A arritmia cardíaca é uma condição em que ocorrem alterações no ritmo dos batimentos do coração. Ela pode causar sintomas como palpitações, tontura e falta de ar.
Se você está interessado em saber mais sobre, assista o novo episódio da série “5 Curiosidades sobre…” com a Dra. Carina Hardy, cardiologista em nosso hospital.
Especialidade: Cardiologia
Colesterol: O que é preciso saber para prevenir doenças
Criado em 2003 e comemorado em 8 de agosto, o Dia Mundial de Combate ao Colesterol tem como o objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção de doenças cardiovasculares.
O colesterol é um tipo de gordura fundamental para o funcionamento do organismo. Ele faz parte de algumas estruturas como o cérebro, neurônios, músculos e outros. O excesso dessa gordura, porém, pode ser prejudicial à saúde, principalmente para o sistema cardiovascular, já que está associado a uma maior ocorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM), doença coronariana crônica e acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 40% dos adultos no Brasil têm um diagnóstico de colesterol alto. Na população geral, a prevalência também é alarmante: 22,6%.
O portal iG convidou o médico cardiologista Leandro Costa, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz para dar dicas sobre como manter o colesterol em nível saudável, reduzindo o risco de doenças. Confira.
1- Qual é o papel do colesterol nas funções vitais de nosso corpo e quais são seus tipos?
O colesterol faz parte da funcionalidade normal de nosso organismo e ajuda na síntese de hormônios. Existem dois tipos de colesterol: o popularmente como LDL, colesterol ruim, e HDL, colesterol bom. O LDL em excesso pode ser depositado nas paredes das artérias, aumentando o risco de obstrução e, consequentemente, de problemas como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). O HDL, por outro lado, é benéfico em níveis altos, pois ele ajuda a evitar as placas de LDL formadas nos vasos sanguíneos, limpando as artérias da gordura prejudicial à saúde do corpo humano.
2- Após um diagnóstico de colesterol elevado, é possível reverter o quadro de forma natural?
Sim, existe a possibilidade, entretanto ela é pouco provável, pois 70% do colesterol é produzido de forma endógena, ou seja, dentro de nosso próprio corpo. As principais medidas melhorar o colesterol de formas não intervencionistas são a adoção de hábitos saudáveis, a diminuição do excesso de alimentos gordurosos e a prática de atividade física. É importante também substituir as gorduras “piores” pelas “melhores” — as poli-insaturadas.
3- Quais são os fatores de risco para o aumento do colesterol?
Os fatores de risco estão ligados ao sedentarismo e hábitos alimentares ruins. Eles são mais perceptíveis em pessoas com obesidade, principalmente a obesidade abdominal, a famosa “barriguinha”. Tabagistas e pessoas com histórico familiar de doenças cardiovasculares também precisam ficar em alerta.
4- Após diagnosticado, existe um tratamento para o paciente com colesterol alto? Existe cura?
Existe sim um tratamento com medicamentos que controlam o colesterol. O tratamento é uma indicação de controle que de fato reduz o colesterol. É importante frisar que não é a redução do colesterol que importa, mas sim o evento que a redução traz. Isso significa que, diminuindo o colesterol, diminuirá a chance de mortalidade cardiovascular, de AVC, de infarto. Por isso, recomendamos essa redução. Cura, por outro lado, não existe. E sim o controle.
Confira abaixo algumas dicas para manter o colesterol em níveis saudáveis:
- Faça a preparação dos alimentos assados, cozidos ou grelhados;
- Aumente o consumo de cereais integrais como farelo de trigo, farelo de aveia;
- Substitua, sempre que possível, massas e pães feitos de farinha branca por opções integrais;
- No almoço e no jantar, consuma boas quantidades de hortaliças folhosas, como alface, agrião, escarola, rúcula;
- Tempere as saladas com azeite de oliva, preferencialmente o extravirgem;
- Opte por leite e iogurtes desnatados;
- Prefira queijo branco fresco e ricota, ao invés dos queijos amarelos;
- Evite produtos industrializados ricos em gordura trans, como biscoitos recheados e amanteigados, salgadinhos ricos em corantes;
- Evite o consumo de frituras e prefira carnes magras, com menores concentrações de gorduras;
- Abandone o tabagismo;
- Reduza o consumo de refrigerantes e de bebidas alcoólicas.
Insuficiência Cardíaca

Prevalência
A prevalência da insuficiência cardíaca tende a aumentar com a idade, pois o envelhecimento está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares, que são frequentemente os principais fatores subjacentes à insuficiência cardíaca. Além disso, fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e histórico familiar de doenças cardíacas também contribuem para a prevalência da insuficiência cardíaca.
O que é?
A insuficiência cardíaca representa uma condição médica crônica na qual a capacidade do coração de bombear sangue de maneira eficaz para atender às demandas do corpo encontra-se comprometida.
Isso leva a uma redução no fornecimento de oxigênio e nutrientes aos tecidos corporais. A manifestação da insuficiência cardíaca pode ocorrer nos compartimentos esquerdo, direito ou em ambos os lados do coração, sendo influenciada por diversas causas subjacentes.
Fatores de Risco
1 – Doença arterial coronariana: Acúmulo de placas nas artérias coronárias que reduzem o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco.
2 – Hipertensão arterial: Pressão arterial elevada pode sobrecarregar o coração, levando à insuficiência cardíaca.
3 – Cardiomiopatia: Danos ao músculo cardíaco, que podem ser devidos a várias causas, como infecções virais, abuso de álcool, drogas, entre outros.
4 – Doenças valvulares: Problemas nas válvulas cardíacas podem afetar a capacidade do coração de bombear eficientemente.
5 – Diabetes: Aumento dos níveis de glicose no sangue pode danificar os vasos sanguíneos e o coração.
6 – Doença renal crônica: Problemas renais podem causar desequilíbrios nos fluidos corporais, afetando o coração.
7 – Doenças pulmonares: Condições como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) podem colocar pressão adicional sobre o coração.
Prevenção
A prevenção da insuficiência cardíaca envolve a adoção de medidas e hábitos saudáveis que visam reduzir os fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento dessa condição. Aqui estão algumas estratégias de prevenção:
1 – Estilo de Vida Saudável: Manter uma dieta balanceada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis pode ajudar a controlar o peso e manter a saúde cardiovascular. Reduzir o consumo de sódio, açúcar e gorduras saturadas é importante.
2 – Atividade Física Regular: A prática regular de exercícios ajuda a manter o coração forte e saudável, além de controlar o peso, pressão arterial e níveis de colesterol. É recomendado pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana.
3 – Controle da Pressão Arterial: A hipertensão é um fator de risco significativo para insuficiência cardíaca. Monitorar a pressão arterial e seguir as orientações médicas para mantê-la dentro dos limites saudáveis é crucial.
4 – Gestão do Diabetes: Manter os níveis de açúcar no sangue sob controle é fundamental para prevenir danos aos vasos sanguíneos e ao coração.
5 – Não Fumar: O tabagismo está ligado a uma série de problemas cardiovasculares, incluindo insuficiência cardíaca. Parar de fumar reduz significativamente o risco.
6 – Controle do Colesterol: Manter os níveis de colesterol saudáveis é importante para a saúde do coração. Isso envolve uma combinação de dieta adequada, exercício e, em alguns casos, medicamentos sob prescrição médica.
7 – Moderação no Consumo de Álcool: O consumo excessivo de álcool pode afetar negativamente o coração. Se for consumir álcool, faça-o com moderação.
8 – Gerenciamento do Estresse: O estresse crônico pode impactar negativamente a saúde cardiovascular. Práticas como meditação, ioga e técnicas de relaxamento podem ajudar a reduzir o estresse.
9 – Tratamento de Condições Subjacentes: Condições como doenças cardíacas, hipertensão, diabetes e obesidade devem ser tratadas e controladas adequadamente para reduzir o risco de insuficiência cardíaca.
Sintomas

Tosse seca

Falta de ar

Inchaço nas Pernas

Abdômen e tornozelos

Perda de apetite
É essencial estar atento aos sintomas mencionados. Caso alguém reconheça qualquer um desses sinais e já tenha um histórico de doença cardíaca, é recomendado buscar assistência médica. Iniciar o tratamento o mais cedo possível, se confirmada a doença, aumenta a eficácia das intervenções.
Tratamento
O tratamento da insuficiência cardíaca pode envolver uma combinação de mudanças no estilo de vida (como dieta saudável, exercícios regulares e controle do estresse), medicações para melhorar a função cardíaca, controle de doenças subjacentes e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos como implantação de dispositivos cardíacos ou transplante cardíaco.
FAQ – Perguntas frequentes
A insuficiência cardíaca é uma condição médica na qual o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.
Os sintomas incluem falta de ar, fadiga, inchaço nas pernas e tornozelos, ganho de peso repentino, tosse persistente e cansaço.
As causas comuns incluem doença arterial coronariana, pressão arterial alta, doenças das válvulas cardíacas, cardiomiopatia e doenças do músculo cardíaco.
O tratamento pode incluir medicamentos, mudanças no estilo de vida (como dieta e exercício), dispositivos médicos, cirurgia de revascularização do miocárdio e, em casos graves, transplante cardíaco.
A prevenção envolve o controle de fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo e obesidade, bem como o tratamento precoce de doenças cardíacas subjacentes.
A insuficiência cardíaca sistólica ocorre quando o coração não consegue bombear sangue adequadamente durante a contração. A insuficiência cardíaca diastólica ocorre quando o coração tem dificuldade em relaxar e encher de sangue.
Sim, a insuficiência cardíaca é geralmente uma condição crônica que requer gerenciamento a longo prazo para controlar os sintomas.
Exames como ecocardiogramas, radiografias de tórax, testes de função cardíaca e marcadores sanguíneos são usados para diagnosticar a insuficiência cardíaca.
Sim, a insuficiência cardíaca é uma condição comum, especialmente em pessoas idosas e aquelas com fatores de risco cardiovascular.
Doença coronariana

Prevalência
A doença arterial coronariana afeta as artérias que fornecem sangue para o coração, ocorrendo quando a via de passagem através das artérias coronárias, ou artérias do coração, se estreita por formação de placas, incluindo colesterol, depósitos de gordura, cálcio e outras substâncias. Ela é a principal causa de morte tanto para os homens como para as mulheres.
O que é?
A doença coronariana, também conhecida como doença arterial coronariana (DAC) ou doença cardíaca coronariana, é uma condição na qual as artérias coronárias que fornecem sangue rico em oxigênio ao músculo cardíaco (miocárdio) tornam-se estreitadas ou obstruídas devido à acumulação de placas de gordura, cálcio e outras substâncias. Essa acumulação de placas é chamada de aterosclerose.
Fatores de risco










Prevenção
A prevenção da doença coronariana é fundamental e envolve a adoção de hábitos saudáveis e o controle de fatores de risco, juntamente com exames regulares para detectar precocemente problemas cardíacos.
Sintomas
Uma vez que a doença arterial coronariana, caracterizada por artérias obstruídas, evolui gradualmente ao longo de anos, os sintomas frequentemente permanecem latentes até que as obstruções atinjam um estágio grave e potencialmente fatal. Os indícios iniciais podem surgir quando o coração está submetido a um esforço aumentado, como durante atividades físicas. No entanto, esses sinais também podem manifestar-se durante momentos de repouso, sem necessidade de esforço físico.
Os sintomas da doença arterial coronariana podem variar de pessoa para pessoa, no entanto, os sinais mais frequentes compreendem:
- Sensação desconfortável ou dor no peito (angina);
- Dificuldade em respirar;
- Esgotamento extremo durante atividades físicas;
- Inchaço nos pés;
- Desconforto no ombro ou braço.
Nas mulheres, é possível que ocorra uma dor atípica no peito, podendo manifestar-se como uma dor breve ou aguda no abdômen, costas ou braço.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença coronariana geralmente envolve testes como eletrocardiograma (ECG), teste de esforço, cintilografia miocárdica, angiografia coronária e outros exames de imagem.
Tratamento
O tratamento pode envolver mudanças no estilo de vida como:
- Dieta saudável;
- Exercícios e cessação do tabagismo;
- Medicamentos (para controlar a pressão arterial, reduzir o colesterol, prevenir coágulos sanguíneos etc.);
- Procedimentos médicos (angioplastia com colocação de stent, cirurgia de revascularização do miocárdio, entre outros), dependendo da gravidade da condição.
Causas
A doença coronariana é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Ela pode levar a vários problemas cardíacos graves, incluindo:
1 – Angina de peito: Dor no peito ou desconforto causado pela redução do fluxo sanguíneo para o coração. Pode ocorrer durante o esforço físico ou estresse emocional;
2 – Infarto do miocárdio (ataque cardíaco): Ocorre quando um coágulo sanguíneo bloqueia completamente o fluxo de sangue para uma parte do músculo cardíaco, levando à morte das células cardíacas por falta de oxigênio;
3 – Insuficiência cardíaca: A acumulação de danos no músculo cardíaco devido à falta crônica de fluxo sanguíneo adequado pode resultar na incapacidade do coração de bombear sangue eficazmente para o corpo;
4 – Arritmias: Distúrbios no ritmo cardíaco podem ocorrer devido à falta de suprimento de oxigênio para as células cardíacas ou ao dano causado pela doença coronariana;
5 – Morte cardíaca súbita: Em casos extremos, a obstrução aguda de uma artéria coronária pode levar à parada cardíaca e morte repentina.

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FAQ – Perguntas frequentes
A doença coronariana é uma condição médica em que as artérias coronárias, responsáveis por fornecer sangue rico em oxigênio ao coração, tornam-se estreitadas ou bloqueadas, geralmente devido à acumulação de placas de gordura e colesterol.
Os sintomas típicos incluem dor no peito (angina), falta de ar, fadiga, palpitações, tontura e, em casos graves, ataques cardíacos.
A principal causa da doença coronariana é a aterosclerose, que envolve o acúmulo de placas de gordura nas artérias coronárias. Fatores de risco incluem tabagismo, dieta inadequada, sedentarismo, pressão arterial alta, diabetes e predisposição genética.
O diagnóstico geralmente envolve exames como eletrocardiograma (ECG), teste ergométrico, angiografia coronariana e tomografia computadorizada cardíaca.
O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, como dieta saudável e exercícios, medicamentos para reduzir o colesterol e a pressão arterial, procedimentos de revascularização, como angioplastia com stent, e, em casos graves, cirurgia de bypass coronariano.
Sim, a prevenção é possível. Isso inclui a adoção de um estilo de vida saudável, como evitar fumar, manter um peso saudável, fazer exercícios regularmente e controlar os fatores de risco, como diabetes e pressão arterial alta.
Uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e pobre em gorduras saturadas e trans, pode ajudar a reduzir o risco de doença coronariana. Reduzir o consumo de sal também é importante.
Os grupos de maior risco incluem pessoas com histórico familiar de doença coronariana, fumantes, diabéticos, hipertensos e pessoas com sobrepeso ou obesidade.
Um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do coração é interrompido, geralmente devido a um bloqueio nas artérias coronárias. A doença coronariana é uma das principais causas de ataques cardíacos.
Um ataque de AVC exige um atendimento imediato, saiba como reconhecer os sinais
Dificuldade para falar, confusão mental e fraqueza em um dos lados do corpo são motivos para alerta.
O AVC (acidente vascular cerebral) é um evento de saúde grave que, de acordo com dados do Portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, matou 87.518 brasileiros entre 1º de janeiro e 13 de outubro de 2022
“A prevalência do AVC é grande no Brasil, e é importante que a população saiba reconhecer os sinais de um. “Tempo é cérebro” é o lema, e, quanto mais tempo leva para desobstruir aquele vaso ou voltar o fluxo sanguíneo no cérebro desse paciente, mais problemas podem aparecer”, esclarece o neurologista Diogo Haddad, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Os AVCs podem ser divididos em dois tipos: isquêmico e hemorrágico
De acordo com o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, o AVC isquêmico é o mais comum, correspondendo a cerca de 80% dos casos. Esse tipo ocorre quando uma das artérias cerebrais é bloqueada, geralmente por um coágulo sanguíneo, impedindo o fornecimento de sangue e oxigênio ao cérebro.
O neurocirurgião Caio Nuto, diretor da SBN (Sociedade Brasileirra de Neurocirurgia), afirma que os sintomas do AVC isquêmico incluem fraqueza ou dormência em um lado do corpo, dificuldade na fala, confusão, problemas de visão e dificuldade para caminhar.
Os sintomas geralmente se desenvolvem rapidamente e podem progredir ao longo de minutos a horas.
Já o AVC hemorrágico corresponde aos outros 20% e acontece por sangramentos no cérebro ou ao redor dele, devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, interferindo na irrigação do órgão.
O Manual MSD explica que o contato do sangue com o cérebro irrita o tecido do órgão, podendo levar a convulsões.
Nuto afirma que, nesses casos, os sintomas mais frequentes incluem uma súbita dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, rigidez do pescoço, convulsões e perda de consciência.
O diretor da SBN diz que, em ambos os casos, os sintomas mais comuns são:
- fraqueza súbita ou dormência no rosto, braço ou perna, geralmente em um lado do corpo;
- dificuldade repentina para falar ou compreender a fala;
- confusão mental repentina ou dificuldade para entender as coisas;
- alterações súbitas na visão, como visão turva, perda de visão em um ou ambos os olhos ou visão dupla;
- tontura ou perda de equilíbrio, coordenação ou dificuldade para andar;
- dor de cabeça súbita e intensa, muitas vezes sem causa aparente.
Algumas condições de saúde também podem imitar ou apresentar sintomas parecidos com os de um AVC. Entre elas, estão:
- Enxaqueca — A enxaqueca pode causar dor de cabeça intensa e repentina, náuseas, vômitos e distúrbios visuais, à semelhaça dos sintomas de um AVC. No entanto, a principal diferença é que os sintomas de enxaqueca geralmente se desenvolvem gradualmente e podem durar horas ou até mesmo dias e os do AVC têm início súbito.
- Crise epiléptica — Durante uma crise epiléptica, uma pessoa pode ter movimentos involuntários, perda de consciência e confusão mental. Esses sintomas podem ser confundidos com um AVC, especialmente se houver fraqueza ou dormência associada. Porém, na crise epiléptica, os movimentos involuntários são mais importantes, enquanto no AVC a fraqueza ou dormência é mais persistente.
- Hipoglicemia — Baixos níveis de açúcar no sangue podem levar a sintomas como fraqueza súbita, confusão, dificuldade para falar e tontura, podendo trazer confusão quanto ao diagnóstico de um AVC. A verificação dos níveis de açúcar no sangue pode ajudar a diferenciar as duas condições.
Em todos os casos, os médicos afirmam que o quadro é uma urgência médica e, ao menor sinal que possa trazer suspeita, é imprescindível que essa pessoa seja encaminhada quanto antes a um atendimento hospitalar.
Haddad diz que não é possível diferenciar os sinais de AVC de outros problemas facilmente, o que exige uma avaliação médica para tal. Entre os procedimentos realizados para identificar o quadro, está a avaliação clínica, na qual, após o paciente detalhar os sintomas, é verificada a pressão arterial e são feitos testes para averiguar a função cerebral.
O médico pode ainda questionar sobre fatores de risco para um AVC, como diabetes e hipertensão arterial. Depois, o paciente é submetido a exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, o que permite identificar lesões no cérebro, isquemias ou hemorragias.
Por fim, podem ser solicitados exames laboratoriais, como o de glicemia ou função renal, de modo a identificar condições que aumentem os riscos do AVC.
O tratamento para o AVC dependerá do tipo da ocorrência e da gravidade dos sintomas.
Para o AVC isquêmico, Nuto afirma que existem duas possibilidades: a terapia trombolítica, em que são administrados medicamentos para dissolver o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo, em até quatro horas e meia após o início dos sintomas.
Já em quadros em que o coágulo não pode ser dissolvido, é realizada trombectomia mecânica, procedimento em que catéteres retiram o coágulo para que o sangue possa voltar a passar.
Com relação ao AVC hemorrágico, são realizadas cirurgias para conter o sangramento, bem como o monitoramento e o controle da pressão arterial.
Para que se evitem os famosos derrames, os médicos orientam controlar os fatores de risco.
Assim, é recomendado fazer o controle de hipertensão arterial e diabetes, manter níveis adequados de colesterol, limitar o consumo de bebidas alcoólicas, parar de fumar, adotar uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e manter o peso adequado.
Risco de infarto aumenta em até 30% no inverno
Cardiologista orienta sobre a importância, nesta época do ano, da prática de exercícios físicos e hábitos saudáveis.
Nesta quarta-feira, 21 de junho, inicia-se o inverno. E nesta época do ano, devido as baixas temperaturas, além da preocupação com as doenças respiratórias, é preciso ficar atentos e cuidar, também, da saúde do coração. E o que ocorre com o coração quando os termômetros registram baixas temperaturas? Com o clima mais frio, as artérias ficam mais resistentes e, com isso há elevação da pressão arterial.
Outro fator é que há uma tendência na evolução dos processos inflamatórios das vias aéreas, como as gripes e resfriados. Portanto, há um aumento da inflamação das paredes internas dos vasos, sendo fator determinante para a formação de coágulos, e da possibilidade de ocorrência de infarto ou derrame cerebral
De acordo com Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos principais motivos que levam ao infarto nesta época do ano é a vasoconstrição – diminuição do calibre das artérias -, o que dificulta a circulação sanguínea e aumenta o esforço que os músculos cardíacos precisam fazer, para bombear o sangue no organismo. Contudo, há um aumento da pressão arterial, o que pode levar a ruptura de placas de gorduras no interior das artérias.
“Nesta época do ano, com as baixas temperaturas, as artérias se contraem para auxiliar o corpo a reter o calor. Como estão mais estreitas, os coágulos e as placas de gorduras podem dificultar o fluxo sanguíneo para o coração. Embora seja um mecanismo natural de proteção contra o frio, durante o processo de vasoconstrição há uma diminuição do calibre das artérias, o que pode aumentar o risco de infarto e derrame. As pessoas bebem menos água e líquidos o que contribui para aumentar a viscosidade do sangue, ou seja, ele fica mais grosso e propenso para formar coágulos”, esclarece o cardiologista.
Índice maior de infarto entre os idosos
As baixas temperaturas do inverno fazem aumentar em 30% o risco de infarto, segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia, principalmente em pessoas que apresentam fatores de risco. Entre as pessoas idosas este índice pode aumentar ainda mais. Hipertensos, pessoas com diabetes e obesidade e fumantes estão entre os que sofrem maior risco e precisam de cuidados redobrados no inverno.
Com a chegada do frio, o cenário se torna ainda mais perigoso às pessoas que têm fatores de riscos para as doenças cardiovasculares: “Por isso, é imprescindível o checape cardiológico anualmente, praticar exercícios físicos com orientação de especialista e, ainda, consumir alimentos saudáveis, evitar gorduras e sal em excesso”, orienta Leandro Costa.
Fuja do sedentarismo
No inverno, ainda há outro fator que agrava o quadro de risco aumentado. Nessa época, muitas pessoas deixam de praticar exercícios e passam a comer alimentos mais calóricos, pela sensação de bem-estar e aquecimento corporal que eles proporcionam.
“A atividade física aquece o corpo, melhora a disposição e existem alimentos que podem, também, proporcionar esse bem-estar sem excesso de calorias. Alguns exemplos são o queijo branco, pão integral, peito de peru, ovo cozido e frutas como banana e damasco”, explica o cardiologista.
Dicas para evitar o infarto durante o inverno
- Mantenha hábitos saudáveis;
- Evite ambientes fechados e aglomerados, o que facilita o aumento de infecções;
- Alimente-se de forma correta, com o consumo de frutas, verduras e legumes come baixas colorias;
- Aumentar a ingestão de água nesta época do ano é fundamental;
- Não esquecer de fazer checape cardiológico uma vez ao ano;
- Ao sair de casa, com as baixas temperaturas, agasalhar o corpo e deixá-lo bem aquecido.
Sinais de alerta e fatores de risco do infarto
Livrar-se dos fatores de risco é fundamental em qualquer época do ano. Entre os mais frequentes, Leandro Costa destaca a hipertensão, o sedentarismo, tabagismo, estresse e a obesidade. Infartos são mais frequentes em homens, especialmente a partir dos 45 anos, embora sejam mais fulminantes em mulheres.
A dor no peito é um dos principais sintomas do infarto, com a sensação que pode irradiar para o braço esquerdo. Os sintomas mais genéricos, como tontura , suor intenso e náuseas podem aparecer, mas há casos em que o episódio ocorra de forma silenciosa.
Risco de infarto aumenta em até 30% no inverno
Cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz orienta sobre a importância, nesta época do ano, da prática de exercícios físicos e sobre hábitos saudáveis para evitar a situação
São Paulo, 21 de junho de 2023 – Nesta quarta-feira, 21 de junho, inicia-se o inverno. E nesta época do ano, devido as baixas temperaturas, além da preocupação com as doenças respiratórias, precisamos ficar atentos e cuidar, também, da saúde do coração. E o que acontece com o coração quando os termômetros registram baixas temperaturas? Com o tempo mais frio, as artérias ficam mais resistentes e, com isso há elevação da pressão arterial.
Outro fator é que há uma tendência na evolução dos processos inflamatórios das vias aéreas, como as gripes e resfriados. Portanto, há um aumento da inflamação das paredes internas dos vasos, sendo fator determinante para a formação de coágulos, e da possibilidade de ocorrência de infarto ou derrame cerebral.
De acordo com o Dr. Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos principais motivos que levam ao infarto nesta época do ano é a vasoconstrição – diminuição do calibre das artérias, o que dificulta a circulação sanguínea e aumenta o esforço que os músculos cardíacos precisam fazer, para bombear o sangue no organismo. Contudo, há um aumento da pressão arterial, o que pode levar a ruptura de placas de gorduras no interior das artérias.
“Nesta época do ano, com as baixas temperaturas, as artérias se contraem para auxiliar o corpo a reter o calor. Como estão mais estreitas, os coágulos e as placas de gorduras podem dificultar o fluxo sanguíneo para o coração. Embora seja um mecanismo natural de proteção contra o frio, durante o processo de vasoconstrição há uma diminuição do calibre das artérias, o que pode aumentar o risco de infarto e derrame. As pessoas bebem menos água e líquidos o que contribui para aumentar a viscosidade do sangue, ou seja, ele fica mais grosso e propenso para formar coágulos”, esclarece o cardiologista.
As baixas temperaturas do inverno fazem aumentar em 30% o risco de infarto, segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia, principalmente em pessoas que apresentam fatores de risco. Entre as pessoas idosas este índice pode aumentar ainda mais. Hipertensos, pessoas com diabetes e obesidade e fumantes estão entre os que sofrem maior risco e precisam de cuidados redobrados no inverno.
Com a chegada do frio, o cenário se torna ainda mais perigoso às pessoas que têm muitos fatores de riscos para as doenças cardiovasculares. “Por isso, é imprescindível realizar o check-up cardiológico anualmente, praticar exercícios físicos com orientação de especialista e, ainda, consumir alimentos saudáveis, evitar gorduras e sal em excesso”, orienta o Dr. Leandro Costa.
Fuja do sedentarismo!
No inverno, ainda há outro fator que agrava o quadro de risco aumentado. Nessa época muitas pessoas deixam de praticar exercícios e passam a comer alimentos mais calóricos, pela sensação de bem-estar e aquecimento corporal que eles proporcionam.
“A atividade física aquece o corpo, melhora a disposição e existem muitos alimentos que podem, também, proporcionar esse bem-estar sem excesso de calorias. Alguns exemplos são o queijo branco, pão integral, peito de peru, ovo cozido e frutas como banana e damasco”, explica o cardiologista.
Dicas para evitar o infarto durante o inverno
- Mantenha hábitos saudáveis;
- Evite ambientes fechados e aglomerados, o que facilita o aumento de infecções;
- Alimente-se de forma correta, com o consumo de frutas, verduras e legumes, que possuem baixas colorias;
- Aumentar a ingestão de água nesta época do ano é fundamental;
- Não esquecer de realizar o check-up cardiológico uma vez ao ano;
- Ao sair de casa, com as baixas temperaturas, agasalhar o corpo e deixá-lo bem aquecido é muito importante.
Sinais de alerta e fatores de risco do infarto
Livrar-se dos fatores de risco é fundamental em qualquer época do ano. Entre os mais frequentes, o Dr. Leandro Costa destaca a hipertensão, o sedentarismo, tabagismo, estresse e a obesidade. Infartos são mais frequentes em homens, especialmente a partir dos 45 anos, embora sejam mais fulminantes em mulheres.
A dor no peito é um dos principais sintomas do infarto, com a sensação que pode irradiar para o braço esquerdo. Os sintomas mais genéricos, como tontura, suor intenso e náuseas podem aparecer, mas há casos em que o episódio ocorra de forma silenciosa.
Um dos diferenciais do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para casos de infarto e AVC, é que os pacientes podem contar com especialistas de plantão no Pronto Atendimento (cardiologistas e neurologistas), com o objetivo de facilitar a identificação e o diagnóstico para emergências, de pessoas que chegam com suspeitas destas doenças cardiológicas.
Angina
A Angina é caracterizada por uma sensação de dor, pressão, ou mal estar no peito. Em geral, causada pela redução de fluxo de sangue no coração. A angina não é uma doença, mas está relacionada a outras condições que causam a obstrução nas artérias coronárias.

FIQUE ATENTO AOS SINAIS E SINTOMAS
Para te ajudar a identificar os sinais das principais doenças cardíacas e saber mais sobre os fatores de risco, formas de tratamento e prevenção, nós preparamos um material exclusivo para você.
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FAQ – Perguntas frequentes
Angina é uma dor ou desconforto no peito causado pela redução do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco devido a obstruções nas artérias coronárias.
Existem três tipos principais de angina: angina estável, angina instável e angina variante (ou de Prinzmetal).
Os sintomas comuns de angina incluem dor ou pressão no peito, sensação de aperto, dor no braço esquerdo, falta de ar e sudorese.
Angina estável ocorre durante atividade física ou estresse e geralmente melhora com repouso. Angina instável pode ocorrer em repouso e é mais grave, indicando um risco maior de ataque cardíaco.
A angina é geralmente causada pela formação de placas de gordura nas artérias coronárias, reduzindo o fluxo sanguíneo para o coração.
O diagnóstico de angina envolve um exame físico, histórico médico, eletrocardiograma (ECG), teste de estresse, exames de sangue e possivelmente angiografia coronária.
Os fatores de risco incluem histórico familiar de doenças cardíacas, tabagismo, hipertensão arterial, colesterol alto, diabetes e estilo de vida sedentário.
O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, medicamentos para controlar a pressão arterial e o colesterol, angioplastia, colocação de stent e, em casos mais graves, cirurgia de bypass coronariano.
Sim, a prevenção envolve a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios regulares, não fumar e controlar os fatores de risco.
Angina é causada pela redução temporária do fluxo sanguíneo para o coração, enquanto um ataque cardíaco ocorre quando o fluxo sanguíneo é completamente bloqueado, resultando em danos ao músculo cardíaco.
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA | TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE…
A doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa de morte por doenças cardiovasculares em todo o mundo. Ela é causada pelo estreitamento ou bloqueio das artérias que fornecem sangue ao coração, devido à formação de placas ateroscleróticas.
Dia Mundial da Hipertensão: ''pressão alta'' atinge quase metade da população brasileira
Controle da doença pode reduzir hospitalizações provocadas por AVCs, revela estudo.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz – 17 de maio é o Dia Mundial da Hipertensão. A data foi instituída a fim de trazer às pessoas conhecimento sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento efetivo para controle dos níveis pressóricos.
Popularmente conhecida como “pressão alta”, a hipertensão arterial é um fator de risco cardiovascular silencioso, que afeta aproximadamente 45% da população brasileira, segundo o estudo Population Urban and Rural Epidemiology PURE ). A hipertensão é considerada o principal fator de risco para doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hospitalização por insuficiência cardíaca) e o segundo fator mais relevante associado à mortalidade na América Latina, incluindo o Brasil.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as mortes decorrentes de problemas cardiovasculares superam os óbitos oncológicos e ocupam o primeiro lugar. Ainda segundo a entidade, cerca de 400 mil infartos e 500 mil AVCs são registrados por ano no país. Vale lembrar que as doenças cardiovasculares não apenas encurtam a sobrevida do paciente, mas também resultam em qualidade de vida prejudicada e óbitos precoces. Além disso, causam um grande impacto econômico dentro do Sistema de Saúde.
O setor no combate à hipertensão arterial
Projeto publicado em dezembro de 2022, o CARDIO4Cities — parceria entre Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, Fundação Novartis, Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, American Heart Association e Instituto Tellus — mostra que a implementação de uma coalizão público-privada multissetorial de saúde e em parceria com a comunidade local, apoiada por dados e tecnologias digitais no controle efetivo da hipertensão arterial, traz resultados importantes no que diz respeito as taxas de controle da pressão arterial e melhora nas taxas de hospitalização de AVC.
Realizado no Brasil (São Paulo), no Senegal (Dakar) e na Mongólia (Ulaanbaatar), entre o último trimestre de 2018 e o final de 2019, o CARDIO4Cities analisou dados de 18.997 pacientes com hipertensão, em unidades básicas de saúde dos três municípios participantes. Em cada um deles, foram implementadas práticas de medicina baseadas em evidências e adaptações às prioridades locais, cocriação de soluções junto com a comunidade, coalizão estratégica entre parceiros envolvidos e tecnologia digital eficiente. A cidade de São Paulo foi escolhida para o estudo, justamente, por suas características e complexidades — por ter população estimada em 12 milhões de habitantes; prevalência de hipertensão arterial em 45% das pessoas (um em cada dois indivíduos); e mortalidade por doença cardiovascular de 30 a 40%.
Um dos autores do CARDIO4Cities, o Prof. Dr. Álvaro Avezum, cardiologista e diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que, ao longo de 15 meses de implementação do projeto, a taxa de controle da pressão arterial entre os participantes que receberam medicação triplicou em São Paulo (passando de 12,3% para 31,2%) e em Dakar (passando de 6,7% para 19,4%) e aumentou, seis vezes, em Ulaanbaatar (passando de 3,1% para 19,7%).
“Isso não estava previsto. Triplicar o controle da pressão arterial é inovador, pois inovação sempre envolve benefício populacional tangível. Em São Paulo, partimos de 12% de hipertensos que estavam medicados e controlados (níveis de pressão arterial dentro do recomendado) e, em 15 meses, chegamos a 31%. Com isso, por meio de modelagem, houve redução de hospitalizações devidas a AVCs. Vale ressaltar que o resultado positivo foi constatado também nas outras duas cidades”, explica o especialista. “Falando em impacto econômico para o sistema público de saúde, o custo de vida ajustado por qualidade foi de apenas US$784 por ano; portanto, a intervenção pode ser considerada custo-efetiva e encontra-se pronta para ser aplicada em outras regiões do país”, afirma o médico.
O PURE no auxílio da implementação de políticas públicas
Uma outra pesquisa também realizada ano passado, no âmbito do maior estudo observacional mundial, o Population Urban and Rural Epidemiology (PURE), coordenado internacionalmente pelo Population Health Research Institute (PHRI) da Universidade McMaster, em colaboração com 30 países, incluindo o Brasil, concluiu que as principais causas de morte em países de desenvolvimento econômico intermediário (Brasil, Chile, Argentina e Polônia) foram cardiovasculares (42%), câncer (30%) e respiratórias (8%), totalizando 80% das mortes.
Quando a avaliação incluiu apenas América Latina, as causas foram doenças cardiovasculares (DVC) (31,1%), câncer (30,6%) e doenças respiratórias (8,6%), totalizando 70% das causas. A incidência de DCV (por 1.000 pessoas-ano) variou modestamente entre países, sendo a maior incidência no Brasil (3,86) e a menor na Argentina (3,07). Os fatores de risco, associados com mortalidade, foram considerados evitáveis, fáceis de identificação e passíveis de prevenção.
Liderado no Brasil pelo Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o estudo PURE acompanhou uma população de 24.718 pessoas adultas, entre 35 e 70 anos, de 51 comunidades urbanas e 49 rurais, no Brasil, na Argentina, no Chile e na Colômbia, durante o tempo médio de 10 anos.
“Identificamos que grande parcela das mortes prematuras na América do Sul poderia ser evitada com a adesão de políticas destinadas a controlar os fatores de risco metabólicos e comportamentais. 90% dos eventos cardiovasculares (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hospitalização por insuficiência cardíaca) e 90% das mortes prematuras poderiam ser evitadas”, comenta o Prof. Dr. Álvaro Avezum, também coordenador desta pesquisa.
O médico explica que esse tipo de análise é importante para auxiliar as equipes médicas e assistenciais na adoção de melhores cuidados e tratamentos para o paciente. “Os dados do PURE trazem conhecimento relevante e válido que pode auxiliar eficazmente na implementação de políticas públicas que contribuam no controle dos fatores de risco e na redução de mortes eventos cardiovasculares evitáveis”, conclui o médico.
“O controle da pressão arterial é importantíssimo. Primeiro, porque a sua prevalência é mais alta do que se fala; depois, porque a proporção de tratamento e controle é mais baixa do que se pensa. E o impacto da doença é o principal fator para eventos e o segundo para mortes”, conclui o Dr. Álvaro.