Fevereiro laranja: Atenção para as doenças do sengue e medula óssea

O mês de fevereiro laranja é dedicado à conscientização da população sobre a leucemia, um câncer que afeta o sangue e a medula óssea, e que está entre os dez mais incidentes no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Contudo, a leucemia não é o único mal que afeta o sangue e a medula, por isso, nesta oportunidade, chamamos atenção também para o linfoma e o mieloma múltiplo.

“Essas doenças costumam gerar medo nas pessoas, mas é fundamental lembrar que, com o diagnóstico precoce e os atuais tratamentos disponíveis, como imunoterapias muitos pacientes podem ter resultados bastante positivos,” afirma o Dr. Otávio Baiocchi, Onco-hematologista e head do Centro Especializado em Linfoma e Mieloma do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Conheça cada uma

Leucemia

Acontece quando os glóbulos brancos (células de defesa do sangue) começam a se reproduzir de maneira descontrolada na medula óssea.

Tipos:

Existem diferentes subtipos da doença, divididos em dois grandes grupos:

  • Leucemias agudas: quando a doença de desenvolve de forma agressiva
  • Leucemias crônicas: quando os sintomas vão de agravando gradualmente

Sintomas comuns:

Fraqueza Leucemia

Fraqueza

Sangramentos

Sangramentos

Manchas roxas no corpo

Manchas roxas no corpo

Dores nas Pernas

Dores nas pernas

Febre

Febre

Gânglios aumentados

Gânglios aumentados

Dor na Região Esquerda

Dor e aumento na região esquerda do corpo (baço)

Linfoma

É um tipo de câncer que se origina nas células do sistema linfático, que faz parte do sistema imunológico do corpo. Ocorre quando os linfócitos (glóbulos brancos) se transformam em malignos, crescendo e se espalhando de forma descontrolada.

Tipos:

  • Linfoma de Hodgkin: tem a presença de células específicas chamadas Reed-Sternberg. É o tipo mais raro da doença
  • Linfoma Não-Hodgkin: é o mais comum, e não tem a célula Reed-Sternberg

Sintomas comuns:

Inchaço indolor dos linfonodos

Inchaço indolor dos linfonodos, geralmente no pescoço, axilas ou virilha

Febre sem explicação

Febre sem explicação

Suores excessivos

Suores excessivos à noite (suores noturnos)

Perda de peso inexplicada

Perda de peso inexplicada

Fadiga persistente

Fadiga persistente

Coceira na pele

Coceira na pele

Dor nos linfonodos

Dor nos linfonodos após o consumo de álcool (mais comum no linfoma de Hodgkin)

Mieloma múltiplo

Câncer que afeta as células plasmáticas, que são um tipo de célula sanguínea encontrada na medula óssea. Com a multiplicação rápida das células anormais, a produção de outras células do sangue é comprometida.

Tipos:

  • Mieloma Múltiplo Clássico: forma mais comum da doença
  • Mieloma Múltiplo Indolente (ou Smoldering): tipo mais lento e menos agressivo da doença

Sintomas comuns:

Dor óssea

Dor óssea, principalmente nas costas e nas costelas

Fraturas ósseas

Fraturas ósseas

Fadiga

Fadiga

Anemia

Anemia

Infecções frequentes

Infecções frequentes

Dificuldade renal

Dificuldade renal

Perda de peso inexplicada

Perda de peso inexplicada

Tratamentos para as Três Doenças

Cada doença e paciente requer tratamentos personalizados, definidos em conjunto com o corpo clínico. Para os três tipos de câncer mencionados, os tratamentos mais utilizados são:

  • Quimioterapia: Utiliza medicamentos fortes para destruir ou inibir o crescimento de células cancerígenas
  • Imunoterapia: Age para estimular, aumentar ou restaurar a resposta imunológica natural do corpo contra o câncer
  • Terapias-alvo: Atacam especificamente as células cancerígenas

Destaque especial ao Transplante de Medula Óssea

É um tratamento em que ocorre a substituição da medula óssea doente por outra saudável. É um dos poucos transplantes realizados em pessoas vivas, sem acarretar danos à saúde do doador.

“Muitas vezes, o transplante é visto como algo doloroso ou inacessível, mas a realidade é que ele é um procedimento muito mais seguro e eficaz, sendo a melhor alternativa para diversas condições hematológicas graves”, complementa o onco-hematologista.

Informação contra a desinformação

Confira mitos e verdades sobre as três doenças:

  • Mito: a anemia pode ser um sintoma da leucemia, mas não é um fator de risco para o desenvolvimento da doença.
  • Depende: muitos tipos de linfoma, como o linfoma de Hodgkin, apresentam altas taxas de cura. O tratamento pode incluir quimioterapia, radioterapia e até transplante de medula óssea. Apesar de alguns tipos não serem curáveis, podem ser controlados por longos períodos.
  • Mito: apesar de ser mais comum em pessoas acima dos 60 anos, o mieloma também pode afetar adultos mais jovens. Tratamentos modernos, como terapias-alvo, permitem o controle da doença e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.
  • Mito: a doação de medula óssea é realizada com anestesia e, muitas vezes, por meio de coleta no sangue periférico, sendo minimamente invasiva. O procedimento é seguro e pode salvar vidas, sendo essencial no tratamento de várias doenças hematológicas.
  • Mito: graças aos bancos de doadores, como o REDOME, a busca por compatibilidade tem se tornado mais eficiente, aumentando as chances de encontrar um doador adequado.
  • Mito: o processo é seguro e não causa danos à saúde do doador. A medula óssea se regenera em poucas semanas.

“Em todos os casos de câncer, o tempo é um aliado importante, e o mesmo acontece na leucemia, no linfoma e no mieloma. O diagnóstico precoce aumenta as possibilidades de cura. Por isso, nunca é demais insistir para que todas as pessoas fiquem atentas aos sinais que o nosso organismo apresenta e realizem os exames de rotina”, finaliza o dr. Baiocchi.

LINFOMA: UM CÂNCER RARO, MAS QUE COSTUMA APARECER NA JUVENTUDE

É comum associar o aparecimento do câncer com o avanço da idade, afinal o envelhecimento celular, fatores genéticos e ambientais influenciam seu surgimento. A verdade é que não existe uma regra clara, afinal o câncer é causado por alterações da estrutura genética (DNA), as chamadas mutações. E os tumores hematológicos, como linfoma, são mais comuns em jovens e adultos jovens.

Para entender melhor, o câncer acontece quando essas células anormais se proliferam e se acumulam, dando origem aos tumores malignos. Estas células podem se desprender e invadir tecidos vizinhos, ou chegar aos vasos sanguíneos ou linfáticos, onde viajam até órgãos distantes, formando as metástases. Os tecidos afetados vão perdendo suas funções.  

No caso do Linfoma há a proliferação descontrolada de células do sistema imunológico, ou seja, as que defendem o organismo. Nesse sistema temos os linfonodos, as amígdalas, o baço, o timo, a medula óssea, além de tecidos linfáticos pulmonares e intestinais.

De acordo com o Onco-hematologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Otávio Baiocchi, os linfomas e mielomas podem surgir em todas as fases da vida, no entanto, essas neoplasias, principalmente o linfoma de Hodgkin, são mais prevalentes em adultos jovens com idade entre 15 e 32 anos.

Quando imersos em uma rotina de estudos, trabalho, lazer, pode ser difícil perceber os sinais desta doença. Segundo o Dr. Baiocchi muitos jovens nem imaginam que o mal-estar pode ser Linfoma. “É comum que haja o aumento dos gânglios (ínguas) na região do pescoço, axilas e/ou virilhas. O paciente pode apresentar também febre, coceira na pele, falta de apetite e perda de peso inexplicada, fadiga e suor excessivamente à noite”, explica o especialista.

Os linfomas são divididos em dois tipos principais: Hodgkin e Não-Hodgkin

A principal diferença entre os tipos de Linfoma está nas células que formam o tumor. Dentro desses grupos, existem várias categorias adicionais. E, apesar de poderem surgir em qualquer fase da vida, os de Hodgkin são mais frequentes entre 15 e 32 anos. Os linfomas Não-Hodgkin têm se tornado mais comuns especialmente entre pessoas com mais de 60 anos.

Para classificar o tipo de linfoma, é necessário fazer uma biópsia, que é a remoção de uma amostra do tumor para análise. O patologista examina as células e determina o tipo de linfoma, e então o oncologista decide o tratamento mais adequado com base nos resultados e em outros exames complementares.

Linfoma tem cura?

A boa notícia é que a doença é altamente curável. “Cerca de 80% dos casos são curáveis quando diagnosticados precocemente e tratados. O acesso dos pacientes ao melhor tratamento contribui muito para a melhor recuperação do paciente, permitindo que ele retome suas atividades profissionais e pessoais integralmente, minimizando ao máximo os danos à qualidade de vida

Dr. Otávio Baiocchi

Onco-hematologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Dr. Otavio Baiocchi

Conheça os principais tratamentos, que podem ser utilizados sozinhos ou combinados, dependendo do tipo e estágio do linfoma, e de acordo com avaliação do especialista para cada caso:

Quimioterapia: Usa medicamentos para destruir células cancerígenas. Pode ser tomada em pílulas ou administrada por via intravenosa.

Imunoterapia (Anticorpos Monoclonais): Estimula o sistema imunológico a atacar as células cancerosas com proteínas criadas em laboratório que se ligam a antígenos específicos nas células do linfoma.

Radioterapia: Usa radiações de alta energia para destruir células cancerosas em áreas específicas do corpo.

Transplante de Células-Tronco: Substitui células sanguíneas danificadas por células-tronco, que podem ser do próprio paciente (autólogo) ou de um doador (alogênico).

Casos mais graves da doença

Ainda na esfera dos linfomas, há um subtipo de Linfoma Não Hodgkin, chamado Linfoma Cutânio de células T ou Micose Fungóide. Uma doença rara, mais grave e complexa, que tem incidencia maior em homens, na faixa dos 70 anos.

Para este tipo de linfoma há indicação de tratamento com uma técnica de radioterapia chamada irradiação total da pele, o HDTSIe – High Dose Rate Total Skin Irradiation with Electrons ou em português, irradiação de toda pele com elétrons utilizando alta taxa de dose.

Essa técnica tem por objetivo tratar toda a pele a uma profundidade de poucos milímetros de forma homogênea, e é realizada por um acelerador linear que emite feixe de elétrons, a uma distância de 3 a 4 metros da fonte de elétrons, permitindo assim irradiar grandes áreas de tratamento.  Por realizar a irradiação em alta taxa de dose, o tempo de procedimento é até quatro vezes menor do que as outras técnicas, trazendo mais comodidade ao paciente.

Segundo o Dr. Otávio Baiocchi, o uso desta tecnologia pode aumentar a qualidade de vida do paciente, já que trata-se de uma doença crônica. “Os pacientes diagnosticados com esse tipo de linfoma em estágio avançado sofrem com os sintomas da doença, que causam extrema coceira na pele e feridas que podem gerar infecções mais graves. Com o uso da tecnologia HDTSIe, além de retardar o uso da quimioterapia, os pacientes tem uma diminuição considerável dos sintomas da doença, gerando mais qualidade de vida para esse paciente”, explica o hematologista.

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LINFOMA | TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE…

Linfoma é um tipo de câncer que se desenvolve nos linfócitos, um tipo de glóbulo branco, no sistema linfático do corpo, que é responsável por proteger contra infecções e doenças. Os sintomas comuns incluem aumento dos gânglios linfáticos, febre, sudorese noturna, entre outros.

DICAS DE ALIMENTAÇÃO – PRÉ E PÓS-TRATAMENTO DE QUIMIOTERAPIA

Manter uma alimentação saudável durante as sessões de quimioterapia contribui para que o tratamento contra o câncer seja mais eficaz e positivo. Porém, sabemos que o tratamento pode diminuir o apetite, alterar o paladar, causar feridas na boca ou até mesmo provocar náuseas e vômitos. Mas, com alguns cuidados, é possível evitar esses desconfortos e conseguir se alimentar bem.

No episódio desta semana, o Dr. Pedro Dal Bello – Nutrólogo explica como manter o seu organismo forte durante o tratamento, dicas para diminuir os efeitos colaterais e quais alimentos são essenciais durante a jornada.

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