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Colesterol alto não é uma sentença, mas sim sinal de alerta

A primeira vez que o colesterol foi descrito na literatura médica data de 1784, de lá para cá muito se foi estudado e falado sobre essa molécula que pode ser mocinha e vilã da saúde. Em 1985, Michael S. Brown e Joseph L. Goldstein ganharam o prêmio Nobel de Medicina pelas suas descobertas sobre a regulação do colesterol, que provocou uma revolução no entendimento e no tratamento do colesterol ruim que se estende até hoje.


Com tantas informações, é de se espantar que cerca de 40% da população brasileira ainda seja afetada pelo colesterol alto, segundo dados do Ministério da Saúde.


Mesmo pessoas que adotam dieta balanceada podem apresentar dislipidemia [níveis anormais de gordura no sangue] devido a fatores genéticos. Portanto, é recomendado que todos os adultos façam exames regulares de colesterol a partir dos 20 anos”, comenta o cardiologista e coordenador de práticas médicas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Fábio Gomes.

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O colesterol é uma gordura encontrada em todas as células do corpo, ele é utilizado na produção de hormônios, vitamina D e substâncias que ajudam na digestão dos alimentos, ou seja, ele é essencial para o funcionamento do organismo.

Porém, o colesterol é dividido em dois tipos, que definem se ele é bom ou mal para a saúde:

  • LDL (lipoproteína de baixa densidade): conhecido como colesterol “ruim”, pode levar à aterosclerose, que é o cúmulo de placas de LDL nas paredes das artérias, o que causa obstrução do fluxo sanguíneo.
  • HDL (lipoproteína de alta densidade): o colesterol “bom”, ajuda a remover o LDL das artérias.

Os fatores de risco associados ao aumento do colesterol ruim são mais evidentes em pessoas com obesidade, especialmente a obesidade abdominal, tabagistas e aqueles com histórico familiar de doenças cardiovasculares.

Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, com 300 mil mortes anuais, e o colesterol elevado é uma das causas desse dado.

Mas nem tudo está perdido, pelo contrário, o estudo PURE, (Population Urban and Rural Epidemiology), coordenado no Brasil pelo Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em 2022, mostrou que aproximadamente 70% das mortes e dos eventos cardiovasculares poderiam ser evitados com o controle efetivo sobre os fatores de risco, como colesterol alto. O estudo acompanhou uma população de 24.718 pessoas adultas, entre 35 e 70 anos, de 51 comunidades urbanas e 49 rurais no Brasil, Argentina, Chile e Colômbia, durante o tempo médio de 10 anos.

O primeiro passo para controlar o colesterol é conhecer as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que estabeleceu que os valores ideais de colesterol total devem ser abaixo de 190 mg/dl e HDL acima de 40 mg/dl, sem diferenciação por pessoas de baixo, médio ou alto risco. Para o LDL, os valores variam conforme o risco cardiovascular: abaixo de 130 para risco baixo, abaixo de 100 para risco intermediário e abaixo de 70 para risco alto.

Alguns dos fatores de risco cardiovascular são:

  • Tabagismo
  • Hipertensão arterial
  • Dislipidemia
  • Diabetes
  • História familiar de doença cardíaca prematura
  • Obesidade
  • Sedentarismo

Confira no farol quais seus fatores de risco cardiovascular e qual deve ser o seu índice de LDL ou colesterol ruim: 

Farol verde

  • Sem histórico familiar;
  • Ausência de doenças cardiovasculares;
  • Alimentação saudável;
  • Fisicamente ativos;
  • Seu LDL deve ficar abaixo de 130, pois tem risco baixo.

Farol amarelo

  • COM histórico familiar;
  • Alimentação saudável;
  • Fisicamente ativos.
  • LDL deve permanecer abaixo de 100, pois tem risco intermediário.

Farol vermelho

  • Com histórico familiar;
  • Com doenças cardiovasculares, como hipertensão e diabetes;
  • Hábitos prejudiciais à saúde, como tabagismo;
  • Sedentarismo;

O LDL deve ser abaixo de 70, pois tem um risco alto de eventos cardiovasculares.

Você já conhece o caminho

O grande segredo para o controle do colesterol, não é mais segredo para ninguém, está na prevenção. Que começa por uma dieta balanceada, rica em fibras e pobre em gorduras saturadas, passa pela prática de pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana, e chega no evitar hábitos nocivos à saúde, como o tabagismo e o consumo de álcool.

Sem desculpas

A alimentação adequada é um dos grandes desafios na busca da vida saudável, evitar alimentos ultraprocessados, que frequentemente contêm altos níveis de gorduras trans, sódio e açúcares, é uma das principais ações. Para isso, é necessário agir, seguem algumas dicas de como começar essa importante mudança de hábito.

  • Leitura de rótulos: verifique os rótulos dos alimentos para escolher opções com menor teor de gorduras saturadas e trans. Desde o dia 9 de outubro de 2022, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabelece a adoção da rotulagem nutricional frontal, facilitando essa identificação.
  • Cozinhar em casa: preparar a própria refeição permite maior controle dos ingredientes e métodos de preparo.
  • Planejamento das refeições: planeje suas refeições para ter uma variedade de alimentos ao seu dispor e evitar escolhas alimentares impulsivas e menos saudáveis.

“Pequenas mudanças na dieta e na rotina de exercícios podem fazer uma grande diferença na saúde cardiovascular. Além disso, é fundamental realizar exames regulares para monitorar os níveis de colesterol e buscar orientação médica sempre que necessário”, finaliza Dr. Fábio.

Dr. Fabio Gomes,
Cardiologista e coordenador de práticas médicas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Dr. Fabio Gomes

 29 de setembro – Dia Mundial do Coração

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz participa de estudo que pode revolucionar o controle da pressão arterial e reduzir doenças cardiovasculares 

Prof. Dr. Álvaro Avezum afirma que toda sociedade deve se envolver para melhorar essa condição de saúde que afeta boa parte da população

São Paulo, 27 setembro de 2024 – Para se obter um avanço significativo no combate à hipertensão arterial, uma abordagem com a atuação de diferentes áreas da sociedade pode ser a solução. Um estudo publicado na Oxford University Press, pela American Journal of Hypertension, em abril deste ano, com a autoria do Prof. Dr. Álvaro Avezum, Head do Centro Especializado em Cardiologia e Diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, descreve como um pacote de soluções pode impactar a saúde populacional na cidade de São Paulo, quase que triplicando as taxas de controle de hipertensão arterial, fator de risco mais importante para prevenção de acidente vascular cerebral, e importante fator associado com infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca.

A iniciativa, conhecida como CARDIO4Cities, tem como objetivo transformar o panorama do tratamento da hipertensão arterial e pode ser aplicada não apenas na capital paulista, mas também em outras cidades do Brasil e do mundo. 

De acordo com a publicação, a hipertensão arterial é uma das condições de saúde mais prevalentes no Brasil, afetando entre 45% e 50% da população adulta. A condição está fortemente ligada a fatores como sedentarismo, alimentação inadequada e estresse, e pode levar a graves complicações como infartos, AVCs e insuficiência cardíaca.

Apesar da disponibilidade de medicamentos eficazes e o conhecimento sobre o diagnóstico da hipertensão, apenas de 10% a 20% dos pacientes têm a pressão arterial adequadamente controlada, afirmou Avezum.

Segundo o especialista, o desafio que envolve a hipertensão arterial é multifatorial e está relacionada com a falta de adesão ao tratamento, barreiras na comunicação entre pacientes e médicos, e limitações no sistema de saúde.

No estudo, realizado entre outubro de 2017 e dezembro de 2021, com análise de 11.406 registros de pacientes, sob a liderança das autoridades municipais de saúde, com cooperação de Fundação Novartis, American Heart Association, SOCESP, Instituto Tellus, foram implementadas nove soluções inovadoras em toda a cidade, alinhadas com as melhores práticas locais e internacionais.

Os resultados indicaram um aumento significativo de 40% no número de pacientes monitorados, definidos como aqueles que tiveram pelo menos uma aferição de pressão arterial registrada. Além disso, observou-se uma redução na proporção de pacientes diagnosticados entre aqueles com medições disponíveis, de 72% para 53%, e uma diminuição na proporção de pacientes tratados entre os diagnosticados, de 93% para 85%. 

Por outro lado, houve uma melhora considerável na taxa de controle da pressão arterial entre aqueles que estavam em tratamento – cresceu de 16% para 27%.

Somente na zona leste da capital paulista, exemplificou Avezum, o controle da hipertensão triplicou em 15 meses, passando de 12% para 31%. Além disso, houve uma redução significativa nas hospitalizações por AVCs, afirmou.

A metodologia de implementação e os resultados obtidos com o estudo contribuem para o acervo de evidências do mundo real, oferecendo suporte implementação da saúde populacional em qualquer localidade do Brasil.

Nós fizemos um diagnóstico situacional. São três pilares: o paciente ou a população; o médico e profissionais de saúde; e o sistema de saúde. Com isso, fomos identificar onde estão as barreiras”, explicou Avezum. 

As barreiras identificadas no estudo foram vários aspectos sobre o controle da pressão arterial, afirmou o especialista.

Tem o caso do paciente que não sabe que é hipertenso, ou o que sabe, mas não toma remédio. Há os casos de o médico não prescrever o medicamento e de o remédio não estar disponível no sistema de saúde quando o paciente procura”, exemplificou o cardiologista.

De acordo com Avezum, por ser multifatorial, o estudo usou a técnica chamada Design Thinking. 

Design Thinking é uma maneira de cocriar com a sociedade a solução dos potenciais problemas”, acrescentou o especialista.

A estratégia envolveu diversas iniciativas comunitárias, como concursos culturais, parcerias com escolas e eventos em colaboração com clubes de futebol e líderes comunitários. Essas ações tiveram como foco aumentar a conscientização e melhorar a adesão ao tratamento.

O modelo tem gerado tanto interesse que outras cidades, como Aracaju e áreas do sertão nordestino, estão começando a adotar a mesma abordagem”, afirmou o especialista.

A abordagem CARDIO4Cities é um avanço importante na gestão da hipertensão arterial, ressalta o cardiologista, pois oferece uma solução integrada que vai além da prescrição de medicamentos, engajando a comunidade e aproveitando a tecnologia para alcançar melhores resultados em saúde.

Altitudes extremas podem causar arritmia cardíaca? Entenda

A arritmia cardíaca se caracteriza por uma sequência de batimentos cardíacos irregulares, sejam eles muito rápidos ou lentos

Arritmia cardíaca é uma condição que gera uma sequência de batimentos cardíacos irregulares. Os batimentos podem ficar mais rápidos ou mais lentos. Em alguns casos, a arritmia pode não apresentar sintomas e a irregularidade dos batimentos é identificada por exames. Entretanto, a condição pode causar dores no peito, cansaço, tontura, falta de ar, sudorese e desmaios.

O coração é um músculo que tem funcionamento autônomo e é estimulado pelo cérebro, e, através de fibras nervosas, ele contrai ou relaxa a musculatura. Então, a arritmia cardíaca é como se fosse um ‘curto-circuito’ nessa parte elétrica cardíaca, podendo fazer o coração bater mais rápido (taquicardias), ou mais devagar (braquicardias)”, explicou Helio Castello, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com a CNN, existem diferentes tipos de arritmia cardíaca. A fibrilação atrial, ou Afib, se caracteriza por batimentos rápidos e descoordenados. Entretanto, a condição pode ser temporária e terminar por conta própria. “Na fibrilação cardíaca, a frequência dos batimentos cardíacos é aumentada e esses batimentos estão em descompasso, ou seja, fora do ritmo habitual”, afirmou Castello. “Esse descompasso faz com que a contração cardíaca também não seja rítmica. Uma hora relaxa e outra contraí de uma forma mais forte, e isso leva ao risco de queda de pressão arterial e de formação de coágulos sanguíneos”.

O que a altitude influencia na saúde do coração?

A arritmia cardíaca, geralmente, acontece por conta de cardiopatias, mas outros fatores, como a altitude, podem influenciar a condição. “A altitude influencia a saúde do corpo todo, mas principalmente o aparelho cardiovascular e o aparelho respiratório”, justificou Castello. O especialista afirma que, quando vamos para um local com altitude elevada e não estamos acostumados, o corpo recebe menores doses de oxigênio. “Fica mais difícil de o oxigênio entrar no nosso corpo. Com isso, o cérebro entende que o coração precisa bater mais rápido para buscar esse oxigênio, exigindo mais do corpo e podendo levar à arritmia cardíaca”, afirmou o cardiologista.

O especialista ainda acrescentou que qualquer pessoa pode sofrer com a arritmia cardíaca. Isso porque, além da altitude, outros fatores aumentam o risco, como a má alimentação e o estresse. “É claro que, pessoas que já têm alguma cardiopatia, tem uma chance maior de ter arritmia. Além disso, quanto maior a idade, maior o risco porque existe o próprio envelhecimento natural do coração. Mas já atendi jovens de 13 e 14 anos com fibrilação atrial porque tomaram muito energético, por exemplo”, finalizou.

Dia Nacional de Combate ao Colesterol: sem adesão ao tratamento não há benefícios na sobrevida livre de eventos

Cardiologistas e Pesquisadores do Hospital Alemão Oswaldo Cruz destacam a importância do risco cardiovascular do colesterol, adesão ao tratamento e novas terapias para prevenção cardiovascular baseada no colesterol

São Paulo, 07 agosto de 2024 – No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado dia 8 de agosto, é fundamental reforçar a conscientização sobre a importância do controle dos níveis de colesterol, que quando elevado é um dos principais fatores de risco para infartos (IAMs) e acidentes vasculares cerebrais (AVCs), sendo essencial adotar medidas preventivas e tratamentos adequados.

Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, com 300 mil mortes anuais. Um fator crucial nesse cenário é o colesterol acima de níveis ideais, com prevalência de aproximadamente 50% da população brasileira.

De acordo com Prof. Dr. Álvaro Avezum, cardiologista e Diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os estudos InterHeart global, InterHeart América do Sul e InterStroke (Population Health Research Institute, Canadá, com participação do Brasil) mostram os seguintes resultados em relação ao colesterol como fator de risco cardiovascular:

  1. Normalizar os níveis de colesterol da população mundial reduziria o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM) em 49%. No Brasil o impacto seria ainda maior, com uma redução de 57% (16% a mais de redução no Brasil, mostrando maior impacto clínico no país).
  2. Significado clínico do controle do colesterol no Brasil: aproximadamente 200 mil infartos a menos por ano.
  3. Normalizar os níveis de colesterol na população mundial reduziria o risco de acidente vascular cerebral (AVC) total em 27%, e se for AVC isquêmico o impacto seria ainda maior, reduzindo 34%.
  4. Significado clínico do controle do colesterol no Brasil: aproximadamente 150 mil AVCs a menos por ano.

Segundo o Prof. Dr. Álvaro Avezum o grande desafio global e nacional envolve a adesão terapêutica. Ou seja, terapias comprovadamente eficazes, que reduzem taxas de mortalidade cardiovascular, IAM e AVC, não têm sido efetivamente implementadas na população.

“Isto é complexo pois envolve fatores em 3 níveis: população, médico ou profissional de saúde e sistema de saúde. Portanto, neste momento, mais importante do que gerar novas evidências científicas é a implementação eficiente das terapias baseadas em evidências disponíveis”, explica.

Além disso, o estudo PURE, (Population Urban and Rural Epidemiology), coordenado no Brasil pelo Prof. Dr. Avezum, mostrou que aproximadamente 90% das mortes e dos eventos cardiovasculares (IAM, AVC e Insuficiência Cardíaca) poderiam ser evitados com o controle efetivo sobre os fatores de risco modificáveis e simples de identificação, como hipertensão arterial, colesterol, tabagismo, obesidade abdominal, diabetes, dieta, atividade física, força muscular, estresse e depressão.

O estudo acompanha 250 mil participantes em 27 países, e na América do Sul (incluindo Brasil) 25.000 participantes, entre 35 e 70 anos, de comunidades urbanas e rurais, com seguimento médio de 15 anos até agora.

Segundo o cardiologista e Diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no mundo, 12 fatores de risco são responsáveis por morte prematura e por eventos cardiovasculares (como IAM, AVC e Insuficiência Cardíaca). “O controle efetivo destes fatores poderia atrasar essas mortes e reduzir os eventos cardiovasculares em 90%”, conta.

Na América do Sul, incluindo o Brasil, 10 fatores modificáveis são responsáveis por 90% das mortes e dos eventos cardiovasculares. “Portanto, é possível alterar a data da morte em 90% e reduzir eventos em 90% (360 mil de 400 mil IAMs por ano, 450 mil de 500 mil AVCs por ano e 450 mil de 500 mil internações por insuficiência cardíaca por ano)”, completa.

De acordo com o cardiologista e coordenador de práticas médicas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Fábio Gomes, os níveis de colesterol são influenciados por diversos fatores, incluindo genética e estilo de vida. “Mesmo pessoas com uma dieta balanceada podem apresentar dislipidemia [níveis anormais de gordura no sangue] devido a fatores genéticos. Portanto, é recomendado que todos os adultos façam exames regulares de colesterol a partir dos 20 anos”, explica.

O colesterol é uma gordura encontrada em todas as células do corpo, necessário para a produção de hormônios, vitamina D e substâncias que ajudam na digestão dos alimentos. Os principais tipos de colesterol são:

  • LDL (lipoproteína de baixa densidade): conhecido como colesterol “ruim”, pode levar à aterosclerose, que é o cúmulo de placas de LDL nas paredes das artérias, o que causa obstrução do fluxo sanguíneo.
  • HDL (lipoproteína de alta densidade): o colesterol “bom”, ajuda a remover o LDL das artérias.

As diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estabelecem que os valores ideais de colesterol total devem ser abaixo de 190 mg/dl e HDL acima de 40 mg/dl, sem diferenciação por pessoas de baixo, médio ou alto risco. Para o LDL, os valores variam conforme o risco cardiovascular: abaixo de 130 para risco baixo, abaixo de 100 para risco intermediário e abaixo de 70 para risco alto.

A manutenção dos níveis de colesterol inclui a adoção de hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas, dormir bem, se alimentar de forma saudável e evitar o tabagismo e comidas ultraprocessadas. Porém, em muitos casos, principalmente devido a fatores genéticos, o tratamento medicamentoso, acompanhado do especialista da saúde, é recomendado e necessário.

As estatinas são as drogas mais comuns para reduzir o colesterol LDL, entretanto, segundo o Dr. Fabio Gomes, recentemente, novos medicamentos, como os inibidores de PCSK9, proteína responsável por degradar os receptores que captam o LDL do sangue, têm sido introduzidos como alternativas mais eficazes, especialmente para pacientes com hipercolesterolemia familiar, doença hereditária que provoca colesterol alto, ou intolerância às estatinas.

“Embora as estatinas tenham sido o pilar do tratamento do colesterol elevado por muitos anos, os inibidores de PCSK9 representam inovação significativa. Eles atuam de forma diferente ao bloquear uma proteína específica, reduzindo os níveis de colesterol em até 50%, enquanto as estatinas, sozinhas, reduzem até 25%”, comenta.

Mudança no estilo de vida é essencial

Dr. Álvaro Avezum ressalta que o maior desafio é a implementação da mudança de estilo de vida (não fumar, praticar atividade física [aeróbica e força muscular], alimentação saudável e gerenciamento da saúde mental) e adesão eficiente aos tratamentos baseados em evidências disponíveis.

Entretanto, em análise recente do Estudo PURE, após 10 anos da primeira análise, as taxas de adesão terapêutica não melhoraram. Na América do Sul, apenas 18% dos pacientes pós-IAM estavam usando medicamento para redução do colesterol e 10% dos paciente pós-AVC, sendo que no Brasil 20% dos pacientes pós-IAM e 30% pós-AVC não estavam usando nenhum medicamento, há 10 anos.

“Temos que ser criativos para implementar estratégias junto com a população, profissionais de saúde e órgãos governamentais para assegurar a implementação do conhecimento científico existente em benefício à população, e assim, aumentarmos a sobrevida livre de eventos cardiovasculares no Brasil”, completa.

Pesquisadores implantam pela primeira vez coração totalmente artificial em paciente nos EUA

Um coração totalmente artificial feito de titânio foi implantado pela primeira vez com sucesso em um paciente nos Estados Unidos na semana passada. Chamado de Coração Artificial Total (TAH, da sigla em inglês), o aparelho é da BiVACOR, uma empresa de dispositivos médicos em fase de pesquisa clínica, e o procedimento foi realizado com médicos e pesquisadores do Instituto do Coração do Texas (THI). Tanto a empresa quanto o instituto divulgaram que a cirurgia para implantação do TAH foi um sucesso.

O implante faz parte da primeira pesquisa com o dispositivo em humanos para o estudo de viabilidade inicial apresentado à Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora equivalente à Anvisa nos Estados Unidos. Segundo comunicado do instituto em que o procedimento foi realizado, outras quatro implantações do TAH serão feitas e inscritas nessa pesquisa.

Por enquanto, o dispositivo não deve ser utilizado permanentemente como um substituto do coração. A ideia, na verdade, é que ele seja usado por pessoas que precisam de um transplante de coração enquanto esperam um órgão compatível. Foi o que acontece com o paciente a receber o dispositivo. Ele fez o implante no dia 9 de julho, ficou oito dias com o aparelho e, no dia 17, conseguiu um órgão doado e passou pelo transplante.

Como funciona

O Coração Artificial Total é uma bomba de sangue feita de titânio que funciona como uma centrífuga. Segundo Fabio Gomes, cardiologista e coordenador de práticas médicas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, isso significa que o dispositivo faz rotações como uma hélice e impulsiona o sangue para frente, em vez de bombeá-lo.

Ele tem um modo que é um fluxo com pulsatilidade, ou seja, ele acelera e desacelera e vai gerando ondas de pulso, que é o melhor jeito de entregar sangue também, sem passar pelo bombeamento”, comenta. Mesmo sendo um dispositivo pequeno, o TAH pode fornecer fluxo sanguíneo suficiente para um homem adulto que pratica exercícios físicos, segundo o instituto texano.

Para isso, o aparelho utiliza tecnologia magnética, a mesma usada em trens de alta velocidade. No TAH, o rotor, estrutura que impulsiona o sangue, fica suspenso em um campo magnético, sem encostar nas paredes do dispositivo. Por isso, ele sofre menos com desgaste que outros.

Se você tiver uma frequência cardíaca de 70 batimentos por minuto, então 70 vezes vai ter que bater aquele coraçãozinho por minuto. Ao longo do dia, dos anos, a durabilidade é muito comprometida. Então, a ideia do BiVACOR é trazer algo que vai rotacionar sem atrito”, explica o cardiologista.

Com o fluxo de sangue gerado, ele substitui os dois ventrículos, diferente das outras opções de assistentes ventriculares que existem e cobrem apenas um dos lados do coração.

Ele vai tanto imitar a saída do ventrículo esquerdo para a (artéria) aorta, que é o sangue que vai pro corpo todo, quanto do ventrículo direito para a (artéria) pulmonar, que vai pro pulmão”, afirma Gomes.

Em comunicado, o Instituto do Coração do Texas afirma que o dispositivo é feito para homens e mulheres com insuficiência cardíaca biventricular grave ou em casos de insuficiência cardíaca univentricular em que o suporte do dispositivo de assistência ventricular esquerda não é recomendado. “Geralmente, é um paciente grave, que tem uma insuficiência cardíaca, que está num choque cardiogênico”, explica Gomes.

Segundo o cardiologista, existem três tipos diferentes de indicação de uso dos dispositivos de assistência ventricular. A primeira é como ponte de transplante, objetivo do TAH, em que a implantação de um aparelho é feita para que o paciente consiga esperar uma doação de órgão.

A segunda é chamada de ponte para decisão. “Eu não sei se esse paciente vai precisar ou não de um transplante, mas ele está muito grave e eu preciso que ele fique vivo, que os órgãos recebam sangue adequadamente”, explica o cardiologista. Em alguns casos, a doença do paciente é tratada, o coração se recupera e ele fica livre do transplante.

Já a terceira indicação é de uso como ponte para alta. Isso significa que a pessoa precisa do transplante, mas provavelmente não conseguirá por ter um tipo sanguíneo ou outras incompatibilidades muito relevantes. “Então ele vai de alta com o dispositivo”, diz Gomes. Já existem algumas opções disponíveis, mas o problema é a durabilidade dos aparelhos – o que parece ser resolvido pela nova tecnologia do Coração Artificial Total da BiVACOR.

De acordo com o médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, isso seria fantástico. “Num mundo de escassez de órgãos, você teria a possibilidade de devolver esses pacientes para casa sem precisar do transplante”, opina.

Segundo Gomes, os órgãos para transplantes são mais escassos em outros países, como os Estados Unidos, do que no Brasil. Ainda assim, existem 407 pessoas aguardando um transplante de coração no País, de acordo com a lista atualizada do Ministério da Saúde.

Casos de doenças respiratórias e cardíacas podem aumentar no inverno

Com a chegada do inverno nesta quinta-feira, dia 20, a tendência é que, principalmente no Sudeste, os próximos meses sejam marcados por uma seca significativa, com poucas chuvas, além de trazer ondas de frio, especialmente em julho, de acordo com o site do Climatempo. Essas baixas temperaturas e a mudança no cotidiano levantam maior preocupação com a saúde, uma vez que durante essa estação, há aumento significativo nos casos de doenças respiratórias e cardíacas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as alergias respiratórias atingem, em média, 30% da população mundial, além disso, as baixas temperaturas do inverno fazem aumentar em 30% o risco de infarto, de acordo com dados do Instituto Nacional de Cardiologia, principalmente em pessoas que apresentam fatores de risco, como hipertensos, indivíduos com diabetes, obesidade e fumantes. Por isso, especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz destacam a importância de adotar medidas preventivas para minimizar os riscos associados ao clima frio e seco.

Doenças respiratórias no inverno

Segundo o Dr. Ciro Kirchenchtejn, pneumologista, durante o inverno, o tempo frio e seco e a menor incidência de chuvas levam a uma maior concentração de poluentes no ar, o que piora a qualidade do ar e irrita as mucosas respiratórias. O muco, quando mais espesso, dificulta a respiração, causando sintomas como coriza, espirros, tosse e falta de ar.

“Em dias de baixas temperaturas, ocorrem dois fenômenos que podem causar desconforto nas mucosas dos olhos, narinas e brônquios: o frio e a inversão térmica. A inversão térmica é um processo climático onde uma camada de ar frio fica presa perto do solo, impedindo que o ar quente suba e, consequentemente, aumentando a concentração de poluentes na atmosfera. Esses poluentes podem irritar as vias respiratórias e os olhos”, explica.

A tendência de aglomeração em locais fechados agrava ainda mais essa situação, aumentando a incidência de infecções respiratórias.

Dr. Ciro Kirchenchtejn lembra que as pessoas que correm maior risco de complicações são as crianças pequenas, os idosos, aqueles com falhas nos esquemas de vacinação e portadores de doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, asma, enfisema e comprometimento da imunidade. “Estes grupos são especialmente vulneráveis durante o inverno, pois têm sistemas imunológicos mais frágeis ou condições que podem ser exacerbadas pelo frio e pela maior circulação de vírus e bactérias. É crucial que essas pessoas sigam rigorosamente as medidas preventivas, mantenham a vacinação em dia e busquem orientação médica ao menor sinal de agravamento dos sintomas”, ressalta.

Medidas preventivas para doenças respiratórias

Para ajudar na prevenção de doenças respiratórias durante o inverno, o Dr. Ciro preparou algumas dicas essenciais, que podem fazer toda a diferença para manter a saúde em dia durante os meses mais frios.

  • Ventilação adequada: mantenha os ambientes bem ventilados para reduzir a concentração de vírus e bactérias. Abrir janelas e portas regularmente permite a circulação de ar fresco.
  • Higiene das mãos: lave as mãos regularmente e use álcool em gel para eliminar contaminantes. Essa é uma das formas mais eficazes de prevenir infecções, especialmente em ambientes com grande circulação de pessoas.
  • Hidratação: beba bastante água para manter as mucosas hidratadas e facilitar a eliminação de secreções. Manter as vias respiratórias umedecidas é importante para evitar o ressecamento e a irritação.
  • Vacinação: mantenha o calendário vacinal em dia, incluindo vacinas contra a gripe e Covid-19. Essa é uma ferramenta poderosa na prevenção de doenças respiratórias, protegendo tanto o indivíduo quanto as pessoas ao redor.
  • Uso de máscaras: utilize máscaras em locais fechados e aglomerados para reduzir o risco de infecção.

Doenças cardíacas no inverno

As baixas temperaturas também representam um risco para o sistema cardiovascular. Segundo o cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Leandro Costa, o frio provoca a contração dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e sobrecarregando o coração. “Para se manter aquecido, o corpo aciona o mecanismo da vasoconstrição, que é a diminuição do calibre das artérias, dificultando a circulação sanguínea e aumentando o esforço do músculo cardíaco, o que eleva o risco de infarto e derrame”, explica.

Outro fator que explica uma maior incidência de doenças cardíacas no inverno é o fato de haver uma tendência na evolução dos processos inflamatórios das vias aéreas, como as gripes e resfriados. Portanto há um aumento da inflamação das paredes internas dos vasos, sendo fator determinante para a formação de coágulos sanguíneos, e da possibilidade de ocorrência de infarto ou derrame cerebral.

Livrar-se dos fatores de risco é fundamental em qualquer época do ano. Entre os mais frequentes, o Dr. Leandro Costa destaca a hipertensão, o sedentarismo, tabagismo, estresse e a obesidade. Sobre os sintomas, a dor no peito é um dos principais, principalmente com a sensação que pode irradiar para o braço esquerdo. Os sintomas mais genéricos, como tontura, sudorese e náuseas podem aparecer, mas há casos em que o episódio ocorra de forma silenciosa.

Principais recomendações para saúde cardíaca

A seguir, o Dr. Leandro Costa separa as principais dicas para a prevenção de doenças cardíacas durante os meses mais frios do ano.

  • Manter-se aquecido: use roupas adequadas para evitar a vasoconstrição excessiva. Vestir-se em camadas e proteger extremidades, como mãos e pés, é essencial para manter o corpo aquecido e reduzir o esforço cardíaco.
  • Hidratação: beba líquidos regularmente para evitar o aumento da viscosidade do sangue. Mesmo que a sensação de sede seja menor no inverno, é fundamental manter-se hidratado para garantir uma boa circulação sanguínea.
  • Exercícios físicos: pratique atividades físicas de forma moderada e regular, evitando exercícios intensos em temperaturas muito baixas. Escolha ambientes aquecidos para se exercitar e faça alongamentos para evitar lesões causadas pelo frio.
  • Alimentação saudável: evite alimentos ricos em gorduras e sal, optando por uma dieta equilibrada. Inclua frutas, verduras e proteínas magras nas refeições, garantindo todos os nutrientes necessários para fortalecer o sistema imunológico.
  • Check-ups regulares: realize exames periódicos para monitorar a saúde do coração. Consultas regulares com um cardiologista são fundamentais para identificar e tratar precocemente possíveis problemas cardíacos.

No inverno é essencial adotar medidas preventivas para proteger a saúde respiratória e cardiovascular. A combinação de cuidados com o ambiente, higiene pessoal e hábitos saudáveis pode fazer a diferença na prevenção de doenças durante a estação mais fria do ano.

SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR: WHEY E CREATINA, CREATINA, QUAIS OS RISCOS À SAÚDE?

Neste episódio da série “Mentes Curiosas”, recebemos o Dr. Leandro Costa, cardiologista, e o Dr. Gabriel Pecchia, ortopedista do nosso hospital, para desvendarem os detalhes da suplementação alimentar.

A suplementação consiste no uso de produtos que adicionam nutrientes essenciais à dieta usual. Dentre os mais populares estão o Whey Protein e a Creatina. O Whey Protein, conhecido por sua absorção rápida, é indicado para o ganho de massa muscular. Por outro lado, a Creatina se destaca por melhorar a hidratação das células musculares e aumentar a energia durante atividades físicas intensas.

Contudo, é crucial destacar a necessidade de acompanhamento profissional para garantir um uso seguro e eficaz desses suplementos no dia a dia.

Quer descobrir mais sobre o uso correto da suplementação alimentar? Assista o vídeo! E se precisar, agende uma consulta com nossos especialistas Clicando AQUI!

Resp. Técnico: Haggeas da Silveira Fernandes CRM: 71855

Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Pelo terceiro ano consecutivo, os médicos do Centro Especializado em Cardiologia da instituição irão apresentar trabalhos no Congresso Europeu de Cardiologia, que acontece entre os dias 30 de agosto e 02 de setembro em Londres, na Inglaterra. Ao todo serão sete trabalhos que analisam informações da plataforma TriNetx, base de dados composta por mais de 250 milhões de pacientes adultos (acima de 18 anos), de ambos os sexos, atendidos em 120 instituições de saúde em 19 países do mundo que compartilha em tempo real dados clínicos longitudinais para geração de evidências científicas.

CARDIOLOGISTAS DO HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ PARTICIPAM DA PROGRAMAÇÃO DO 44º DO CONGRESSO SOCESP

Debates acontecem na Arena Inovação e Tecnologia, no dia 31 de maio

São Paulo, 17 maio de 2024 – Um time de profissionais do Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz vai participar da programação do 44º congresso da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo). A Instituição também patrocina esse evento, que acontece entre os dias 30 de maio e 1º de junho no Transamerica Expo Center, em São Paulo.

O simpósio do Hospital será realizado na sexta-feira (31), na Arena Inovação e Tecnologia, e terá o cardiologista Dr. Marcelo José Carvalho Cantarelli como mediador. A Arena Inovação e Tecnologia é um espaço criado dentro do congresso anual para apresentar o que o Brasil faz de mais avançado para a saúde cardiovascular.

“Inovação é fazer diferente. Pode ser desde o uso de novos dispositivos para diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares, novas ideias para atendimento dos pacientes cardíacos, novas metodologias e novas tecnologias” disse o Dr. Cantarelli. Para o especialista, o congresso é uma oportunidade de valorizar a inovação brasileira e trocar conhecimentos com especialistas de todo o país.

O 44º Congresso da Socesp também conta com palestras interativas, debates, oficinas, entre outras atividades. A expectativa da Socesp é receber público de 8 mil pessoas. A abertura do evento do Hospital será feita pelo diretor-presidente da Instituição, José Marcelo A. de Oliveira.

Veja a programação do simpósio do Hospital Alemão Oswaldo Cruz na Arena Inovação e Tecnologia:

 
 
Tecnologia e ciência no propósito de servir à vida
Moderador: Marcelo J C Cantarelli
 


 
 
Credenciamento / Welcome coffee
 
 
 

 
 
09h00 – 09h50
 
 

 
 
50′
 
 

 
 
Duração das palestras
 
 
 
09h00 – 09h05 5′  
 
ABERTURA: José Marcelo A de Oliveira, Diretor Presidente, e Haggeas da Silveira Fernandes, Diretor Executivo Médico
 
 
 
 
 09h05 – 09h10
 
 5′
 
 
Ablação por campo pulsado: um novo método de ablação por cateter altamente seletivo para o tratamento da fibrilação atrial
 
 Carina Abigail Hardy

09h10 – 09h15 5′ Utilizando evidências do mundo real na prática clínica (Contribuição da plataforma TriNetX) Dr. Rafael Amorim B. Nunes

09h15 – 09h20 5′ Ciência e longevidade (insights do estudo PURE) Prof. Dr. Alvaro Avezum

09h20 – 09h25 5′ Otimizando a jornada do paciente submetido à intervenção cardiovascular (some day discharge program) Dr. Hélio J. Castello Jr.

09h25 – 09h30 5′ Inovando na assistência à hipertensão arterial sistêmica resistente ou refratária Dr. Thiago Midlej

09h30- 09h35 5′ Imagem cardiovascular agregando valor Dr. Pedro Graziosi

09h35 – 09h40 5′ Wearables na qualificação da ressuscitação cardiopulmonar Dr.Leandro Menezes Alves da Costa

09h40 – 09h45
 
 
5′
 
 
Realidade virtual aplicada à cirurgia cardiovascular
 
 
Dr. Rafael Otto Schneidewind
 
 
 
 
ENCERRAMENTO
 
 

O primeiro especialista a se apresentar, Dr. Rafarel Amorim B. Nunes, vai explanar sobre a TriNetx, rede global que compartilha os dados clínicos em tempo real para geração de evidências científicas, da qual o Hospital é o parceiro brasileiro.

Outro destaque do simpósio é o debate sobre o estudo PURE (Population Urban and Rural Epidemiology), a maior plataforma mundial sobre entendimento dos determinantes do adoecimento no mundo, que está em elaboração há quase 20 anos com a participação de 30 países. No Brasil, o PURE é liderado pelo Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, sob a coordenação do Prof. Dr. Álvaro Avezum.

A otimização da jornada do paciente submetido à intervenção cardiovascular, que será apresentada pelo Dr. Hélio J. Castello Jr. Vai tratar sobre protocolo desenvolvido pela equipe de médicos cardiologistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ela permite que pacientes submetidos a angioplastias recebam alta hospitalar no mesmo dia do procedimento, o que pode beneficiar cerca de 40% dos casos de desobstrução das artérias coronárias realizados atualmente pelo Serviço de Hemodinâmica do Centro Especializado em Cardiologia da Instituição.

Cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta sobre doença silenciosa que afeta 51 milhões de brasileiros

Números da OMS mostram que a pressão alta é um grave problema de saúde pública 

São Paulo, 15 maio de 2024 – Nesta sexta-feira, 17/5, é comemorado o Dia Mundial da Hipertensão, data instituída com o objetivo de alertar a população para os riscos dessa condição que afeta atualmente milhões de brasileiros.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgados em setembro de 2023, o país conta com 51 milhões de hipertensos, ou seja, a doença é um grande problema de saúde pública no Brasil.

Conhecida como pressão alta, ocorre quando a pressão arterial, permanece sistematicamente, igual ou maior que 140 por 90 mmHg (milímetros de mercúrio), o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, corresponde a pressão arterial mínima que ocorre durante a diástole, ou seja, quando o coração relaxa.

O não controle adequado da pressão é fator de risco dos mais importantes para uma série de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC (acidente vascular cerebral) que são as principais causas de mortes no Brasil e no mundo.

“Estima-se que existam atualmente 1,3 bilhão de hipertensos no mundo. No Brasil a doença afeta cerca de 35% da população adulta. Essa prevalência aumenta principalmente nas idades mais avançadas [mais que 60% após os 70 anos]. As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 400 mil mortes por ano e um principal fator de risco é a hipertensão”, aponta o cardiologista Pedro Graziosi, coordenador do Centro Diagnóstico de Cardiologia Não-Invasiva do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

No mundo apenas 20% dos hipertensos estão diagnosticados, tratados e controlados de forma ideal. O tratamento apropriado da pressão alta tem a consequência de evitar a morte prematura, como também a convivência com sequelas de infartos e de AVCs (também conhecido como “derrame”) entre outras.

A doença está diretamente relacionada a outros hábitos e condições de saúde, como diabetes, colesterol alto, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, estresse, obesidade, apneia do sono e até mesmo a poluição, como ressaltado pela OMS.

“Há também os chamados fatores não mutáveis como genética, sexo e envelhecimento. Temos um mosaico de fatores que implicam e se interligam”, disse o cardiologista. “Desta forma é fundamental a interrupção ou controle dos chamados fatores de risco evitáveis”, completou o especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Os fatores ambientais e sociais também estão associados à hipertensão, pois podem influenciar o estilo de vida, a alimentação, o perfil e local das atividades, a compreensão da doença, como também a busca e acesso ao sistema de saúde.

A urbanização, e as decorrentes mudanças de hábitos de vida, ocorridas em meados do século 20, contribuíram para que as doenças cardiovasculares assumissem a posição como principal causa de mortalidade.

De acordo com o cardiologista, todos esses aspectos também impactaram principalmente a mulher moderna.

“Temos de dar atenção para a saúde da mulher e às suas diversas particularidades desde a adolescência. A doença cardiovascular é a principal causa de mortes nas mulheres, sendo a hipertensão a principal doença associada, direta ou indiretamente. A proteção hormonal perdida na menopausa aumenta risco de doenças cardiovasculares. Também por isso a prevenção antes dessa fase é fundamental, assim como o acompanhamento médico apropriado”, destacou.

Doença silenciosa 

“Em casos mais raros e extremos pode ocorrer dor de cabeça, tontura, embaçamento na visão, falta de ar. Ela é silenciosa e vai ao longo dos anos complicando os aspectos vasculares e, principalmente, contribuindo para o entupimento das artérias”, explicou o especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Essa realidade ressalta a importância da conscientização e da adoção de hábitos saudáveis para a promoção da saúde e o combate efetivo dessa condição que impacta a qualidade e a sobrevida dos brasileiros.

“Dos hábitos que podem impactar positivamente no tratamento da hipertensão está a alimentação. É necessário dar preferência à uma dieta equilibrada, como a mediterrânea, que é pobre em gordura animal e carnes vermelhas e com menor consumo de frituras e carboidratos. O uso comedido do sal é um aspecto importante para um melhor controle da doença”, explica o cardiologista. Bem como atividades físicas regulares, sono de qualidade e gerenciar o estresse (inclusive com práticas de meditação e espiritualidade).

Para a grande maioria dos hipertensos adultos o mais importante é um controle adequado da doença, pois não existe uma causa curável específica, buscando-se quando possível a meta de 120 por 80 mmHg. Para uma minoria dos casos (cerca de 5%) existem causas específicas relacionadas, que seu médico poderá avaliar.

Novas recomendações de aferição  

Monitorar regularmente a pressão arterial é fundamental para detectar o aumento indesejado. Dispositivos portáteis de aferição e exames regulares são importantes para acompanhar a saúde cardiovascular.

Recentemente, a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) em sintonia com as recomendações da Sociedade Europeia de Cardiologia, destacam a importância de avaliar não apenas a pressão arterial em ambientes clínicos, mas também fora do consultório médico.

A utilização da MAPA (monitoração ambulatorial de pressão arterial) e da MRPA (monitoração residencial de pressão arterial) tem o objetivo de aumentar a precisão do diagnóstico e do resultado do tratamento.

Perspectivas

As organizações de saúde ressaltam o papel das intervenções mais básicas, entre elas, maior acesso da população ao sistema de saúde, campanhas sobre o assunto, suporte governamental com direcionamento a alimentos com menos sódio e maior acesso às medicações.

O Brasil tem a vantagem de já ter o SUS (Sistema Único de Saúde) e alguns programas em andamento. O cardiologista ressalta que é necessária uma melhor conscientização a respeito dessa doença, sendo que o diagnóstico e a regularidade do tratamento dependem de uma parceria entre o paciente, família e a equipe de saúde.

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