TPM: como usar essa ultrassensibilidade e quando se preocupar com os sintomas

TPM não é só trevas: dá pra usá-la a nosso favor. Mas se o desconforto é muito grande, pode significar algo mais sério. Tudo que você precisa saber para lidar melhor com os sintomas pré-menstruais.

Irritabilidade, cansaço, choro fácil, uma certa tristeza, aumento do apetite, inchaço, dor de cabeça… É normal sentir algum grau de desconforto emocional ou físico alguns dias antes do período menstrual.

Além desses incômodos, a TPM pode afetar a vida das mulheres das mais variadas formas e as flutuações hormonais são as grandes responsáveis por isso. “Há uma queda na produção dos hormônios sexuais, o estrogênio e a progesterona, que pode afetar a produção de serotonina, um neurotransmissor ligado ao bem-estar”, esclarece Maria Laura França, ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“A baixa concentração hormonal deste período impacta até nosso poder de decisão”

Como consequência, sofremos com alterações de humor, ficamos mais indispostas e aumentamos o desejo por doces. “Além disso, a baixa concentração hormonal deste período provoca uma redução na capacidade de perceber o medo e diminuição das habilidades sociais, impactando nosso poder de decisão”, diz a especialista.

Considerando que a duração média da TPM é de 10 dias, estima-se que as mulheres, entre a primeira menstruação e a menopausa, passem um terço de suas vidas neste estado. Como ter mais bem-estar neste período? E, mais importante, como diferenciar se é TPM ou algum outro problema mais grave?

A psiquiatra Juliana Cavalsan explica que na TPM os sintomas são de intensidade leve e por isso tem baixo impacto na vida da mulher. Ou seja, apesar dos desconfortos, ela continua produtiva, mantendo suas atividades sem maiores prejuízos. Já sintomas mais intensos podem indicar outra condição, chamada transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), que acomete cerca de 3% a 8% das mulheres e afeta o cotidiano de forma muito mais severa, comprometendo trabalho, estudo e relacionamentos.

Desconfortos provenientes da TPM e do TDPM têm de cessar até o fim da menstruação. “Caso se prolonguem, pode ser um sinal de alerta para a instalação de doenças crônicas”, enfatiza Maria Laura França. Essa é uma observação importante, pois se a pessoa tem uma doença psiquiátrica (a depressão, por exemplo) ou clínica (como a dor de cabeça crônica) os sintomas irão piorar nesse período.

“Pare e escute! O autoconhecimento é a ferramenta mais importante para lidar com este período”

Para facilitar o entendimento da situação e estabelecer um diagnóstico preciso, é importante se observar e anotar como se sente durante o mês inteiro. Reconhecer e perceber o funcionamento do próprio corpo é fundamental para que a mulher se prepare e faça as mudanças no estilo de vida tão fundamentais para a melhora dos sintomas.

Entre elas, a adoção de uma dieta saudável (com baixa ingestão de alimentos ricos em açúcares, sal e industrializados), redução de consumo de café (que pode predispor o aparecimento de sintomas como ansiedade e irritabilidade), prática regular de atividade física (exercícios aeróbicos são os mais adequados, principalmente quando são realizados junto à natureza) e psicoterapia.

Em relação às medidas farmacológicas, as opções incluem inibidores seletivos de recaptação de serotonina; anticoncepcionais hormonais (como DIU e pílula) e, em casos de exacerbação dos sintomas psíquicos, o uso de antidepressivos.

Importância do autoconhecimento

Para a ginecologista Maria Laura, na maioria das vezes, tudo que a mulher precisa é apenas um tempo para si. “Estar conectada com o seu ciclo e com suas emoções pode amenizar a ansiedade por entender que a flutuação hormonal pode trazer sintomas adversos, mas são sensações passageiras e há como lidar com elas de forma saudável”, diz.

A especialista ressalta ainda que, talvez, a TPM traga o momento de introspecção que o seu feminino precisa. Brigas intensas com o parceiro ou parceira neste período podem ser um sinal para rever o seu relacionamento. Intolerância com os colegas de trabalho podem trazer a questão: meu trabalho me completa? “Nunca deixe de refletir acerca das suas sensações e emoções. É o método que nosso corpo encontra para conversar conosco. Pare e escute! O autoconhecimento é a ferramenta mais importante para lidar com este período”, afirma.

SAÚDE DA MULHER

O Diário Oficial da União (DOU) publicou na terça-feira a lei federal 14.335, que amplia a prevenção, a detecção e o tratamento dos cânceres de colo uterino, de mama e de colorretal. A lei entrará em rigor em 180 dias e, a partir de então, mulheres a partir da puberdade terão direito a fazer os exames mamografia, citopatologia e cotonos ojpiapeto Sistema Único de Saúde (SUS). Antes, esses procedimentos eram oferecidos para mulheres a partir de 40 anos. É um avanço considerável tendo em vista que os três cânceres são responsáveis por consideráveis taxas de óbito no Brasil A lei anterior garantia para as mulheres com deficiência as condições e os equipamentos adequados para o atendimento em relação a essas doenças. Com as mudanças, esse direito fica estendido às mulheres idosas. O texto amplia o rol de procedimentos que devem ser ofertados para diagnóstico dos cânceres e deixa de fazer referência especificamente aos exames dtopatológicos e mamográficos. O exame para detectar o câncer colorretal não estava entre as ações de prevenção pata mulheres, no SU S e, agora, será incluído. A lei dá ao médico a permissão de solicitar a substituição ou complementação dos exames.

De acordo com o Hospital Oswaldo Cruz (SP), em 2016, foram diagnosticados 57 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. No mesmo ano, o Inca estimou o surgimento de mais de 17 mil novos casos de câncer de cólon e reto em mulheres no Brasil ecerca de 16 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero por ano no Pais.

O tratamento dos três cânceres é mais eficiente quando diagnosticados precocemente, evitando assim, o sofrimento das pacientes, a saturação do sistema de saúde e, o mais importante, salvando vidas. Daí a importância de medidas como a Lei 14.335. Para que o tratamento tenha o êxito desejado, é fundamental que os exames de diagnóstico das doenças cheguem ao público-alvo na idade prevista em lei, ou seja, já na puberdade das meninas.

No caso do câncer decolo do útero, a doença pode ser evitada com a vacinação contra o HPV, indicada para meninas na faixa etária dos 9 aos 13 anos. Além disso, as mulheres que já têm atividade sexual devem fazer o exame Papanicolau, a partir dos 25 anos, e de deve ser mantido até os 65 anos.

Felizmente, a saúde da mulher tem obtido avanço não apenas por decisões institucionais, mas graças à luta feminina pelos seus direitos. A lei 14.335 é mais uma conquista depois de muita luta.

Cólicas menstruais intensas podem ser sintoma de endometriose

Cólicas menstruais intensas, que demandam idas ao pronto-socorro e remédios fortes para aplacar a dor, não devem ser encaradas apenas como um mal-estar comum do ciclo menstrual. Elas podem ser um dos sintomas da endometriose, doença que acomete mais de 7 milhões de mulheres no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

O ginecologista Rogério Felizi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a falta do diagnóstico impede o tratamento adequado para a doença, o que impacta significativamente a qualidade de vida das mulheres que estão em idade reprodutiva.

“Dor não é normal. Algumas mulheres sentem dor desde muito cedo e passam às vezes a vida toda e não são diagnosticadas. Existem estudos que mostram que o tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico correto da endometriose pode variar de 8 a 12 anos, então o tratamento acaba sendo muito tardio”, destaca o médico.

O que causa a endometriose?

A endometriose acontece quando o tecido endometrial, que reveste o útero internamente, se espalha para outras regiões, geralmente atrás do útero, na bexiga, nos ovários e no intestino, o que pode provocar também, além das cólicas, o comprometimento das funções desempenhadas por esses órgãos.

Segundo o ginecologista, a teoria mais aceita sobre a causa da doença é a da menstruação retrógrada, na qual ocorre um refluxo do tecido endometrial que seria eliminado por via menstrual.

“Acredita-se que uma parte desse tecido reflui por meio das tubas uterinas e acaba caindo dentro do abdômen, e aderindo aos órgãos abdominais internos iniciando o processo inflamatório, que vai ocorrendo mensalmente a partir do início da menstruação”, explica Felizi.

Como prevenir

Não é possível prevenir a endometriose, mas o diagnóstico precoce pode permitir que a doença seja controlada, fazendo com que a dor não impacte a vida da paciente. Além disso, o médico destaca que fatores como alimentação e obesidade podem colaborar para a piora do quadro.

“Alguns alimentos chamados inflamatórios, como farinha branca e açúcar, podem intensificar a dor associada à endometriose. Outra coisa é que obesidade geralmente está associada a níveis elevados de estrogênio no sangue da mulher, e isso aumenta o risco da endometriose se desenvolver de forma mais rápida”, explica.

Desta forma, manter uma alimentação saudável, inserir a prática de atividade física no dia a dia e fazer os exames ginecológicos de rotina pode evitar que a doença chegue a estágios mais avançados.

Por outro lado, uma endometriose não diagnosticada e não tratada corretamente pode interferir de forma significativa na vida da mulher, provocando dores intensas e até mesmo um comprometimento da saúde mental em vista do desconforto causado.

Entre os sintomas da doença estão, além da cólica, dor pélvica crônica – que se estende por mais de seis meses – dor durante a relação sexual e dor para urinar ou defecar.

“A mulher também pode ter prejuízo da função reprodutiva, porque o próprio processo inflamatório causado pela endometriose torna o ambiente pélvico impróprio para uma gravidez, o que dificultaria o processo de gestação, tanto que é a principal causa de infertilidade nos países desenvolvidos”, explica o ginecologista.

Vale ressaltar, no entanto, que a endometriose afeta a fertilidade e dificulta o processo para uma mulher engravidar, mas não torna a gravidez de risco. “A partir do momento que ela engravidou, a gestação transcorre de forma normal”, afirma Felizi.

Como a doença é caracterizada pela presença do tecido endometrial fora da cavidade uterina, principalmente na região do abdômen, também é comum que as funções do sistema gastrointestinal e do sistema geniturinário fiquem comprometidas, o que pode agravar ainda mais o quadro.

“Desde que diagnosticada precocemente e tratada, a mulher pode viver completamente bem com a endometriose. O que não pode é ela sentir dor por anos, tendo sintomas de infertilidade que não são tratados, e isso levar aos quadros mais severos da doença”, ressalta o especialista.

Tratamentos

A endometriose pode ser tratada de forma medicamentosa ou cirúrgica, conforme explica o ginecologista. O foco, independentemente da forma, é aliviar a dor causada pela doença e melhorar a qualidade de vida da paciente. Os medicamentos podem ser desde analgésicos e anti-inflamatórios, a uso de contraceptivos.

“Existem alguns estudos mostrando que aquelas mulheres que tomam contraceptivo oral e contínuo, têm menos cólicas menstruais porque elas ficam sem menstruar. Especula-se muito em relação ao uso desses medicamentos para melhorar a endometriose ou impedir sua evolução, mas ainda não existe uma comprovação científica.”, explica Felizi.

Apesar de a medicação ser uma grande aliada para reduzir a força dos sintomas, o tratamento mais efetivo para a endometriose, segundo o especialista, é a cirurgia para remoção do tecido endometrial que se espalhou para as outras regiões.

“O objetivo da cirurgia é remover as lesões de endometriose, tirar aquele tecido inflamado que está dentro da cavidade, e isso proporciona melhora da dor e da qualidade de vida. Antigamente se cauterizavam as lesões, hoje não é recomendado porque elas podem continuar crescendo”, destaca o ginecologista.

Além disso, durante a menopausa, caracterizada pela última menstruação da mulher, os sintomas da endometriose também costumam ficar mais brandos e podem apresentar uma melhora significativa.

“A menopausa é praticamente a cura da endometriose, porque a ausência dos hormônios femininos para de estimular as células endometriais e consequentemente essas lesões tendem a murchar e desaparecer”, explica o especialista.

Corpo da mulher muda após os 40 anos. Entenda por que isso acontece

O ginecologista Rogério Felizi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, diz que alterações hormonais e no metabolismo causam mudanças

A chegada dos 40 anos marca inúmeras transições no corpo de uma mulher. De acordo com o ginecologista Rogério Felizi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, entre as alterações mais importantes que o corpo feminino sofre estão as mudanças hormonais, a redução do metabolismo, a perda da densidade óssea e a perda de massa muscular.

De acordo com Felizi, os hormônios que sofrem mais alterações nesse período são os níveis de progesterona e estrogênio, hormônios femininos relacionados à lubrificação vaginal, absorção de cálcio e às características da pele, unha e cabelo. Outro hormônio que sofre alteração é a testosterona, ligado ao desejo sexual e à massa muscular. Com a alteração desses hormônios, há prejuízos na absorção de cálcio, resultando na perda de massa óssea, diminuição da massa muscular, redução da lubrificação da vagina e do desejo sexual.

A alteração hormonal faz também com que as mulheres tenham mudanças no humor, podendo ter alguns sintomas depressivos. Segundo o ginecologista, mulheres que tenham tido um diagnóstico prévio de transtornos do humor e depressão podem apresentar piora nos sintomas nesse período.

A mudança nos níveis dos hormônios faz também com que a menstruação apareça de maneira irregular e mais intensa devido a aproximação da menopausa. Essas alterações podem ser mais marcantes entre mulheres que tenham problemas uterinos, como miomas e adenomiose uterina, crescimento do tecido endometrial na musculatura no útero.

Após os 40, há também a mudança na pele da mulher, que pode apresentar rugas devido à diminuição do colágeno, acúmulo de substâncias oxidantes e diminuição da circulação. De acordo com o ginecologista, há também a probabilidade de aparecimento de acne e pelos, mas essa mudança é mais comum após os 60 anos, quando há um breve aumento nos níveis de testosterona.

Felizi afirma que nessa idade existem algumas alterações no peso. Isso ocorre por conta da diminuição do metabolismo, que pode ser intensificado com o sedentarismo, alimentação inadequada e alterações da função da glândula da tireoide. Além disso, a alteração metabólica provoca mudanças na circulação, favorecendo a retenção de líquidos. O ganho de peso pode estar associado, também, a fatores genéticos, consumo de refrigerantes e outras bebidas gasosas, e ao tabagismo.

O aparecimento de estrias e celulites também pode aumentar após os 40. De acordo com o ginecologista, isso estaria relacionado à diminuição do metabolismo, diminuição do colágeno, alteração da circulação e acúmulo de substâncias oxidantes nos tecidos.

A diminuição hormonal ajuda na perda de massa óssea, pois faz com que haja uma redução na absorção do cálcio, podendo levar ao surgimento de osteoporose e osteopenia. Em casos de perda severa da densidade óssea, há uma maior propensão à fraturas no fêmur e na coluna. A redução de hormônios sexuais resulta, também, na perda de massa muscular, podendo gerar casos de hipotrofia. O ginecologista afirma que é fundamental que a mulher tenha bons hábitos alimentares e mantenha a prática de atividades físicas, fazendo sempre acompanhamento médico.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz inaugura Centro de Ginecologia

Particularidades da saúde feminina serão tratadas por equipe interdisciplinar.

A saúde feminina recebe atenção especial, principalmente, a partir da adolescência, fase em que a consulta periódica ao ginecologista passa a ser fundamental. Alinhado à estratégia de especialização e atendimento integral, desde a educação e prevenção até o diagnóstico e tratamento, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz inaugura o Centro de Ginecologia, que reúne uma equipe interdisciplinar de profissionais ligados à saúde da mulher.

O novo Centro, instalado na Unidade Campo Belo, oferece atendimento interdisciplinar com suporte de enfermeiros, nutricionistas e psicólogos. Além dos serviços de atendimento ambulatorial, conta com a estrutura de Day Clinic, para procedimentos menos invasivos.

“A maioria das mulheres conhecem a importância da prevenção ginecológica e de visitas regulares ao especialista, mas parte delas ainda espera o surgimento de um sintoma para procurar um especialista. É importante que todas tenham consciência de que a maioria das doenças ginecológicas são facilmente tratadas se diagnosticadas precocemente”, afirma Dr. Edmund Baracat, que ficará a frente da coordenação do Centro. A equipe conta também com profissionais especializados em doenças da infância, ginecologia endócrina, distúrbios menstruais e sangramentos anormais, climatério e menopausa, uroginecologia e defeitos do assoalho pélvico, doença do trato genital inferior, infecções por HPV, endometriose, dor pélvica crônica, mioma do útero, mastologia, osteoporose e procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, como vídeo histeroscopia e vídeo laparoscopia.

Vacina protege adolescentes que estão prestes a iniciar vida sexual

Imunização contra HPV é eficaz contra diversas doenças incluindo câncer.

Papiloma Vírus Humano. Esse é o nome dos HPV, vírus transmitidos por contato sexual e que são capazes de provocar lesões de pele ou mucosa, verrugas genitais e até favorecer o aparecimento de câncer de colo de útero, pênis, ânus e vagina. O câncer de colo do útero, aliás, é considerado a quarta causa de morte por câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). O INCA também revela que 19 mil novos casos de câncer de colo uterino e 4 mil mortes pela doença são registrados por ano no país.

A boa notícia é que existem vacinas contra diversos tipos de HPV. Não é novidade, mas o fato é que muitas mulheres desconhecem esse recurso ou não se previnem, especialmente as jovens que estão perto de iniciar a vida sexual.

“A vacina provoca reação imunológica, promovendo a formação de anticorpos contra tipos específicos de HPV. Vacina é algo preventivo, profilático, portanto, não é terapêutica e não cura”, ressalta Dra. Tatiana Pfiffer, ginecologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, lembrando que “a vacina não substitui a rotina de exames periódicos, como o Papanicolaou”.

Segundo ela, a forma mais efetiva de prevenir a população é vacinar antes da primeira exposição ao vírus, ou seja, antes de iniciar atividade sexual. A afirmação está embasada em pesquisas para controle do HPV. E é preciso ficar atento às recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): “A vacina é oficialmente indicada para meninas e mulheres entre 9 e 26 anos. Ainda não existe uma recomendação oficial quanto à aplicação em meninos no Brasil, mas o Center for Disease Control, nos Estados Unidos, recomenda a sua aplicação para meninos entre 11 e 26 anos”, acrescenta.

Às mulheres que desejam a imunização, a ginecologista recomenda consultar um médico, mas “não é necessário fazer exames de HPV para aplicação da vacina”. Gestantes e pessoas alérgicas a componentes da vacina são as únicas contraindicações dos médicos. “Mulheres que estejam amamentando, imunodeprimidas e pacientes que já tiveram resultados positivos para os vírus ou mesmo alguma lesão e verrugas genitais, também podem ser vacinadas. No último caso, ainda há benefícios, já que as jovens poderão ser imunizadas contra outros subtipos virais não presentes na primeira infecção”, explica.

Por fim, a ginecologista faz um último alerta. “Mesmo tomando a vacina deve-se usar camisinha e fazer exames preventivos de rotina. Os cuidados básicos devem ser mantidos para uma vida sexual saudável.”

Tipos de vacinas e proteção

Atualmente, dois tipos de vacinas estão disponíveis no país. A Vacina Quadrivalente, que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus, responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo de útero e por 90% das verrugas genitais. A Vacina Bivalente, também chamada de Vacina contra HPV oncogênico, protege contra os vírus tipo 16 e 18.

Segundo a ginecologista, as doses garantem 100% de eficácia na prevenção de cânceres cervicais, pré-cânceres vulvares e vaginais relacionados aos subtipos de HPV 16 e 18, em mulheres que não haviam sido expostas a esses tipos de vírus – responsáveis por cerca de 70% de todos os cânceres de colo uterino –, 95% de eficácia na prevenção de displasias ou lesões de baixo grau e pré-cânceres causados por HPV 6,11,16 e 18 e 99% de eficácia nos casos de verrugas genitais decorrentes dos subtipos 6 ou 11.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz amplia cartela de benefícios com Check-up Ginecológico

Exames e consultas do Instituto da Mulher do Hospital são estendidos para todas as colaboradoras.

Seguindo a estratégia de promoção da saúde e prevenção de doenças, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferece novo benefício às suas colaboradoras: o Check-up Ginecológico. Exames e acompanhamento médico com ginecologistas e mastologistas oferecidos no Instituto da Mulher do Hospital passam a ter 100% de cobertura de todas as categorias do plano corporativo vigente.

O benefício foi concedido após mapeamento realizado pelo Centro de Atenção à Saúde do Colaborador (CASC), apontando um baixo número de adesão das funcionárias à avaliação ginecológica de rotina. Atualmente, as mulheres representam 62% do total de colaboradores.

“Levamos a sério o lema ‘Cuidar de quem cuida’. Para prestar assistência aos pacientes, os profissionais de saúde precisam estar preparados e ter qualidade de vida”, diz Cleusa Ramos Enck, Superintendente de Desenvolvimento Humano e Institucional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que já é adepta do Check-up Ginecológico. “Além da facilidade de realizar consulta e exames em um só lugar e no próprio local de trabalho, me senti acolhida e cuidada como mulher e, como colaboradora, orgulhosa em poder utilizar nossa estrutura.”

Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta para cuidado em todas as fases da vida da mulher

Especialista explica precauções indispensáveis em cada etapa.

Da infância à maturidade, as mulheres precisam permanecer atentas a uma série de cuidados. Em cada etapa, mudanças físicas e hormonais ampliam a necessidade de medidas específicas e, por isso, conhecer o próprio corpo, buscar orientações profissionais, realizar consultas com o ginecologista e exames periódicos tornam-se precauções fundamentais para a manutenção da saúde e da qualidade de vida feminina, desde a primeira menstruação até a menopausa.

Dedicado ao cuidado da saúde feminina e composto por um grupo multidisciplinar de especialistas, o Instituto da Mulher do Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferece acompanhamento integral da saúde feminina e realiza desde consultas e exames de rotina até procedimentos mais complexos.

Mocidade

Na infância e adolescência, algumas das grandes preocupações estão relacionadas à atividade sexual precoce. “No período após a menarca, chamada a primeira menstruação, que em geral ocorre entre 11 e 12 anos, além de esclarecer dúvidas relacionadas às mudanças pelas quais a jovem está passando, a orientação quanto ao ato sexual é indispensável. Neste momento, devemos falar sobre métodos contraceptivos e, da mesma forma, sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)”, explica o Ginecologista Dr. Edmund Baracat, Coordenador do Instituto da Mulher do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A imunização contra o HPV (papilomavírus humano), por exemplo, deve ser realizada em idade precoce, antes do início das atividades sexuais. De acordo com Dr. Baracat, o HPV é um importante agente carcinogênico e está ligado às lesões precursoras do câncer do colo do útero. Então, esta é uma medida preventiva obrigatória para as meninas que estão evoluindo para o estágio reprodutivo.

Algo que também deve ser investigado é a existência de ovários policísticos. Grande causa de infertilidade, esta síndrome provoca alterações menstruais, aumento na produção de androgênio e, com isso, o aumento nos pelos corporais, acne e ganho de peso. “Além de problemas cosméticos, que são suficientes para traumatizar a jovem, esta síndrome associa- se a alterações metabólicas que podem, posteriormente, causar o surgimento da síndrome metabólica, diabetes, entre outras. Assim, além de uma série de alterações endócrinas com as quais as jovens podem sofrer aos 17 ou 18 anos podem provocar, também, sérias alterações clínicas quando elas estiverem com 30 ou mais anos de idade”, explica o especialista.

Plenitude reprodutiva

No período reprodutivo, que vai do final da adolescência ao início da transição menopausal, há uma série medidas de saúde que também devem ser incorporadas. Além de precauções quanto às DSTs, das orientações sobre planejamento familiar e dos primeiros exames para rastreamento de câncer de colo uterino, há que se manter a atenção para alterações que podem sinalizar a presença de doenças.

“A endometriose, por exemplo, é uma doença de fundo hormonal e que compromete o sistema genital feminino. Tem um quadro clínico de dor forte e progressiva durante a menstruação. Muitas vezes, a doença associa-se à infertilidade e, infelizmente, não há qualquer tipo de prevenção. Mas, assim como ocorre com outras doenças, o diagnóstico precoce pode ajudar no tratamento”, afirma Dr. Baracat.

Além de ser um sintoma da endometriose, a dor durante a menstruação, quando ocorre por volta dos 30 ou 35 anos, pode sinalizar a presença de tumores reprodutivos benignos, como um mioma no útero. Daí a importância também da citologia oncológica (Teste Papanicolaou ou Citologia Líquida), como parte de uma estratégia de rastreamento e prevenção do câncer de colo uterino.

Maturidade

Depois dos 40 anos, a mulher pode começar a apresentar deficiência na produção de estrogênio e de progesterona. Nesta fase de transição, em que podem ocorrer alterações menstruais e ondas de calor, alem de manter as ações de rastreamento para câncer do colo do útero, importante iniciar um trabalho de detecção precoce do câncer de mama.

“Neste momento, recomenda-se que as visitas ao ginecologista que, até então, ocorriam uma vez ao ano, sejam realizadas, pelo menos, uma vez por semestre. Mamografias e rastreamento de doenças como mioma no útero também precisam ser realizadas periodicamente. Depois dos 50 anos, pode ser necessário também o acompanhamento de doenças benignas relacionadas a complicações no pós-parto normal e que, geralmente, surgem nesta faixa etária, como a chamada ‘bexiga caída’, a ruptura de períneo e o prolapso uterino, por exemplo”, reforça Dr. Baracat.

Senilidade

A última menstruação marca a entrada da mulher na menopausa. Além das chamadas ondas de calor e de alterações na esfera psíquica, como o aumento da irritabilidade, por exemplo, nesta fase, as mulheres precisam manter monitoramento para doenças ósseas e metabólicas e, da mesma forma, fazer acompanhamento para diagnóstico da síndrome de Alzheimer, doença que pode acontecer depois dos 60 anos e é mais frequente na mulher do que no homem.

“Alimentação saudável, atividades físicas, evitar excessos e sempre buscar o acompanhamento médico. Estas são dicas válidas para todas as mulheres. O foco de atenção pode até mudar, de acordo com o desenvolvimento e a faixa etária da mulher. Mas o fato é que o cuidado precisa ser constante em todas as etapas da vida”, conclui o ginecologista.

Cigarro afeta a saúde da mulher e pode causar infertilidade

Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta para os problemas indiretos decorrentes do fumo.

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Segundo estimativas da entidade, um terço da população mundial adulta, cerca de um 1,2 bilhão de pessoas, é fumante. Deste total, embora apenas 12% da população feminina no Brasil fumem, as mulheres são mais afetadas pelo efeito do tabaco. As principais causas de morte na população feminina estão diretamente ligadas ao Tabagismo, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, câncer (mama, pulmão e colo de útero) e enfisema pulmonar, mas o fumo pode causar danos irreversíveis na saúde da mulher durante toda a vida, inclusive no período fértil.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que mulheres fumantes que não usam métodos contraceptivos hormonais reduzem a taxa de fertilidade de 75% para 57%, devido ao efeito causado pelas taxas de substancias toxicas do tabaco no ovário. Segundo Dr. Ciro Kirchenchtejn, pneumologista e Coordenador do Centro de Tratamento do Tabagismo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, além do envelhecimento precoce do útero e dos ovários, a antecipação da menopausa e a perda de hormônio feminino estão também ligados ao fumo. Esses fatores podem dificultar a fecundação ou até mesmo causar infertilidade.

Fumar durante a gravidez traz sérios riscos, como abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e, após o nascimento, complicações com a placenta e episódios de hemorragia. “Tais problemas se devem, principalmente, aos efeitos do monóxido de carbono e outras substancias toxicas absorvidos pelo organismo materno e passados ao feto”, afirma o especialista.

O médico explica ainda que, mesmo que a mulher deixe de fumar durante a gestação, sempre é bom que a gestante pare de fumar para proteger o feto, pois o quanto antes, melhor, isso reduzirá os efeitos maléficos do cigarro. “O acúmulo de monóxido de carbono, substancias toxicas, e nicotina no organismo da gestante impede a oxigenação do cordão umbilical e absorção de nutrientes, comprometendo a saúde do bebê mesmo antes do nascimento”, ressalta Dr. Ciro.

Apesar de mais de 50% das mulheres fumantes retomarem o tabagismo quando acaba o período de amamentação, muitas delas voltam a fumar logo após o nascimento do bebê. A nicotina do cigarro é transmitida para o leite materno, podendo causar sérios danos à saúde da criança, como mau desenvolvimento, alergias e infecções respiratórias.

No Centro de Tratamento de Tabagismo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o tabagismo é tratado como uma doença crônica. Um plano de cessação individualizado, com base em evidências clínicas, é estabelecido para que cada pessoa se sinta capaz de cumprir sua estratégia terapêutica e ganhar mais saúde e qualidade de vida.

“O Hospital entende que o tabagismo é uma doença e, por isso, atende os fumantes com acolhimento e objetividade. Apresenta uma abordagem multidisciplinar com o máximo de recursos possíveis aos pacientes e dá suporte a pacientes internados e àqueles que se preparam para cirurgia eletiva ou quimioterapia, e têm urgência em parar de fumar. De modo consistente, dá suporte aos fumantes preocupados em evitar a recaída. As pessoas não param de fumar porque não têm força de vontade, mas sim porque tabagismo é uma doença que provoca dependência’’, finaliza Dr. Ciro.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos maiores centros hospitalares da América Latina, é referência em serviços de alta complexidade, com foco em Oncologia, Doenças Circulatórias, Doenças Digestivas, Ortopedia e Traumatologia. Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital possui uma das maiores casuísticas do país e concentra seus esforços na busca permanente da excelência do atendimento integral, individualizado e qualificado ao paciente, além de investir fortemente no desenvolvimento científico, por meio do ensino e da pesquisa.

Com mais de 96 mil m² de área construída, o Hospital dispõe de 327 leitos de internação, sendo 22 salas de cirurgia, 44 leitos na Unidade de Terapia Intensiva e Pronto Atendimento 24 horas. Além disso, oferece uma das mais qualificadas assistências do país e Corpo Clínico renomado, para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Comission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde.

O USO DE MÉTODO CONTRACEPTIVO HORMONAL FAZ MAL À SAÚDE?

Apesar dos benefícios e importância dos métodos contraceptivos hormonais na vida das mulheres, é importante destacar que eles também podem apresentar efeitos colaterais.

Saiba mais sobre o assunto no episódio desta semana com o Dr. Rogério Tadeu Felizi, ginecologista, que discute os riscos, a importância do acompanhamento médico e esclarece dúvidas sobre os contraceptivos.

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