer embutidos como presunto e salame todos os dias da semana não é uma escolha saudável.

O que tem na carne, principalmente na carne vermelha, que é diferente dos outros alimentos e que poderia estar levando a esse aumento de risco? A gordura animal e, nos embutidos, uma alta taxa de químicos inseridos”, explica.

Já se sabe que o consumo excessivo de gordura e de alimentos ultraprocessados trazem malefícios à saúde que podem ir além do desenvolvimento da diabetes. Por isso, a endocrinologista sugere diminuir a presença desses produtos no dia a dia.

Ela orienta alternar a carne vermelha com proteínas vegetais ou de outras fontes animais, como peixes e ovos. Além disso, a receita também conta. Usar muitos temperos industrializados e exagerar na gordura no preparo dos alimentos pode exacerbar os riscos à saúde.

Quanto às carnes processadas, das quais fazem parte os embutidos, a orientação é tirá-las da alimentação, especialmente de crianças. “Presunto, salame, salsicha, esses alimentos muitas vezes temos dado para as crianças e são coisas que realmente temos que parar de consumir.

Publicação do The Lancet reforça que tratamento eficaz e contínuo da obesidade tem de aliar intervenções terapêuticas a mudanças no estilo de vida

Revisão sobre opções de tratamento da doença tem como coautor o Dr. Ricardo Cohen, médico cirurgião do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital.

São Paulo, 19 de gosto de 2024 – Não é possível garantir sucesso no tratamento da obesidade sem que haja a combinação entre intervenções terapêuticas e mudanças no estilo de vida do paciente, essa é a conclusão da revisão das opções de tratamento da doença que publicada na sexta-feira, 16 de agosto, na The Lancet, uma das revistas científicas de maior relevância mundial.  

O artigo, que tem como coautor o Dr. Ricardo Cohen, médico cirurgião do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e atual presidente mundial eleito da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO), reafirma que apenas intervenções no estilo de vida não são suficientes para atingir e manter as metas de tratamento da doença sem intervenções terapêuticas adicionais.

A publicação mostra a eficácia e segurança das modernas opções de medicação disponíveis e afirma que a cirurgia bariátrica e metabólica é o tratamento mais eficaz para a remissão da doença obesidade e das complicações a ela associadas. As evidencias científicas robustas sobre a segurança e os efeitos de longo prazo da cirurgia levaram a International Federation for the Surgery of Obesity  e a Metabolic Disorders and the American Society for Metabolic and Bariatric Surgery a revisarem  e atualizarem as indicações de 1991 para a indicação do procedimento operatório.

De acordo com as revisões, as intervenções no estilo de vida que visam melhorar os padrões alimentares dos pacientes, a adoção da prática regular de atividade física, redução dos níveis de estresse e boa qualidade do sono são a base do tratamento para obesidade e componentes importantes de qualquer abordagem de tratamento voltada para melhorar os resultados de saúde a longo prazo. No entanto, intervenções terapêuticas são necessárias para haja sucesso efetivo e a longo prazo no tratamento da doença que segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) deve comprometer a qualidade da saúde de cerca de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo até 2035. 

Prevenção

Dados da Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation) estimam que em 2035, 41% da população brasileira será obesa e que o que o crescimento anual da doença será de 2,8% no país. Os pesquisadores envolvidos na revisão do The Lancet alertam que apesar de os tratamentos medicamentosos e cirúrgicos oferecerem benefício consideráveis às pessoas com obesidade é crucial aumentar os esforços na prevenção para frear o avanço da epidemia mundial de obesidade. 

Essa nova revisão ressalta que as estratégias de prevenção da obesidade são diferentes das de tratamento. Estas últimas incluem a farmacoterapia moderna associada a cirurgia em alguns casos para o melhor desfecho para os pacientes”, afirma o Dr. Ricardo Cohen, coautor da publicação e médico cirurgião do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz participam de Encontro Nacional de Pacientes Bariátricos

Especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz participam de Encontro Nacional de Pacientes Bariátricos

Evento promovido pela SBCBM acontece dia 3 de agosto, em São Paulo

São Paulo, 30 de julho de 2024 – A endocrinologista Tarissa Petry e a nutricionista Tarcila Campos, ambas do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, participam do 1º Encontro Nacional de Pacientes Bariátricos promovido pela SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) que será realizado neste sábado, 3 de agosto, em São Paulo.

A endocrinologista conduzirá duas palestras, a primeira irá discutir se as novas opções medicamentosas para o tratamento da obesidade são aliadas ou alternativas ao tratamento cirúrgico. No segundo debate a especialista fala se é necessária a perda de peso antes da cirurgia bariátrica e se os medicamentos podem ajudar nessa jornada. 

Tarcila Campos, nutricionista do Centro, debate sobre as fases da dieta, incluindo o que o paciente deve comer logo após a cirurgia bariátrica. 

O 1º Encontro Nacional de Pacientes Bariátricos, vai reunir especialista de todo o país no debate sobre a obesidade, doença crônica e progressiva que segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) deve comprometer a qualidade da saúde de cerca de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo até 2035. Dados da Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation) estimam que em 2035, 41% da população brasileira será obesa e que o que o crescimento anual da doença será de 2,8% no país.

O evento acontece a partir das 9h na Rua Vergueiro, 1.211, Aclimação – São Paulo.

Estudo global busca criar definição clara para obesidade e transformar tratamentos

Apesar de acometer mais de 1 bilhão de pessoas, segundo análise global publicada no periódico The Lancet, a obesidade ainda carece de uma “identidade” clara — seja nas plataformas de pesquisa, na percepção social ou até mesmo no setor de saúde. Esse contexto tem motivado especialistas a enfatizar a definição de obesidade como uma patologia crônica, e não apenas como um problema que pode desencadear doenças.

Segundo os estudiosos na área, a indefinição dificulta diagnósticos e tratamentos precisos, além de perpetuar estigmas e preconceitos.

Durante o International Congress on Obesity (ICO), realizado em São Paulo de 26 e 29 de junho, a Comissão do Lancet para Definição e Diagnóstico da Obesidade Clínica anunciou que está conduzindo um estudo global focado na criação de uma definição clara para a obesidade — doença frequentemente associada a resultados de escolhas individuais. O anúncio foi feito pelo Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo. “A forma como a obesidade é definida hoje é muito abrangente, o que não funciona para nossos propósitos atuais“, destacou o médico.

De acordo com o Dr. Ricardo, a falta de uma definição precisa gera dificuldades, como a confusão entre estratégias de prevenção e tratamento, acesso inadequado a tratamentos baseados em evidências e concepções errôneas sobre obesidade e sua reversibilidade, além da pouca compreensão sobre a complexidade metabólica e biológica da patologia. “Toda a sociedade está confortável com o cenário em que vivemos hoje, porque, no imaginário comum, as pessoas são culpadas por terem obesidade. Uma prova disso é a aceitação social das chamadas ‘soluções mágicas’, como as dietas da moda, ou a ideia de que a doença está associada a comer muito e se exercitar pouco”, disse o Dr. Ricardo, enfatizando os danos que esse tipo de percepção pode gerar à saúde mental dos pacientes.

A dificuldade em estabelecer a “identidade” da obesidade, na visão do médico, está relacionada ao fato de a sua definição como fator de risco fala mais alto, mesmo que a obesidade tenha critérios para ser considerada uma doença, como patofisiologia e mecanismos etiológicos bem definidos. Essa contradição é evidente, considerando que outros problemas de saúde, como diabetes e transtorno depressivo, são considerados doenças com base nos mesmos critérios. Isso, segundo o Dr. Ricardo, é uma barreira sustentada não apenas pela sociedade, mas também pelo setor da saúde, já que ainda existem profissionais que não têm clareza sobre a definição da doença.

Além dos estigmas e preconceitos que desconsideram o fato de o metabolismo funcionar de maneira única em cada indivíduo, o resultado desse conflito entre os conceitos de doença e fator de risco é a ausência de uma ciência própria e sintomas estabelecidos. Isso contribui para que os tratamentos disponíveis não sejam voltados para a obesidade em si, mas para a profilaxia de doenças secundárias, como diabetes e hipertensão arterial. Como exemplo, o Dr. Ricardo citou o caso de um paciente com fadiga, gonalgia e osteólise que, mesmo sem conseguir realizar suas atividades diárias, não recebe o acompanhamento necessário. “Se ele tivesse diabetes, poderia ter acesso a tratamento, porque diabetes é uma doença e precisa ser tratada. Mas, como a obesidade não o é, o paciente precisou voltar para casa.

Em uma tentativa de reverter esse cenário, a pesquisa da comissão do Lancet, cuja divulgação está prevista para este ano, também tem o objetivo de criar critérios claros para o diagnóstico tanto em adultos quanto em crianças e adolescentes. Inspirada por disciplinas médicas que têm critérios diagnósticos bem estabelecidos, como reumatologia e psiquiatria, a pesquisa consolidou 18 critérios para adultos e 14 para a população pediátrica.

Além disso, o estudo redefine os resultados esperados dos tratamentos, define a remissão clínica da obesidade e propõe recomendações claras para prática clínica e políticas de saúde pública. O objetivo final, segundo o Dr. Ricardo, é transformar globalmente o espectro de tratamento da obesidade e ampliar o acesso aos cuidados necessários. “Nosso plano é estabelecer a obesidade como uma doença para que as estratégias de política de saúde, a sociedade em geral e os tratamentos passem a ter um olhar mais cuidadoso para esse problema. Isso, além de tudo, é uma forma de minimizar os danos causados pelo estigma e o preconceito”, concluiu o médico.

Dia Nacional do Diabetes: especialista do Hospital Oswaldo Cruz explica como negação do paciente à doença atrapalha tratamento

Endocrinologista do Centro de Controle de Obesidade e Diabetes reforça como equipe de saúde tem papel decisivo para reverter reações negativas

São Paulo, 26 de junho de 2024 – Nesta quarta-feira (26/6) é celebrado o Dia Nacional do Diabetes, data instituída pelo Ministério da Saúde em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) para alertar sobre os riscos à saúde de uma doença crônica, progressiva e silenciosa que atinge mais de 16,8 milhões de pessoas em todo o país, segundo o órgão federal.

O Brasil ocupa a quinta posição entre os países com maior incidência da doença entre adultos, atrás apenas da China, Índia, EUA e Paquistão.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado asseguram ao paciente o controle da glicemia, proporcionando que leve uma vida com qualidade. No entanto, para começar a tratar a doença e sofrer menos suas consequências, o paciente deve aceitar que tem diabetes.

A negação é uma das reações ao diagnóstico do diabetes, assim como a tristeza, medo, raiva e ansiedade, previstas pela comunidade médica, de acordo com o Ministério da Saúde. O trabalho dos especialistas nesta fase do tratamento é essencial para acolher o paciente e garantir a oferta do tratamento adequado e personalizado.

“Isso não acontece só com o diabetes, mas com toda doença crônica. É mais comum do que se imagina. A preocupação maior é que estudos mostram que, as pessoas que em negação têm maior probabilidade de evoluir para complicações do diabetes, por não serem orientadas o suficiente sobre os comportamentos que causam complicações”, disse a Dra. Tarissa Beatrice Zanata Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O acesso às eficazes opções terapêuticas e o acompanhamento médico de qualidade são essenciais para que as pessoas com diabetes não sofram as consequências da doença.

Além de médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas também devem atuar para desmistificar preconceitos ao tratamento.

“As equipes de saúde têm papel decisivo na conscientização e participação ativa do paciente no tratamento do diabetes”, afirmou Graça Câmara, psicóloga do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital.

“Fazer com que os pacientes sejam participativos no tratamento é necessário para que sinais e sintomas da doença, como emagrecimento repentino, boca seca, cansaço, visão turva, aumento de idas ao banheiro e fome, não passem desapercebidos ou sejam atribuídos a outras causas como excesso de trabalho ou falta de tempo para se alimentar direito”, ressaltou a endocrinologista.

Estimativas alarmantes

O diabetes, que mata 1,5 milhão de pessoas por ano no planeta, já é uma das dez principais causas de mortes por doenças no mundo, segundo a OMS.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2 da doença, que se manifesta frequentemente em adultos e ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz, ou não produz insulina suficiente para o controle glicêmico.

Em todo o mundo, 10,5% da população adulta mundial vive com a doença e metade delas desconhecer ter diabetes, de acordo com o atlas da Federação Internacional do Diabetes (IDF) de 2021. As projeções da IDF apontam que até 2045 um em cada oito adultos, ou seja, cerca de 783 milhões de pessoas, viverão com diabetes.

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz participa do Congresso Internacional de Obesidade

Um dos principais evento sobre a doença, terá o Coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes, Dr. Ricardo Cohen, como palestrante

São Paulo, 21 junho de 2024  Estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que a obesidade, uma doença crônica e progressiva, deve comprometer a qualidade da saúde de cerca de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo até 2035. Segundo dados do Vigitel de 2022 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito Telefônico), atualmente 22,4% da população adulta do país apresenta obesidade. Até 2035, é esperado que esses números atinjam 41% dos adultos. Entre as crianças, já são 6,4 milhões com sobrepeso. 

Uma das oportunidades para a ampla abordagem do assunto é o Congresso Internacional de Obesidade (International Congress on Obesity – ICO), que neste ano acontece em São Paulo, entre os dias 26 e 29 deste mês.

Promovido pela Federação Mundial de Obesidade, o evento contará com a participação do Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e presidente mundial da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO) que no primeiro dia do evento é um dos palestrantes da sessão da Comissão Lancet sobre a definição de obesidade.  

No dia 27, o especialista abordará resultados de longo prazo e a segurança da cirurgia metabólica. Na sexta-feira, 28 de junho, o Dr. Ricardo Cohen coordena juntamente com a Dra. Ebaa Al Ozairi, do Dasman Diabetes Institute, do Kuwait, o simpósio IFSO-WOF – a Combinação de Medicamentos e Cirurgia, que entre outros temas abordará a aceitação dos tratamentos para a obesidade por parte dos pacientes. 

Classificada com como doença que em alguma circunstâncias precisa de tratamento, a obesidade pode ser um importante fator de risco para doenças não transmissíveis como diabete tipo 2, problemas cardiovasculares, hipertensão arterial, diferentes tipos de câncer e distúrbios do sono, a obesidade precisa ser discutida amplamente na sociedade contemporânea em busca de estratégias para reduzir seu avanço. 

“A obesidade, considerada uma importante epidemia do século 21, cresce de forma acelerada no Brasil. Recebemos eventos como esse, onde abordamos todos os aspectos que envolvem a doença, discutimos conceitos, aspectos emocionais, opções terapêuticas e cirúrgicas para o tratamento integral e personalizado é fundamental na busca pelos melhores desfechos aos pacientes”, afirma o Dr. Ricardo Cohen. 

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