Controvérsias em câncer de pulmão

O primeiro simpósio “Controvérsias em Câncer de Pulmão”, aconteceu no início de agosto, em Salvador, e contou com a participação do nosso oncologista Dr. Carlos Teixeira, que falou sobre a importância de diagnosticar os pacientes com mutação do gene EGFr e tratá-los com terapia alvo específica, na linha inicial do tratamento, ao invés de deixá-la como uma segunda linha ou opção terapêutica.

Em sua palestra sobre o tema, ele mostrou que a terapia alvo – que conta com pesquisas recentes e mais uma nova geração de pílulas – é 50% mais eficaz do que a quimioterapia normalmente utilizada, por inativar a mutação das células cancerígenas. E que quando o seu uso é postergado para uma segunda linha de tratamento, 20% desses pacientes perdem a chance de se beneficiar dela.

“É uma janela de oportunidade perdida já que esses pacientes podem se beneficiar por até 2 anos com a terapia alvo. É preciso identificar e tratar adequadamente esses pacientes”, comenta o Dr. Teixeira. Segundo ele, o subtipo de câncer que mais se beneficia da terapia alvo é o adenocarcinoma pulmonar.

O evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC-BA), permitiu a atualização e a troca de informações entre profissionais de diversas especialidades, demonstrando ainda que o câncer de pulmão é o que tem mais evoluído em termos de novos tratamentos. Além da terapia alvo, eles têm avançado na combinação da quimioterapia com a imunoterapia, proporcionando sobrevida para cerca de 60% dos pacientes. O câncer de pulmão é o mais letal no Brasil e no mundo, com uma taxa ao redor de 80% de mortalidade.